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Conceito de cultura nas teorias sociológicas

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O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
A sociologia, ciência que tenta explicar a vida social, nasceu de uma mudança radical da sociedade, resultando no surgimento do capitalismo.
O século XVIII foi marcado por transformações, fazendo o homem analisar a sociedade, um novo “objeto” de estudo. Essa situação foi gerada pelas revoluções industrial e francesa, que mudaram completamente o curso que a sociedade estava tomando na época. A Revolução Industrial, por exemplo, representou a consolidação do capitalismo, uma nova forma de viver, a destruição de costumes e instituições, a automação, o aumento de suicídios, prostituição e violência, a formação do proletariado, etc. Essas novas existências vão, paulatinamente, modificando o pensamento moderno, que vai se tornando racional e científico, substituindo as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum.
Na Revolução Francesa, encontra-se filósofos a fim de transformar a sociedade, os iluministas, que também objetivavam demonstrar a irracionalidade e as injustiças de algumas instituições, pregando a liberdade e a igualdade dos indivíduos que, na verdade, descobriu-se mais tarde que esses eram falsos dogmas. Esse cenário leva à constituição de um estudo científico da sociedade.
Contra a revolução, pensadores tentam reorganizar a sociedade, estabelecendo ordem, conhecendo as leis que regem os fatos sociais. Era o positivismo surgindo e, com ele, a instituição da ciência da sociedade. Tal movimento revalorizou certas instituições que a revolução francesa tentou destruir e criou uma “física social”, criada por Comte, “pai da sociologia”.
O termo sociologia foi utilizado primeiramente com o filósofo francês Auguste Comte no seu Curso de Filosofia Positiva, em 1838, na tentativa de unificar os estudos relativos ao Homem, como a História, a Psicologia e a Economia. A corrente sociológica positivo-funcionalista, fundada por Comte, foi mais tarde desenvolvida por Émile Durkheim.
Outras importantes correntes sociológicas foram iniciadas por Karl Marx e Max Weber.
A sociologia abrange várias áreas, existindo sociologia comunitária, sociologia econômica, sociologia financeira, sociologia política, sociologia jurídica, sociologia do trabalho, sociologia familiar, sociologia cultural etc.
Através das pesquisas sobre os fenômenos que se repetem nas interações sociais, os sociólogos observam os padrões comuns para formularem teorias sobre os fatos sociais. Os métodos de estudo da sociologia envolvem técnicas qualitativas (descrição detalhada de situações e comportamentos) e quantitativas (análise estatística).
CONCEITO DE CULTURA NAS CIENCIAS SOCIAIS
A palavra "sociologia" foi criada por A. Comte, mas o conceito surgiu através do pensamento social e filosófico do iluminismo (por exemplo: em Montesquieu e Hobbes) e no idealismo alemão (por exemplo: Hegel).
Nesse contexto a relação entre História e Cultura foi estabelecida teoricamente na obra de Georg Hegel, quando afirmou que a razão humana se manifesta por meio das instituições religiosas, artísticas, científicas, sociais, políticas etc.
Segundo ele, em cada tempo e lugar, essa razão se apresenta de uma forma específica, modificando-se em um processo contínuo, de acordo com as determinações do “espírito universal”.
OS PENSADORES CLASSICOS DA SOCIOLOGIA
São três os principais pensadores clássicos da Sociologia, a saber: Marx, Durkheim e Weber.
Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista e foi o mais revolucionário pensador sociológico.
Karl Marx se contrapõem a Hegel, ao afirmar que, a relação entre história e cultura dá-se não pelas escolhas dos homens, mas devido a condições concretas e pré-determinadas, estabelecidas no processo de produção da sobrevivência.
Assim, as próprias instituições sociais e intelectuais seriam organizadas pela forma como, em cada época, estrutura-se a economia, e não pelas determinações do “espírito”, como propôs Hegel.
Não obstante as controvérsias teórico-filosóficas, ambos situaram a relação lógica e dialética entre tempo histórico e produção cultural, indicando que compreender a cultura é essencial para compreender o mundo.
Émile Durkheim (1858-1917) foi o fundador da escola francesa de Sociologia, ao combinar a pesquisa empírica com a teoria sociológica. Ainda sob influência positivista, lutou para fazer das Ciências Sociais uma disciplina rigorosamente científica. Durkheim entendia que a sociedade era um organismo que funcionava como um corpo, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver. Ao seu olhar, o que importa é o indivíduo se sentir parte do todo, pois caso contrário ocorrerá anomalias sociais, deteriorando o tecido social.
