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Direito à Igualdade na Constituição

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CURSO DE DIREITO
DIOGO GONZALEZ
FELIPE CARDOSO
FERNANDO LEAL
MAICON EUZÉBIO
ROGER MATOS
DIREITO À IGUALDADE
Torres
2014
DIOGO GONZALEZ
FELIPE CARDOSO
FERNANDO LEAL
MAICON EUZÉBIO
ROGER MATOS
DIREITO À IGUALDADE
Trabalho apresentado à cadeira de Direitos Fundamentais, da UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL (ULBRA).
Prof.: Marçal Luis Ribeiro Carvalho
Torres
2014
INTRODUÇÃO
A igualdade esta postulada na constituição como principio de isonomia e equidade, estabelecendo conceitos para que tosos não sejam descriminados e que muitos que possuem desigualdade sejam defendidos. Tal ideologia pode ser observada na Constituição Federal de 88 no art. 5º que cita:[1: O Estado tem em suma como pressupostos a liberdade, igualdade e fraternidade entre os povos, estabelecidos em sua constituição.]
“5º-Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”
Em suma podemos ter noção que a constituição valoriza uma igualdade justa, por fato disto, a mesma pressupõe em outros artigos, tal como, “exemplificativamente, no artigo 4º, inciso VIII, que dispõe sobre a igualdade racial; do artigo 5º, I, que trata da igualdade entre os sexos; do artigo 5º, inciso VIII, que versa sobre a igualdade de credo religioso; do artigo 5º, inciso XXXVIII, que trata da igualdade jurisdicional; do artigo 7º, inciso XXXII, que versa sobre a igualdade trabalhista; do artigo 14, que dispõe sobre a igualdade política ou ainda do artigo 150, inciso III, que disciplina a igualdade tributária.” [2: Texto exemplificativo sobre as menções de igualdade na constituição, disponível em <http://anajus.jusbrasil.com.br/noticias/2803750/principio-constitucional-da-igualdade>]
De fato a constituição garante igualdades previstas em seus artigos, contudo ate que pontos podem inferir-se igualdade ou usar isonomia. Deste modo indagam-se alguns métodos de igualdades aplicados na constituição.[3: Segundo Cláudio Pedrosa Nunes o conceito de justiça ligado intimamente ao princípio da igualdade dentro da vertente de suas principais virtudes deve incutir no intérprete do direito não uma mecânica de inserção automática dos casos concretos a letra nua das normas escritas, a exemplo do que pretendem alguns, mas sim concentrar essencialmente as virtudes da equidade, da dinâmica, da justiça de distribuição de méritos e deméritos.]
Fonte: Página do kdfrases na internet.[4: Disponível em: <http://kdfrases.com/frase/120428> Acesso em 30/04/14.]
IGUALDADE, DESIGUALDADE E JUSTIÇA.
Desde a antiguidade questionam-se os critérios de igual/desigual e justiça. Em suma, Aristóteles vincula a ideia de igualdade relativa com a justiça, dando a cada um o que é seu. Contudo essa premissa era questionável, pois haveria situações em que o escravo poderia ser tratado diferente do seu proprietário, caracterizando uma desigualdade inerente à relação social.[5: ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco, 1, 1131a.]
Ao passar dos tempos, a igualdade passou a ser tratada como forma de isonomia (iso = igual + nomos = lei ), trazendo consigo posições extremadas. Uma delas destacava a visão nominalista, consagrando a igualdade como um simples nome dado para qualificar algo inerente à capacidade humana, portanto “não passaria de um simples nome, sem significação no mundo real,” onde os seres humanos apenas nascem e perduram desiguais. No outro extremo situava-se os idealistas, com a premissa de “igual liberdade natural ligada à hipótese do estado de natureza, em que reinava uma igualdade absoluta”.[6: SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 215.]
