Buscar

DPF Constitucional Bernardo 01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CURSO – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL (NOITE) Nº 17 
 
DATA – 30/08/2016 
 
DISCIPLINA – DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
PROFESSOR – BERNARDO GONÇALVES FERNANDES 
 
MONITOR – LUIZ FERNANDO PEREIRA RIBEIRO 
 
AULA 01 
 
 
Contato 
 Facebook: Bernardo Gonçalves Fernandes 
 
Bibliografia: 
 Curso de Direito Constitucional - 8ª edição, Bernardo Gonçalves Fernandes, editora 
JusPodivm. 
Senha de desconto (tempo limitado) para compra através do site da editora: Bernardo8 
Ementa: 
PONTO 1 – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
1) Constitucionalismo 
2) Constituição 
2.1) Conceito de Constituição 
3) Neoconstitucionalismo 
3.1) Conceito 
3.2) Marcos 
3.3) Características do Neoconstitucionalismo 
4) Sentido ou Concepções de Constituição 
PONTO 2 – APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
1) Pressuposto 
2) Fundamento 
3) Graus De Aplicabilidade 
3.1) Normas De Eficácia Plena 
3.2) Normas De Egicácia Contida 
3.3) Normas De Eficácia Limitada 
 
 
PONTO 1 – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
Nesta primeira aula iremos começar a analisar o ponto 1 do edital de Delegado de Polícia 
Federal, qual seja, Teoria da Constituição. Para isso, é necessário que tenhamos algumas 
noções básicas sobre: 
 
1) Constitucionalismo 
2) Constituição 
3) Neoconstitucionalismo 
4) Sentidos ou concepções de constituição 
 
Nossa tarefa inicial é focar nesses quatro pontos e analisá-los especificadamente. 
Vejamos: 
 
1) Constitucionalismo 
Fatalmente o examinador do concurso para o cargo de Delegado de Polícia Federal vai 
querer saber se o candidato sabe sobre o constitucionalismo e todas as peculiaridades. 
Conceito: 
Movimento do Século XVII na Inglaterra e do Secéculo XVIII na França e nos Estados 
Unidos, que teve como objetivo a limitação do poder (com uma nova organização do 
estado) e o estabelecimento de direitos fundamentais. Basicamente é o movimento que 
limita o poder. 
Buscou-se acabar com a ideia de um Estado da política com poderes ilimitados, para se 
implementar um Estado democrático de direito. 
Para lembrar: A ideia aqui é acabar com a “farra” no poder. 
Devemos deixar bem claro que todos são universalmente iguais, livres e proprietários, no 
mínimo, do próprio corpo. 
Feita as considerações, passemos a diferenciar o constitucionalismo inglês, americano e 
francês. 
 
Constitucionalismo Inglês Constitucionalismo Americano/Francês 
Século XVII Século XVIII 
Fruto da revolução Gloriosa de 1688-1689 
 Revolução gloriosa vai fundamentar a 
ideia de limitação de poder na 
Inglaterra, que traz a concepção de 
Fruto das revoluções Burguesas 
 
 
supremacia do parlamento (comandado 
pela Câmara dos comuns e pela 
Câmara dos lordes). O rei reina, mas 
não governa mais. 
 
Traz a ideia da supremacia do parlamento Teoria da separação dos poderes. 
Declaração de direitos – Bill of Rights – 
1689 
 
 
Declaração de Direitos de 1789 – 
(Declaração Universal dos Direitos 
Humanos) (França-1789/EUA- 1791) 
Constituição vai ser material, não escrita e 
histórica. 
 Os Ingleses nunca acreditaram que a 
Constituição para existir precisa estar 
em um documento escrito, formal e 
dogmático fundamentado. O que os 
constitui são as práticas, e não um 
documento de papel. 
 
Constituição vai ser formal e escrita 
 
 
 Como ocorreu a limitação do poder no constitucionalismo americano e francês? 
A limitação do poder se fundamenta na Constituição. O que rege é o poder das leis e não 
o poder dos homens. Vai ocorrer a era das constituições escritas, fruto das revoluções 
burguesas. 
 
