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Apostila de Anatomia Ruminantes Domésticos

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA DOS RUMINANTES DOMÉSTICOS 
 
 
 
Hugo Pereira Godinho 
Fábio Maurício Cardoso 
Jair Ferreira do Nascimento 
 
 
 
 
 
 
1985 
 
2 
 
Sumário 
1. Introdução ao estudo da anatomia............................................................................... 6 
2. Sistema esquelético..................................................................................................... 9 
3. Junturas..................................................................................................................... 35 
4. Introdução ao estudo do sistema muscular............................................................... 46 
5. Introdução ao estudo do sistema nervoso................................................................. 48 
6. Introdução ao estudo do sistema vascular................................................................. 51 
7. Roteiro para a dissecação e estudo do membro torácico.......................................... 55 
8. Músculos do membro torácico.................................................................................. 62 
9. Nervos do membro torácico...................................................................................... 74 
10. Artérias do membro torácico.................................................................................... 78 
11. Veias do membro torácico........................................................................................ 82 
12. Linfáticos do membro torácico................................................................................. 83 
13. Roteiro para dissecação e estudo da parede do tórax................................................ 84 
14. Músculos da parede do tórax.................................................................................... 85 
15. Nervos da parede do tórax........................................................................................ 88 
16. Artérias da parede do tórax....................................................................................... 89 
17. Veias da parede do tórax........................................................................................... 90 
18. Linfáticos da parede do tórax.................................................................................... 90 
19. Roteiro para dissecação e estudo da parede do abdome........................................... 90 
20. Músculos da parede do abdome................................................................................ 92 
21. Nervos da parede do abdome.................................................................................... 94 
22. Artérias da parede do abdome................................................................................... 95 
23. Veias da parede do abdome...................................................................................... 95 
24. Linfáticos da parede do abdome............................................................................... 95 
25. Roteiro para dissecação e estudo do membro pelvino.............................................. 95 
26. Músculos do membro pélvico................................................................................. 101 
3 
 
27. Nervos da pelve e do membro pélvico.................................................................... 109 
28. Artérias do membro pélvico.................................................................................... 112 
29. Veias do membro pélvico....................................................................................... 115 
30. Linfáticos da pelve e do membro pélvico............................................................... 119 
31. Roteiro para dissecação e estudo do sistema nervoso central (SNC)..................... 122 
32. Roteiro para dissecação e estudo da cabeça............................................................ 139 
33. Músculos da cabeça................................................................................................ 146 
34. Nervos e gânglios da cabeça................................................................................... 150 
35. Artérias da cabeça................................................................................................... 160 
36. Veias da cabeça....................................................................................................... 165 
37. Linfáticos da cabeça................................................................................................ 168 
38. Bulbo do olho, pálpebras, túnica conjuntiva e aparelho lacrimal........................... 169 
39. Ouvido (órgão vestibulococlear)............................................................................. 173 
40. Cavidade da boca.................................................................................................... 181 
41. Glândulas salivares................................................................................................. 189 
42. Cavidade nasal e seios paranasais........................................................................... 191 
43. Faringe.................................................................................................................... 194 
44. Laringe.................................................................................................................... 195 
45. Roteiro para dissecação e estudo do pescoço......................................................... 199 
46. Músculos do pescoço.............................................................................................. 200 
47. Nervos do pescoço.................................................................................................. 204 
48. Artérias do pescoço................................................................................................. 205 
49. Veias do pescoço..................................................................................................... 206 
50. Linfáticos do pescoço............................................................................................. 207 
51. Esôfago e traqueia................................................................................................... 208 
52. Tireóidea, paratireóideas e timo.............................................................................. 210 
53. Roteiro para dissecação e estudo da cavidade torácica........................................... 211 
4 
 
54. Pulmões e brônquios............................................................................................... 212 
55. Pericárdio e coração................................................................................................ 214 
56. Pleura e mediastino................................................................................................. 217 
57. Nervos e gânglios da cavidade torácica.................................................................. 220 
58. Artérias da cavidade torácica.................................................................................. 223 
59. Veias da cavidade torácica...................................................................................... 226 
60. Linfáticos da cavidade torácica............................................................................... 228 
61. Roteiro para dissecação e estudo da cavidade abdominal...................................... 230 
62. Estomago................................................................................................................. 232 
63. Intestinos.................................................................................................................235 
64. Fígado, vias biliares, pâncreas e baço..................................................................... 237 
65. Rins, ureteres e glândula suprarrenal...................................................................... 240 
66. Peritônio.................................................................................................................. 242 
67. Nervos e gânglios da cavidade abdominal.............................................................. 245 
68. Artérias da cavidade abdominal.............................................................................. 247 
69. Veias da cavidade abdominal.................................................................................. 249 
70. Linfáticos da cavidade abdominal.......................................................................... 251 
71. Roteiro para dissecação e estudo da cavidade pelvina, dos órgãos genitais externos e 
do úbere.................................................................................................................... 255 
72. Órgãos genitais femininos....................................................................................... 256 
73. Úbere....................................................................................................................... 260 
74. Órgãos genitais masculinos..................................................................................... 262 
75. Bexiga e parte pelvina dos ureteres........................................................................ 269 
76. Parte pelvica do peritônio....................................................................................... 270 
77. Nervos e gânglios da cavidade pélvica................................................................... 271 
78. Artérias da cavidade pélvica................................................................................... 273 
79. Veias da cavidade pélvica....................................................................................... 275 
5 
 
