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penal sociologia resumo FINAL

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Penal – Sociologia e Teoria do 
Crime 
ESCOLAS PENAIS 
Até o século II, o direito penal não existia – o que existia era o “período de vingança”; 
Do séc. I ao séc. XI, a igreja era patrística (os pais da igreja). Quem trouxe a justiça no 
sentido de posicionamento da pena foi a Igreja Católica (proporcional ao delito cometido); 
Séc XI, a igreja se torna Escolástica – quando a razão passa a ser ouvida. 
 Juízo ordálias – quando ocorre a “interferência divida” para dizer se a pessoa é culpada 
ou não; 
Até o séc XVII o que era válido para o direito era o Direito Canônico, onde a prática de 
uma crime também era vista como pecado; 
Após o Canônico, entra o Direito Liberal – inicia -se a ESCOLA CLÁSSICA DO 
DIREITO PENAL, onde o crime se torna um ente jurídico, quando é dito quais as condutas 
consideradas criminosas, para que haja condenação. 
Tornou-se jurídico, porém manteve-se o livre arbítrio, que tem como consequência a 
pena 
Séc. XIX – ESCOLA POSITIVISTA: o crime continua sendo elemento jurídico, porém 
agora torna-se ofensivo para a sociedade. O livre arbítrio passa a não ter mais validade e a 
condenação passa a ser determinada. Nasce a Medida de Segurança; 
Séc. XX – ESCOLA MISTAS: Código Penal Brasileiro -> 1940 a 1984 – Teoria duplo 
Binário: a uma conduta se aplica uma pena é uma medida de segurança. 
1984 – Atual TEORIA VICARIANTE – para uma conduta se aplica uma pena OU uma 
medida de segurança. 
 
 
 
PENA – IMPUTÁVEIS 
MEDIDA DE SEGURANÇA – NÃO IMPUTÁVEIS 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
Séc. XXI – ESCOLA DE DEFESA SOCIAL: Direito Penal de 3ª velocidade – “ se não é a 
favor, é preso”. Exemplo Terrorismo. 
 No Séc. XVIII ( Escola Clássica) nasce o TIPO PENAL 
”Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal”. Art. 1º do Código Penal 
CONDUTA + CIRCUNSTÂNCIAS _____ Preceito Primário 
PENA + VETOR DE DOSIMETRIA ___ Preceito Secundário 
 
SANÇÃO PENAL – gênero composto por 3 espécies: 
 Pena 
 Medida de segurança 
 Medida socioeducativa 
PENA – composta por 3 espécies: 
 Privativa de Liberdade 
 Restritiva de Direitos 
 Multa 
Tipo Penal 
 
Exemplo: art. 121 caput: “matar alguém – pena: reclusão de seis a vinte anos §2º 
homicídio qualificado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal é sempre conduta com circunstâncias 
A pena e o regime devem ser de acordo com a circunstância. 
CONDUTA + CIRCUNSTÂNCIA 
PENA + VETOR DE DOSIMETRIA 
MATAR ALGUEM + FOGO 
RECLUSÃO + 12 a 30 ANOS 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Penal é o único ramo do direito que pode restringir a liberdade e eventualmente decretar 
a morte. ÚLTIMA RATIO. 
Política Criminal: corresponde à maneira como o Estado deve enfrentar e combater a 
criminalidade. Diz respeito ao poder que tem o Estado de definir um conflito social como 
criminal. A atividade do Estado tem como finalidade a convivência fraterna e harmônica entre 
as pessoas. Ao estabelecer as condutas proibidas caracterizadores das infrações penais e as 
sanções correspondentes, o Estado está exercendo a POLÍTICA CRIMINAL. 
Criminologia: ciência empírica, que com base em dados e demonstrações fáticas, 
busca uma explicação causal do delito como obra de uma pessoa determinada. De acordo 
com o objeto que ela investigue, pode-se falar em antropologia criminal, que se divide em 
Biologia e Psicologia criminal e Sociologia criminal. Como resultado, preocupa-se em 
fornecer as causas da prática do crime e, com isso, auxiliar no combate à criminalidade 
 
RINCÍPIOS DO DIREITO PENAL – Art. 1º 
 LEGALIDADE – crime lei – art 1º do CP 
A lei penal tem que estar positivada 
 
Art. 1º “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal” 
 
 ANTERIORIDADE – art 1º do CP – a lei deve existir antes da conduta. Princípio geral do 
gerativismo jurídico. 
 