Observação Importante 
Qual o modelo de constitucionalismo que mais deu certo (de maior sucesso) desde o 
constitucionalismo? A maioria dos países do mundo seguiu o modelo Inglês ou o modelo 
Americano/Francês? 
A maioria esmagadora adotou o modelo Americano/ Francês, inclusive o Brasil, desde a 
primeira Constituição monarca de 1824. Então o modelo de constitucionalismo de maior 
sucesso é o do século XVIII fruto das revoluções burguesas, que adota uma constituição 
formal e escrita. 
 
 
 
 
2) Constituição 
2.1) Conceito de Constituição 
Apresentaremos o conceito de constituição segundo o jurista e professor José Joaquim 
Gomes Canotilho, sendo este o mais cobrado nas provas de concurso público. 
Para a maioria dos países do mundo do sec. XVIII em diante, constituição é uma 
ordenação sistemática e racional da comunidade política explicitada em um documento 
escrito que organiza o Estado e estabelece direitos e garantias fundamentais. 
 Sistemática porque é um sistema, organizada em capítulos, títulos, artigos, 
parágrafos, alíneas. 
 Racional porque é racionalmente feita pelo homem do sec. XVIII (influência do 
Iluminismo, Século das luzes) 
 
3) Neoconstitucionalismo 
3.1) Conceito: 
É um movimento da segunda metade do Século XX (Pós-2ª Guerra Mundial) em diante, 
que tem (ainda está ocorrendo) como objetivo desenvolver um novo modo de 
compreender, interpretar e aplicar o direito constitucional e as constituições. 
 
Observações Importantes 
3.2) Marcos 
Quais são os marcos do neoconstitucionalismo? 
O neoconstitucionalismo vai ter 3 grandes marcos, quais sejam: 
 
 Histórico 
É o Estado constitucional de direito do pós 2ª Guerra Mundial, mais especificamente na 
Europa. 
Perceba que após 2ª Guerra mundial vamos ter um novo constitucionalismo. 
Exemplo: 
-Constituição da Alemanha de 1949 (Lei fundamental de Bohn) 
-Constituição da Itália de 1948 
-Constituição de Portugal de 1976 
-Constituição da Espanha de 1978 
 
 Filosófico: 
Qual o marco filosófico do neoconstitucionalismo? 
 
 
É o Pós-Positivismo 
Mas o que é o Pós-Positivismo? 
É um movimento que busca superar a dicotomia (hiato, conflito) positivismo x 
jusnaturalismo, pois ele vai além da legalidade estrita (direito positivo legalizado pode vir a 
produzir injustiça, vide o nazismo), mas não desconsidera o direito posto. Portanto, o pós-
positivismo advoga uma reaproximação entre o direito e a ética, o direito e a moral, e 
entre o direito e a justiça. 
 
 Teórico: 
É um conjunto de teorias que dizem respeito á força normativa da constituição (que não 
tinha na Europa), a expansão da jurisdição constitucional (Poder Judiciário defendendo a 
força normativa), e o surgimento de novos métodos de interpretação, chamada de nova 
hermenêutica constitucional. 
Antigamente qual eram os métodos para interpretar o direito? 
Métodos clássicos de Savigny: Método literal, histórico, sistemático, teleológico ou 
finalístico. 
Porém, hoje em dia temos uma série de métodos de interpretação (surgimento de novos 
métodos de interpretação), no qual podemos citar o Principio da proporcionalidade, a 
ponderação, a tópica, a metódica etc. 
 
3.3) Características do Neoconstitucionalismo 
a) Constituição como centro do ordenamento jurídico 
Tudo gravita em torno da constituição com o neoconstitucionalismo. Imaginem a 
constituição como se fosse o sol, e os microssistemas jurídicos como se fossem os 
planetas que gravitam em torno daquele. 
 Temos aqui o Movimento de Constitucionalização do Direito. A constituição ganha 
uma centralidade e todo o ordenamento se constitucionaliza. (Direito civil é 
constitucional, Direito penal é constitucional, Direito Processual Penal é constitucional, 
ou seja, todos os ramos do direito se constitucionalizam). 
 Há uma invasão da Constituição. 
 Marcado pela Ubiquidade Constitucional - a Constituição está em todos os lugares ao 
mesmo tempo no ordenamento jurídico. 
 Filtragem Constitucional – A constituição é um filtropra todo ordenamento. Todo 
norma jurídica só tem sentido se passar por essa filtragem. 
 