80. Linfáticos da cavidade pélvica................................................................................ 275 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1. Introdução ao estudo da anatomia 
1.1. Considerações gerais 
A Anatomia Veterinária constitui o ramo da Morfologia que se imcube do estudo da 
conformação e da estrutura dos animais, especialmente daqueles que, pelo seu valor 
econômico, cientifico ou afetivo, são criados pelo homem. Ela tem caráter comparativo 
e, para facilitar o seu estudo, adota-se comumente ema espécie padrão, a partir da qual 
são feitas comparações com as demais espécies. Na UFU, adota-se como animal padrão 
o ruminante (bovino, ovino e caprino), devido, entre outros fatores, à sua importância 
econômica. 
O estudo da Anatomia pode ser divido em duas partes: Anatomia Sistêmica e 
Anatomia Topográfica. Na Anatomia Sistêmica, o organismo animal é estudado através 
de seus sistemas ou aparelhos, isto é, conjuntos de órgãos de origem e estrutura 
semelhantes e associados para exercerem determinadas funções. Ela compreende, assim, 
vários ramos, como a Osteologia (estudo do esqueleto), a Miologia (estudo dos 
músculos), a Esplancnologia (estudo das vísceras, incluindo os sistemas digestivo, 
respiratório e genito-urinário), a Angiologia (estudo dos vasos), etc. Já a Anatomia 
Topográfica focaliza-se uma determinada parte ou região do corpo, estudando-se em 
conjunto todos os órgãos ou estruturas dos diferentes sistemas que aí se encontram e se 
inter-relacionam. O conhecimento desta parte da Anatomia e de outro importante ramo 
dela derivado, a Anatomia Aplicada, constitui, assim, fator indispensável no exercício 
das técnicas de semiologia, clínica e cirurgia veterinária. 
1.2. Nomenclatura Anatômica Veterinária 
 A Anatomia Veterinária, como as demais áreas da Morfologia, tem sua 
linguagem própria. Essa linguagem, compreendendo o conjunto de termos empregados 
para designar as inúmeras partes do organismo animal, constitui a Nomenclatura 
Anatômica Veterinária (N.A.V.). Esta nomenclatura foi elaborada por uma comissão 
internacional de anatomistas veterinários tendo como objetivo primordial padronizar os 
termos anatômicos veterinários. Ela se propõe, assim, a solucionar o problema criado 
pelo uso conflitante de nomenclaturas diversas, restritas a determinados países e até 
mesmo a determinados autores. Sua primeira edição, depois de muitos e progressivos 
autores, foi publicada em 1968, em Viena, sob o patrocínio da Associação Mundial dos 
Anatomistas Veterinários. Seus princípios básicos são os seguintes: 
• Cada estrutura anatômica, com reduzido número de exceções, é designada por 
um único termo; 
• Os termos, na lista oficial, são escritos em Latim, mas os anatomistas de cada 
país têm liberdade de traduzi-los para a sua respectiva língua; 
• Cada termo deve ser o mais curto e simples possível; 
7 
 
• Os termos devem ser fáceis de lembrar e deve também, antes de tudo, possuir 
valores instrutivo e descritivo; 
• As estruturas intimamente relacionadas do ponto de vista topográfico devem 
possuir nomes semelhantes. Ex: artéria femoral, veia femoral e nervo femoral; 
• Os termos derivados de nomes próprios (epônimos) devem ser abolidos. Ex: 
tendão calcanhar comum, em vez de tendão de Aquiles. 
1.3. Divisão do Corpo 
 O corpo dos animais é dividido em cinco partes: cabeça, pescoço, tronco, 
membros e cauda. O tronco, por sua vez, é constituído de três segmentos contínuos – 
tórax, abdome e pelve – e os membros dividem-se em torácicos (anteriores) e pelvinos 
(posteriores). Em cada membro distinguem-se uma raiz, que se prende ao tórax ou à 
pelve, e uma parte livre. No membro torácico, a raiz é constituída pela cintura escapular 
e a parte livre divide-se em braço, cotovelo, antebraço e mão. No membro pelvino, a 
raiz é representada pelo quadril e a parte livre compreende coxa, joelho, perna e pé. 
1.4. Posição Anatômica 
 Para se evitar o uso de termos diferentes ao se descrever o corpo animal, 
considerando-se que a posição pode ser variável, achou-se conveniente adotar uma 
posição padrão, para que os pontos de referência se mantenham constantes. Esta é a 
posição fundamental de descrição anatômica, que nos animais quadrúpedes ficou 
estabelecida da seguinte maneira: o animal está de pé, com os quatro membros 
estendidos e firmemente apoiados no solo; o pescoço está encurvado para cima, 
formando um ângulo de cerca de 145° com o dorso; a cabeça mantém-se mais ou menos 
ereta num plano horizontal, de modo que as narinas estejam voltadas para a frente e os 
olhos para o horizonte. 
1.5. Planos e eixos do corpo 
 Na posição de descrição anatômica, o corpo do animal, excluídos os membros, 
pode ser delimitado por seis planos tangentes à sua superfície, os quais formam, com 
suas intersecções, um paralelepípedo imaginário. Estes planos são os seguintes: 
• Dois planos horizontais, um tangente ao dorso – plano dorsal - e outro ao ventre 
do animal – plano ventral. Todos os planos paralelos a estes dois e que cortam o 
corpo do animal são chamados planos frontais; estes planos são poucos 
utilizados em medicina Veterinária. 
• Dois planos verticais, cada um tangente a um lado do animal. São planos laterais 
direito e esquerdo. Todos os planos que cortam o corpo do animal paralelamente 
aos planos laterais são chamados de planos sagitais. Um deles, o plano sagital 
mediano, passa pelo meio do animal, dividindo-o em metades ou antímeros 
direito e esquerdo. 
8 
 
• Dois planos verticais, um tangente à cabeça – plano cranial – e outro à cauda – 
plano caudal.Todos os planos que seccionam o corpo do animal paralelamente 
aos planos cranial e caudal são chamados planos transversais. 
Pode-se considerar ainda o corpo do animal como sendo atravessado por linhas 
imaginárias ou eixos. Assim, temos um eixo sagital, disposto verticalmente e unindo o 
centro do plano dorsal ao centro do plano ventral; um eixo longitudinal, que se estende 
horizontalmente do centro do plano cranial ao centro do plano caudal e um eixo 
transversal ou látero-lateral, disposto também horizontalmente, mas unindo entre si os 
centros dos planos laterais direito e esquerdo. 
1.6. Termos indicativos de posição e direção 
Para facilitar a descrição das diferentes estruturas anatômicas, foram 
convencionados certos termos que indicam a posição e direção destas estruturas. Os 
principais termos são os seguintes: 
1.6.1. Lateral, medial, intermédio e mediano 
Os termos lateral e medial são utilizados para designar as faces de um órgão que 
estejam voltadas, respectivamente, para os planos lateral e sagital mediano. Mas a 
situação e posição dos órgãos são também indicados em função destes planos. Assim, 
temos que um órgão próximo ao plano mediano é medial ou situa-se medialmente em 
relação a outro que lhe fica lateralmente, isto é, mais próximo do plano lateral direito ou 
esquerdo. O termo intermédio serve para designar uma posição intermediária entre um 
órgão que lhe é lateral e outro que lhe é medial. Já o termo mediano é empregado para 
os órgãos que ficam ao nível do plano sagital mediano, como por exemplo, as vértebras. 
1.6.2. Cranial e caudal 
Uma face, ou estrutura, ou órgão, é cranial quando está voltado para ou está mais 
próximo do plano cranial, em relação a outro que lhe é caudal, isto é, que está voltado 
ou mais próximo do plano caudal. Na mão e no pé, o termo cranial é substituído por 
dorsal e o termo caudal por palmar, na mão, e plantar, no pé. 
1.6.3. Dorsal, ventral e médio 
Os termos dorsal e ventral são utilizados para designar faces ou órgãos que 
estejam voltados ou mais próximos, respectivamente, dos planos dorsal e ventral. A 
posição intermediária entre dorsal e ventral é designada como média. 
 