 
ABOLITIO CRIMINIS e REFORMATIO IN MELLIUS – Art. 2º 
(Quando deixa de ser crime) 
“Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. ” 
Parágrafo único: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. ” 
A lei penal benéfica de divide em Abolitio Criminis e Reformatio In Mellius. – Ambos 
retroagirão, se aplicam a fatos ocorridos sob sua vigência, quando revogados por lei mais 
grave. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
REFORMATIO IN MELLIUS - entende-se a nova lei penal que mantendo a 
incriminação, dá ao fato tratamento mais brando. Exemplo: redução de pena prevista, 
autorização de concessão de benefícios legais antes proibidos, etc. 
ABOLITIO CRIMINIS - significa a nova lei penal que descriminaliza condutas. Deixa de 
considerar determinado fato como infração penal. O que antes era uma infração penal, torna-
se penalmente irrelevante. 
Abolitio Criminis é previsto como causa extintiva da punibilidade (art. 107, III – CP). 
Significa que com sua entrada em vigor o Estado perde o direito de punir. 
Se ocorrer depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, irão se 
extinguir todos os efeitos penais da condenação. 
REFORMATIO IN MELLIUS PARA MELHOR 
 
 Código Penal - Favorece o réu 
REFORMATIO IN PEJUS PARA PIOR É PROÍBIDO NO DIREITO 
PENAL 
 
 
Obs: Todo crime cuja pena mínima seja de até 1 ano – permite suspenção 
processual que normalmente acaba em pena restritiva de direitos – prestação de 
serviços ‘a comunidade de 1 ano/ multa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A LEI RETROAGE EM BENEFÍCIO DO RÉU 
 Não pode retroagir para pior 
 A regra é aplicar a lei no momento do fato 
 
 
 
Toda e qualquer vez que mudarem uma lei penal, o 
advogado busca o processo e vê se a lei mudou para o caso 
concreto e se dá para mudar para melhor, para beneficiar o réu. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
LEI EXTRAORDINÁRIA – ART. 3º 
“ Lei excepcional ou temporária. 
A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que determinam, aplica-se ao fato praticado durante a sai vigência. 
” 
TEMPO REGIT ACTUM – princípio que rege o tempo penal. 
Vale a lei em vigência no momento em que cometeu o ato – condena pelo tempo do ato. 
Lei excepcional ou extraordinária entra com data para começar e para terminar a 
vigência (não pode cometer o delito nesse período) – situação especial/extraordinária: se 
comete o delito nesse período NÃO TEM ABOLITIO CRIMINIS e nem REFORMATIO IN 
MELLIUS. 
Exceção é a quando a Lei Penal RETROAGIR e ULTRAGIR 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO – Art. 4ª 
 “Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento de resultado”. 
A aplicação da lei penal no tempo é determinada pelo momento do crime – é aquele 
em que o sujeito pratica a conduta (ação ou omissão), mesmo que outro seja o momento do 
resultado. – Cuida-se da TEORIA DA ATIVIDADE. 
Se o agente cometer um crime cuja condita ocorra antes da entrada em vigor de uma 
nova lei mais grava, ainda que o resultado se verifique depois da entrada em vigor da lei mais 
gravosa (reformatio in pejus), esta não será aplicável ao delito, porque este se considerará 
cometido antes da sua entrada em vigor. 
Tendo em vista que o tempo de crime é o da conduta e não o da consumação. 
Exemplo: Lei 13.104/2015 de 9 de março - qualificação: agregou o FEMINICÍDIO 
No dia 07/05/2015, por razão de gênero eu atiro em uma mulher, simplesmente porqueela é mulher. Ela não morre nesse dia, mas vem a falecer dia 11/03/2015. 
No momento da conduta não tinha a lei que qualificava o Feminicídio. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Obs: Com base na regra do Art. 4ª, também é possível fixar o exato momento em que o 
agente passará a responder criminalmente por seus atos – isso se dará somente se a ação ou 
mossão houver sido praticada quando ele já tiver completado 18 anos. 
 
A Teoria adotada para o tempo do crime é a da ATIVIDADE, de acordo com o art. 4º do 
CP. 
 
Existem 3 teorias para o tempo do crime: 
 ATIVIDADE: Considera o crime ocorrido no momento em que cometeu a conduta. 
Essa é a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro. (Essa é uma teoria 
garantista, todos os códigos usam essa teoria) 
 
 RESULTADO: Considera o crime o ocorrido no momento do resultado 
 
 UBIQUIDADE: Considera-se o fato nos dois momentos. 
 