 
 Interpretação conforme a constituição - qualquer interpretação do ordenamento 
jurídico só tem sentido se for conforme a constituição. 
 
b) Força Normativa da Constituição 
A constituição deixa de ser um documento meramente político para ser efetivamente 
jurídico (ter uma efetividade jurídica). 
 
c) Busca pela Concretização de Direitos Fundamentais 
Não adianta só estabelecer direitos, devendo concretizá-los (não só os direitos civis e 
políticos, mas também os direitos sociais). 
É a busca pela concretização dos direitos fundamentais tendo como fundamento a 
dignidade da pessoa humana (núcleo axiológico de um ordenamento jurídico). 
Fala-se na Dignidade da pessoa humana com uma eficácia Irradiante. 
 
d) Judicialização da Política e das Relações Sociais 
Tudo se judicializa no Brasil e nos Países do Mundo. 
União homoafetiva, quotas raciais, marcha da maconha, lei de biosegurança, são 
exemplos de questões que são apreciados pelo atual judiciário que antigamente jamais 
seriam. 
Temos com isso um deslocamento de poder do Executivo e Legislativo para o Judiciário. 
O Judiciário passa a ser protagonista de ações, influenciando até mesmo a 
implementação de políticas públicas. (Ex: Quando o Poder Judiciário determina que 
determinada verba pública deva ser aplicada nas creches e pré-escolas e não em outros 
projetos). 
Temos aqui o chamado ativismo judicial, sobretudo na concretização de direitos 
fundamentais sociais. 
 
e) Reaproximação entre o direito e a ética, direito e a moral, direito e a justiça e direito e 
a filosofia. 
Atenção para a reaproximação entre o direito e a filosofia, uma vez que não tratamos 
deles no pós-positivismo, e ainda muitas pessoas desconhecem essa característica. 
 
f) Novas Teorias: 
 Da Norma 
O que muda na perspectiva da norma jurídica com o neoconstitucionalismo? 
 
 
Temos o reconhecimento da força normativa dos princípios, no qual deixam de ter uma 
função secundária para ter uma função primária no ordenamento, pois passam a ser tão 
normas quanto as regras. 
Princípios são tão regras como a norma jurídica. (autores como Alexy e Dworkin vão 
trazer essa novidade para o ordenamento jurídico). 
Tem como exemplificar isso? 
Sim. Veja que o próprio art.4º da Lei de Introdução ás Normas do Direito Brasileiro (antes 
denominada de Lei de introdução ao código civil) diz que: 
“Art. 4
o
 Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes 
e os princípios gerais de direito.” 
 
 
Os princípios jurídicos tinham uma função de colmatação, de preenchimento de lacuna. 
Hoje em dia, mesmo existindo uma regra pode ser aplicado um princípio. Portanto temos 
um reconhecimento da força normativa dos princípios. 
Perceba que o reconhecimento da força normativa dos princípios pelo 
neoconstitucionalismo trouxe uma distorção para o sistema jurídico em relação ao 
emprego indiscriminado e incontrolável de princípios pelo poder judiciário, é o que alguns 
autores chamam de Pan-principiologismo. 
 Das Fontes – 
Fonte é de onde o direito provém. 
O Poder Judiciário passa a produzir o direito em virtude do seu protagonismo no 
neoconstitucionalismo. Sumulas vinculantes, repercussão geral do recurso extraordinário, 
informativos de jurisprudência são exemplos disso. 
A partir de então, temos a expansão da jurisdição constitucional e dos tribunais 
constitucionais. 
 Da Interpretação - 
O que o neoconstitucionalismo traz de teoria da interpretação? 
Há o surgimento de novos métodos de interpretação que vão além dos métodos clássicos 
(Literal, Histórico, Sistemático, Teleológico). Temos a nova hermenêutica constitucional 
(ex: Princípio da Proporcionalidade, Ponderação, a Tópica, e as Teorias da Argumentação 
Jurídica). 
 
