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Direito Constitucional II Processo Legislativo.pptx

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Direito Constitucional II
 
Processo Legislativo
Processo Legislativo
Processo Legislativo
1. CONCEITO.
 
Conforme os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: “ A expressão “processo legislativo” compreende o conjunto de atos (iniciativa, emenda, votação, sanção ou veto, promulgação e publicação) realizados pelos órgãos competentes na produção das leis e outras espécies normativas indicadas diretamente pela Constituição”.
Tais espécies normativas estão previstas expressamente no art. 59 da Lex Fundamentalis in casu: 
· Emendas à Constituição;
· Leis complementares;
· Leis ordinárias;
· Leis delegadas;
· Medidas provisórias;
· Decretos legislativos;
· Resoluções.
As referidas espécies normativas são denominadas normas primárias, pois retiraram seu fundamento de validade diretamente da Constituição Federal, sendo, assim, o primeiro nível das normas que derivam da Carta Magna (infraconstitucional).
Também cabe destacar que todas elas estão no mesmo plano hierárquico, com exceção da emenda constitucional, cuja elaboração decorre do Poder Constituinte Derivado de Emenda.
Ademais, cabe apenas às espécies normativas em questão inovarem no ordenamento jurídico, no ato de regulamentar a Constituição Federal.
E isso ao contrário de outros atos, ditos atos de 2º nível, secundários ou infralegais, editados para regulamentar normas infraconstitucionais, sendo exemplo, os decretos, os regulamentos, as resoluções ministeriais, as portarias administrativas.
Os atos de 2º nível, por não integram o processo legislativo quando da sua formação, não podem inovar no ordenamento jurídico.
2. CLASSIFICAÇÃO
A doutrina classifica os processos legislativos em relação às formas de organização política, em:
a) Autocrático.
b) Democrático.
b.1) Direto;
b.2) Indireto ou representativo;
b.3) Semidireito.
No processo legislativo autocrático as leis são elaboradas pelo próprio governante. Os cidadãos não participam.
O processo legislativo democrático se divide em Direto, Indireto ou representativo e Semi direito.
No processo legislativo direto as leis são discutidas e votadas pelo povo diretamente.
No processo legislativo indireto ou representativo as leis são elaboradas através dos representantes do povo. É o tipo de processo legislativo que existem no Brasil. Os cidadãos escolhem seus representantes em eleições e estes decidem sobre o processo de elaboração das espécies normativas.
No processo legislativo semidireto o projeto de lei é discutido e votado por representantes do povo, após o que será submetido a referendo popular. Que é uma concordância da vontade do órgão representativo junto com a vontade do eleitorado. 
3. PROCEDIMENTO:
Quanto aos tipo de procedimento (ou rito processual e prazos) os processos legislativos podem ser:
 Ordinários;
 Sumários;
c) Especiais.
Como asseveram os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino:
“O processo legislativo ordinário é aquele que se destina à elaboração de leis ordinárias, caracterizando-se pela inexistência de prazos rígidos para a conclusão das diversas fases que o compõem.
O processo legislativo sumário segue as mesmas fases procedimentais do processo ordinário, mas com uma diferença: no processo legislativo sumário exige prazo para que o Congresso Nacional decida sobre o assunto (Projeto Lei Ordinária em regime de urgência).
Os processos legislativos especiais seguem rito diferente do estabelecido para a elaboração das leis ordinárias, como é o caso das emendas à Constituição, das leis complementares, das leis delegadas, das medidas provisórias , das resoluções e dos decretos legislativo. 
4. INOBSERVÂNCIA AO DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO
Acaso as regras estabelecidas para a elaboração das diversas espécies de normas primárias existentes em nosso ordenamento não sejam obdecidas, o Poder Judiciário poderá declarar inconstitucionalidade do ato normativo produzido em desacordo com o devido processo legislativo (inconstitucionalidade formal), através do controle de constitucionalidade das leis, e isso já na iniciativa do projeto. 
O processo legislativo de elaboração das normas pode ser modificado por meio de emendas à Constituição.
5. DECURSO DE PRAZO
Atualmente, no Brasil, não mais existe a aprovação tácita de projetos das espécies legislativas sem apreciação deste por parte do Congresso Nacional, pela simples expiração do prazo previsto para a sua análise.
No entanto, e como ser melhor visto adiante, se o chefe do Poder Executivo, após aprovação do projeto pelo Poder Legislativo, não manifestar, por meio de veto ou sanção, no lapso de 15 dias úteis, seu silêncio implicará em sanção tácita. 
6 ESQUEMA DO PL DAS LEIS ORDINÁRIAS E COMP. (Prof. PEDRO LENZA ) 
7. PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
O processo legislativo ordinário é o responsável por elaborar leis ordinárias , sendo composto por todas as fases e procedimentos comuns ao processo legislativo, que nem sempre estão presentes nas demais.
Este processo é dividido em três fases:
· Fase introdutória;
· Fase constitutiva;
· Fase complementar.
7.1. FASE INTRODUTÓRIA 
A fase Introdutória representa a iniciativa legislativa, ou seja, é o ato que desencadeia o processo de formação da lei, sendo conferida a algum órgão ou alguém para apresentar projeto de lei ao Poder Legislativo.
Diz o art. 61 da CF: “A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Const”.
Conquanto o dispositivo acima não mencione o Tribunal de Contas da União, entende-se que ele pode propor leis acerca de seus cargos, serviços e funções por força do art. 73 c/c. 96, II, da CF/88.
Já os arts. 51, IV, e 52, XIII, da CF/88 outorgam iniciativa de lei para a Câmara do deputados e para o Senado Federal disporem sobre a remuneração de seus respectivos cargos, empregos e funções.
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados, verbis:
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Assim, iniciativa pode ser geral, concorrente, reservada (exclusiva ou privativa), do art. 67 da CF, popular, parlamentar, extraparlamentar e vinculada .
A iniciativa geral é a conferida a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado ou do CN, ao Presidente da República, ao STF, aos Tribunais Superiores, ao PGR e aos cidadãos (art. 61,CF).
Mas, como observa Vicente Paulo: “A denominação “iniciativa geral” não significa, porém, que caiba aos legitimados com ela contemplados a competência para a iniciativa das leis sobre qualquer matéria. Na Constituição Federal de 88, ninguém possui propriamente, iniciativa geral, irrestrita”, pois devem ser respeitados os casos de iniciativa reservada.
“A expressão “iniciativa geral” deve ser entendida, portanto, como indicativa de que os legitimados com ela contemplados poderão dar início ao processo legislativo sobre quaisquer matérias, ressalvadas as hipóteses de iniciativa reservada.” 
A iniciativa é conjunta, segundo o prof. Pedro Lenza quando há um “consenso de vontades, estabelecendo a CF competência para que diversas pessoas , conjuntamente, deflagrem o processo legislativo”.
