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Entrevista com Carl Von Clausewitz

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Acadêmica: Islla Gabriele Pinheiro Matrícula: 17/0105750
Docente: Tiago G. Galvão
Entrevista com Carl Von Clausewitz
Islla: Boa Tarde Sr. Clausewitz, uma honra poder está te entrevistando uma figura de grande destaque na história e na formação das relações internacionais.
Clausewitz: Boa tarde Srta. Islla, a honra é toda minha em estar transmitindo meu conhecimento e falando sobre minha obra.
Islla: Bom, no seu texto What is War? Você define a guerra em duas concepções gerais, a teórica e a real, mas se você fosse definir guerra em apenas uma frase como a definiria?
Clausewitz: Islla a definição de um conceito como um todo exige que saibamos juntar suas “partes” e tornar o complexo em simples, portanto, definir a guerra em apenas uma frase é relativo, mas podemos defini-la numa visão macro como um ato de grande escala em que devemos utilizar táticas satisfatórias, além da força máxima, buscando desestabilizar o inimigo para ceder a nossa vontade, sendo que nunca se deve dar retaguarda até que o opositor esteja minimizado. Além que não se pode olhar para tal conceito como um ato isolado, não irrompe de maneira inesperada e nem se alastra instantaneamente, pode-se prever a situação de um país A a partir de sua situação hoje.
Islla: O Senhor Na definição de guerra usa termo “uso da força máxima”, como essa ação deve ser concebida dentro de um conflito de grande escala como a guerra?
Clausewitz: Primeiro deve-se pensar que na guerra a bondade é sinônima de ruína e que o derramamento de sangue é inevitável, assim quando um lado utiliza do máximo de força disponível ele leva o outro a chegar a tal nível também e conseqüentemente ao extremo até que um dos lados ceda ou decaia na própria armadilha, se você deseja sobrepujar o seu inimigo, deve combinar os seus esforços contra o seu poder de resistência, que pode ser expresso como o produto de dois fatores inseparáveis, isto é, a totalidade de meios à sua disposição e a força da sua determinação. Desta maneira, a guerra entre civilizações são bem mais agressivas justamente pelas questões sociais e um componente crucial: a intenção hostil, mesmo que os combates civilizados sejam baseados numa racionalidade sempre haverá um que de emoções envolvido movimentando esta “máquina”.
Islla: Ainda sobre o uso da força você faz algumas ponderações, quais seriam?
Clausewitz: Sim, se pensarmos sempre em pontos extremos estará observando concepções absolutas e dessa forma fugiria do real levando a guerra para um sentido abstrato e por fim podendo haver um desperdício de força levando a um objetivo inútil que vai contra o objetivo de governar.
Islla: Prosseguindo, você delimita ser a guerra não ser um ato brusco e de resultado definitivo e aponta diferenças da aplicação real da abstrata, como podemos interpretar?
Clausewitz: Bom, na arte da guerra a decisão consiste em diversos atos sucessivos, então cada um deles, vistos dentro do contexto, proporcionará uma maneira de avaliar os que virão depois. Aqui o mundo abstrato é uma vez mais expulso pelo real e, assim, a tendência para o extremo é atenuada. Além de tudo os recursos não podem ser colocados em posição de forma total, demonstrando que nessa ação se impede a concentração de forças simultâneas, ligando a um resultado definitivo nunca se deve enfraquecer os esforços, pois tal vitória deve ser interpretada como uma trégua e assim depende das “leis” que regem essa oposição para se adequar os esforços indo aquém da teoria.
Islla: Podemos dizer que a atividade política se interliga com as ações militares?
Clausewitz: Por que não?! A questão está intimamente ligada à guerra ou até mesmo a frente do objetivo do qual ele se origina e essencial dentro dessa equação complexa das relações conflituosas, dessa maneira o propósito legal rege de certa forma os interesses implícitos da guerra interligados as ações militares que se executam a partir desta conjuntura e que tais passos devidos serem partes de um todo possuem um determinado tempo de duração para se concluir para se executar a próxima etapa. Todavia a suspensão de parte deste processo poderá ocorrer em caso de estratégia, ou seja, o melhor momento de agir, sendo o equilíbrio de forças um impasse para a ocorrência de uma imobilidade que corresponde de certa forma a maioria do processo de uma guerra do que o combate direto em si.