A diferença entre Comte e Durkheim é que o primeiro crê que se tudo estiver em ordem, isto é, organizado, a sociedade viverá bem, enquanto Durkheim entende que não se pode receitar os mesmos “remédios” que serviu a uma sociedade para resolver os “males” sociais de outras sociedades.
Emile Durkheim não se debruçou sobre o tema, mas acreditava que os fenômenos sociais têm necessariamente uma dimensão cultural pois são também fenômenos simbólicos. Assim como Boas, Durkheim não concebia diferenças de natureza entre primitivos e civilizados. Marcel Mauss (1872- 1950) que partilhava o mesmo pensamento de Durkheim acrescentou, dizendo que falar de povos incultos, “sem civilização” é falar de coisa que não existe. O que existe em todas as sociedades é uma “consciência coletiva”, feita das representações coletivas, dos ideais, dos valores e dos sentimentos comuns a todos os seus indivíduos.
Georg Simmel (1858- 1918) irá trabalhar inicialmente com elementos de criação que se constituirão em três, os quais: alma, espírito e cultura. A conceitualização de cultura para Simmel será entendida como um processo dual entre sujeito e objeto, a cultura será um processo de produção da vida, isto é, todas as formas de perceber e produzir o mundo.
Utilizando a economia monetária para analisar a cultura da sociedade moderna Simmel vai afirmar que as implicações que o dinheiro trouxe para a modernidade, levaram o indivíduo a uma maior “libertação”, conferindo maior autonomia e dando personalidade ás relações, mas por outro lado confere um caráter impessoal nas mesmas, isto é, divide e une ao mesmo tempo. O dinheiro traz um sentido abstrato ás relações, pois agora é posto um valor (abstrato) por aquela atividade. através desta individualização que o dinheiro irá causar, e consequentemente a divisão do trabalho, irá originar um caráter objetivo às relações, pois a partir desta especialização o homem, cada vez mais se distancia de seu objeto. 
Neste momento irá ocasionar na conceitualização de cultura, tanto um caráter objetivo (divisão do trabalho) como subjetivo (dinheiro) para Simmel. A cultura aparece para o autor como algo que será cultivado, se origina para além da vida natural, Simmel chamará cultura como natureza cultivada.
O conceito de cultura será a junção da cultura subjetiva e objetiva. Por cultura objetiva o autor compreende que seria o conhecimento adquirido pelo indivíduo no decorrer dos anos, sendo que este acervo aumenta diariamente, já a cultura subjetiva é algo que está em uma aceleração contida, pois, ela representa algo que existe independente do homem.
A formação da cultura representa uma construção onde, existe uma cultura subjetiva anterior ao homem e esta se junta, com todo o conhecimento carregado pelo indivíduo no decorrer das gerações, originando finalmente, o espírito tornado objetivo. Essas especificidades culturais referentes a cada homem, que conferirá ao indivíduo o que Simmel irá chamar de “seu mundo”.
Max Weber (1864-1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia e é o pensador mais recente dentre os três, conhecedor tanto do pensamento de Comte e Durkheim quanto de Marx. Assim, ele entende que a sociedade não funcionade forma tão simples e nem pode ser harmoniosa como pensam Comte e Durkheim, mas também não propõe uma revolução como faz Marx, mas afirma que o papel da Sociologia é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade, buscando extrair desses fenômenos os ensinamentos e sistematizá-los para uma melhor compreensão, é por isso que sua Sociologia recebe o nome de compreensiva.
Weber valorizava as particularidades, ou seja, a formação específica da sociedade; entende a sociedade sob uma perspectiva histórica, diferente dos positivistas.
Um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação social. A ação é um comportamento humano no qual os indivíduos se relacionam de maneira subjetiva, cujo sentido é determinado pelo comportamento alheio. Esse comportamento só é ação social quando o ator atribui à sua conduta um significado ou sentido próprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras pessoas.
“Cultura é um segmento de significação que permanece irredutível à natureza e qualquer proposição de retorno à natureza é absolutamente contrária a uma civilização concreta”. (Max Weber).
Em Max Weber podemos ler que a realidade irracional da vida e o seu conteúdo de significações possíveis são inesgotáveis, e também a configuração concreta das relações valorativas mantém-se flutuantes, submetida às variações do futuro da cultura humana (COHN, 1986, p. 126).