TERRIRORIALIDADE – Art. 5ª 
“ Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional”. 
 A Lei Penal Brasileira aplica-se a todos os fatos ocorridos dentro do nosso território. 
 
LUGAR DO CRIME – Art. 6ª 
 “Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, 
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado” 
Adota a teoria da UBIQUIDADE, segundo a qual o crime se considera praticado tanto no 
lugar da conduta quanto naquele em que se produziu o resultado. 
Exemplo: Se o resultado aconteceu no Brasil e o crime no Uruguai, o Brasil tem 
interesse em julgar o caso, pois o resultado aconteceu aqui. 
Qualquer atividade que comece no Brasil ou termine no Brasil vale a lei brasileira. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
EXTRATERRITORIALIDADE – Art. 7ª 
Em alguns casos fora do território brasileiro, também é possível aplicar a lei brasileira – 
ainda que nem a atividade e nem o resultado tenham ocorrido aqui. Embora o fato tenha 
ocorrido fora do Brasil, nossa lei será aplicada por algum juízo ou tribunal pátrio. Entende-se 
que a Justiça competente para o processo e julgamento nos casos de extraterritorialidade da 
lei penal é a Justiça Federal. 
H á duas espécies de extraterritorialidade no Código Penal. Os casos mais graves são 
os de extraterritorialidade incondicionada, em que nossa lei se aplica aos fatos praticados no 
exterior, independentemente de qualquer condição (art. 7º, I, e § 1º). Nas hipóteses de 
extraterritorialidade condicionada, a aplicação de nossa lei depende do concurso de diversas 
condições (art. 7º, II, e §§ 2º e 3º). 
“Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público; 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
(Incondicionados – se acontecer em qualquer lugar do mundo instaura inquérito no Brasil - § 1º) 
 II - os crimes: 
 a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 b) praticados por brasileiro; 
 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
(Condicionados – Contra particulares § 2º) 
 § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que 
absolvido ou condenado no estrangeiro. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das 
seguintes condições: 
 a) entrar o agente no território nacional; 
 b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; 
 d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
 e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
 § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
 a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
 b) houve requisição do Ministro da Justiça. ” 
 
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO – Art. 8ª 
“Art. 8º - A pena cumprida no estrangeira atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo 
crime, ou nela é computada quando idênticas” 
 
TEMPO E LUGAR DO CRIME 
TEMPO DO CRIME: é aquele em que o sujeito pratica a conduta (ação ou omissão), ainda 
que outro seja o momento do resultado. Cuida-se da TEORIA DA ATIVIDADE 
LUGAR DO CRIME: o crime se considera praticado tanto no lugar da conduta quanto 
naquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado — TEORIA DA UBIQUIDADE 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA – Art. 9ª 
“Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie 
as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
 II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
 Parágrafo único - A homologação depende: 
 a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
 b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja 
autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da 
Justiça.” 
A Sentença Estrangeira tem validade no Brasil, mas precisa ser homologada. 
CONTAGEM DE PRAZO – Art. 10ª 
Consideram-se prazos penais todos aqueles capazes de interferir, diretamente ou 
indiretamente, no exercício do ius puniendi estatal. 
São prazos de índole material, pois ao refletirem no direito de punir do Estado, 
assinalando seu exercício ou extinção, repercutem correlatamente na liberdade individual, 
direito fundamental assegurado na Constituição. 
Os prazos possuem termo inicial ou dies a quo e termo final ou dies ad quem. 
No que tange aos penais, inclui-se em sua contagem o termo inicial, excluindo-se 
o final. Assim, por exemplo, uma pena de reclusão de dois anos, cujo início se deu no 
dia 05 de março de 2012, será integralmente cumprida no último minuto do dia 04 de 
março de 2014. 
O art. 10 do CP dispõe, ainda, que os prazos penais devem ser contados de acordo com 
o calendário comum. Significa, destarte, que os meses e anos possuirão tantos dias quantos 
indicados no calendário. 
Se um indivíduo se sujeitar a um ano de prisão, ficará recolhido por 365 ou 366 dias, 
conforme o ano em que se execute o respectivo mandado. 
 “Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os 
meses e os anos pelo calendário comum” 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
PROCESSO SEMPRE COMEÇA A CONTAR NO DIA SEGUINTE 
PENAL SEMPRE COMEÇA A CONTAR NO DIA 
 
