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Concurso de Crimes 1. Concurso de crimes 1.1 – Conceito É o instituto que se verifica quando o agente, mediante uma ou várias condutas, pratica duas ou mais infrações penais. 1. Concurso de crimes 1.2 – Espécies Concurso material; Concurso formal; Crime continuado. 1. Concurso de crimes 1.2 – Espécies 1. Concurso de crimes 1.2 – Espécies 1. Concurso de crimes 1.2 – Espécies 2. Sistema de aplicação da pena no concurso de crimes 2.1 – Sistema do cúmulo material Aplica-se ao réu o somatório das penas de cada uma das infrações penais pelas quais foi condenado. Adotado no concurso material (art. 69) e concurso formal imperfeito ou impróprio (art. 70, caput, 2ª parte). 2. Sistema de aplicação da pena no concurso de crimes 2.2 – Sistema da exasperação Aplica-se somente a pena da infração penal mais grave praticada pelo agente, aumentada de determinado percentual. Adotado no concurso formal perfeito ou próprio (art. 70, caput, 1ª parte) e ao crime continuado (art.71) 2. Sistema de aplicação da pena no concurso de crimes 2.3 – Sistema da absorção Aplica-se exclusivamente a pena da infração penais mais grave, dentre as diversas praticadas pelo agente, sem qualquer aumento. 3. Concurso Material 3.1 – Conceito e dispositivo legal Também chamado de real, está disciplinado no art. 69 do CP. Há pluralidade de condutas e pluralidade de resultados. 3. Concurso Material 3.2 – Espécies Homogêneo – crimes idênticos; Heterogêneo – crimes diversos. 3.3 – Momento adequado para a soma das penas - Se houver conexão entre as infrações penais: a regra é aplicada pelo juiz da condenação. - Se não houver conexão: será aplicada pelo juiz das execuções penais. 3. Concurso Material 3.4 – Imposição cumulativa de penas de reclusão e detenção Art. 69, caput, 2ª parte do CP. 3.5 – Cumulação de pena privativa de liberdade com restritiva de direitos Art. 69, §1º do CP. 3.6 – Cumprimento sucessivo ou simultâneo de penas restritivas de direitos Art. 69, §2º do CP. 3. Concurso Material 3.7 – Concurso material e concessão de fiança Súmula 81 do STJ. 3.8 – Concurso material e suspensão condicional do processo Se a somatória das penas preencher os pressupostos do art. 89 da Lei 9.099/95. 4. Concurso Formal 4.1 – Conceito e dispositivo legal Concurso formal, ou ideal, é aquele em que o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Está disciplinado no art. 70 do CP. Destacam-se dois requisitos: unidade de conduta e pluralidade de resultados. 4. Concurso Formal 4.2 – Espécies 4.2.1 – Homogêneo e heterogêneo É homogêneo – crimes idênticos. Ex.: três homicídios culposos praticados na direção de veículo automotor. É heterogêneo – delitos diversos. Ex.: A mata B com um tiro de arma de fogo que perfura a vítima resultando em lesões culposas em terceira pessoa. 4. Concurso Formal 4.2 – Espécies 4.2.2 – Perfeito e imperfeito É perfeito – quando o agente realiza a conduta típica, que produz dois ou mais resultados, sem agir com desígnios autônomos. É imperfeito – quando a conduta dolosa do agente e os crimes concorrentes derivam de desígnios autônomos. Cuidam-se de dois crimes dolosos. 4. Concurso Formal 4.3 – Aplicação da pena no concurso formal perfeito ou próprio Sistema da exasperação Aplica-se a pena de qualquer dos crimes, se idênticos, ou então a mais grave, aumentada , em qualquer caso, de um sexto até a metade. Obs.: O que norteia o juiz para fixar o aumento da pena entre os patamares legalmente previstos é, exclusivamente, o número de crimes cometidos pelo agente. 4. Concurso Formal 4.3 – Aplicação da pena no concurso formal perfeito ou próprio Obs.: o concurso formal perfeito é causa de aumento de pena e beneficia o réu. Númerode crimes Aumento da pena 2 1/6 3 1/5 4 1/4 5 1/3 6ou mais 1/2 4. Concurso Formal 4.4 – Aplicação da pena no concurso formal imperfeito ou impróprio Sistema do cúmulo material Serão somadas as penas de todos os crimes produzidos pelo agente. 4. Concurso Formal 4.5 – Teorias sobre o concurso formal Teoria subjetiva – exige-se unidade de desígnios na conduta do agente para a configuração do concurso formal. Teoria objetiva – bastam a unidade de conduta e a pluralidade de resultados para a caracterização do concurso formal. Obs.: foi a teoria adotada pelo CP, art. 70, caput, 2ª parte. 