Em uma visão realista, reconhece que os seres humanos são desiguais em muitos aspectos, porém através destes, nos tornamos sociáveis e buscamos direitos jurídicos, tal como cita Carmem Lucia Antunes Rocha:
“Não se aspira uma igualdade que frustre e desbaste as desigualdades que semeiam a riqueza humana da sociedade plural, nem se deseja uma desigualdade tão grande e injusta que impeça o homem de ser digno em sua existência e feliz em seu destino. O que se quer é a igualdade jurídica que embase a realização de todas as desigualdades humanas e as faça suprimento ético de valores poéticos que o homem possa desenvolver. As desigualdades naturais são saudáveis, como são doentes aquelas sociais e econômicas, que não deixam alternativas de caminhas singulares a cada ser humano único”. [7: ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. O princípio constitucional da igualdade. Belo Horizonte: Lê, 1990, p. 118]
ISONOMIA FORMAL E ISONOMIA MATERIAL
A Constituição federal traz consigo conceitos de igualdade material e formal na tentativa de diminuir fatores discriminatórios. No âmbito jurídico criou-se com a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão a ideia que todos são iguais em direitos. Em 1988 com entrada da atual CF ficou fixado no caput do art. 5º a premissa de igualdade formal, garantindo isonomia perante a lei. Com a evolução histórica e as novas concepções de Estado, o conceito de igualdade formal impôs que as pessoas que se encontram em iguais condições devem ser tratadas com igualdade e aquelas que se encontram em condições desiguais devem ser tratadas com desigualdade, na medida de sua desigualdade conforme as lições clássicas antes trazidas por Aristóteles (apud ROCHA, 1990, p.45).[8: É pertinente lembrar que Manoel Gonçalves Ferreira Filho ensina que há duas espécies de igualdade: de direito e de fato. Neste sentido afirma que “aquela é a forma de igualdade consagrada constitucionalmente nas democracias ocidentais. Mantém aberta a possibilidade de distinções, mas de distinções que decorram do valor pessoal. [...] A última forma de igualdade é a prometida nas democracias marxistas para o paraíso comunista. Para o atendimento dessa promessa, se possível, não se lhe nega até o sacrifício da liberdade.” (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 20. ed. São Paulo, Saraiva, 1993, p. 242)]
 Para equilibrar a isonomia formal destacada no art. 5º da CF, que em meio ao Estado Liberal não garantia total aplicação a classe burguesa, o Estado aplicou normas materiais, preocupando em ter um resultado real tal como infere as lições de Fernanda Lucas da Silva (2001, p.36) “a igualdade material ou substantiva ou substancial é aquela que assegura o tratamento uniforme de todos os homens, resultando em igualdade real e efetiva de todos, perante todos os bens da vida”.
Em defesa do cidadão a Magna Carta promulgou diversos artigos alegando a imposição de sua ideia igualitária, tal como nos inc. III e IV do art. 3º , inc. XXXII do artigo 5º , inciso XXXI, do artigo 7º , entre outros. Por conseguinte, não basta a lei declarar apenas que todos são iguais, deve propiciar instrumentos e mecanismos eficazes para a construção da igualdade.[9: “III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”;“IV- promover o bem de todos sem preconceitos, de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”][10: XXXII- ”o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”.][11: XXXI- “(“a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do ‘de cujus’”]
IGUALDADE PERANTE A LEI E IGUALDADE NA LEI
Há países em que se distingue a igualdade perante a lei da igualdade na lei. A primeira refere-se ao dever de aplicação das normas jurídicas ao caso concreto de acordo com a lei e de forma igualitária. Já a segunda é a exigência de que as normas sejam criadas segundo o princípio da igualdade. 
Conforme José Afonso da Silva (2005),a igualdade perante a lei destina-se aos aplicadores das normas jurídicas enquanto a igualdade na lei destina-se tanto aos aplicadores como aos criadores das normas. 
No Brasil, doutrina e jurisprudência dão a igualdade perante a lei o mesmo significado que outros países dão a igualdade na lei. Ou seja, no ordenamento brasileiro o princípio significa que
[...] ao elaborar a lei, deve reger, com iguais disposições – os mesmo ônus e as mesmas vantagens – situações idênticas, e, reciprocamente, distinguir, na repartição de encargos e benefícios, as situações que sejam entre si distintas, de sorte a quinhoá-las ou gravá-las em proporção às suas diversidades. (FAGUNDES apud SILVA, 2005, p. 215).
Desta forma, neste ordenamento, o princípio dirige-se, especificamente, ao legislador e, de forma secundária, ao executor da lei, que já está obrigado a aplicá-la com sua observância.