Um exemplo era iniciativa introduzida pela EC nº 19/98, que modificou o inc. XV do art. 48, estabelecendo competência conjunta para a fixação dos subsídios dos Mins do STF, pelos PR, da CD, do SF e do próprio STF. Mas, posteriormente, tal competência foi afastada pela EC nº 41/2003, que outorgou tal competência apenas ao Congresso Nacional.
A iniciativa é concorrente quando mais de um legitimado (pessoa ou órgão) pode dispor sobre a apresentação do PL. Exemplo, a iniciativa de lei sobre a organização do MPU, concorrente entre o Presidente da Rep. e o Procurador Geral da República (CF, art. 61, § 1º, II, d c/c. art. 128, § 5º). 
A iniciativa é reservada, exclusiva ou privativa quando apenas certos legitimados podem propor leis sobre matérias específicas, pena de tal violação configurar vício formal de iniciativa. Ex.: Art. 61, § 1º, da CF/88. 
A iniciativa é popular quando partir só de cidadãos, arts. 14, III, e 61, § 2º, CF)“A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
A iniciativa do art. 67 da CF, ou por maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do CN, é aquela, por óbvio, prevista no art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional”. A maioria absoluta da Câmara é 257 deputados federais e do Senado é 41 senadores, independente do nº de presentes na sessão.
A iniciativa é parlamentar quando a CF a confere a todos os membros do Congresso Nacional (Deputados Federais, Senadores da República).
A iniciativa é extraparlamentar quando conferida ao Chefe do Exec, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Ministério Público e ao cidadãos, ou seja, pessoas não integrantes do Congresso Nacional.
A iniciativa é vinculada, por fim, quando, conforme aduzem os profs Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, o legitimado tem obrigação de iniciar o processo legislativo nos prazos e condições estabelecidos na CF.
7.1.1. VÍCIO DE INICIATIVA 
A CF outorga, no art. 61, a iniciativa das leis compl(s). e ord(s). a certas pessoas e comissões, ressalvando os casos de competência privativa.
E é justamente por violação da competência privativa que o projeto de lei pode ser declarada inconstitucional, ou seja, quando proposta por quem não tem competência constitucional para tanto, ocorrendo a inconstitucionalidade formal.
E, conforme reiterados julgados do STF , a sanção do Chefe do Poder Executivo não pode suprir o vício de iniciativa, inclusive quando a proposta de lei for de sua competência. 
7.1.2. CASA INICIADORA E CASA REVISORA
Consoante dispõe o art. 65 da CF, o PL iniciado e aprovado perante uma das casas do Congresso Nacional (Câmara do Deputados ou Senado Federal - bicameral) será revisto pela outra. A casa onde se inicia o proc. legislativo chama-se iniciadora e a outra, revisora.
Se o projeto for de iniciativa de Deputado Federal, de comissão da Câmara dos Deputados, do Presidente da República, do STF e dos Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da República e dos cidadãos a casa iniciadora será a Câmara do Deputados e a casa revisora o Senado.
Se o projeto for de iniciativa de Senador da República ou comissão integrante do Senado Federal, a casa iniciadora será o Senado Federal e a casa revisora a Câmara do Deputados.
Se for Comissão Mista do CN, o projeto é apresentado alternadamente
7.2. FASE CONSTITUTIVA
A Fase constitutiva é divida em 2 etapas, a constituída pela discussão e a da votação do PL nas 2 casas do CN (CD e SF), a primeira denominada Deliberação Parlamentar e a subsequente, que é manifestação do Chefe do Poder Executivo, chamada de Deliberação Executiva. 
7.2.1. DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR 
A deliberação parlamentar assim se processa: 
Apresentado o projeto de lei ao CN, inicia-se a fase de discussão de suas proposições.
Na Casa Iniciadora o projeto de lei será examinado pela Comissão de Constituição e Justiça (que atestará a constitucionalidade, ou não, do projeto de lei, sendo o seu parecer de observância obrigatória) e pelas comissões temáticas pertinentes (que examinam o projeto de acordo com as matérias ali constantes, podem fazer emendas, e emitem parecer, o qual é meramente opinativo, salvo o da Comissão de Finanças, quando da adequação financeira ou orçamentária da proposição, que também é de observância obrigatória. 
As comissões temáticas, na forma do regimento interno de cada Casa, poderão aprovar diretamente o PL, com dispensa do envio ao plenário, mas, vale salientar, depende do Regimento Interno, havendo casos é que apenas o plenário da Casa poderá, após discussão, votar ao proposta.
A votação é o ato de decisão das Casas, cujo quorum de aprovação, em regra, é de maioria simples ou relativa.
Maioria simples ou relativa é a denominação dada quando considera-se apenas a maioria dos presentes. Por levar em conta somente o número de indivíduos presentes no ato, não há como estabelecer um nº fixo, pois ele se altera em conformidade com os que estão presentes.
Maioria Absoluta é composta do 1º número inteiro acima da metade dos membros do CN, de suas Casas ou Comissões (não é metade mais 1).
Dentre as hipótese , é necessário para aprovação de lei complementar; rejeição do veto presidencial; perda de mandato parlamentar; aprovação do Senado de indicação do PR para cargo de Ministro do STF ou STJ.
 Como dito, na Câmara dos Deputados (513) a maioria absoluta é 257.
No Senado Federal (81) a maioria absoluta é 41.
No Congresso Nacional (513 + 81 = 594) a maioria absoluta é 298.
Maioria Qualificada, trata-se de número superior a maioria absoluta.
Exemplo: 3/5 de cada Casa para aprovação de EC; 2/3 dos Deputados Federais para instauração de processo contra Presidente da República; 2/3 do Senado Federal para julgamento do Presidente da República e outros por crime de responsabilidade.
À esse propósito, ainda cumpre informar que, nos termos do art. 47 da CF, é preciso maioria absoluta para instalar validamente a sessão do plenário da Casa por tramita o PL e maioria simples para votação de uma lei ordinária, litteris: “Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.”
Como visto, o número para instalar a sessão é fixo, porquanto leva em consideração o número do colegiados (257 deputados e 41 senadores). Já para deliberar, no caso de maioria relativa, não é fixo, visto que depende do nº de presentes.
Por exemplo: se os 513 Deputados Federais estiverem presentes no plenário da Câmara do Deputados,há quorum para a instalação da sessão e para aprovação do Projeto de lei ordinária, mas haverá necessidade da maioria dos presentes (257), para aprovação de projeto de lei complementar. Agora, se estiverem presentes só 257 deputados, também haverá quorum para instalação da sessão, mas a aprovação do projeto de lei complementar devera se dar por todos, sem qualquer abstenção, e para lei ordinária, descontadas as abstenções, bastaria a maioria simples .