 Na ação penal privada tem 6 meses para apresentar a queixa crime 
Exemplo: Xinguei alguém no dia 13/09 – A pessoa tem 6 meses para prestar queixa. 
O PRAZO VENCE DI 12/09 – PORQUE CONTA O PRIMEIRO DIA (Decadência) 
O primeiro dia conta porque é a favor do réu.Prazos Clássicos do Direito Material: 
 Decadência (6 meses) 
 Prescrição 
 Representação (6 meses – exceção pública condicionada – precisa da 
autorização da vítima para processar – exemplo: Lesão corporal) 
 
CRIME 
a) Toda conduta que vulneraa objeto tutelado pela lei penal, constitui crime – Formal 
b) Conduta que vulnera objeto tutelado pela lei penal, constitui crime – Material 
c) Crime é FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL – Aspecto Anaítico 
 
FATO TÍPICO 
 
 
 
 
Os crimes precisam de: 
 CONDUTA 
 RESULTADO 
 NEXO CAUSAL 
 TIPICIDADE 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
CONDUTA 
Açao ou omissao humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. 
Pressupõe a existência de comportamento humano. 
 
3 elementos da conduta se mostram presentes em praticamente todos os sistemas 
penais: 
 
 Exteriorização do pensamento 
 Consiência 
 Voluntariedade 
 
Só haverá conduta se ocorrer a exteriorização do pensamento, mediante um 
movimento corpóreo ou abstenção indevida de um movimento 
 
Só entram no campo da ilicitude penal os atos conscientes. Se algém pratica uma 
conduta sem ter consciência do que faz, o ato é penalmente irrelevanta. Exemplo: fato 
praticado em estado de sonambulismo ou sob efeito de hipnóse. 
 
A conduta pode ser comissiva ou omissiva. 
 
DOLO: Consiste na vontade de concretizar os elementos objetivos e normativos do tipo. 
Trata-se de elemento subjetivo implícito da conduta, presente no fato típico de crime 
doloso 
 
CULPA: Há três modalidades de culpa, expressamente referidas em nosso Código 
Penal (art. 18, II): imprudência, negligência e imperícia. São, a rigor, as três formas 
pelas quais o indivíduo pode violar o dever de cuidado objetivo. 
 
 
 TEORIA CAUSAL NATURALISTA DA AÇÃO: 
 
 Ação seria a mera exteriorização do pensamento, consciente, numa 
modificação do mundo exterior. 
 “Para se afirmar que existe a ação basta a carteza de que o sujeito atuou 
coluntáriamente. O que quis, ou seja, o conteúdo da sua vontade. É 
irrelevanta a finalidade. 
 É meramente analisada pelo prisma material; 
 Não se discute se o crime foi feito visando A ou B, apenas se identifica a 
conduta; 
 - A conduta pode ocorrer porque a pessoa quis, ou porque houve coação; 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 - A coação pode ser resistível ou irresistível; 
 - Na coação irresistível ainda existe conduta, mas não existe o crime – 
exclui a culpabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITER CRIMINIS DA TEORIA CAUSALISTA 
 
Composto por 2 momento: 
 
1) EXECUÇÃO 
2) EXAURIMENTO 
 
 
RESULTADO 
 
Conduta – Material/ Natural CAUSALISMO 
 
Resultado: 
a) FORMAL: vulnera lei pena SEM resultado naturalistico/material. Exemplo: 
Injúria; 
b) MATERIA: vulnera lei pena COM resultado naturalistico/material 
 
 
 
 
 
 
 TEORIA FINALISATA DA AÇÃO: 
 
 Ação é a conduta humana consciente e volutária dirigida a uma 
finalidade. A ação e finalidade são conceitos insparáveis. O homem 
sendo conhecedo dos diversos processos causais que pode desencadear, 
dirige seus comportamentos buscando atingir algum objetivo. 
 Quando a pessoa promove a condura, ela já sai com o que ela quer (dolo 
ou culpa) 
 A conduta material/naturalística agora tem um conteúdo jurídico 
 Qual o dolo ou culpa com o qual o agente realizou a conduta? 
 Qual o fim que buscava com essa conduta. 
 