Para Max Weber a possibilidade de um conhecimento do cultural depende dessas ideias de valor, já que é sob essas ideias especiais que a cultura nos casos particulares vem a ser cada vez considerada por Nós-outros. Dessa forma, ele apresenta sua definição de cultura como um segmento finito investido pelo pensamento de uma significação e de uma importância no seio do porvir mundial infinito e estranho a toda a significação.
Em resumo, podemos apreender que o conceito de cultura para Max Weber está vinculado em sua dinâmica aos processos de modernização. 
Raymond Williams (1921 - 1988) foi um acadêmico, crítico e novelista Galês. Seus escritos em política, cultura, literatura e cultura de massas refletiram seu pensamento marxista. Foi uma figura influente dentro da Nova Esquerda e na teoria cultural em geral.
Williams apresenta um ensaio clássico com uma pequena vinheta sobre sua infância no País de Gales e a história de sua família como uma estratégia retórica, porque depois compara a rica cultura de seus antepassados com a encontrada na Universidade de Cambridge. Com esta breve descrição introdutória, Williams exemplifica como uma comunidade ou sociedade é forjada a partir do conjunto de significados e propósitos compartilhados que emergem de suas práticas cotidianas, relacionamentos sociais, hábitos e costumes, tipos compartilhados de trabalho e entretenimento. É a partir desta descrição que propõe que o conceito de cultura tenha dois significados: 1) é um "modo de vida como um todo" e 2) as artes e o conhecimento, os produtos de um tipo de trabalho e a criatividade especializada.
Williams opõe estes dois sentidos da cultura ao uso de dois grupos sociais dominantes: Williams identifica o primeiro com os comensais do chá em Oxford e Cambridge, para quem a cultura - "civilização" - equivale a "alta cultura "(Música, literatura, arte), que é seu domínio e deve ser preservada da investida das massas ignorantes. Williams rejeita essa noção, baseada em uma separação radical entre as classes cultivadas e as massas ignorantes, acrescentando que as pessoas comuns também produzem e apreciam essa cultura. O segundo grupo que critica são os "abutres" da cultura, opostos e desprezíveis aos bebedores de chá, que desprezam a alta cultura e são profissionais das indústrias culturais que acreditam que as "massas" devem ser educadas para que tenham a intenção de impor suas Cultura própria.
Uma vez que suas definições do conceito são estabelecidas, Williams discute brevemente algumas idéias de Marx e Leavis, duas de suas influências intelectuais mais duradouras. Marx recupera a idéia de que uma cultura deve ser interpretada a partir do sistema de produção que a sustenta, porque a burguesia - a classe social mais poderosa - tem suas próprias instituições educacionais, literárias e sociais para reproduzir sua ideologia, valores, moralidade. As classes trabalhadoras não têm acesso a esta cultura, embora isso não signifique que eles não tenham cultura, já que eles realmente têm suas próprias instituições e têm seu próprio modo de vida baseado em "boa vizinhança, obrigações mútuas e melhoria comum ". Assim, do marxismo Williams retoma a ideia de que a cultura e a produção estão intrinsecamente ligadas e que a educação e o acesso a certos bens culturais são restritos a uma classe dominante. Deve-se notar que ele rejeita uma ideia do marxismo de seu tempo, a noção de que a mudança cultural pode ser canalizada e prescrita, porque a cultura, como um conjunto de significados coletivamente compartilhados, ocorre dentro de uma comunidade em mudança e em resposta à sua experiência viveu. 
Pierre Bourdieu (1930- 2002) sociólogo francês, defendia a assertiva de que existe uma forte relação entre desempenho escolar e origem social.
Para ele cultura são os valores e significados que orientam e dão personalidade a um grupo social. Já capital cultural é uma metáfora criada por Bourdieu para explicar como a cultura, em uma sociedade dividida em classes, se transforma em uma espécie de moeda que as classes dominantes utilizam para acentuar as diferenças. A cultura se transforma em um instrumento de dominação.
Referências
SOARES, Marilia Aparecida. O conceito de Cultura: um produto social e historicamente construído. Disponível em: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/07/o-conceito-de-cultura-um-produto-social.html.Acessado 30 de setembro de 2017.
ESTUDIOS Culturales?Quien somos? La cultura es algo ordinário. Disponível em:https://estudioscultura.wordpress.com/2012/11/06/la-cultura-es-algo-ordinario-de-raymond-williams/Acessado em: 30 de setembro de 2017.

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