Ainda cumpre citar outro exemplo ofertado pelo professor Vicente Paulo, in verbis:
“Se presentes 80 Senadores à sessão, serão necessários 41 votos a favor para a aprovação da lei ordinária (se não houver abstenções); se presentes 60 Senadores, serão necessários 31 votos a favor (se não houver abstenções); se presentes 50 Senadores à sessão, e se houver, entre estes, 20 abstenções, serão necessários apenas 16 votos a favor para a aprovação da lei ordinária (50 presentes – 20 abstenções = 30 votos: 16 a favor e 14 contra.”
Já para aprovar o Projeto de Lei Complementar, esse número é fixo, qual seja, no mínimo de 41 senadores a favor.
“Moral
da história: você não pode afirmar que sabe, sempre, qual o número mínimo de votos necessários para a aprovação de uma lei ordinária na Câmara dos Deputados (ou no Senado Federal), pois esse número vai depender dos Deputados (e Senadores) presentes à(s) (respectivas) sessão(ões); mas você pode afirmar, sem medo de errar, qual o número mínimo de Deputados (e Senadores) necessário(s) para a aprovação de uma lei complementar (257 votos, para deputados) (e 41 votos, para os senadores), visto que este número leva em conta o total de integrantes da Casa - e não os presentes à sessão de deliberação.
Aprovado o projeto de lei na Casa Iniciadora, ele segue para a Revisora. 
A 1a deliberação é chamada de deliberação principal e a outra, de deliberação revisional.
Na Casa Revisora, o PL terá o mesmo curso que teve na Casa Iniciadora, isto é, passando pelas Comissões e depois vai ao plenário para um turno de discussão e votação, sendo necessário, igualmente, maioria absoluta para instalar e maioria simples para deliberar (art. 47 da CF).
 Nos termos do art. 65 da CF, a Casa Revisora, em um só turno de votação, poderá: 
a) aprovar o projeto – sem emendas - e encaminhá-lo à sanção (ou veto do Chefe do Poder Executivo (PR) – art. 66);
b) rejeitá-lo, quando ele, então, será encaminhado ao arquivo, com aplicação do princípio da irrepetibilidade, salvo aplicação do art. 67,CF;
c) ou, emendá-lo, com devolução para a Casa Iniciadora, que poderá acatar as emendas e enviar,a após o autógrafo, ao Chefe do Executivo, para sanção ou veto, se rejeitadas as emendas, o projeto vai sem elas para o PR, sendo vedada, em qualquer das hipótese a apresentação de subemendas, que é a emenda da emenda (art. 65, parágrafo único, CF).
A emenda deve guardar relação lógica com o objeto. 
Havendo divergência na emenda: prevalece a vontade de quem fez a deliberação principal (Casa Iniciadora).
Por esse motivo que se diz que a Casa iniciadora tem prevalência no processo legislativo, aplicando-se o princípio da primazia da deliberação principal, o qual só não tem aplicação no procedimento da emenda à Constituição, pois este precisa de aprovação em dois turnos nas duas casas do CN.
Ainda a esse propósito, cumpre assevera que a Câmara dos Deputados está numa posição de prevalência em relação ao Senado Federal, vez que os projetos de lei extraparlamentares iniciam-se por aquela Casa, cabendo a ela, na maioria do caso, fazer a deliberação principal. 
7.2.1.1. TIPOS DE EMENDAS
As emendas, a teor do art. 118 do RICD, podem ser: 
a) aditivas: acrescentam algo à proposição inicial;
b) aglutinativas: resultam da fusão de outras emendas, ou desta com texto original;
c) supressivas: eliminam qualquer parte da proposição principal; 
d) modificativas: alteram a proposição inicial, sem, contido, modificar-lhe a substância;
e) substitutivas: alteram a proposição inicial modificando-lhe forma e substância; e, 
f) de redação ou redacional: para sanar vício de linguagem, enganos, erros do projeto principal. 
O poder de emenda diz repeito à função legislativa, ou seja, é próprio do legislador alterar projetos de leis.
No entanto, não qualquer hipótese que admite emenda. V.g: Não é possível aumentar a despesa prevista no projeto de iniciativa exclusiva do Presidente da República (art. 63, I da CF); nem nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público (art. 63, II).
 Ademais, a emenda que provoca o retorno do projeto de lei à Casa Iniciadora é a que modifica o sentido da proposição. Se não mudar, não há necessidade de retorno à Casa Iniciadora. Exemplo: para correção de meros erros de grafia, não se faz necessário o retorno.
Após a deliberação parlamentar, o PL segue para o Chefe do Executivo, com redação da Casa Iniciadora, que o analisa com base no autógrafo.
O autógrafo, como disse o Min. Celso de Mello, ADIn 1393, “constitui o instrumento formal consubstanciador do texto definitivamente aprovado pelo Poder Legislativo – deve refletir, com fidelidade, em seu conteúdo intrínseco, o resultado da deliberação parlamentar.
Na realidade, o autógrafo equivale a verdadeira cópia autêntica da aprovação parlamentar do projeto de lei, devendo refletir todas as transformações introduzidas, mediante emenda, na proposição legislativa.
Vê-se, desse modo, que o exercício do poder de sanção/veto, pelo Chefe do Executivo, incide sobre o texto formalmente consubstanciado no autógrafo, que não pode - e nem deve - divergir do resultado final da manifestação parlamentar.”
7.2.2. DELIBERAÇÃO EXECUTIVA
Aprovado, com ou sem emendas, o projeto segue para o Presidente da República, para sanção ou veto.
7.2.2.1. VETO 
O veto é o desacordo aos termos de um projeto de lei, pelo Chefe do Poder Executivo, impedindo, ao menos momentaneamente, a conversão do projeto, ou parte dele, em lei.
Há divergência doutrinária quanto a sua natureza jurídica, para uns é um direito, para outros, um poder, ou, ainda, um poder-dever.
O veto deve ser expresso, aposto no prazo de 15 dias do recebimento do projeto de lei, pois o silêncio, a teor do § 3º do art. 66 da CF, importará em sanção. Por esse motivo, e ante a não previsão de qualquer exceção pela CF/88, é que se diz não existir veto tácito no Brasil.
A contagem do prazo para o veto inicia-se do recebimento, excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento. Igualmente excluem-se os sábados, domingos e feriados, levando em conta apenas os dias úteis.
E, após a comunicação dos motivos do veto ao Presidente do Senado, que deve ocorrer no prazo de 48h (art. 66, § 1º, CF), ele será irretratável.
Quanto à classificação: o veto pode ser jurídico ou político.
No veto jurídico é feita uma análise da constitucionalidade do PL.
No veto político o exame que se faz leva em consideração o interesse público, e, sendo julgado contrário, será aplicado o veto. 
Em ambos casos o veto deverá ser motivado (art. 66, § 1º, in fine). 