 
O estudo da conduta para a TEORIA CAUSALISTA é 
feito pelo ponto de vista materia/ natural. 
Analiza-se apenas se a conduta existiu ou não. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
ITER CRIMINIS DA TEORIA FINALISTA 
 
1) COGITAÇÃO: Pensar o crime; 
2) PREPARAÇÃO: Atos no mundo exterior SEM potencialidade de vulnerar o 
objeto de tutela; 
3) EXECUÇÃO: Atos no mundo exterios COM a potencialidade de vulnerar o 
objeto de tutela 
4) EXAURIMENTO: Atos que, depois da vulneração do objeto se desdobram. (o 
que acontece depois da execução). 
O crime é consumado ou tentado. Art. 14 – CP 
“Art. 14 - Diz-se o crime: 
 Crime consumado 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. 
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços” 
 
Se a conduta teve potencialidade, mas não executou a finalidade, é TENTATIVA. 
 
 
 
 
EXECUÇÃO 
 
 
UNISSUBISITENTE: Ato ÚNICO – NÃO TEM TENTATIVA - A conduta ocorre ao mesmo 
tempo do resultado e normalmente ocorre nos crimes formais, cujo resultado não modifica a 
matéria 
Obs: In Dubio Pró Réu = 
processual 
Favor Rei = material (se na 
hora do enquadramento tiver dúvida 
se há a tentativa ou se não houve 
nada, o enquadramento favorece o 
réu 
 
TENTATIVA É UM 
FENÔMENO QUE SE DÁ 
NA EXECUÇÃO 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
PLURISSUBSITENTE: Execução de VÁRIOS ATOS, ou seja, fracionada. Exemplo: puxa a 
arma, aperta o gatilho, dispara... mas o tiro falha e pega na parede...HÁ TENTATIVA. 
Num crime PLURISSUBSISTENTE a conduta ocorre num tempo DIFERENTE do resultado. 
Há a modificação da matéria e geralemte ocorre nos crimes materiais em que o resultado TEM 
que modificar a matéria 
 
 RESULTADO 
RESULTADO FORMAL: Execução UNISSUBISISTENTE 
CONDUTA = RESULTADO NÃO HÁ TENTATIVA 
RESULTADO NATURAL/MATERIAL: Execução PLURISSUBSISTENTE 
CONDUTA ≠ RESULTADO ATOS MULTIPLOS - HÁ TENTATIVA 
 
NEXO CAUSAL 
Trata-se do liame que une a conduta ao resultado que produziu. Constituiu requisito 
expresso do fato típico. Esse vínculo, porém, não se fará necessário em todos os crimes, mas 
somente naqueles em que à conduta exigir a produção de resultado, isto é. De uma 
modificação no mundo exterior, ou seja, cuida-se de um exame que se fará necessário no 
âmbito dos crimes materiais ou de resultado. 
 
“Relação de causalidade 
 Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem 
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido. 
 Superveniência de causa independente 
 § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, 
por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
 Relevância da omissão 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar 
o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado” 
 
 As teorias sobre a relação de causalidade 
 
Trata-se do liame que une a conduta ao resultado que produziu. Constituiu requisito 
expresso do fato típico. Esse vínculo, porém, não se fará necessário em todos os crimes, mas 
somente naqueles em que à conduta exigir a produção de resultado, isto é. De uma 
modificação no mundo exterior, ou seja, cuida-se de um exame que se fará necessário no 
âmbito dos crimes materiais ou de resultado. 
A teoria da condição simples, isto é, que não estabelece níveis de importância entre os 
antecedentes do resultado, é mais conhecida como teoria da conditio sine qua non ou da 
equivalência dos antecedentes. 
Sob o enfoque da conditio sine qua non, que foi adotada expressamente pelo nosso 
Código Penal (art.13, caput, parte final), haverá relação de causalidade entre todo e qualquer 
fator que anteceder o resultado e nele tiver alguma interferência. O método utilizado para se 
aferir o nexo de causalidade é o juízo de eliminação hipotética, vale dizer, quando se pretender 
examinar a relação causal entre uma conduta e um resultado, basta eliminá-la hipoteticamente 
e verificar, após, se o resultado teria ou não ocorrido exatamente como se dera. Assim, se, 
depois de retirado mentalmente determinado fator, notar- se que o resultado não se teria 
produzido (ou não teria ocorrido exatamente do mesmo modo), poder-se dizer que entre a 
conduta (mentalmente eliminada) e o resultado houve nexo causal. Por outro lado, se 
conclusão for a de que, com ou sem a conduta (hipoteticamente retirada), o resultado teria se 
produzido do mesmo modo como se deu, então, ficará afastada a relação de causalidade. 
Art. 13, caput: “O resultado de que depende a existência do crime somente é imputável 
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não 
teria ocorrido” 
 