1.6.4. 
Os adjetivos externo e interno, utilizados para órgãos cavitários, indicam as suas 
faces que estejam voltadas, respectivamente, para o exterior ou para o interior das 
cavidades. 
9 
 
1.6.5. Superficial e profundo 
Os termos superficial e profundo indicam posições, em órgãos ou regiões, que 
estejam mais próximos e mais afastados, respectivamente, da superfície considerada. 
1.6.6. Proximal e distal 
Para os membros e outros órgãos apendiculares (orelhas, cauda, etc.), utilizam-
se os termos proximal e distal, conforme a parte considerada se encontre mais próximo 
ou mais distante de sua raiz. São também utilizados para os segmentos e ramificações 
de vasos e nervos em relação ao coração e ao sistema nervoso central, respectivamente. 
È claro que, como nos demais casos, estes termos indicam uma posição relativa. Assim, 
por exemplo, o rádio é distal em relação ao úmero, mas ao mesmo tempo é proximal em 
relação ao carpo. 
1.6.7. Axial e abaxial 
Estes termos são utilizados para aquelas espécies em que o eixo funcional do 
membro passa entre os dedos III e IV, como acontece nos ruminantes. Nestes casos, a 
face do dedo que está voltada para o eixo é chamada axial e a face oposta, isto é, 
afastada do eixo, denomina-se abaxial. 
1.6.8. Rostral, superior e inferior 
O termo rostral é utilizado para designar a posição e direção de estruturas 
localizadas na cabeça, em substituição ao termo cranial, que, neste caso, torna-se 
inconveniente. Os termos superior e inferior, largamente empregados na Anatomia 
Humana, foram mantidos em alguns casos na Anatomia Veterinária. Como exemplo, 
temos a designação das pálpebras e dos lábios, que, mesmo nos animais, devem ser 
designados como superior e inferior. 
 
2. Sistema Esquelético 
2.1. Introdução ao estudo dos ossos 
2.1.1. Conceito 
O sistema esquelético dos animais domésticos é formado por ossos e cartilagens. 
Em zoologia, este termo é empregado em sentido mais amplo, incluindo as estruturas 
rígidas que revestem externamente o corpo de animais invertebrados ou mesmo de 
alguns vertebrados. Os ossos são órgãos constituídos de vários tipos de tecidos, dentre 
os quais sobressai-se o tecido conjuntivo especial denominado ósseo. As cartilagens 
associadas aos ossos são predominantemente dos tipos fibroso e hialino. Alguns órgãos 
do sistema esquelético são constituídos exclusivamente de cartilagens. Pormenores 
acerca da organização microscópica dos ossos e cartilagens são estudados na área de 
histologia. O termo osteologia, comumente usado, deriva da palavra grega osteon, que 
10 
 
significa osso e logos, que se refere a uma determinada parte do conhecimento. Os 
termos latinos para osso são os, ossis, dos quais o adjetivo ósseo é derivado. 
2.1.2. Divisão do esqueleto 
O esqueleto pode ser dividido em esqueleto axial, esqueleto apendicular e 
esqueleto visceral. O esqueleto axial compreende os ossos da cabeça, do pescoço e do 
tronco. O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros torácicos e pelvinos. O 
esqueleto visceral é constituído por alguns ossos que desenvolvem em determinadas 
vísceras, como, por exemplo, o osso do coração do boi e o osso do pênis do cão. A 
união entre os esqueletos axial e apendicular é feita por meio de cinturas. A cintura 
escapular une o membro torácico ao tronco e a cintura pelvina une o membro pelvino ao 
tronco. 
2.1.3. Número de ossos 
O número de ossos de um animal varia de acordo com a idade. O feto e os 
animais jovens têm número maior que os adultos, pois, nestes últimos, alguns ossos 
tendem a se fundir e, por conseguinte, a diminuir seu número total. Nos adultos, o 
número de ossos também pode variar. Assim, em algumas espécies, tal como o carneiro, 
o número de vertebras lombares pode ser 6 ou 7. O número de vertebras coccígeas é 
bastante variável. Variações acentuadas no número de ossos são verificadas entre 
diferentes espécies domésticas. 
2.1.4. Tipos de ossos 
Comumente, os ossos são classificados, quanto à sua forma, em longos, curtos, 
planos e irregulares. 
2.1.4.1. Ossos longos: são aqueles em que o comprimento é maior que a largura e a 
espessura. Estes ossos têm em geral, forma cilíndrica e ocorrem nos membros. Os ossos 
longos do membro torácico são o úmero, o rádio, a ulna, o metacárpico III e IV e as 
falanges proximal e média. No membro pelvino, os ossos fêmur, tíbia, metatársico III e 
IV e as falanges proximal e média são classificados como ossos longos. Cada osso 
longo possui um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. Nos animais adultos, 
a diáfise dos ossos longos é contínua com as epífises. Porém, nos jovens, ela está 
separada das epífises por uma camada de cartilagem, em forma de disco, denominada 
cartilagem epifisal. As epífises de um osso jovem crescem longitudinalmente nesta 
cartilagem. A região da diáfise adjacente à cartilagem epifisal é mais larga que o 
restante da diáfise. Ela é constituída pela zona de crescimento e por osso recém-formado 
e denomina-se metáfise. 
 A parede da diáfise é constituída por substância compacta que delimita a 
cavidade medular. Esta cavidade contém medula óssea vermelha, medula óssea amarela 
ou ambas. As metáfises e epífises são constituídas por uma rede de trabéculas ósseas 
interligadas e orientadas segundo as linhas de força que passam pelo osso. Esta malha 
óssea é denominada substância esponjosa. Seus espaços estão também ocupados por 
11 
 
medula óssea. As superfícies externas das epífises e metáfises são revestidas por 
delgadacamada de tecido ósseo compacto denominado substância cortical. As 
superfícies articulares dos ossos longos são revestidas por cartilagem hialina. 
2.1.4.2. Ossos curtos: São aqueles em que as principais dimensões têm valores 
aproximadamente iguais. São os ossos do carpo e do tarso. Suas superfícies articulares 
são também revestidas por cartilagem hialina. 
 Os ossos sesamóides, encontrados próximo á inserção de determinados 
músculos, são também considerados curtos. Eles servem para modificar a direção dos 
tendões de alguns destes músculos. 
2.1.4.3. Ossos planos: Os ossos planos têm duas dimensões principais, largura e 
comprimento. Eles são constituídos de duas camadas de substância compacta separadas 
por uma de substância esponjosa e medula óssea. A substância esponjosa de ossos 
planos do crânio recebe a denominação de díploe. A escápula, o esterno e muitos ossos 
do crânio são do tipo plano. Alguns destes ossos são tão finos que apresentam apenas 
uma camada de substância compacta. As superfícies articulares são revestidas por 
cartilagem hialina e, como em certos ossos do crânio, por tecido conjuntivo fibroso. 
2.1.4.4. Ossos irregulares: Como o nome indica, são ossos de forma tal que não se 
enquadram nos tipos anteriores. O osso do quadril, as vértebras e alguns ossos do crânio 
são deste tipo. Sua estrutura é variável. Podem ser constituídos por substância esponjosa 
envolvida por substância compacta ou ainda, dependendo da parte do osso considerado, 
por substância compacta apenas. 
2.1.4.5. Ossos pneumáticos: Alguns ossos do crânio possuem cavidades contendo ar. 
Por esta razão, são classificados como pneumáticos e suas cavidades são denominadas 
seios. 
2.1.5. Contornos e acidentes ósseos 
A superfície dos ossos apresenta áreas irregulares, com saliências e depressões. 
Estes acidentes são melhor vistos em ossos preparados, dos quais foram removidas as 
estruturas moles que os envolvem. Os acidentes dos ossos servem, na maioria das vezes, 
como superfície de articulação com ossos vizinhos, como ponto de inserção de tendões 
e ligamentos ou ainda são impressões deixadas pelo contato com outros órgãos. 
As saliências articulares proeminentes são denominadas côndilo, cabeça, 
capítulo, tróclea ou dente. Saliências ósseas que se prestam á inserção de tendões ou 
ligamentos recebem diferentes deniminações, tais como túber, tubérculo, tuberosidade, 
maléolo, trocanter, processo e epicôndilo. As saliências lineares são denominadas linha, 
crista, espinha e promontório. Áreas lisas e planas na superfície óssea, articulares ou 
não, são conhecidas como asa, tábula, ramo ou lâmina. Depressões, articulares ou não, 
são denominadas cavidades, fossas, fossetas ou fóveas. Fissuras, incisuras, sulco, colo, 
arco e canal são termos que indicam os vários tipos de depressões não articulares 
encontradas nos ossos. 
12 
 
