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2 ª aula Empréstimos

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EMPRÉSTIMO
Profª. Me. Ana Regina Costa Martins
Universidade Católica de Pelotas
Disciplina: Direito Civil
COMODATO
É um negócio jurídico unilateral e gratuito, por meio do qual uma das partes 
(comodante) transfere à outra 
(comodatário) a posse de um determinado bem, móvel ou imóvel, com a obrigação de o restituir.
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Pablo Gagliano-Rodolfo Pamplona
Turmas Recursais – JEC, Recurso cível n. 71000549287, Rel. Maria José Schmitt Santanna, j. 24-8-2004, Terceira Turma Recursal Cível).
“Televisão a cabo. Aparelho. Restituição do valor correspondente ao equipamento. Cláusulas gerais do contrato. As cláusulas gerais do contrato estabelecem a responsabilidade do assinante em restituir o equipamento dado em comodato. Contudo, não existe comprovação da ciência do consumidor acerca dos termos gerais da pactuação, o que afasta a sua responsabilidade no presente caso,
 ainda mais por ser de praxe a utilização do telemarketing para a venda dos serviços da recorrente. Recurso improvido.” 
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CARACTERÍSTICAS COMODATO
O contrato de comodato é uma forma contratual típica e nominada, que possui as seguintes características:
Real
Unilateral
Gratuíto
Fiduciário
Temporário
Intuitu personae
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COMODATO MODAL
Fabricante empresta prateleiras, refrigeradores e dispositivos de divulgação a fim de que o comerciante exponha e venda os produtos de sua fabricação; municipalidade empresta imóvel para ser utilizado como centro esportivo; distribuidora de derivados de petróleo fornece equipamentos, tais como bombas, elevadores de veículos,compressores, etc., desde que o posto de serviços comercialize unicamente produtos de sua bandeira.
Pablo Gagliano-Rodolfo Pamplona
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PRAZO DO COMODATO
“Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado.”
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Partes e objeto
Partes 
Comodante – proprietário da coisa emprestada
Comodatário – beneficiário do contrato/ possuidor da coisa
Exceção:
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda.
Objeto 
Coisas infungíveis, embora a doutrina admita empréstimos de coisas fungíveis e consumíveis, desde que o comodatário as conserve intactas, para,em seguida, devolvê-las
 
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Direitos e Obrigações
Por ser unilateral, impõe ao comodatário a obrigação de restituir a coisa, quando lhe for reclamada.
“Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.”
“Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.”
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Peculiaridades
● A lei fala em abandonar e não ficar impedido.
● Exceção a regra de que “ A coisa perece para o dono.”
● Arbitramento de aluguél quando notificado e constituído em mora.
● De que forma o arbitramento? Art. 187 CC
● O Comodato se converte em Locação? 
● Solidariedade passiva entre os comodatários. Art. 585 CC e ação de regresso
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DESPESAS FEITAS PELO COMODATÁRIO
“Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.”
Despesas ordinárias ou comuns e 
Despesas extraordinárias ou necessárias
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EXTINÇÃO DO COMODATO
→
 Pelo exaurimento do seu prazo de vigência, e se por prazo indeterminado, será considerado cumprido quando esgotada a finalidade de sua utilização.
→ Por resolução- extinção fundamentada no descumprimento contratual ( Ex: o comodatário não está atendendo a obrigação de bem conservar a coisa) 
→ Por resilição- extinção baseada na declaração de vontade posterior de uma ou das duas partes( Ex: distrado ou resilição unilateral, por qualquer das partes com aviso prévio).
→ Se o objeto sofrer destruição total ( perecimento) . Ex. Enchente, terremoto e destroi a casa dada em comodato. 
→ Se for parcial, nada impede que subsista o comodato e depende do interesse das partes. Se houve culpa do comodatário a obrigação converte-se em perdas e danos ( arts. 582 e 583)
→ Morte das partes:
Morte do comodatário. 
Morte do comodante não induz extinção do contrato, uma vez que os herdeiros deverão respeitar o prazo de vigência.
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MÚTUO
É um negócio jurídico unilateral, por meio do qual o mutuante transfere à propriedade de um objeto móvel fungível ao mutuário, que se obriga a devolução, em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
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Diferença entre Mútuo e Comodato
Mútuo: objeto coisas fungíveis- empréstimo de consumo
Comodato: objeto coisas infungíveis- empréstimo de uso.
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Riscos da coisa emprestada
“A partir da tradição o mutuário se torna dono da coisa, mas não do seu valor, já que está obrigado a restituir outro bem.”
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CARACTERÍSTICAS MÚTUO
O contrato de mútuo é uma forma contratual típica e nominada, que possui as seguintes características:
Real
Unilateral
Gratuíto ou oneroso
Temporário
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PRAZO DO MÚTUO
“Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.”
 