4) Sentidos ou Concepções de Constituição 
a) Sentido Sociológico 
Idealizado por Ferdinand Lassalle, que escreve no século XIX (1863). 
 
 
É aquele que entende que a constituição deve ser definida como os fatores reais de 
poder que regem a sociedade. 
Quais são esses fatores reais de poder? 
Econômicos, Militares, Religiosos... 
Lassalle afirma que a Constituição jurídica como documento é uma “constituição folha de 
papel”, que é afastada pela Constituição como fatores reais de poder. 
 
b) Sentido Político 
Carl Schmitt quem escreveu no século XX (1920) o sentido político de constituição. 
E o que é constituição para ele? 
A constituição é entendida como as decisões políticas fundamentais do povo. 
Basicamente é aquilo que o povo decide (Poder Constituinte). 
Esse sentido político também é chamado de conceito decisionista. 
Schmitt afirma que o documento constitucional é representado por leis constitucionais, 
que não prevalecem sobre as decisões políticas fundamentais do povo. 
 
c) Sentido Jurídico 
Hans Kelsen (Século XX – 1961 - Teoria pura do direito) e Konrad Hesse(Século XX – 
1959 - Força normativa da constituição) são os precursores do sentido jurídico de 
constituição. 
Neste sentido, a Constituição é uma norma prescritiva de “dever ser” que vincula 
condutas e rege o Estado e a sociedade. 
Quem conduz o estado não são fatores reais de poder ou decisões políticas 
fundamentais do povo, mas sim a Constituição. A ênfase é jurídica, o que prevalece é o 
direito. 
 
d) Sentido Cultural (Concepção Cultural) 
Para Peter Haberle (Século XX), a Constituição é produto da cultura, ou seja, ela é o 
reflexo de um Estado e uma sociedade em um determinado momento histórico. 
É o retrato de um povo, o espelho da sociedade em um determinado momento. 
 Ela só é conduzida pela cultura ou ela produz cultura? 
A constituição é condicionada pela cultura, mas também é condicionante da cultura de 
uma sociedade (Ela muda ou pode mudar a cultura de um povo). Aquilo que Peter 
Haberle chama de movimento dialético. Não é uma via única, mas sim uma via de mão 
dupla, ou seja, ela é condicionada mas também condicionante. 
 
 
O sentido cultural abarca todo os outros sentidos dentro dele (sociológico, político, 
jurídico) 
 
PONTO 2 – Aplicabilidade das Normas Constitucionais 
Neste ponto vamos classificar as normas constitucionais de acordo com a aplicabilidade e 
eficácia. Seguindo essa linha, iremos trabalhar com a Teoria Brasileira da Aplicabilidade 
das Normas Constitucionais que tem como grande artífice o professor José Afonso da 
Silva. Lembre-se que existiram outras teorias, como por exemplo a americana e a italiana, 
mas o que nos interessa é a Teoria Brasileira. 
1) Pressuposto 
Qual é o pressuposto (ponto de partida) da Teoria Brasileira? 
Todas as normas constitucionais são dotadas de aplicabilidade. Por mais programática 
que a norma constitucional seja, ela é dotada de aplicabilidade. 
2) Fundamento 
Qual o fundamento desse pressuposto? 
Porque todas as normas carregam consigo, no mínimo, o efeito positivo e o efeito 
negativo. 
 Efeito Positivo: Revogar tudo do ordenamento anterior contrário ás normas 
constitucionais. É um efeito Pró-ativo. (tecnicamente temos a não recepção) 
 Efeito Negativo: Efeito de negar ao legislador ordinário à possibilidade de produzir 
normas contrárias a Constituição. 
E se os legisladores produzirem normas que contrariem normas constitucionais? 
Deve ser manejada Ação Direta de Inconstitucionalidade para retirá-las do ordenamento. 
 