Um buraco no osso é denominado forame e, geralmente, ele dá passagem a um 
vaso sanguíneo. 
2.1.6. Perióstio e endósteo 
 O perióstio é uma membrana conjuntiva que reveste os ossos, exceto nas 
superfícies articulares. Ele é constituído por uma camada externa fibros e uma camada 
interna mais celularizada, com capacidade osteogênica. Durante o crescimento do 
animal, a camada interna é bastante desenvolvida. O endósteo é uma membrana 
conjuntiva delgada que reveste a superfície interna da substância compacta. O periósteo 
das extremidades das epífises continua-se com a cápsula articular. Ele se presta também 
à inserção de tendões. O periósteo recebe abundante inervação sensitiva. Os impulsos aí 
originados são principalmente dolorosos. 
2.1.7. Vascularização e inervação 
 Ossos são órgãos muito vascularizados. Eles recebem sua nutrição por meio de 
vasos periostais, vasos das articulações e vasos provenientes da medula óssea. Os vasos 
do periósteo originam-se de artérias que correm próximas a ele. Eles distribuem-se tanto 
no periósteo quanto na substância compacta. As epífises recebem nutrição 
principalmente de vasos que suprem as articulações. A cavidade medular, especialmente 
a dos ossos longos, recebe nutrição por meio da artéria nutrícia. Este vaso penetra no 
forame nutrício do osso, localizado na diáfise, atravessa a substância compacta e 
distribui-se na medula óssea e na própria substância compacta. Os nervos alcançam os 
ossos acompanhando os vasos sanguíneos. Eles são sensitivos e vasomotores. Os 
impulsos sensitivos são principalmente dolorosos. 
2.2. Ossos do membro torácico 
2.2.1. Introdução 
 Os ossos do membro torácico dos ruminantes domésticos estão localizados nos 
seguintes segmentos: cintura escapular, braço, antebraço e mão. A cintura escapular está 
reduzido a um só osso, a escápula. No homem, a cintura escapular apresenta a clavícula. 
A união entre o tronco e o membro torácico é feita por intermédio de vários músculos. 
O braço tem por base óssea o úmero. No antebraço estão localizados o rádio e a ulna. A 
mão engloba os ossos do carpo, do metacarpo e dos dedos. Estes últimos são formados 
pelas falanges e ossos sesamóides. 
2.2.2. Escápula 
 A escápula é um osso plano, triangular, que está preso obliquamente à porção 
cranial da parede torácica, por meio de diversos músculos. Distalmente ela articula-se 
com o úmero. 
 A face lateral da escápula está dividida por uma saliência alongada, a espinha da 
escápula, em fossas supra-espinhal e infra-espinhal. A fossa supra-espinhal situa-se 
13 
 
cranialmente à espinha da escápula. É pequena, estreita e estende-se, distalmente até a 
metade do osso. Está ocupada pelo músculo supra-espinhal. A fossa infra-espinhal é a 
mais longa e larga das duas; situa-se caudalmente à espinha da escápula e aloja o 
músculo infra-espinhal. A espinha da escápula é bastante saliente nos ruminantes. Ela 
dispõe-se paralelamente ao eixo longitudinal do osso e sua metade proximal é 
encurvada para trás. A borda livre da espinha apresenta, em seu terço médio, uma 
eminência rugosa denominada túber da espinha; sua extremidade distal, o acrômio, é 
saliente e ponteaguda. 
 A face medial da escápula é ligeiramente côncava e está aplicada ao tórax. A 
fossa subescapular ocupa quase toda a sua extensão, com exceção de uma área rugosa 
na porção proximal, na qual se origina o músculo serrátil ventral. A fossa subescapular é 
ocupada pelo músculo subescapular. 
 A extremidade distal da escápula constitui o ângulo ventral, o qual apresenta 
uma superfície lisa, oval e côncava, a cavidade glenóide, para articulação com a cabeça 
do úmero. O tubérculo supraglenoidal, de onde se origina o músculo bíceps, é uma 
saliência rugosa situada cranialmente, um pouco acima da cavidade glenóide. Da porção 
medial do tubérculo destaca-se o processo coracóide, do qual se origina o músculo 
coracobraquial. 
 O forame nutrício da escápula situa-se mais comumente no terço distal da face 
lateral, próximo à borda caudal. A cartilagem da escápula apresenta forma de meia-lua e 
está unida à borda dorsal da escápula. Ela representa a porção cartilaginosa da escápula 
fetal que não se ossificou. 
2.2.3. Úmero 
 É o osso do braço. Articula-se, proximalmente, com a escápula e, distalmente, 
com o rádio e a ulna. Ele é constituído de corpo e duas extremidades, proximal e distal. 
 A extremidade proximal é constituída por cabeça, colo, tubérculo maior, 
tubérculo menor e sulco intertubercular. A cabeça tem a forma aproximada de uma 
calota achatada, voltada para cima e para trás e se articula com a cavidade glenóide da 
escápula. Nos bovinos, a cabeça está separada dos tubérculos e do sulco intertubercular 
por uma área rugosa, na qual se situam pequenos forames. No cabrito e no carneiro, a 
transição entre estas estruturas é feita suavemente,sem a presença de forames. O colo é 
bem definido somente na face caudal. O tubérculo maior é uma grande massa óssea, 
situada na borda lateral da extremidade proximal do úmero e constitui a parede lateral 
do sulco intertubercular. O úmero dos bovinos apresenta, logo abaixo do tubérculo 
maior, uma área circular, na qual se insere o tendão do musculo infra-espinhal, 
denominada face do músculo infra-espinhal. Esta área no carneiro e no cabrito não está 
bem delimitada. O tubérculo menor forma a parede medial do sulco intertubercular. O 
sulco intertubercular aloja o tendão do músculo bíceps. 
14 
 