O Presidente da República, ao vetar o PL, só poderá fazê-lo de forma integral (veto total) ou de parte dele (veto parcial), não dispondo de competência para fazer qualquer acréscimo ou adição ao texto.
O veto parcial deverá abranger todo texto do artigo, do inciso, do parágrafo ou da alínea, não havendo a possibilidade de incidir apenas sobre determinadas palavras ou expressões (art. 66, § 2.°). 
No caso de veto parcial, apenas a parte vetada volta para o Congresso, as demais serão sancionadas e seguirão para promulgação e publicação. 
O Veto é relativo, também chamado de superável, ou seja, pode ser superado por votação no CN em sessão conjunta (art. 57, IV, da CF), pelo que o CN dispõe de 30 dias corridos, a contar do recebimento do veto, para apreciá-lo (art. 66, §4º da CF). Ultrapassados os 30 dias sem deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sendo sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
 
Mantido o veto pelo Congresso Nacional, o projeto será arquivado. 
Para rejeição do veto, deverá haver maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto, sendo necessários 257 votos dos deputados e 41 votos dos senadores (art. 66, § 4º, da CF).
 Diz o art. 66, § 5º, da CF/88: “Se o veto não for mantido, será o projeto enviado para promulgação, ao Presidente da República” (art. 66, §5º da CF). In casu, há um curioso erro de técnica legislativa neste dispositivo, pois a rejeição do veto importa na transformação do projeto de lei em lei. Assim, a “lei” que segue para a promulgação e não o “projeto”. 
Se for rejeitado o veto parcial, será transformado em lei, promulgado e publicado como parte da lei que fazia parte. Logo, uma lei no Brasil pode ter dispositivos que entram em vigor em uma data e outros em outra.
7.2.2.2. SANÇÃO 
A Sanção é a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo (CF, art. 66, "caput"). 
A lei nasce com a sanção, que é pressuposto de sua existência,
a menos que seja vetada e o veto derrubado, como visto anteriormente. 
A sanção poder ser: expressa ou tácita, total ou parcial. 
A sanção é expressa quando o PR a apõe no prazo de 15 dias úteis, ou tácita, quando silencia após o transcurso desse prazo (CF, art. 66, 3º).
7.3. FASE COMPLEMENTAR
A Fase Complementar é dividida entre a promulgação e a publicação.
7.3.1. PROMULGAÇÃO:
Para o prof. José Afonso da Silva, a promulgação e a publicação não são atos de natureza legislativa, pois com a sanção não existe mais projeto de lei; o que se promulga e publica é a própria lei. 
A Promulgação é a comunicação aos destinatários da lei que esta foi criada e é válida, estando apta a produzir efeitos no mundo jurídico. É obrigatória e de competência do Presidente da República, mesmo em se tratando de lei com veto rejeitado. 
A presunção de validade das leis decorre da promulgação.
Se o Presidente da República não promulgar a lei em 48h, o Presidente do Senado o fará, se não o fizer, seu Vice deve fazer (CF, art. 66, § 7º). 
Quando está escrito no texto “eu sanciono”, implicitamente traz a promulgação. A promulgação esta implícita na sanção expressa. 
7.3.2 PUBLICAÇÃO
A publicação da lei constitui meio pelo qual se transmite a promulgação aos destinatários da lei (dá-se conhecimento da lei aos seus endereçados) 
Consiste na inserção do texto promulgado na Imprensa Oficial (DOU) como condição de vigência e eficácia da lei, finalizando o proc. Legislativo.
A promulgação afere executoriedade à lei e a publicação, notoriedade. Tal notoriedade é ficta, pois faz presumir que as pessoas conheçam a lei.
 Conforme art. 1º, caput, e § 1º, da LINDB, a lei começa a vigorar em todo País 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo disposição em contrário. Nos Estados estrangeiros, entra em vigor 3 meses após a publicação. Porém, a lei pode estabelecer a data de início de vigência.
A LC 95/98 dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da CF, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos.
A publicação é feita por quem promulga. Se existir omissão deliberada dolosa da publicação pelo Chefe do Poder Executivo, haverá crime de responsabilidade (Lei 1079/50 e Decreto-lei 201/67).
7.3.3. TERMINOLOGIA DAS ESPÉCIES LEGISLATIVAS.
Cumpre, por oportuno, aduzir que a LC 95/98 não institui nomes para espécies legislativas não indicadas na CF/88; assim, códigos e estatutos têm suas designações aplicadas de modo costumeiro, sendo tratados como atos normativos que versam sobre temas específicos e nos quais há interesse de que sejam editadas de forma consolidada. 
Segundo De Plácido e Silva (Vocabulário Jurídico) Código traz consigo a ideia de uma coleção de leis e Estatuto a noção de uma lei especial para uma coletividade ou corporação
Processo Legislativo Ordinário – Parte I 
Iniciativa
Casa Iniciadora 
aprova
Casa Revisora
emenda
Rejeita
Arquivo
(obs: art. 67)
Rejeita
Presidente da República
aprova
Arquivo
(obs: art. 67)
aprova ou
rejeita as emendas
Sanção ou
veto
Processo Legislativo Ordinário – Parte II
PL aprovado no CN
Veta
Presidente Senado
Presidente da República
Sanção expressa
Arquivo
(obs: art. 67)
Promulgação
Publicação
Silêncio por
15 dias úteis
Sanção tácita
Congresso Nacional
Mantém o Veto
Rejeita o Veto
Presidente da República para promulgação
Presidente do Senado promulga
Vice Presidente
do Senado promulga
Se não faz em 48h
Se não faz em 48h
8. PROCEDIMENTO LEGISLATIVO SUMÁRIO OU ABREVIADO
O Presidente da República pode solicitar urgência para projetos de sua iniciativa , não se limitando aos da iniciativa reservada (CF, art. 64, §§ 1 º, 2º, 3º e 4º).
O regime de urgência não ocorre durante o recesso parlamentar nem se aplicam para projeto de códigos (art. 64, § 4º, da CF/88).
Solicitada a urgência a CD e o SF deverão manifestar-se, cada um, no prazo sucessivo de 45 dias.
Se isso não ocorrer, o projeto de lei será incluído na ordem do dia e sobrestará as deliberações dos demais assuntos.
Havendo emendas no Senado Federal, a Câmara dos Deputados terá 10 dias para apreciar, pelo que é chamado de procedimento de 100 dias.
Consoante dispõe a CF, no art. 223, § 1º, atos de outorga ou renovação de concessão, permissão ou autorização para serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, tramitam sob regime de urgência.
“Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
§ 1º - O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem.”
8.1. PROCEDIMENTO:
O projeto de lei inicia sua tramitação pela Câmara dos Deputados, que, como visto, tem o prazo de 45 dias para aprová-lo ou rejeitá-lo. Rejeitado, o projeto será encaminhado para o arquivo.