 
TIPICIDADE 
A tipicidade, ao lado da conduta, constitui elemento necessário ao fato típico de 
qualquer infração penal. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Trata-se de uma relação de encaixe, de enquadramento. É o adjetivo que pode ou não 
ser dado a um fato, conforme ele se enquadre ou não na lei penal. 
Exemplo 1: “Art. 121 caput: matar alguém, reclusão de seis a vinte anos” 
 
 
 
Exemplo 2: “Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante 
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
 I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
 II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
CONDUTA + CIRCUNSTÂNCIA 
 PENA + VETOR DE DOSIMETRIA 
Subtrair coisa alheia + violência + arma + sujeito 1 e sujeito 2 
Reclusão + 4 anos + 1/3 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
ANTIJURÍDICO 
Antijuridicidade ou Ilicitude é contrariedade do fato com o ordenamento jurídico (enfoque 
puramente formal ou “ilicitude formal”), por meio da exposição a perigo de dano ou da lesão a 
um bem jurídico tutelado (enfoque material ou “ilicitude material”). 
A antijuridicidade da conduta deve ser apreciada objetivamente, sem se investigar se o 
sujeito tinha consciência de que agia de forma contrária ao Direito. 
A ilicitude possui relação com a tipicidade. A realização de um fato típico traduz um 
indício de que o comportamento é dotado de antijuridicidade. Esta característica só não se fará 
presente quando o ato houver sido praticado sob amparo de alguma excludente de ilicitude. 
 
 
 
 
 
 
 “Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
 I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.(Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo” 
 
 
 
Excludentes da Ilicitude: 
 ESTADO DE NECESSIDADE 
 LEGÍTIMA DEFESA 
 ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL 
 EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
ESTADO DE NECESSIDADE 
“Estado de necessidade 
 Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de 
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito 
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
 § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. 
 § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser 
reduzida de um a dois terços. ” 
REQUISITOS: 
a) Precisa de um perigo atual; 
b) Não pode ter conduta; 
c) Defender direito próprio ou alheio; 
d) Lesão suportada razoável; 
 
Exemplo 1: Um cachorro se solta da coleira e vai para cima de uma pessoa que atira no 
cachorro (Perigo atual). 
O que vale mais... a vida da pessoa ou a do cachorro? 
A pessoa pode alegar que não é obrigada a colocar a própria vida em risco por causa 
do cachorro. (não era razoável). 
Exemplo 2: A pessoa está em uma praça e alguém vai roubar o seu relógio de alto valor. 
A pessoa está armada e atira no sujeito. 
 Tem perigo atual; 
 A conduta não foi dele; 
 Estava defendendo o seu 
patrimônio; 
× Não era razoável – A vida de uma 
pessoa não vale um relógio. 
LEGÍTIMA DEFESA 
 “Legítima defesa 
 Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem” 
 
É razoável, desde que o mal 
causado seja inferior ao mal que 
o outro causaria. 
Para que seja lícito, é necessário 
que seja razoável. 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
A antijuridicidade da conduta deve ser apreciada objetivamente, sem se investigar se o 
sujeito tinha consciência de que agia de forma contrária ao Direito. 
REQUISITOS: 
a) Agressão Injusta (de pessoa que parta de alguém conta outra pessoa ou um bem) 
b) Meios moderados; 
c) Atual ou Iminente 
d) Defendendo direito próprio ou alheio 
 
Exemplo 1: Uma pessoa invade a sua casa e você coloca ela para fora a pancadas. 
 - A agressão injusta foi contra o direito à propriedade. 
 
 
 
Exemplo 2: Um cara ia estuprar uma mulher e ela, antes bate nele com um extintor 
de incêndio, e ele cai. Legítima Defesa. 
 
Se depois de caído ela continuar esfaqueando o cara até a morte, depois de o perigo 
ter acabado, ela cometeu excesso e responderá por homicídio. 
 
 
 
Ofendículos 
Compreendem todos os instrumentos empregados regularmente, de maneira 
predisposta (previamente instalada), na defesa de algum bem jurídico, geralmente posse ou 
propriedade. Os primeiros seriam aparatos visíveis (cacos de vidro nos muros, pontas de lança 
etc.); os segundos, ocultos (cercas eletrificadas, armadilhas etc.). De qualquer modo, a 
jurisprudência recomenda que o instrumento seja sempre visível e inacessível a terceiros 
inocentes. Em se tratando de defesa mecânica predisposta, portanto, é preciso a existência de 
alguma advertência cientificando terceiros sobre sua existência (p. ex., “Cuidado, cão bravo” ou 
“Atenção, cerca eletrificada”), além da inacessibilidade a terceiros inocentes. 
 