 O corpo do úmero apresenta faces cranial, caudal, lateral e medial. A face lateral 
é lisa e está ocupada quase totalmente por uma depressão larga e lisa, denominada sulco 
do músculo braquial, no qual se aloja o musculo braquial. A face medial apresenta 
próximo ao terço médio, uma área rugosa, irregular, a tuberosidade redonda maior, onde 
se insere o músculo redondo maior. A face caudal do úmero é lisa e ocupada, em parte, 
pelo sulco do músculo braquial. A crista do úmero corre distalmente no corpo do 
úmero, no sentido lateromedial e termina na fossa radial. Em sua porção inicial, a crista 
do úmero apresenta a tuberosidade deltoidea. Nesta tuberosidade insere-se o músculo 
deltoide. A face cranial é curta, sem acidentes importantes. 
 A extremidade distal é representada pelo côndilo, que é formado por capítulo, 
tróclea, fossa radial e fossa do olecrano. O capítulo e a tróclea formam a superfície 
articular da extremidade distal do úmero. O capítulo é estreito e situa-se lateralmente à 
tróclea. Na face cranial da extremidade distal e acima da tróclea existe uma depressão 
rugosa, a fossa radial. Na face caudal encontra-se a fossa do olecrano, bem mais 
profunda que a radial; aloja o olecrano, que é uma saliência da ulna. Os epicôndilos, 
lateral e medial, são duas eminências não-articulares situadas a cada lado do côndilo. O 
epicôndilo lateral é saliente e dá origem aos músculos extensores do carpo e dos dedos. 
O epicôndilo medial é menor que o lateral e dá origem aos músculos flexores do carpo e 
dos dedos. O forame nutrício do úmero está situado em seu terço médio. 
2.2.4. Rádio e Ulna 
 O rádio é o mais volumoso e o mais cranial dos dois ossos do antebraço. 
Articula-se proximalmente com o úmero, distalmente com o carpo e caudalmente com a 
ulna. Nos bovinos ele está distalmente obliquamente, de modo que sua extremidade 
proximal está mais afastada do plano mediano que a distal. O rádio é constituído de 
cabeça, colo, corpo e tróclea. 
 A tuberosidade do rádio é uma eminência pouco saliente. Que se encontra na 
porção craniomedial do colo. Nos pequenos ruminantes, ela é relativamente mais 
evidente e localiza-se no corpo do rádio, um pouco abaixo do colo. A tuberosidade do 
rádio dá inserção ao tendão do músculo bíceps. A face caudal da extremidade proximal 
do rádio apresenta facetas para articulação com a ulna. No animal adulto, esta face 
funde-se com a face adjacente da ulna. 
 O corpo tem faces cranial e caudal, separadas pelas bordas lateral e medial. Estas 
bordas são lisas e não apresentam acidentes de importância. A face cranial é lisa e 
plana. A face caudal apresenta-se, no bovino, percorrida por sulcos. Parte desta face está 
aderida à ulna. Em duas áreas da face caudal não há contato entre o rádio e a ulna. Aí se 
formam os espaços interósseos, proximal e distal. 
 O forame nutrício situa-se ao nível da borda lateral, no espaço interósseo 
proximal e está voltado para a extremidade distal. 
15 
 
 A extremidade distal ou tróclea do rádio é convexa. Sua porção lateral está 
fundida à extremidade distal da ulna. A face articular cárpica da tróclea apresenta três 
facetas dispostas obliquamente para a articulação com os ossos cárpicos. A face cranial 
da tróclea, ligeiramente rugosa, apresenta dois sulcos rasos limitados por três cristas. O 
sulco lateral dá passagem aos tendões dos músculos extensor do dedo III e extensor 
comum dos dedos. O medial aloja o tendão do músculo extensor radial do carpo. 
 A ulna é um osso longo, com a extremidade proximal mais desenvolvida que o 
restante. Ela apresenta duas extremidades e um corpo. 
 A extremidade proximal inclui o olecrano, a incisura troclear e a incisura radial. 
O olecrano é a porção que se projeta para cima e para trás. Sua superfície é tuberculada 
(túber do olecrano) e dá inserção ao músculo tríceps. A face cranial da extremidade 
proximal apresenta a incisura troclear (a proximal) e a incisura radial (a distal). A 
Incisura troclear tem forma semilunar e articula-se com a tróclea do úmero. A incisura 
radial está em contato com a face caudal da extremidade proximal do rádio e, 
geralmente, encontram-se fundidas. A incisura radial possui três facetas articulares para 
articulações com o rádio. Somente a extremidade proximal da ulna possui cavidade 
medular. 
 O corpo da ulna é alongado e está fundido ao rádio e apresenta o processo 
estiloide, que se projeta distalmente, articulando-se com o osso ulnar do carpo. Nos 
pequenos ruminantes, o processo estiloide articula-se também com o osso acessório do 
carpo. 
2.2.5. Carpo 
 O carpo é constituído de seis ossos curtos dispostos em duas fileiras, proximal e 
distal. A fileira proximal articula-se com as extremidades distais do rádio e da ulna. A 
fileira distal articula-se com a fileira proximal e com o osso metacárpico III e IV. 
 Quatro ossos compõem a fileira proximal e recebem, no sentido mediolateral, 
respectivamente, a denominação de radial do carpo. Dois ossos apenas formam a fileira 
distal e são, no mesmo sentido, o cárpico II e III e o cárpico IV. O cárpico I é 
inexistente nos ruminantes. 
 Os ossos do carpo articulam entre si e apresentam, em consequência, várias 
facetas articulares. No bovino, o acessório do carpo possui apenas uma faceta para 
articulação com o ulnar do carpo. No carneiro e no cabrito, ele apresenta, além desta, 
outra faceta para articulação com o processo estiloide da ulna. A superfície dorsal do 
carpo é plana e a superfície palmar é ligeiramente côncava e irregular. A concavidade 
constitui o sulco do carpo, que dá passagem aos tendões dos músculos flexores. 
2.2.6. Metacarpo 
 Apenas um osso metacárpico completamente desenvolvido está presente nos 
ruminantes domésticos. Este é o metacárpico III e IV, constituído pelos metacárpico III 
16 
 