Não aprovado na data acima, o projeto passará a obstar a pauta até a Câmara delibar sobre a proposta. Por terem prazo constitucional próprio, as medidas provisórias não ficam obstruídas (art. 64, §2º, da CF/88). 
Aprovado na Câmara, o projeto de lei segue para o Senado Federal, o qual também terá 45 dias para aprovar, quando será encaminhado para o PR, rejeitar, vai para o arquivo, ou apresentar emendas, quando volta para a Câmara, que tem mais 10 dias para apreciá-las (art. 64, § 3º, da CF)
Não aprovado, em 45 dias, pelo Senado, o projeto de lei passa a trancar a pauta daquela Casa até que ela delibere. Também com fulcro no art. 64, §2º, da CF/88, as medidas provisórias não têm as deliberações obstruídas.
9. ESPÉCIES NORMATIVAS (ART. 59 DA CF).
9.1. EMENDA CONSTITUCIONAL
Conforme outrora exposto, as Emendas à Constituição são fruto do poder constituinte derivado reformador, pelo qual é possível, respeitadas as cláusulas pétreas, a supressão, o acréscimo ou a modificação de normas constitucionais. 
9.1.1. INICIATIVA.
A iniciativa para alteração do texto constitucional encontra-se no caput do art. 60 da CF/88, possuindo quatro legitimados: 
“Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.”
9.1.2. LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR 
 
Limitações
Expressas
Implícitas
Materiais
Circunstanciais
Formais
Cláusulas Pétreas art. 60, § 4º
Interv. Fed, estado de defesa ou de sítio art. 60, §1º 
Referentes ao Processo Leg. 
Art. 60, I, II e III, §§ 2º, 3º e 5º
Supressão das expressas (teoria da dupla revisão)
Alteração do titular do PCO e PCDR
9.1.2. Procedimento das Propostas de Emenda à Constituição 
 A PEC é discutida e votada em 2 turnos, em cada Casa do CN, sendo aprovada se, em ambas as Casas e em ambos os turnos, obtiver 3/5 dos votos dos seus membros (maioria qualificada) (art. 60, § 2º, da CF/88).
Não é remetida à sanção do Presidente da República, e a promulgação é de responsabilidade das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que colocará o respectivo número de ordem (art. 60, 3º da CF).
A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (§ 5º). 
9.1.2.1. GRÁFICO DO PROCED. DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS (Vicente Paulo e Marcelo alexandrino com adaptações) 
Primeira Casa Legislativa
1º Turno de votação
Aprovação = 3/5 dos membros
Segunda Casa Legislativa
1º Turno de votação
2º Turno de votação
Aprovação = 3/5 dos membros
Aprovação = 3/5 dos membros
2º Turno de votação
Em. Mod. subs
Reaprecia ção
Aprovação = 3/5 dos membros
Promulgação Mesas CD e SF
9.2 Leis Complementares 
9.2.1. Noções Iniciais
O modo de elaboração das leis complementares é o mesmo
das leis ordinárias, estando a única diferença está no quorum de aprovação, pois, para as leis ordinárias este é de maioria simples (que é o primeiro número inteiro acima da metade dos presentes) e para as leis complementares é o da maioria absoluta dos membros da casa legislativa em foco (art. 69,CF). 
9.2.2 Conceito
A Lei Complementar é a espécie normativa prevista, de modo taxativo, na Constituição Federal para a regulamentação de certas matérias .
Assim, quando a CF/88 quer que tal matéria seja regulada por uma LC, ela faz expressa referência. Ex: Art. 59, p.ú., da CF: “Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis
9.2.3. Procedimento
Como dito, o rito da lei complementar é o mesmo da lei ordinária, só se diferenciando quanto ao quórum para aprovação.
Se lei ordinária tratar de matéria reservada a lei complementar, haverá inconstitucionalidade formal. Mas, se uma LC dispor de matéria reservada a LO não haverá invalidade, sendo apenas considerada como LO.
Há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária? 
A questão é controvertida. Para alguns, a lei complementar é um tertium genus, alocado entre as emendas constitucionais e as leis ordinárias, por exigir quorum da maioria absoluta. 
Outros entendem que não, vez que ambas espécies, LC e LO, retiram os seus fundamentos de validade diretamente da Constituição Federal. 
Por sua vez, o STF manifestou-se que não há hierarquia, como abaixo se vê, in litteris:
"Contribuição Social sobre o Faturamento – COFINS (CF, art. 195, I). Revogação pelo art. 56 da Lei 9.430/1996 da isenção concedida às sociedades civis de profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/1991. Legitimidade. Inexistência de relação hierárquica entre lei ordinária e lei complementar. Questão exclusivamente constitucional, relacionada à distribuição material entre as espécies legais. Precedentes. A Lei Complementar 70/1991 é apenas formalmente complementar, mas materialmente ordinária, com relação aos dispositivos concernentes à contribuição social por ela instituída. ADC 1, Rel. Moreira Alves, RTJ 156/721." (RE 377.457, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-9-2008, Plenário, DJE de 19-12-2008.) No mesmo sentido: RE 522.719-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 23-11-2010, Segunda Turma, DJE de 4-3-2011; AI 603.649-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 15-12-2009, Primeira Turma, DJE de 5-2-2010; AI 591.353-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 4-8-2009, Segunda Turma, DJE de 28-8-2009; RE 515.074-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 9-6-2009, Segunda Turma, DJE de 1º-7-2009; RE 551.553-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-5-2009, Primeira Turma, DJE de 26-6-2009; AI 709.691-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 28-4-2009, Segunda Turma, DJE de 29-5-2009; AI 700.657-AgR, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 5-5-2009, Primeira Turma, DJE de 28-8-2009; AI 541.632-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-3-2009, Segunda Turma, DJE de 17-4-2009; RE 492.044-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 16-12-2008, Primeira Turma, DJE de 20-2-2009; AI 614.094-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 28-10-2008, Primeira Turma, DJE de 27-2-2009; AI 637.299-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-9-2007, Segunda Turma, DJ de 5-10-2007; RE 457.884-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 21-2-2006, Primeira Turma, DJ de 17-3-2006. Vide: ADI 4.071-AgR, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 22-4-2009, Plenário, DJE de 16-10-2009.
9.3. Lei Ordinária
9.3.1. Conceito
Trata-se de ato legislativo primário, geral, abstrato, escrito e destinado para matérias não reservadas à lei complementar, ao decreto legislativo e à resolução, e cujo campo de aplicação se define de forma residual. 
 Assim, toda vez que a Constituição Federal se referir apenas ao termo “lei”, e não citar “complementar”, esta será a ordinária, estando implícito este termo. Mas, em alguns casos, a própria Constituição expressamente cita a expressão “ordinária” quando que diferenciá-la de outras espécies normativas. Exemplo: “Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou...”.