Islla: Ao não conhecer a situação dentro de uma guerra, seria a polaridade uma controvérsia perante a questão do ataque e defesa?
Clausewitz: Conhecer a situação do seu oponente só pode através de uma inteligência não confiável. A sua avaliação, portanto, pode ser equivocada e pode levá-lo a supor que a iniciativa está com o inimigo, quando na realidade permanece com ele. É evidente que esta avaliação equivocada provavelmente o levará a realizar uma ação no momento inoportuno e terá maior influência em reduzir o ritmo das operações do que em acelerá-las. Apesar disto, ela deve ser incluída entre as causas naturais que, sem acarretar necessariamente uma contradição, podem levar a atividade militar a uma paralisação. Ligado a isso a polaridade é sim uma controvérsia em relação a ataque e defesa, pois para haver deve-se ter uma anulidade entre ambos, em vista que se viso minha vitória excluo a probabilidade do meu oponente, e não é o que ocorre exatamente, já que existe uma desigualdade entre tais, sendo a defesa tem uma superioridade em relação ao ataque, já que põe em dúvida a vantagem de atacar ou esperar.
Islla: Chegando ao intermédio do texto, você destaca a relação da natureza humana com o elemento de má sorte da guerra e uma definição mais rebuscada de sua faceta, como podemos interrelaciona-los?
Clausewitz: Embora a nossa inteligência anseie sempre por clareza e por certeza, muitas vezes a nossa natureza acha a incerteza fascinante. Ela prefere fantasiar nos reinos do acaso e da sorte, em vez de acompanhar a inteligência em sua estreita e tortuosa trajetória de investigação filosófica e de dedução lógica, somente para chegar - mal sabendo como - a arredores não familiares, onde todos os pontos de referência parecem ter desaparecido e é através do acaso que se chega à face de azar da guerra que por meio da natureza subjetiva, ou seja, como se dá a guerra forma um espelho negativo desta arte fazendo-lhe parecer um jogo de cartas onde predomina sorte e azar, contudo a guerra é uma ação que apesar deste acessório obtém uma seriedade em jogo que compete relações que podem alterar o rumo da concepção política, econômica e social entre os lados envolvidos, jogando para a relação entre Estados está intimamente ligada no que tange sua influência em sua entre as mesmas e suas respectivas políticas internas.
Islla: Diante do cenário em que o mundo contemporâneo se encontra perante uma constante ameaça de conflito iminente entre as potências americanas e norte coreana e possíveis ascensões de Estados que acelerando seu crescimento e ganhando visibilidade, como você aplicaria seus princípios espelhando o seu contexto neste cenário?
Clausewitz: (Risos)... Islla é meio complexo analisar já que estou inferiorizado no âmbito temporal, mas o conceito abordado no texto perpassa o tempo e se aplicado analisará que tais lados que estão em embate apenas estão esperando o melhor momento de agir ou as forças, numa perspectiva abstrata, estão se maximizando de tal forma que ambos os lados estão em equilíbrio e dessa forma inativa as ações militares concretas e assim o cenário internacional poderá de alguma forma sofrer alterações, em vista que a guerra é um instrumento político, continuação da política e seus desdobramentos, assim quanto mais poderosos e estimulantes forem os motivos para a guerra, mais eles afetarão as nações beligerantes, e quanto mais violentas forem às tensões que antecedem a sua deflagração, quanto mais a guerra aproximar-se do seu conceito abstrato, mais importante será a destruição do inimigo, mais os propósitos militares e políticos coincidirão e mais militar e menos política parecerá ser a guerra,ou seja, se trata de uma relação proporcional. Assim, toda guerra será um ato político, mas nem sempre esse componente é explícito, fazendo com que a guerra varie devidas suas causas e situações.
Portanto, para se avaliar tal perspectiva seria necessária uma análise preponderante e intrínseca já que a guerra se trata de uma teoria flexível que se adapta ao contexto em que é aplicada.
Bibliografia
 CLAUSEWITZ, Carl von. WHAT IS WAR?

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