e o metacárpico IV que se fundiram durante a vida fetal. Vestígios desta fusão são os 
sulcos longitudinais, dorsal e palmar, existentes na superfície deste osso. Um outro 
osso, o metacárpico V, é pequeno, rudimentar e estiloide. Nos bovinos é constante e se 
apresenta articulado ao metacárpico III e IV. Nos pequenos ruminantes, o metacárpico 
V pode apresentar-se como um pequeno e delgado osso, pode estar fundido ao 
metacárpico III e IV, formando uma crista, ou pode ainda estar ausente. Nos bovinos, o 
metacárpico II está fundido ao metacárpico III e IV, aparecendo em forma de crista. É 
pouco constante nos pequenos ruminantes. 
 O metacárpico III e IV é um osso longo e apresenta base, corpo e cabeça. A base 
ou extremidade proximal articula-se com a fileira distal dos ossos do carpo, por meio de 
duas facetas articulares ligeiramente côncavas. Observa-se nos bovinos e, as vezes, nos 
pequenos ruminantes, uma faceta para articulação com o metacárpico V na face palmar 
do ângulo lateral da base. A porção dorso medial da base apresenta a tuberosidade 
metacárpica, na qual se prende o tendão de inserção do músculo extensor radial do 
carpo. 
 O corpo apresenta contorno elíptico. A face dorsal é convexa transversalmente e 
possui o sulco longitudinal dorsal, que é pouco manifesto nosovinos e caprinos. Este 
sulco liga os canais proximal e distal do metacarpo, que dão passagem às artérias 
perfurantes proximal e distal, respectivamente. O canal proximal é menos desenvolvido 
que o distal e, às vezes, falta. A face palmar é plana na sua maior extensão, sendo 
ligeiramente côncava no terço proximal. Tal como a face dorsal, apresenta um sulco 
longitudinal palmar, porém bem mais discreto. 
 A extremidade distal, ou cabeça, articula-se com as primeiras falanges e com os 
quatro ossos sesamóides proximais. Está dividida pela profunda incisura intertroclear 
em duas trócleas, medial e lateral. Cada tróclea apresenta uma crista, bastante 
proeminente no carneiro e no cabrito, que a divide em duas superfícies 
aproximadamente iguais. A cavidade medular do metacárpico III e IV está dividida, por 
um septo longitudinal, em duas partes. Nos adultos, este septo é geralmente incompleto 
no terço médio do osso. 
2.2.7. Falanges 
 Os ruminantes domésticos possuem quatro dedos. O terceiro e o quarto são 
completamente desenvolvidos e possuem cada um, três falanges com três ossos 
sesamóides. O segundo e o quinto, também denominados paradígitos, são rudimentares 
e possuem um ou dois pequenos ossos que não se articulam com os ossos da mão e, por 
isto, não são vistos nos esqueletos. 
 A falange proximal articula-se com o metacárpico III e IV, a falange distal 
possui a extremidade distal livre a falange média situa-se entre as duas. As falanges 
proximal e média possuem base, que está voltada para cima, corpo e cabeça. 
17 
 
 A falange proximal é um osso longo, possuindo cavidade medular. A base é 
mais larga do que a cabeça e apresenta duas facetas côncavas, separadas por um sulco 
para articulação com a tróclea correspondente do metacárpico III e IV. Apresenta ainda, 
caudalmente, duas pequenas facetas planas para articulação com os dois sesamóides 
proximais e, logo abaixo daquelas, dois tubérculos separados por um largo sulco. O 
corpo apresenta duas faces, dorsal e palmar. A cabeça é formada por uma tróclea, que se 
articula com a base da falange média. Ela apresenta duas pequenas facetas e um sulco. 
 A falange média é um osso curto, cuja cavidade medular está bastante reduzida. 
Sua base apresenta duas facetas côncavas para o tróclea da falange proximal. Na face 
palmar apresentam dois tubérculos que, nos bovinos, são mais desenvolvidos que os da 
falange proximal, especialmente os abaxiais. A cabeça é representada por uma tróclea 
para articulação com a falange distal, semelhante aquela da falange proximal. 
 A falange distal difere das outras duas, apresentando quatro faces e três ângulos. 
A face solear apoia-se no solo por meio do casco; é lisa, lanceolada, com a extremidade 
aguda voltada para frente e ligeiramente para dentro. A face parietal, ou abaxial, é 
convexa. Esta face apresenta inúmeros forames. Os dois maiores estão localizados nos 
ângulos caudal e proximal, respectivamente, e conduzem a um canal no interior do osso. 
A face axial é aquela voltada para o espaço interdigital. É ligeiramente côncava e possui 
vários forames; os dois maiores têm localização variável e também se comunicam com 
um canal dentro do osso. A face articular apresenta-se dividida em duas partes por meio 
de uma crista e articula-se com a falange média. Uma faceta, situada caudalmente à face 
articular, serve para articulação com o osso sesamóide distal. 
2.2.8. Ossos sesamóides 
 São pequenos ossos ovoides relacionados com as faces palmares das articulações 
metacarpofalângica distal. Nos ruminantes domésticos, existem quatro sesamóides 
proximais, dois para cada dedo, articulados com a cabeça do metacárpico III e IV e com 
a base da falange proximal. Em cada dedo existe um sesamóide distal, que é alongado 
no sentido transversal e se articula com a cabeça da falange média e com a falange 
distal. 
2.3. Coluna vertebral, costelas, cartilagens costais e esterno 
 A coluna vertebral é constituída por uma cadeia de ossos ímpares, irregulares, 
situados no plano mediano desde o crânio até a cauda e denominados vertebras. A 
coluna vertebral é subdividida em cinco regiões, de acordo com a parte do corpo do 
animal: cervical, torácica, lombar, sacral e caudal (coccígea). As vértebras são unidades 
independentes, exceto na região sacral, onde se encontram fundidas para formar o osso 
sacro. São articuladas às vizinhas por meio do disco intervertebral e possuem um 
pequeno grau de movimento, o que confere à coluna vertebral certa mobilidade. O 
número de vértebras é variável, com exceção da região cervical, onde é constante em 
todos os mamíferos domésticos. A tabela abaixo indica o numero de vertebras de cada 
região e suas variações nos animais domésticos. 
18 
 
 Tabela 01: Número de vertebras dos animais domésticos, segundo a espécie 
animal e as regiões da coluna. 
 