A CF ainda utiliza, às leis ordinárias, os termos “especial” e “específica”. Ex: “esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento” (art. 85, p.ú) “Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo... só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal” (art. 150, VI, d, § 6º).
9.3.2. Procedimento:
O procedimento da lei ordinária já foi estudado no processo legislativo.
9.3.3. Quórum:
A LO é aprovada por maioria simples (relativa) dos membros da casa. Já a maioria absoluta diz respeito ao nº de presentes p. abertura da sessão.
 
9.4. Lei delegada
9.4.1. Conceito:
É espécie normativa feita e editada pelo Presidente da República, após solicitar prévia autorização ao Congresso Nacional.
Cuida de exceção ao princípio da indelegabilidade das funções constitu 
 9.4.2. Procedimento:
O PR solicita autorização ao CN, para legislar sobre determinada matéria. Aprovada, por maioria simples, em sessão conjunta ou separada, esta será concedida por meio de resolução, que especificará o seu conteúdo e os termos de seu exercício (art. 68, §2º, CF)
A delegação tem prazo certo, encerrando-se ao termo da legislatura autorizatária da espécie em foco. Mas, nada obsta que PL desfaça a deleg.
Por outro lado, o CN poderá apreciar a mesma matéria antes delegada, sem cogitar de qualquer violação, visto que “quem delega não abdica”, e, estando tais espécies normativas no mesmo patamar, prevalecerá a que for promulgada por último (Decreto-lei nº 4.657/42, art. 2º, § 1º)
9.4.3. Tipos de Delegação.
Delegação típica:, onde, após autorização, o CN não mais participa do proc. legislativo. O PR elaborará, promulgará e publicará a lei delegada.
Delegação atípica: Neste, o PR elabora o projeto de lei delegada e submete ao CN, que deliberará, em votação única, vedada emenda.
9.4.4. Matérias vedadas à delegação
Conforme art. 68, §1º, da CF, não serão objetos de delegação: os atos de competência exclusiva do CN, os de competência privativa da CD ou do SF, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
9.4.5. Sustação
A delegação da edição da espécie normativa prevista no art. 59, IV, da CF, tem conteúdo determinado, preciso, definido, não consistindo uma “carta ou cheque em branco” para o Presidente da República.
Desse modo, se o Chefe do Poder Executivo Federal exorbitar os limites da delegação legislativa, o Congresso Nacional poderá sustar o citado ato normativo, in casu, a Lei Delegada, por meio de decreto legislativo.
Trata-se de controle repressivo de constitucionalidade realizado pelo próprio Poder Legislativo (art. 49, V, CF), que prescinde da busca ao Poder Judiciário, para sustar os efeitos da medida exorbitante.
Tal modalidade de controle tem sido denominada “veto legislativo”. 
Outrossim, vale ressaltar que tanto a lei delegada o decreto legislativo poderão sofrer controle repressivo de constitucionalidade pelo Judiciário.
 
 
.
 
9.5. Medida Provisória
9.5.1. Conceito:
Consoante aduz o prof. Uadi Lammêgos Bulos: “Medida provisória é ato monocrático do Presidente da República com força de lei, editada em caso de relevância e urgência, que deve ser imediatamente submetida à apreciação do Congresso Nacional”.
A propósito, assim dispõe art. 62, caput, da CF/88, com redação dada pela EC 32/2001: “Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”. 
Trata-se de substitutivo imediato do antigo decreto-lei, previsto
em constituições brasileiras pretéritas (37, 67 e 69). Mas, o modelo atual recebeu forte influência dos decreti-legge da Const. italiana de 47, onde o art. 77 permite a adoção in casi straordinari di necessità e d’urgenza.
Também é importante citar que as MPs, desde a promulgação da CF/88, tiveram dois regimes jurídicos distintos, o 1º da promulgação até a EC nº 32/2001, e o outro da citada Emenda até a presente data. 
9.5.2. Natureza Jurídica.
Conforme expõe o prof. Guilherme Peña de Moraes: “A natureza jurídica da medida provisória é objeto de divergência entre cinco correntes doutrinárias”.
Vejamos, pois, duas das mais relevantes;
“José Afonso da Silva assevera que a medida provisória seria um ato legislativo submetido a condição resolutiva, posto que sujeito “a perder a sua qualificação legal no período de sessenta dias, por uma das duas situações: sua conversão em lei naquele prazo ou, não se verificando esta, a perda de sua eficácia...
Manoel Gonçalves Ferreira Filho, com o aplauso do Supremo Tribunal Federal, assinala que a medida provisória seria um ato normativo primário, visto que as normas jurídicas inseridas por medidas provisórias são derivadas do exercício da atividade normativa do Poder Executivo, bem assim as normas jurídicas introduzidas por medida provisória buscam fundamento de validade na Constituição da República, devendo ser elaboradas com estas, sob pena de ser inconstitucional, in extenso: “as medidas provisórias configuram, no Direito Constitucional brasileiro, uma categoria especial de atos normativos primários emanados do Poder Executivo, que se revestem de força de lei, eficácia e valor de lei”. 
9.5.3. Pressupostos materiais de admissibilidade:
A MP tem como pressupostos materiais de admissibilidade: a relevância e a urgência.
 Considerando que toda matéria objeto de lei é matéria relevante, no caso das medida provisória, a matéria deve ser deveras relevante.
E, além da relevância da questão, há que ser de necessidade, urgente, para justificar sua edição de modo mais urgente que o procedimento abreviado.
 Tais requisitos, urgência e relevância, são analisados, inicialmente, pelo Presidente da República e, posteriormente, pelo Congresso Nacional.
De modo excepcional, o Poder Judiciário também poderá avaliar, em controle de constitucionalidade, a validade dos aludidos pressupostos, a fim de evitar desvio de finalidade ou abuso do poder de legislar (violação do princípio da razoabilidade).
 9.5.4. Requisitos Formais da MP
Os Requisitos Formais da MP consistem na edição pelo Presidente da República e a submissão imediata desta espécie normativa ao Congresso Nacional, demonstrado os motivos que legitimaram sua expedição
9.5.5. Prazo de vigência:
A medida provisória vigorará por um prazo de 60 dias contados da publicação.
9.5.3. Pressupostos materiais de admissibilidade:
A MP tem como pressupostos materiais de admissibilidade: a relevância e a urgência.
 Considerando que toda matéria objeto de lei é matéria relevante, no caso das medida provisória, a matéria deve ser deveras relevante.
E, além da relevância da questão, há que ser de necessidade, urgente, para justificar sua edição de modo mais urgente que o procedimento abreviado.
 Tais requisitos, urgência e relevância, são analisados, inicialmente, pelo Presidente da República e, posteriormente, pelo Congresso Nacional.