3) Graus de Aplicabilidade 
Segundo José Afonso da Silva, todas as normas constitucionais possuem aplicabilidade, 
isso é inegável, porém existem graus quanto a essa aplicabilidade (ou eficácia). 
Antesde classificarmos os graus de aplicabilidade, necessário se faz tecer algumas 
breves observações que auxiliarão no entendimento deste ponto. 
OBS1: O que é aplicabilidade? E que eficácia é essa? 
Aplicabilidade: Nada mais é do que possibilidade de aplicação (conceito do senso 
comum). 
Quais são os requisitos para ter possibilidade de aplicação? 
 - Vigência 
 - Validade 
 
 
 - Eficácia Jurídica – É a aptidão (potencialidade) da norma para regular condutas 
concretas. 
OBS2: E o que é eficácia social? 
É aquela que ocorre quando a norma é realmente obedecida e aplicada na prática, àquilo 
que o ministro do STF Luis Roberto Barroso chamou de efetividade. 
Pergunta: Podemos ter uma norma com eficácia jurídica sem que ela tenha eficácia 
social? 
Sim, por exemplo, no Código de Trânsito Brasileiro tinha uma norma que dizia que todos 
os carros do Brasil deveriam portar um kit primeiros-socorros, porém, como sabemos, 
não vigorou por falta de efetividade. 
Feito esses esclarecimentos, Passemos a Classificação: 
 
3.1) Normas de Eficácia Plena 
São aquelas que são bastante em si, ou seja, que reúnem todos elementos para a 
produção de todos os efeitos jurídicos. 
São dotadas de uma aplicabilidade Direta e Imediata (possuem um alto grau de 
aplicabilidade) 
Exemplos: 
-Art. 1º da CR/88 
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político.” 
 
-Art. 44 da CR/88 
 
“Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal. 
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.” 
 
-Art. 46 da CR/88 
 
“Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, 
eleitos segundo o princípio majoritário.” 
 
Perceba que não há necessidade dessas normas serem integradas, sendo 
autoexplicativas e aptas a produzir todos os seus efeitos jurídicos. 
 
3.2) Normas de Eficácia Contida 
 
 
São aquelas que nascem com eficácia plena, mas terão seu âmbito de eficácia reduzido, 
restringido ou contido pelo legislador infraconstitucional. 
Por nascerem com eficácia plena, possuem um alto grau de aplicabilidade. 
Aplicabilidade Direta e Imediata. 
Exemplos: Art. 5º XIII e VIII, e Art. 37, I da CR/88. 
“Art. 5º. 
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer;” 
 
Note que quando a regra diz que “é livre qualquer trabalho, oficio ou Profissão”, está se 
garantindo a liberdade plena de profissão, porém seu âmbito é contido pelo legislador 
infraconstitucional na parte “atendidas as qualificações profissionais que as leis 
estabelecer”. 
 
3.3) Normas de Eficácia Limitada 
São aquelas que não são bastante em si, ou seja, não reúnem todos elementos para a 
produção de todos efeitos jurídicos, pois necessitam de complementação (de 
regulamentação) dos poderes públicos para tal, ou seja, há necessidade de atuação dos 
poderes públicos para que elas venham a produzir mais efeitos. 
Se o poder público não atuar, ela não vai aumentar a aplicabilidade que existe, porém 
pequena. 
São dotadas de aplicabilidade Indireta ou Mediata. 
As normas de eficácia limitada se dividem em: 
 Normas de Eficácia Limitada de Princípios Institutivos 
São aquelas que apresentam esquemas gerais de organização do Estado. 
Exemplos: Art. 18, §2º; Art. 33, Art. 90 §2º da CR/88 
 
“Art.18. 
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.” 
 
 Normas de Eficácia Limitada de Princípios Programáticos 
São aquelas que estabelecem tarefas, programas e fins para o cumprimento pelo estado 
e pela sociedade. 
Ex: Art. 196, 205, 215 da CR/88 
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” 
 
 
 
Lembre-se que nossa constituição é dirigente, ou seja, estabelece uma série de tarefas e 
programas para cumprimento pelo Estado e pela sociedade. Assim, o poder público tem 
que atuar para concretizar direitos esses considerados programáticos.

Outros materiais