Legítima Defesa só é possível na EXECUÇÃO do crime 
Tem que ser produzida ANTES da consumação 
Não necessita de razoabilidade 
Todas as vezes que tive Agressão Injusta é Legítima Defesa 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Presentes esses requisitos, o titular do bem protegido não responderá criminalmente 
pelos resultados lesivos dele decorrentes. Quando atingir o agressor, terá agido em legítima 
defesa (preordenada); se atingir terceiro inocente, será absolvido com base na legítima defesa 
putativa. 
Legítima defesa putativa: O indivíduo imagina estar em legitima defesa, reagindo 
contra uma agressão inexistente. 
 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO 
Presentes esses requisitos, o titular do bem protegido não responderá criminalmente 
pelos resultados lesivos dele decorrentes.Quando atingir o agressor, terá agido em legítima 
defesa (preordenada); se atingir terceiro inocente, será absolvido com base na legítima defesa 
putativa. 
Todo aquele que exerce um direito assegurado por lei não pratica ato ilícito. Quando o 
ordenamento jurídico, por meio de qualquer de seus ramos, autoriza determinada conduta, sua 
licitude reflete-se na seara penal, configurando excludente de ilicitude: exercício regular de um 
direito (CP, art. 23, III). 
Compreende ações do cidadão comum autorizadas pela existência de direito definido 
em lei e condicionadas a regularidade do exercício desse direito. 
Pode ser “pro magistratu” que são situações em que o Estado não pode estar presente 
para evitar a lesão ao bem jurídico ou recompor a ordem pública. Como pode também Direito 
de Castigo que consiste na educação e no exercício do poder familiar. 
 
REQUISITOS: 
a) Indispensabilidade (impossibidade de recurso útil aos meios coercitivos normais) 
b) Proporcionalidade; 
c) Conhecimento da situação de fato justificante (subjetivo) 
Exemplos: 
 Intervenção médico-cirúrgica: (a intervenção cirúrgica não praticada por 
profissional habilitado apenas será autorizada em casos de estado de 
necessidade). Note-se que o médico deverá colher o consentimento do paciente, 
ou de seu representante, se menor, somente se podendo cogitar de cirurgia 
independentemente de autorização do paciente nos casos de estado de 
necessidade; 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 Violência desportiva:, desde que o esporte seja regulamentado oficialmente e a 
lesão ocorra de acordo com as respectivas regras. Assim, o boxeador que 
provoca lesão no rosto do oponente durante a luta não comete crime; 
 Flagrante facultativo: (CPP, art. 301), que constitui a faculdade conferida por lei 
a qualquer do povo de prender quem esteja em situação de flagrante delito, não 
podendo ser punido por sequestro (CP, art. 148) ou constrangimento ilegal (CP, 
art. 146). 
 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL 
Por vezes, a própria lei obriga um agente público a realizar condutas, dando-lhe poder 
até de praticar fatos típicos para executar o ato legal. 
REQUISITOS: 
■ existência prévia de um dever legal, leia-se: de uma obrigação imposta por norma 
jurídica de caráter genérico, não necessariamente lei no sentido formal; o dever poderá advir, 
inclusive, de um ato administrativo (de conteúdo genérico). 
■ atitude pautada pelos estritos limites do dever; 
■ conduta, como regra, de agente público e, excepcionalmente, de particular. 
 
Exemplos: 
■ CPP, art. 292: violência para executar mandado de prisão; 
■ CPP, art. 293: execução de mandado de busca e apreensão e arrombamento; 
■ oficial de justiça que executa ordem de despejo; 
■ soldado que fuzila o condenado a morte por crime militar em tempo de guerra; 
■ agente policial infiltrado com autorização judicial que se vê obrigado a cometer delitos 
no seio da organização criminosa (art. 2º, V, da Lei n. 9.034/95). 
 Como em todas as excludentes, também é possível que ocorra excesso (doloso, 
culposo ou exculpante). 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
CULPABILIDADE 
Juízo de reprovação que recai sobre o autor culpado por um fato típico e antijurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 Todo fato típico se presume ilícito 
Culpabilidade é a soma dos seguintes elementos: 
 IMPUTABILIDADE 
 POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
FATO TÍPICO = Subsunção do que ocorre de acordo com o padrão abstrato (que está 
no Código Penal) 
CONDUTA NATURALISTICA/MATERIAL = analisa apenas a conduta se houve coação 
resistível ou irresistíve 
 Teoria Causalista 
 Iter criminis: 
1) Execução 
2) Exaurimento 
 