De modo excepcional, o Poder Judiciário também poderá avaliar, em controle de constitucionalidade, a validade dos aludidos pressupostos, a fim de evitar desvio de finalidade ou abuso do poder de legislar (violação do princípio da razoabilidade).
 9.5.4. Requisitos Formais da MP
Os Requisitos Formais da MP consistem na edição pelo Presidente da República e a submissão imediata desta espécie normativa ao Congresso Nacional, demonstrado os motivos que legitimaram sua expedição
9.5.5. Prazo de vigência:
A medida provisória vigorará por um prazo de 60 dias contados da publicação.
A não apreciação da MP nesse prazo (60 dias) acarreta sua prorrogação automática, sem qualquer manifestação do Chefe do Executivo, por igual prazo, mediante apenas a edição de ato pelo Presidente do Congresso Nacional, totalizando o prazo máximo de 120 dias.
Antes da EC 32/01, se o Congresso Nacional entrasse em recesso, na pendência de apreciação de MP, haveria convocação extraordinária. Hoje, pós EC 32/01, o prazo fica suspenso durante o período de recesso (que vai do 18 de julho a 31 de julho e 23 de dezembro a 1º de fevereiro, nos termos do art. 57 da CF, com redação pela EC 50/2006).
Logo, é possível uma MP com prazo superior a 60 dias (art. 62, §4º da CF). Entretanto, se houver convocação extraordinária, a MP em vigor na data da convocação será automaticamente incluída na pauta de convocação (art. 57, §8º da CF).
 Se após esse prazo, não for convertida em lei, perderá a eficácia desde a sua edição, com efeitos ex tunc, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, no prazo de sessenta dias contados da rejeição ou da perda de eficácia por decurso de prazo, as relações jurídicas delas decorrentes.
O quorum para a aprovação da MP é de maioria simples.
9.5.6. Trancamento de pauta.
Se a medida provisória não for apreciada em até 45 dias da sua publicação, entrará em regime de urgência, fazendo com que todas as demais deliberações da casa legislativa fiquem sobrestadas, até que seja concluída a votação da medida provisória. Ela bloqueia a pauta diária da casa em que esteja (art. 62, §6º da CF).
Esse período de urgência pode se estender por 75 dias, pois não sendo suficiente os 15 dias restantes, há a possibilidade de um novo prazo de 60 dias (art. 62, §7º da CF).
Ex: Se ficar 40 dias na Câmara e já está há 5 dias no Senado, começa a bloquear a pauta. Diferentemente do procedimento sumário, em que há dois prazos de 45 dias.
9.5.7. Procedimento
Após publicação no Diário Oficial, o texto da MP será imediatamente encaminhado ao Congresso Nacional.
Adentrando no CN, este a remeterá para uma Comissão Mista de Deputados e Senadores, os quais avaliarão os pressupostos constitucionais de admissibilidade e o mérito, e, na sequencia, emitem parecer (art. 62, §9º da CF), que é meramente opinativo. O parecer será dividido em 3 partes: constitucionalidade; adequação financeira e orçamentária e mérito.
Após o parecer da Comissão Mista, a medida provisória é apreciada no plenário, em sessão separada, em cada uma das duas casas do CN (art. 62, §5º, CF), a votação se inicia pela Câmara dos Deputados (art. 62, §8º, CF).
Na CD, primeiro faz-se a analise dos pressupostos de admissibilidade e depois ,o mérito, aprovada, segue para o Senado Federal.
No SF, antes de analisar o mérito da MP, também serão examinados os pressupostos de admissibilidade.
 Aprovada, pelo CN, a MP é convertida em lei com o nº sequencial, vez que se implementou a condição futura.
 Em face da redação da lei, que se originou de MP, ser a mesma, não é necessária sanção presidencial.
 A lei, originada de MP, é, então, promulgada pelo Pres. da Mesa do CN e publicada pelo PR, inexistindo interrupção de sua vigência e eficácia.
9.5.8. Reedição de MP
Rejeitada, a MP não poderá ser objeto de reedição na mesma sessão legislativa, conforme dispõe o art. 62, §10, CF/88, in litteris:
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
9.5.9. Da possibilidade de emendas à MP (Conversão parcial)
A MP poderá ser aprovada com alteração no CN.
E isso porque a CF não obsta que a MP seja emendada
À propósito, lecionam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: neste caso, “a originária medida provisória submetida ao Congresso Nacional transmuta-se em projeto de lei de conversão, em decorrência das alterações promovidas pelo Poder Legislativo . Nesse caso, como não foi aprovado na íntegra o texto adotado pelo Presidente da República, o projeto de lei de conversão, depois
de aprovado pelo Poder Legislativo, será encaminhado ao Chefe do Executivo, para fins de sanção ou veto. A partir desse momento, o projeto segue o trâmite ordinário ao demais projetos de lei...”. 
Logo, MP emendada se transforma em PL de conversão, a ser remetido ao PR para sanção ou veto. Sancionada pelo PR é promulgada e publicada
Vale citar que, durante o trâmite do PL de conversão, a MP continua vigente e eficaz até que o PR sancione ou vete, o que também acarreta a possibilidade da MP ter vigência superior a 120d, segundo art. 62, § 12, CF
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.(Incluído pela EC nº 32, de 2001)
9.5.10 Das relações jurídicas decorrentes de MP não convertida em Lei
Os efeitos jurídico decorrentes de matéria alterada pela MP devem ser regulamentados por decreto legislativo, quando então a MP perderá sua eficácia desde a sua edição, conforme art. 62, §3º, da CF, in litteris:
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incl EC 32, de 2001).
 E, nos termos do § 11 do art. 62 da CF/88, in verbis: 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído EC nº 32).
Ocorrente a hipótese acima, teremos uma situação curiosa, pois uma MP, não convertida em lei, regulará, com força de lei, as relações jurídicas consolidadas no período que esteve vigente, como se lei temporária fosse.
9.5.11. Da Rejeição expressa ou tácita da MP pelo CN:
A rejeição tácita da MP (ocorrente pela sua não apreciação em 120d) e rejeição expressa acarretam a perda da eficácia da espécie normativa em questão desde a sua edição, ou seja, com eficácia ex tunc, e, como visto, perdendo ela sua eficácia, cabe ao CN, no prazo de 60d, disciplinar, sem interferência do Executivo, as relações jurídicas dela decorrentes, salvo se passar do prazo acima, o que acarretará, consoante exposto no tópico anterior, a manutenção dos efeitos da MP.
-
9.5.12.  Os Efeitos da MP no ordenamento jurídico:
A edição da medida provisória acarreta a suspensão temporária das normas incompatíveis com ela, e, sendo convertida em lei, revoga tais normas; no entanto, acaso rejeitada a MP, tal(is) medida(s) tem(rão) sua(s) eficácia(s) restaurada(as). 