5. Crime continuado 5.1 – Introdução O crime continuado encontra-se previsto no art. 71 do CP Criado por razões de política criminal, o crime continuado deverá ser aplicado sempre que beneficiar o réu. 5. Crime continuado 5.2 – Natureza jurídica Três teorias explicam a natureza jurídica do crime continuado. a) Teoria da unidade real; Entende como crime único as várias condutas que, por si sós, já se constituiriam em infrações penais. b) Teoria da ficção jurídica; Entende que as várias ações levadas a efeito pelo agente que, analisadas individualmente, já consistiam em infrações penais, são reunidas e consideradas fictamente como um delito único. 5. Crime continuado 5.2 – Natureza jurídica Três teorias explicam a natureza jurídica do crime continuado. c) Mista; Entende o crime continuado como um terceiro crime, fruto do próprio concurso. 5. Crime continuado 5.3 – Requisitos a) mais de uma ação ou omissão; b) prática de dois ou mais crimes, da mesma espécie; c) condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes; d) os crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro. 5. Crime continuado 5.4 – Conseqüências a) aplicação da pena de um só dos crimes, se idênticas, aumentada de 1/6 a 2/3; b) aplicação da mais grave das penas, se diversas, aumentada de 1/6 a 2/3 ; c) nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, aplicação da pena de um só dos crimes, se idênticas, aumentadas até o triplo. 5. Crime continuado 5.4 – Conseqüências d) nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, aplicação da pena mais grave, se diversas, aumentadas até o triplo. 5. Crime continuado 5.5 – Crimes da mesma espécie 1ª Posição. Considera crimes da mesma espécie aqueles que possuem o mesmo bem jurídico protegido. 2ª Posição - majoritária.São aqueles que possuem a mesma tipificação penal, não se importando se simples, privilegiados ou qualificados, se tentados ou consumados. 5. Crime continuado 5.6 – Condições de tempo, lugar, maneira de execução ou outras semelhantes. Tempo? STF – 30 dias. Lugar? Deverá haver uma relação de contexto entre as ações praticas em lugares diversos pelo agente. Maneira de execução? Ex.: estelionatário que pratica um mesmo golpe, como do bilhete premido. 5. Crime continuado 5.7 – Os crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro a) Teoria objetiva Preconiza que para o reconhecimento do crime continuado basta a presença de requisitos objetivos que, pelo art. 71 do CP. b) Teoria subjetiva A unidade de desígnio é suficiente para que se possa caracterizar o crime continuado. 5. Crime continuado 5.7 – Os crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro c) Teoria objetiva-subjetiva Exige tanto as condições objetivas como o indispensável dado subjetivo. Obs.: Habitualidade delitiva X Crime continuado. 1º ex. Agente sabendo da falta de segurança na cidade resolve roubar três agências bancárias diferentes. 2ºex. Agente rouba uma agência bancária, dias mais tarde, após ter consumido todo o dinheiro resolve roubar outra agência na mesma cidade. 5. Crime continuado 5.8 – Crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa Art. 71, parágrafo único. “Habeas corpus – Crime de roubo qualificado em diversos apartamentos do mesmo edifício – Ocorrência de crime continuado qualificado (CP, parágrafo único do art. 71) – Presente a pluralidade de condutas e a de crimes dolosos da mesma espécie, praticados com emprego de armas, nas mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução, ocorre a hipótese de crime continuado qualificado, ou específico, previsto no par. único do art. 71 do Código Penal” STF – HC 72.280-6) 5. Crime continuado 5.9 – Crimes continuado simples e crime continuado qualificado Simples - hipóteses do caput do art. 71 do CP. Qualificado - hipóteses do par. único do art. 71 do CP. 5. Crime continuado 5.10 – Concurso material benéfico A ficção do crime continuado, por razões de política criminal, foi criada em benefício do agente. 5. Crime continuado 5.11 – Dosagem da pena no crime continuado Da mesma forma que o concurso formal, no crime continuado, seja qual for, o percentual de aumento da pena varia de acordo com o número de infrações penais praticadas. Númerode crimes Aumento da pena 2 1/6 3 1/5 4 1/4 5 1/3 6 1/2 7ou mais 2/3 5. Crime continuado 5.12 – Crime continuado e novatio legis in pejus Súmula nº 711 do STF 5.13 – Aplicação da pena no concurso de crimes Na sentença que reconhecer o concurso de crimes, em qualquer das três hipóteses, deverá o juiz aplicar, isoladamente, a pena correspondente a cada infração penal praticada.
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