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Concreto 1 – 2017/1 Detalhamento da Armadura Longitudinal na Seção Transversal Introdução Após determinado a quantidade de armadura necessária para cada seção mais crítica de uma viga, e tendo conhecimento do diagrama de momento fletor, é possível detalhar o desenvolvimento desta armação ao longo de todo o comprimento da viga. O objetivo do detalhamento da armadura longitudinal ao longo da viga é de otimizar o comprimento das barras respeitando logicamente as condições de seguranças, tendo em mente que a quantidade de barras calculada era necessária apenas na seção crítica aonde se encontram os momentos máximos solicitantes. É importante ressaltar que quando dizemos otimizar estamos fazendo uma menção ao todo e não simplesmente a racionalização do comprimento das barras, é preferível por exemplo, se for o caso, trabalharmos com um conjunto de barras em toda a extensão de uma viga do que interromper parte destas 30 cm antes dos apoio, impondo uma rotina extra de conferência em obra. Dentre todos os métodos possíveis para o detalhamento da armadura longitudinal ao longo da viga, o mais usual é o gráfico, pois é muito prático e de fácil compreensão. É importante ressaltar que tudo que vamos discutir a partir deste momento é válido para os casos aonde a armadura longitudinal calculada extrapolou o valor de área de aço mínima, necessitando assim de uma otimização em seu detalhamento. Se o caso em questão for o contrário a isso, ou seja, onde a armadura mínima já seria necessária para combater os momentos atuantes na peça, o detalhamento se tornaria bem simplificado, pois seria necessário apenas estender por todo desenvolvimento da viga barras de aço que suprissem o valor de área de aço mínimo. Quantidade de Armadura Longitudinal Vamos tomar como referência para discutir este tópico a viga apresentada abaixo com seu diagrama de momento fletor já representado: Concreto 1 – 2017/1 Como podemos observar, para o momento negativo máximo (Ponto B), já foi determinada por meio de cálculo a quantidade de barras necessárias para suportar o fletor de 40KN.m. É fácil perceber que as seis barras de Ø 12.5mm seriam necessárias apenas na seção da viga que se encontra exatamente no apoio B pois é neste ponto que se encontra o máximo, em qualquer outra seção posicionada dentro do trecho 1-B ou B-2 o momento fletor seria menor e consequentemente a área de aço necessária seria menor. A determinação da quantidade de aço em qualquer ponto desta viga partiria do mesmo princípio utilizado por nós para o cálculo da quantidade de armadura para as seções críticas, porém este processo seria bastante trabalhoso. Sendo assim aconselha-se que esta etapa seja realizada por meio de um processo gráfico que permiti determinar, por exemplo, em quais seções do elemento são necessárias 6, 5, 4, 3, 2 e 1 barra por exemplo. O processo gráfico consiste em dividir o momento máximo em partes iguais ao número de barras (), e o comprimento das retas paralelas ao eixo da viga que limitam cada uma destas partes, determina o comprimento mínimo das barras, isso seria equivalente a considerar o diagrama de momento fletor estratificado, representada na imagem abaixo. Concreto 1 – 2017/1 Para simplificar ainda mais o detalhamento, o projetista pode optar por agrupar estas barras em conjuntos menores simplificando a execução. Para o mesmo exemplo apresentado anteriormente poderíamos optar, por exemplo, em trabalhar com duas outras configurações de barras partindo sempre do diagrama estratificado e prezando sempre pela segurança, veja a representação abaixo: Apesar de termos utilizado para exemplificar apenas o momento crítico que se encontra no ponto B, o processo se repetiria da mesma forma para os momentos positivos que se encontram entre os apoios A-B e B-C. Discutiremos mais afrente que algumas questões práticas deverão ser consideradas para complementar este detalhamento longitudinal como, por exemplo, a necessidade de levar uma determinada quantidade mínima de barras até os apoios extremos, a necessidade de empregarmos no mínimo quatro barras na seção sendo duas na face superior e duas na face inferior tendo algumas destas a função apenas de porta estribo. Referência Livro: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (4ª Edição) Autores: Roberto Chust Carvalho; Jasson Rodrigues de Figueiredo Filho NBR 6118:2014 – Projeto de estrutura de concreto-procedimento
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