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Contexto Econômico Brasileiro:
A década de 80 e o inicio da década de 90 foram os anos percussores à implantação do Plano Real, e os fatores econômicos e medidas políticas que ocorreram durante esse período influenciaram diretamente na elaboração e implementação do Plano, com fim de estabilizar a economia do país que na época era bastante conturbada.
O fim dos anos 80 foram marcados com sucessivas tentativas fracassadas de planos de estabilização, pois o pais passava por uma enorme estagnação econômica e beirava a hiperinflação. Inspirado pelos ideais liberais que tomavam conta do mundo na época, o governo Collor iniciou a chamada “era liberal” no Brasil, em que o intervencionismo estatal cedeu lugar para propostas de iniciativa privada, desregulamentação total da economia, abertura comercial completa, Estado mínimo, privatizações e etc, ou seja uma politica de abandono dos investimentos estatais em prol do setor privado se iniciava.
"... o setor público não terá muita capacidade de originar investimentos como teve nos anos anteriores a 1983. A responsabilidade pelo crescimento nos anos a seguir deverá recair predominantemente sobre o setor privado" (Franco, 1999, p. 62). 

Logo, o Estado passou a ser subordinado dos interesses corporativos e aos interesses do sistema financeiro internacional. O Estado brasileiro não seria mais capaz de comportar uma política desenvolvimentalista nos moldes das décadas de 60 e 70, ou seja, o modelo de substituição das importações foi um grande propulsor do desenvolvimento desse período mas já estava esgotado. Isso abriu uma lacuna ideological em toda a América Latina para a proliferação dos ideais de caráter neoliberal, que não passavam de uma nova forma de aprofundar a centralização e concentração de capital.
A década de 80, chamada de “década perdida” ficou marcada por suas elevadas taxas de inflação e políticas macroeconômicas caóticas, apresentou uma forte interferência estatal e estava carregada com um tom de desesperança pelo povo brasileiro. Em contrapartida, os anos 90 estigmatizou-se pelo bem sucedido plano de estabilização o que gerou perspectivas otimistas e ficou conhecida como “a década perdida com reformas orientadas para o mercado”.
O enorme processo de privatizações foi de extrema relevância na discussão dos impactos sobre o déficit e a dívida do país. Políticas de caráter ortodoxo com o objetivo de controlar a inflação e o déficit público eram acompanhadas por uma drástica mudança na estratégia de desenvolvimento econômico: as empresas estatais passaram a ser vendidas, barreiras tarifárias abolidas e empresas multinacionais cortejadas, por exemplo, em uma primeira fase (1982-89) houve uma tentativa de saneamento do BNDES. As privatizações ocorridas durante o período pré-90, portanto, situavam-se na esfera da redefinição do papel do Estado em algumas áreas em favor do setor privado, apenas a partir do governo Collor é que o programa de privatizações toma corpo. Entre 1990 e 1993 foram vendidas várias empresas, principalmente dos setores de siderurgia, petroquímica e fertilizantes. Outro fator de grande importância no Brasil foi a criação das moedas de privatização e uma característica relevante da utilização dessas moedas no PND foi, com exceção de alguns papéis da dívida pública externa, a aceitação dos títulos da dívida de médio e longo prazo de estatais e do governo federal, de forma geral, pelo seu valor de face na compra das empresas, o que salientava os objetivos fiscais do Plano de Desestatização.
No inicio da década de 90, o diagnostico macroeconômico era o seguinte: aceleração de uma taxa de inflação extremamente elevada; Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), no conceito operacional, modestas, pois a inflação facilitava o ajuste das contas públicas, conforme explicaremos em seguida; Taxa de câmbio extremamente desvalorizada, reflexo ainda da contração do mercado de crédito externo ao país na década de 80; Situação de tranqüilidade nas contas externas. Na implementação das reformas estatais, particularmente voltadas para o controle da inflação, o combate ao déficit público ganhou destaque importante na agenda do governo. As medidas adotadas nos Planos Collor I e II, com destaque para o congelamento dos títulos públicos pelo governo, inclusive, permitiram reduzir consideravelmente a dívida pública e as despesas com juros. Mesmo com o fim abrupto do governo Collor, em 1992, as políticas de ajuste (redução das alíquotas, privatização e combate ao déficit público) foram mantidas pelo seu sucessor, Itamar Franco, em cuja gestão foi lançado o Plano Real, o mais bem sucedido plano de estabilização da história brasileira.
O caráter de obter ganhos fiscais nessa segunda fase das privatizações (1990-94) torna-se explícito, Os ganhos para o Tesouro Nacional vinham principalmente da superavaliação dos preços mínimos das empresas e da política de deságios dos títulos aceitos, principalmente por meio de ganhos no processo de aceitação das moedas de privatização, redução do saldo devedor, redução das taxas de juros ou mesmo um alívio nos prazos de vencimento.
"É na América Latina, de fato, onde a privatização tem sido mais freqüentemente acoplada a esquemas de trocas de ações por dívida. Em parte isso se explica pela importância da dívida externa na crise que a região viveu na década passada" (Pinheiro & Landau, 1995, p. 3).
É justamente nesse contexto que o processo de privatização ganha destaque como um dos sustentáculos da política econômica no período de estabilização, atingindo seu "auge" no primeiro mandato do governo Fernando Henrique Cardoso. Durante esse período de retração dos mercados, a receita da privatização vem desempenhar duplo papel de extrema importância. Em primeiro lugar, o montante de investimentos estrangeiros (IED) que foi canalizado na compra dos ativos estatais reduzia significativamente as necessidades de contratar empréstimos externos para o financiamento do déficit corrente. Em segundo lugar, os recursos da privatização permitiam ao governo evitar que a dívida pública se tornasse insustentável, uma vez que o aumento desta em proporção do PIB mostrava-se objeto de preocupação desde 1994. O objetivo principal era evitar que o desequilíbrio fiscal pressionasse muito a dívida pública, enquanto se aprovavam as medidas de ajuste requeridas para a redução das NFSP. Se a estratégia se revelasse correta, a dívida pública teria seu processo de crescimento contido inicialmente através da privatização e, na seqüência, através do esforço fiscal.
Passou-se a discutir-se então as possíveis conseqüências do esgotamento das receitas de privatização, o que ocorreu ao fim de 1998, provocando a necessidade de urgentes ajustes nas contas fiscais e externa.

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