Animal Cervical Torácica Lombar Sacral Coccígea 
Boi..........................7.....................13.........................6......................4-5..................18-20 
Cabrito...................7.....................13.........................6.......................4....................11-13 
Carneiro................7.....................13........................6-7.....................4....................16-24 
Cavalo...................7.....................18.........................6.......................5....................17-20 
Porco.....................7..................14-15.....................6-7......................4....................20-23 
Cão........................7......................13........................7........................3....................20-22 
Gato......................7......................13........................7........................3.....................20-24 
Coelho..................7......................12........................7........................4.....................14-16 
 
2.3.1. Características gerais das vertebras 
 Uma vértebra típica consiste de corpo, arco vertebral e vários processos para 
inserções musculares e ligamentos. O corpo é a parte da vértebra que dá resistência à 
coluna vertebral; é mais ou menos cilíndrico e nele se prendem outras partes da 
vértebra. Os corpos de vertebras vizinhas são unidos pelo disco intervertebral. A cabeça 
constitui a extremidade cranial do corpo, enquanto a extremidade caudal apresenta uma 
depressão, a fossa da vértebra. A face dorsal do corpo é plana e forma o assoalho do 
forame vertebral. A face ventral é lisa, relaciona-se com músculos e outras estruturas e 
apresenta, medianamente, uma crista ventral. 
 Dorsalmente ao corpo está o arco, o qual constitui as paredes dorsolaterais do 
forame vertebral. O conjunto de forames vertebrais constitui o canal vertebral, que aloja 
e protege a medula espinhal. Embriologicamente, o arco vertebral é formado de duas 
metades, as quais são constituídas por pedículo e lâmina. Cada pedículo forma a parede 
lateral do arco e está unido ao corpo da vértebra. A lâmina se une com a do lado oposto, 
completando dorsalmente o arco vertebral. O espaço limitado dorsalmente pelos arcos 
de duas vértebras adjacentes é denominado espaço interarcual. Nas transições occípito-
atlântica, lombos-sacral e sacrococcígea, este espaço é amplo e utilizado para 
introdução de agulhas dentro do canal vertebral. 
 O arco apresenta, nas bordas cranial e caudal dos pedículos, duas reentrâncias, as 
incisuras vertebrais cranial e caudal, respectivamente. As incisuras de duas vértebras 
adjacentes delimitam uma abertura, o forame intervertebral, para passagem de nervos e 
19 
 
vasos espinhais. Em alguns casos forames completos em lugar de incisuras,como por 
exemplo, nas vértebras lombares. 
 De cada arco vertebral projeta-se dorsalmente o processo espinhoso, que varia 
conforme a região e atinge grande desenvolvimento nas vértebras torácicas. Nos 
processos espinhosos inserem-se músculos e ligamentos. De cada lado do corpo da 
vértebra originam-se os processos transversais, os quais se projetam lateralmente. Na 
região cervical, quase todos os processos transversais estão perfurados em sua base pelo 
forame transversal, que aloja a artéria e nervos vertebrais. Na região torácica, eles 
apresentam superfícies articulares, as fóveas costais transversais, para articulação com 
as costelas. Nas bordas cranial e caudal do arco vertebral encontram-se superfícies lisas 
denominados processos articulares. Eles articulam-se com seus correspondentes de 
vértebras adjacentes. 
 2.3.2. Vértebras cervicais 
2.3.2.1. Atlas – O atlas é a primeira vértebra cervical. É uma vértebra atípica, 
desprovida de corpo e processo espinhosos. No lugar do corpo aparecem duas massas 
laterais unidas por dois arcos, um dorsal e outro ventral. 
 O arco dorsal é delgado e apresenta medianamente o tubérculo dorsal. Está 
escavado por uma larga incisura em sua borda cranial e uma incisura menor em sua 
borda caudal. O arco ventral é mais espesso e apresenta ventralmente, o tubérculo 
ventral. A face dorsal deste arco forma o assoalho do forame vertebral e, próximo à sua 
borda caudal, aparecem duas áreas lisas, as quais constituem a fóvea do dente, para 
articulação com o dente do áxis. Cranialmente a esta fóvea, observa-se uma fossa 
rugosa, que presta inserção ao ligamento do dente do áxis. 
 As massas laterais apresentam cranialmente, duas concavidades, as fóveas 
articulares craniais, que se articulam com os côndilos do occipital. Caudalmente, as 
massas laterais apresentam as fóveas articulares caudais para articulação com o áxis. 
Estas são planas e lisas e continuam-se para dentro do canal com a fóvea do dente. 
 No atlas, os processos transversais estão representados por duas asas, lâminas 
ósseas que se projetam lateralmente das massas laterais. Na face dorsal da asa, próximo 
à sua borda cranial, observa-se uma fosseta, na qual se abrem: medialmente, o forame 
vertebral lateral, que dá passagem ao primeiro nervo cervical; lateralmente abre-se o 
forame alar. Este último conduz vasos à medula e à vértebra. Na face ventral da asa, 
observa-se uma depressão, a fossa do atlas, na qual se abre o forame alar. Os ruminantes 
não possuem forame transversal na asa do atlas, ao contrário do que ocorre em outras 
espécies domésticas. 
2.3.2.2. Áxis – O áxis é a mais longa das vertebras cervicais. Caracteriza-se por 
apresentar o dente, que se projeta cranialmente do corpo. O dente tem a forma 
aproximada de um hemicilindro. Ele articula-se com o arco ventral e com a face interna 
das massas laterais do atlas. A face dorsal do dente é rugosa para inserção do ligamento 
20 
 
do dente. Os processos articulares craniais estão bastante modificados e estendem-se 
lateralmente ao dente. Articula-se com as fóveas articulares caudais das massas laterais 
do atlas. A extremidade caudal é idêntica à da vértebra típica. Possui a fossa vertebral 
para articulação com a cabeça da 3ª vértebra cervical. Os processos articulares caudais 
são bastante desenvolvidos. A face ventral é semelhante à das demais vértebras da 
região e apresenta a crista ventral bem manifesta, com um tubérculo proeminente na sua 
extremidade caudal. O processo espinhoso é uma lâmina espessa e perpendicular ao 
corpo. Caudalmente é mais alto e apresenta um tubérculo rugoso. Os processos 
transversais são pontiagudos, dirigem-se para trás, para cima e para fora. O forame 
vertebral lateral é desenvolvido, situado próximo à borda cranial do pedículo e dá 
passagem ao 2º nervo cervical. O forame transversal abre-se ventralmente ao forame 
vertebral lateral e pode faltar em alguns casos. 
2.3.2.3. Terceira à sétima vértebras cervicais- As cinco últimas vértebras cervicais 
apresentam aproximadamente os mesmos caracteres morfológicos. A sexta e a sétima 
vértebras possuem particularidades próprias, sem, contudo fugir do padrão da região. A 
terceira, quarta e quinta vértebras são cuboides e seus corpos diminuem de comprimento 
à medida que se distanciam na coluna. A crista ventral é menos cortante e termina 
sempre em um tubérculo que se projeta caudalmente. O arco é largo, forte e bastante 
regular. As incisuras vertebrais são bem marcadas. O processo espinhoso é proeminente, 
dirige-se cranialmente, é bífido na 3ª e 4ª vértebras e pontiagudo na 5ª. Uma lâmina 
óssea une o pedículo do arco ao processo transversal, delimitando o forame transversal, 
que é de diâmetro muito amplo. O processo transversal é robusto, dirige-se para trás, 
para o lado e para cima. Projetando-se do corpo para frente e para baixo, observa-se na 
3ª, 4ª e 5ª o processo costal. 
 A sexta cervical é mais curta que as procedentes. O arco é mais largo que o das 
anteriores devido à intumescência da medula espinhal neste ponto. Os processos 
articulares de um mesmo lado estão unidos por uma crista óssea muitas vezes 
incompleta. O processo espinhoso é muito desenvolvido, pontiagudo e dirigido 
cranialmente. Os processos costais estão representados por largas lâminas ósseas. A 
sétima vértebra cervical caracteriza-se por apresentar a fóvea costal para articulação 
com a cabeça da primeira costela. O processo espinhoso é mais longo que o da vértebra 
precedente. A fóvea para articulação com cabeça da 1ª costela situa-se a cada lado do 
extremo caudal do corpo. Nos bovinos, o processo transversal desta vértebra assemelha-
se ao da sexta vértebra e o processo costal falta. Nos pequenos ruminantes, o processo 
transversal projeta-se dorsocaudalmente e o processo costal é pouco desenvolvido. O 
forame transversal falta em todos os ruminantes nesta vértebra. 
2.3.3. Vértebras torácicas 
 Existem 13 vértebras torácicas nos ruminantes domésticos. Em casos raros, 
pode-se encontrar 12 ou 14. As vértebras torácicas caracterizam-se por possuir fóveas 
para articulação com as costelas e processos espinhosos bastante desenvolvidos. O 
corpo das vértebras torácicas é relativamente longo, principalmente nos bovinos. A cada 
21 
 