Todavia, não se deve falar que a limitação ocasionada por este princípio é absoluta. O legislador deve basear-se neste princípio para criação de leis, mas a mera observância deste sem a análise de certos aspectos pode ocasionar diferenças fáticas maiores do que as existentes. Por este motivo quando fala-se em igualdade a maioria das pessoas associam-na a frase de Aristóteles: “devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades”, como pode ser visto em decisões de tribunais, como ocorre na ementa que segue:
PRINCÍPIO DA ISONOMIA. DIFERENÇA SALARIAL. VANTAGEM OBTIDA POR MEIO JUDICIAL. O princípio da isonomia não insta a uma igualdade salarial à parte de quaisquer elementos concretos. Os incisos XXX, XXII e XXXIV do art. 7º da CF atrelam a vedação de diferença salarial a circunstâncias específicas. Se a igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, o fato de que outro empregado obteve vantagem por ter lançado mão do meio judicial, enquanto que o reclamante não o fez, constitui comportamento diferenciado a justificar a desigualdade na remuneração. Logo, o não pagamento ao reclamante da verba recebida pelo paradigma não fere o princípio da isonomia. Recurso do reclamante conhecido e não provido.(TRT-10 - RO: 376200401910859 DF 00376-2004-019-10-85-9 RO, Relator: Desembargadora Elke Doris Just, Data de Julgamento: 11/09/2013, 2ª Turma, Data de Publicação: 20/09/2013 no DEJT). (Grifo nosso).
Assim, mesmo que nem sempre seja possível alcançar todos os aspectos necessários para a obter a igualdade na criação de uma norma, o legislador deve sempre buscar a minimização das diferenças.
IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES
Esta questão é fruto de um árduo esforço por parte das mulheres que buscaram espaço e reconhecimento na sociedade. Ao longo da história a mulher demonstrou que não deveria ser mais reconhecida simplesmente como o “sexo frágil” e a Constituição Federal tratou de instituir dispositivos para garantir a equidade entre os sexos.
Como pode ser visto abaixo, o artigo 3º, IV e o artigo 7º, XXX, da Constituição Federal vedam a diferenciação por sexo, dentro outros motivos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
[...]
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
[...]	
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
[...]
Todavia, é o artigo 5º, inciso I, que prevê, expressamente, a garantia de igualdade entre homens e mulheres:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
[...]
De todo modo, cabe ressaltar que esta vedação tem exceções na própria Constituição, entretanto, conforme Alexandre de Moraes (2008), essas exceções tem o objetivo de reduzir os desníveis fáticos existentes, evitando que a igualdade entre homens e mulheres seja meramente formal. A exemplo disto tem-se a redução no tempo de contribuição e na idade para a aposentadoria da mulher e o foro privilegiado em favor da mulher.
O PRINCÍPIO DA IGUALDADE JURISDICIONAL
A igualdade tratando-se em sentido amplo consiste na ideia de ser aplicada não somente ao magistrado, mas também ao legislador, ou seja, na criação da lei devem estar observados os princípios da igualdade, tratando os desiguais de forma desigual e os iguais de forma igual. Para ficar mais nítida essa diferenciação pode ser citada uma questão trabalhista, onde se trata de forma desigual os desiguais sendo neste caso normalmente o patrão menos vulnerável. Se a igualdade coubesse apenas ao juiz e excluísse o legislador desse princípio caberia apenas ao aplicador da lei respeitar o princípio da legalidade.
Outra garantia de igualdade é a não permissão de tribunais de exceção, pois da total garantia de independência e imparcialidade ao juiz natural para analisar e dar uma sentença mais justa possível respeitando os princípios exigidos pela legislação. Um juiz sem independência é um juiz vulnerável a ameaças e consequentemente potencialmente parcial ficando sujeito a influencias de pessoas tendenciosas com poderes para uma possível inclinação na sentença.
IGUALDADE PERANTE A TRIBUTAÇÃO
A igualdade perante a tributação segue o raciocínio da justiça distributiva, se dividindo em teoria subjetiva e teoria objetiva.
A primeira, teoria subjetiva, se subdivide em princípio do beneficio e princípio do sacrifício igual. O primeiro prega a proporcionalidade da tributação conforme a renda de cada indivíduo, e o segundo defende que independentemente da renda ou classe de cada individuo todos devem suportar a mesma carga tributária sem qualquer distinção, por óbvio este princípio é falho, pois todos sabem que seria injusto um rico pagar os mesmos impostos se beneficiando igualmente do governo a uma pessoa necessitada.