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Partes e objeto
Partes 
Mutuante = cedente da coisa
Mutuário = tomador do empréstimo
Objeto 
Coisas infungíveis, embora a doutrina admita empréstimos de coisas fungíveis e consumíveis, desde que o comodatário as conserve intactas, para,em seguida, devolvê-las
 
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MÚTUO FEITO À MENOR
“Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.”
“Art. 589.. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.”
 
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GARANTIA DE RESTITUIÇÃO AO MUTUANTE
“Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.”
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Direitos e Obrigações
Por ser unilateral, impõe ao mutuário a obrigação de devolver aquilo que lhe emprestou em coisa da mesma natureza, quantidade e qualidade.
Exceção: o mutuante pode vir a ter a obrigação de indenizar o mutuário pelos danos causados por vícios da coisa que eram de seu conhecimento e ingonorado por este último.
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MÚTUO FENERATÍCIO
“APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATOS BANCÁRIOS.JUROS REMUNERATÓRIOS. Possibilidade de contratação dos juros em percentual superior a 12% ao ano, porquanto não atingidas as instituições financeiras pelos limites da Lei da Usura. Situação de abusividade não demonstrada. Súmula 382 do STJ. "A estipulação dejuros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade." LIMITAÇÃO DOS JUROS REMUNERATÓRIOS PELA TAXA MÉDIA DE MERCADO. Possível a limitação dos juros remuneratórios praticados quando excederem a uma vez e meia a taxa média de mercado, divulgada pelo BACEN. Na hipótese, devem ser mantidas as taxas de juros contratadas, porquanto se situam dentro da faixa média de mercado, inexistindo abusividade nos juros cobrados que justifique a revisão postulada. CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS. Conforme restou assentado pela Corte Superior, no julgamento do Resp. n. 97387/RS - incluído na categoria de recurso repetitivo, nos termos do art. 543-C do CPC -, é admitida a capitalização mensal dos juros para os contratos firmados a partir de 31 de março de 2000 (Medida Provisória n. 2.170-36/01), desde que pactuada. Na hipótese dos autos, os contratos entre as partes foram firmados em 2010 e preveem a capitalização dos juros em periodicidade diária, modalidade que este Colegiado, à unanimidade, reputa abusiva. Deste modo, a capitalização dos juros deverá seguir a periodicidade anual. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. Possível a cobrança da comissão de permanência, desde que pactuada entre as partes, calculada pela taxa média de mercado, limitada à taxa do contrato e não cumulada com correção monetária, juros remuneratórios, multa e juros moratórios (Súmulas 30, 294, 296 e 472 do STJ). Orientação emanada do precedente paradigma para a matéria, REsp nº 1.058.114/RS. Caso concreto em que a comissão de permanência exsurge no contrato sob a rubrica de "Taxa de remuneração - Operações em Atraso". Admitida a cobrança do encargo de forma simples. Afastamento dos demais encargos moratórios. Sentença reformada no ponto. COMPENSAÇÃO E/OU REPETIÇÃO DE INDÉBITO. Possibilidade de compensação dos valores pagos a maior e de repetição simples do que exceder à dívida. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. Redistribuição dos ônus sucumbenciais, tendo em vista a sucumbência recíproca das partes (artigo 21, caput, do CPC). APELO PROVIDO EM PARTE. (Apelação Cível Nº 70057217382, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado em 23/04/2015)
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EXTINÇÃO DO MÚTUO
→
 Pelo advento de seu termo ou antes dele se o mutuário efetuar o pagamento.
→ Por resolução- extinção fundamentada no descumprimento contratual ( Ex: o mutuário não faz o pagamento , podendo o mutuante exigir a compensação inclusive juros de mora) 
→ Por resilição- extinção baseada na declaração de vontade posterior de uma ou das duas partes ( unilateral ou bilateral)
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