 Diante do fato de que a MP, enquanto em tramitação, só acarreta a suspensão temporária dos efeitos das normas com ela incompatíveis, não que se falar em represtinação, que ocorre quando uma lei é revogada por outra lei, e esta, posteriormente, é revogada por uma terceira lei, que irá reestabelecer os efeitos da primeira lei revogada.
 9.5.13. As MPs anteriores à EC 32/01
Consoante dispõe o art. 2º da da EC 32/2001: as MPs editadas antes da referida Emenda à constituição continuam em vigor até que outra medida provisória as revogue expressamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional, não submetida a qualquer prazo. O Congresso Nacional deliberará em sessão conjunta pelo sistema anterior.
9.5.14. Retirada da MP.
As MPs, um vez publicadas no Diário Oficial, não podem ser retiradas do exame a ser realizado pelo Congresso Nacional por parte do Presidente da República, porquanto, conforme r. decisão proferida pelo STF (ADIMC 221/DF), desvinculam-se da autoridade que as proferiu. 
9.5.15. Limitações materiais.
Conquanto se trata de norma primária, não é qualquer matéria que pode ser regulada por Medida Provisória, ante as limitações impostas pela própria CF nos artigos 25, § 2º, 62, § 1º e 246. Vejamos, in verbis:
(62) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 
(25) § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive. 
E matérias constantes da EC 8/95 (art. 2), EC 9/95 (art. 3º) e art. 73 do ADCT.
9.5.16. Edição de Medida Provisória pelos Estados e Municípios.
O STF já admitiu a possibilidade da edição de MP por Governador e Prefeito municipal desde que exista previsão na Constituição Estadual ou na lei orgânica municipal e as regras sejam obsevadas, in litteris:
 "Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 51 e parágrafos da Constituição do Estado de Santa Catarina. Adoção de medida provisória por Estado-membro. Possibilidade. Arts. 62 e 84, XXVI, da CF. EC 32, de 11-9-2001, que alterou substancialmente a redação do art. 62. Revogação parcial do preceito impugnado por incompatibilidade com o novo texto constitucional. Subsistência do núcleo essencial do comando examinado, presente em seu caput. Aplicabilidade, nos Estados-membros, do processo legislativo previsto na CF. Inexistência de vedação expressa quanto às medidas provisórias. Necessidade de previsão no texto da Carta estadual e da estrita observância dos princípios e limitações impostas pelo modelo federal. Não obstante a permanência, após o superveniente advento da EC 32/2001, do comando que confere ao chefe do Executivo Federal o poder de adotar medidas provisórias com força de lei, tornou-se impossível o cotejo de todo o referido dispositivo da Carta catarinense com o teor da nova redação do art. 62, parâmetro inafastável de aferição da inconstitucionalidade arguida. Ação direta prejudicada em parte. No julgamento da ADI 425, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19-12-2003, o Plenário desta Corte já havia reconhecido, por ampla maioria, a constitucionalidade da instituição de medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse instrumento esteja expressamente previsto na Constituição do Estado e, segundo, sejam observados os princípios e as limitações impostas pelo modelo adotado pela CF, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do processo legislativo federal.
Os únicos Estados a colocarem-na foram: Tocantins, Santa Catarina e Acre
9.6. Decreto Legislativo
9.6.1.  Conceito:
Espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência exclusiva do Congresso Nacional, previstas no art. 49 da CF, que tem curso pelas suas duas casas e não está sujeita à sanção (ou veto), promulgação ou mesmo publicação por parte do Presidente da República,. 
 As regras sobre seu procedimento não estão previstas na Constituição Federal, mas sim no regimento interno do CN, o qual pode ampliar o emprego dessa espécie legislativa para outras matérias, quando tal possibilidade não configurar afronta às regras constitucionais. 
Para sua aprovação, é suficiente maioria relativa, e suas hipóteses de 
 9.7. Resolução
 9.7.1  Conceito:
Espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência privativa da Câmara, do Senado ou do Congresso Nacional
(arts. 51, 52, 68, § 2, 155, § 1º, IV, §2º, IV e V, e § 6º, I, todos da CF), também não contando com a participação do Presidente da República
As regras sobre seu procedimento estão previstas nos respectivos regimentos internos, e, se a resolução for expedida pelo Cong. Nacional, o projeto deverá tramitar nas duas Casas do CN, sendo aprovada, a promulgação e a publicação são competências do Presidente do CN. 
Se a resolução for expedida unicamente pelo Senado Federal ou apenas pela Câmara, a proposta se inicia e exaure na respectiva Casa legislativa, não havendo qualquer participação ou mesmo intervenção da outra, senso a promulgação e a determinação de sua publicação de competência dos respectivos Presidentes. 
As regras para o processamento das resoluções não estão previstas na Constituição Federal, mas sim no regimento interno do CN, da CD e do SF, cabendo ao regimento interno dessas Casas Legislativas estabelecer o regramento da matéria. 
Já o campo de incidência das matérias a serem tratadas por resolução está, na CF/88, delimitado, pelo que pode ser utilizada essa espécie em outras hipóteses, não expressamente previstas na Carta, e desde que não invadam o campo reservado à outra espécie legislativa. 
 
 
Quadro Comparativo do Professor Marcelo Novelino
 
 
Emendas à
Constituição
Leis Complementares
Leis ordinárias
Leis delegadas
Medidas Provisórias
Decretos Legislativos
Resoluções
Iniciativa
- 1/3 dos membros da CD ou SF;
- PR;
- mais da metade das AL, pela maioria relativa dos seus membros
- Membro ou Comissão da CD, SF ou CN;
- PR;
- Ministro do STF;
- Ministros de Tribunais Superiores
- PGR
- Cidadãos
- Membro ou Comissão da CD, SF ou CN;
- PR;
- Ministro do STF;
- Ministros de Tribunais Superiores
- PGR
- Cidadãos
- PR
- PR
- PR;
- Membro de Comissão do CN
- Membros do CN
Quórum de votação
Maioria Absoluta
Maioria Absoluta
Maioria Absoluta
Maioria Absoluta
Maioria Absoluta
Maioria Absoluta
Maioria Absoluta
Quórum de aprovação
3/5 dos membros em 2 turnos
Maioria Absoluta
1 Turno
Maioria Relativa
1 Turno
Maioria Relativa
1 Turno
Maioria Relativa
1 Turno
Maioria Relativa
1 Turno
Maioria Relativa
1 Turno
Sanção
Não há
PR
PR
Dispensável (Não pode haver emenda)
Só é exigível se houver alteração pelo CN
Não há
Não há
Promulgação
Mesas (CD e SF)
PR
PR
PR
Presidente do SF
Presidente do SF
Mesa da respectiva casa
Publicação
CN
PR
PR
PR
PR
Presidente do SF
CD, SF ou CN

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