A teoria objetiva converte para o principio da capacidade contributiva, ou seja, adota fragmentos dos critérios subjetivos como na aplicação da alíquota para tributação, usam-se também princípios do “sacrifício igual” ou “sacrifício proporcional” ou o de “não alterar” enfim procura-se a maior aproximação possível da justiça, embora se saiba que muitas vezes esta não é atingida de forma plena, pois trata-se de critérios abstratos, embora haja leis que visam o caráter pessoal e impeça tratamento desigual a profissionais do mesmo ramo, entre outros. 
IGUALDADE PERANTE A LEI PENAL
Ao passo em que o Estado acusa penalmente alguém por um fato típico, a CF propõe direitos e garantias para assegurar o critério de ampla defesa e o principio de inocência, tal como a apresentação de “remédios constitucionais”. Contudo, na vida social capitalista, fica claro que muitas vezes quem tem mais poder aquisitivo obtêm maior forca constitucional, ou seja, o art. 5º na pratica possui um paradoxo sedimentar ao acumulo de bens material, que diante da atual sociedade aplica uma injusta oportunidade de defesa para os menos afortunados. 
IGUALDADE SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA
Conforme José Afonso da Silva (2005, p. 223), “as constituições anteriores enumeravam as razões impeditivas de discrime: sexo, raça, trabalho, credo religioso e convicções políticas”. Ocorre que a Constituição de 88 optou por abranger este rol, tornando-o meramente exemplificativo. 
Assim, as previsões contidas nos artigos 3º e 7º, por exemplo, apenas elencam itens com maior incidência de preconceitos, mas não exaurem a lista em que se veda distinção, tendo em vista que o artigo 5º, CAPUT, dispõe que: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileirose aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]”. (Grifo nosso). 
 É a expressão “sem distinção de qualquer natureza” que permite esta ampliação da aplicação do princípio da igualdade, muito embora o rol apresentado em constituições anteriores ainda tenha grande destaque quando esta matéria é objeto de estudo.
SEM DISTINÇÃO DE SEXO E DE ORIENTAÇÃO SEXUAL
Como exposto anteriormente, no que se refere a igualdade entre homens e mulheres, após muitas lutas, conseguiu-se ter previsão expressa de equidade na constituição. Entretanto, isto ainda não ocorre no que se refere à questão da orientação sexual. 
A ideia de introduzir uma norma que vedasse expressamente a distinção em relação à orientação sexual não foi bem aceita, pois, indagou-se que utilizar a expressão “sem distinção de orientação sexual” poderia ocasionar muito mais insatisfações do que receptibilidade. 
De qualquer forma, a extensão do artigo 5º, garante que não deve haver distinção de qualquer natureza, amparando a falta de norma expressa em defesa 
DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. RELAÇÃO HOMOAFETIVA. SERVIDORA PÚBLICA FEDERAL. INSCRIÇÃO DE COMPANHEIRA COMO DEPENDENTE. POSSIBILIDADE. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ART. 226, § 3º. ARTS. 3º, IV E 5º, I. ART. 4º LICC. LEI 8.112/90 E IN 25/2000. 1. A norma contida no artigo 226, § 3º, da Constituição Federal, que trata da proteção do Estado à união estável entre homem e mulher, como entidade familiar, certamente não deve ser interpretada de forma isolada, conquanto a regra fundante, quanto à vedação de qualquer forma de discriminação, encontra-se inscrita no artigo 3º, inciso IV, que estabelece constituir um dos objetivos fundamentais da República brasileira a promoção do bem estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, compreendendo, esta última expressão, espectro lato o bastante para abarcar a proibição de se discriminar com base na orientação sexual da pessoa. 2. Consagra, ainda, a Lei Fundamental, o princípio da igualdade, traduzido na primeira parte da norma contida no caput do artigo 5º, ao asseverar que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos seguintes termos:
I - homens e mulheres são iguais em direito e obrigações, nos termos desta Constituição". 3. Sendo vedada qualquer forma de discriminação, proibida a distinção de qualquer natureza, claro está que as pessoas não podem ser alvo de tratamento desigual, em decorrência da orientação sexual que adotarem. 4. Aliás, o direito como produto cultural e fenômeno social é dinâmico e deve acompanhar as mudanças verificadas no seio da sociedade, preenchendo as lacunas do ordenamento jurídico, por meio da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito, e aplicando a lei segundo os fins sociais colimados. 5. Assim sendo, caracterizado o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, resultando na chamada união homoafetiva, cabe a adequação da situação fática perante o ordenamento jurídico, devendo ser estendido às relações homossexuais o mesmo tratamento dispensado nos casos de relações heterossexuais, pois a opção sexual não pode ser usada como fator de discriminação. 6. Ademais, o artigo 217 da Lei 8.112/90 não faz distinção entre o relacionamento heterossexual ou homoafetiva, não restringindo os benefícios previdenciários a homem e mulher. Referido dispositivo limita-se, apenas, a prever como beneficiários das pensões o companheiro ou companheira designada que comprove união estável como entidade familiar, sem qualquer vedação expressa que estes sejam do mesmo sexo. 7. Por analogia, é possível invocar e aplicar a Instrução Normativa 25/2000, expedida, pelo Sistema Geral da Previdência Social, que estabelece procedimentos a serem adotados para deferimento de benefício previdenciário ao companheiro ou à companheira homossexuais, sendo certo que, em obediência ao princípio da isonomia, aplica-se, da mesma forma, aos servidores públicos federais. 8. É jurídica a pretensão de indicar companheira como dependente para fins de recebimento de benefício previdenciário, pois, ninguém pode ser discriminado em razão de sua opção sexual, gerando à relação homoafetiva direitos análogos ao da união estável. 9. Agravo a que se nega provimento. (TRF-3 - AI: 66650 SP 2005.03.00.066650-2, Relator: JUIZ CONVOCADO VALDECI DOS SANTOS, Data de Julgamento: 03/03/2009, SEGUNDA TURMA). (Grifo nosso).
No caso em questão, pode ser analisada a aplicabilidade da igualdade perante a lei, pois o legislador, ao elaborar a lei 8.112, não tinha liberdade para fazer distinção entre casais hetero e homossexuais. De outro lado, o aplicador do direito deve aplicar a norma com base no princípio da igualdade. 
SEM DISTINÇÃO DE ORIGEM, COR E RAÇA
Dando sequência a exemplificação constitucional das vedações mais claras no âmbito das distinções de qualquer natureza, vemos ainda a incorporação de dispositivos constitucionais que proíbem as diferenciações de tratamento em relação a origem, cor e raça do individuo. 
	Sendo um dos pontos mais polêmicos, o debate jurídico que trata sobre a igualdade entre as pessoas de origem, cor e raça diferente, requer uma analise voltada a medida preventiva e positivista ao código penal no momento em que elas são positivadas com o intuito de erradicar a violência entre todos, o racismo, episódios como o apartheid, dentre outras projeções de ódio e violência.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
Constituição Federal de 1988.
	Em outra ótica, os dizeres constitucionais que vetam as diferenciações não abrangem medidas paliativas como a questão das cotas raciais e demais benefícios ofertados pela União aos que ela mesma professa como iguais.
SEM DISTINÇÃO DE IDADE
Não menos importante frisar é a vedação as distinções por idade, altamente abordada no mercado de trabalho em relação aos idosos e principalmente aos jovens. Como retrata no bojo da Constituição Federal:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Sendo assim fica clara a positivação de políticas públicas voltadas para inviabilizar as diferenciações etárias, principalmente em relação a redução salarial por conta da idade, visto todos os preâmbulos do principio da igualdade.
Como exemplo a aderência de políticas públicas, podemos observar o Estatuto da Juventude – Lei Federal Nº 12.852 de 2013 que auxilia a formação de medidas paliativas aos jovens (15 a 29 anos) para inserção no mercado de trabalho e sua qualificação profissional.
SEM DISTINÇÃO DE TRABALHO
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
Como reza a CF em seu inciso treze do quinto artigo, analisamos a liberação aos cidadãos de qualquer forma de trabalho que não atente as normas, sendo que todos podem alcançar qualquer emprego, tendo sua qualificação necessária, sem distinções ainda em relação aos demais debatidos.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
Como podemos ver o trabalho, mesmo que técnico ou intelectual e ate mesmo em relação aos que o exercem, devem possuir igual tratamento, sem suas distinções.