CONDUTA JURÍDICA/FINALISTA = analisa a conduta + dolo e culpa 
 Finalismo – Qual a finalidade que pretendia 
 Iter criminis 
1) Cogitação 
2) Preparação 
3) Execução 
4) Exaurimento 
RESULTADO 
Pode ser: 
 Material: muda a matéria 
Momento da conduta ≠ Resultado 
PLURISSUBSISTENTE  Execução de vários atos  Possibilidade de Tentativa 
 Formal: não modifica a matéria 
Momento da conduta = Resultado 
UNISSUBSISTENTE  Ato único  Não tem Tentiva 
NEXO DE CAUSALIDADE 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Cometer um crime 
é cometer um 
FATO TÍPICO 
ANTIJURÍDICO E 
CULPAVEL 
seguindo o 
ITINERÁRIO 
CRIMINAL 
 Teoria Conditio sine qua non - Causa adequada 
TIPICIDADE 
 Fatos no enquadramento legal 
 
 
ANTIJURÍDICO = Ilícito 
Excludentes da antijuridicidade (ilicitude) 
ESTADO DE NECESSIDADE = Quebra de objeto menor para defender objeto maior 
LEGÍTIMA DEFESA = Agressão injusta de pessoa 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO = Tem o direito de agir 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER JURÍDICO = Está na Lei 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO 
EFICAZ – Art. 15 
“Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
 Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede 
que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados” 
Ocorre quando o agente inicia a execução de um crime que pretende consumar, porém 
não o faz por vontade própria 
Na DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA/ ARREPENDIMENTO EFICAZ o agente pode, mas 
não quer 
Ocorre antes do término da EXECUÇÃO 
REQUISITOS: 
 Voluntariedade: ato voluntário, de livre escolha do sujeito. Por vontade própria 
prefere desistir ou arrependeu-se impedindo a consumação do delito – interrompendo o Iter 
Criminis 
 Basta que o ato tinha sido voluntário, ainda que decorrente de sugestão de 
terceiro ou súplica da vítima 
 Eficácia: A consumação deve ter sido efetivamente evitada. 
 Efeito: O sujeito só responderá pelos atos já praticados se forem típicos. O delito que 
o agente tentou praticar, mas desistiu, não será reconhecido, apenando-o apenas pelos 
comportamentos anteriores 
 Obstáculo erroneamente suposto: A existência de um obstáculo erroneamente 
suposto que faz com que o indivíduo desista de prosseguir na execução não permitindo a 
aplicação do art. 15. 
As causas de exclusão da adequação prevista no art. 15 comunicam-se em caso de 
concurso de pessoas, porque se o fato é atípico para um, é para todos. 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
ARREPENDIMENTO POSTERIOS – Art. 16 
“Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano 
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do 
agente, a pena será reduzida de um a dois terços. ” 
Atitude praticada DEPOIS da consumação 
Causa obrigatória de diminuição de pena 
REQUISITOS: 
 Reparação integral do dano ou restituição da coisa como antes se encontrava: 
deve ser feita de forma total ou devolução no estado original; 
 Ato do sujeito: Somente incidirá quando o ato for praticado pelo sujeito ativo da 
infração. 
Quando o crime for cometido em concurso de pessoas, basta que uma delas efetue a 
reparação integral para fazer jus a diminuição de pena 
 Voluntariedade: A voluntariedade na ação do sujeito ativo é essencial para que se 
justifique a aplicação da redução da pena 
 Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa: Se houver grave ameaça ou 
violência contra a pessoa, ainda que ocorra a reparação do dano ou a devolução do bem, não 
se recomporá por completo o “status quo ante”. 
O STJ entende que para que se possa aplicar a diminuição de pena prevista no art. 16, 
faz-se necessário que o crime praticado seja ou possua efeitos patrimoniais 
 Reparação ou restituição anterior ao recebimento da denúncia ou queixa:Limite 
para que o ato voluntário do agente lhe propicie a redução da pena é o recebimento da 
denúncia ou queixa-crime (iniciação da ação penal)

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