 SEM DISTINÇÃO DE CREDO RELIGIOSO
Por conta de o Estadoter definição de laico, é aberto a todos suas posições religiosas diversas, garantindo a prática de seus credos e a igualdade de quem os professa.
	Não sendo algo que tem gerado grandes diferenciações socias, o credo religioso é algo já abrangente no costume dos brasileiros como motivo de respeito e igualdade.
 SEM DISTINÇÃO DE CONVICÇÕES FILOSÓFICAS OU POLÍTICAS
Sendo o ponto crucial da isonomia, é garantido a todos a pluralidade partidária, sua aderência e liberdades de professar pensamentos. O voto é igual a todos, ninguém pode receber tratamento diferenciado por ter ou não ter pensamentos “de posição ou oposição”. 
Algo muito marcante para a Administração Pública é a garantia de empregos públicos abertos para candidatura de todos, prevalecendo a já discutida qualificação profissional, ou dependendo, a participação popular de escolha, o voto.
 DISCRIMINAÇÕES 
O termo tem sua etimologia do latim (discriminatio, -onis, separação), que pressupõe a diferenciação de um certo grupo. No âmbito jurídico a discriminação segue dois pontos analíticos, um negativo e outro positivo.
No positivo, representada por políticas públicas destinadas a eliminar situações de desigualdade maior. É o caso, por exemplo, do sistema de quotas estabelecido em algumas universidades, fundado na utilização de um critério de diferenciação voltado a eliminar a situação histórica de desigualdade existente. A discriminação positiva representa mecanismo próprio da tutela do princípio da igualdade. Já a discriminação negativa pode decorrer de racismo, preconceito ou concepções estereotipadas. 
A NÃO DISCRIMINAÇÃO E SUA TUTELA PENAL
Para estabelecer a igualdade na sociedade o Estado se buscou utilizar da lei para impor uma ideologia de isonomia. Por este fato, a CF traz no art. 5º, respectivamente nos incisos XLI e XLII, o principio da não discriminação, demonstrando que todos são iguais. No mesmo segmento traz o artigo 1.º da Declaração Universal ao proclamar que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”, ao passo que, de acordo com o artigo 2.º temos o mesmo segmento:
“Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania”.
Para Flávia Piovesan, "discriminação significa toda distinção, exclusão, restrição ou preferência que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e liberdades fundamentais, nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo. Logo, a discriminação significa sempre desigualdade." Portanto o Estado tem como tutela penal, a inclusão de leis que garantam a punição de discriminações, como a lei 7.716 de 5.1.89 (Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.) ou a lei 5.473/68 (Regula o provimento de cargos e dá outras providências).
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, pode se verificar que o direito a igualdade faz mister ao estudo dos Direitos fundamentais, pois seu estudo e compreensão vem dos primórdios, desde Platão à era contemporânea. A compreensão da formulação da isonomia demonstra que na era atual ainda estamos longe de uma igualdade universal, pois temos diversas barreiras a ser enfrentadas, por isto a analise profunda do assunto traria um entendimento maior sobre a atual fase capitalista do país, onde o critério de igualdade permanece desigual comparando com as classes sociais.
 REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em 07 de maio de 2014.
BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Recurso Ordinário nº 376200401910859, Moacir Soares da Costa e Terracap Companhia Imobiliária de Brasília. Relator: Desembargadora Elke Doris Just. Brasília, DF, 20 de setembro de 2013. Disponível em: <http://trt-10.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24538812/recurso-ordinario-ro-376200401910859-df-00376-2004-019-10-85-9-ro-trt-10>. Acesso em: 07 mai. 2014.
BRASIL. Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Agravo de Instrumento nº 66650 SP 2005.03.00.066650-2, Moacir Soares da Costa e Terracap Companhia Imobiliária de Brasília. Relator: Juiz Convocado Valdeci dos Santos. São Paulo, SP, 03 de março de 2009. Disponível em: <http://trf-3.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/18228202/agravo-de-instrumento-ai-66650-sp-20050300066650-2-trf3>. Acesso em: 07 mai. 2014.
OLIVEIRA NETO, Alberto Emiliano de. O princípio da não-discriminação e sua aplicação às relações de trabalho. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1176, 20 set. 2006. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/8950>. Acesso em: 10 maio 2014.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
OLIVEIRA, Erival da Silva. Direito constitucional. São Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004. 
SLAIBI FILHO, NAGIB. Direito constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
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