lado das extremidades do corpo, encontram-se as fóveas costais craniais e costais 
caudais. As fóveas costais de vértebras adjacentes formam, juntamente com o disco 
intervertebral, uma cavidade articular para a cabeça das costelas. A última vértebra 
torácica não possui as fóveas costais caudais. Os processos articulares estão reduzidos a 
simples facetas articulares em quase todas as vértebras torácicas. 
 Os processos transversais são curtos e grossos. A extremidade livre do processo 
transversal apresenta uma superfície articular para o tubérculo da costela, a fóvea costal 
transversal. 
 Os processos espinhosos são bastante desenvolvidos. Os da 3ª e 4ª vértebras são, 
geralmente, os mais altos e os subsequentes decrescem sucessivamente. São dirigidos 
no sentido caudal; o processo espinhoso da ultima vértebra torácica dos bovinos e da 
penúltima dos pequenos ruminantes é dirigido verticalmente. Alguns autores dão a esta 
vértebra o nome de anticlinal. Nos bovinos jovens, as extremidades livres dos processos 
espinhosos das primeiras vértebras torácicas são cartilaginosas. 
 Nos bovinos, as incisuras vertebrais caudais são fechadas, constituindo um 
forame vertebral lateral, que dá passagem a uma veia. Os forames intervertebrais dão 
passagem aos nervos espinhais torácicos. 
Os espaços interarcuais torácicos nos bovinos não existem, devido à 
superposição dos arcos vertebrais. Nos pequenos ruminantes, os dois últimos espaçosinterarcuais são presentes. 
2.3.4. Vértebras lombares 
 As vértebras lombares são em número de seis, contando-se sete em 50% dos 
ovinos. Caracterizam-se pelo seu processo transversal muito desenvolvido. Apresentam 
ainda os seguintes caracteres: o corpo é longo, arqueado ventralmente e mais largo nas 
extremidades. 
 O arco das vértebras lombares aumenta progressivamente em altura e largura à 
medida que se distancia na região. Isto se explica pelo fato de a medula espinhal 
apresentar, neste ponto, outra intumescência. As incisuras vertebrais são profundas, 
notadamente as caudais, onde muitas vezes, nas duas ou três primeiras vértebras, um 
septo ósseo chega a convertê-las em forames vertebrais laterais. 
 Os processos articulares craniais são tuberosos e suas facetas são muito 
côncavas, estando voltadas para o plano mediano. Projetando-se da face lateral de cada 
processo articular cranial, nota-se uma pequena saliência ponteaguda, o processo 
mamilar. O processo mamilar dirige-se craniolateralmente e decresce de tamanho da 
primeira para a última vértebra. Os processos articulares caudais emergem da base do 
arco. Suas facetas articulares são convexas ventralmente e côncavas dorsalmente, de 
maneira a apresentar o perfil em “S”. 
22 
 
 Os processos transversais estendem-se lateralmente a partir do pedículo do arco. 
São lâminas horizontais dirigidas ligeiramente para frente. Seu comprimento aumenta 
até a 5ª. Os da 6ª vértebra são menores, mais espessos, ponteagudos e mais encurvados 
cranialmente. O processo espinhoso é laminar e quadrilátero. 
2.3.5. Sacro 
 O sacro é formado por vértebras fundidas, em número de 4 ou 5 nos bovinos e 4 
nos ovinos e caprinos. Variações destes números podem ser encontradas. O sacro 
articula-se cranialmente com a última vértebra lombar, caudalmente com a 1ª coccígea e 
lateralmente com o osso do quadril. 
 Sua face dorsal é bastante irregular. Os processos espinhosos estão fundidos e 
constituem a crista sacral mediana. A crista sacral intermédia resulta da união dos 
processos articulares; é saliente e corre dorsalmente aos forames sacrais dorsais. Estes 
são 4 pares e variam de tamanho. No entanto, o último é sempre o maior deles. Os 
forames sacrais dorsais dão passagem aos ramos dorsais dos nervos sacrais. A crista 
sacral lateral é formada pelas extremidades livres soldadas dos processos transversais. 
 O canal vertebral percorre longitudinalmente o sacro com o nome de canal 
sacral. Seu contorno é triangular, sendo mais amplo cranialmente. Comunica-se com os 
forames sacrais dorsais e com os sacrais pelvinos através dos forames intervertebrais. 
 A face ventral ou pelvina é lisa. É cruzada por linhas transversais que indicam os 
limites dos corpos vertebrais. Lateralmente, apresenta os 4 pares de forames sacrais 
pelvinos, que são maiores que seus correspondentes da face dorsal e dão passagem aos 
ramos ventrais dos nervos sacrais. 
 A base ou extremidade cranial é larga e apresenta, na parte central, a cabeça do 
primeiro segmento. O promontório sacral é a saliência constituída pelas faces ventrais 
da extremidade caudal da última vértebra lombar, do disco intervertebral e da 
extremidade cranial do sacro. 
2.3.6. Vértebras coccígeas ou vértebras caudais 
 As vértebras coccígeas diminuem progressivamente de tamanho devido à 
redução de seus processos espinhosos e transversais. As 5 ou 6 primeiras possuem arco 
completo e da face ventral de seus corpos projetam-se os processos hemais. Estes 
delimitam o arco hemal, pelo qual passam vasos sanguíneos. As últimas vértebras 
coccígeas tem a forma de cilindro. 
2.3.7. Costelas e cartilagens costais 
 Os ruminantes domésticos apresentam 13 pares de costelas; entretanto, pode-se, 
em alguns casos, encontrar 14 pares. As costelas são ossos alongados que formam o 
arcabouço da parede torácica e dão proteção aos órgãos da cavidade torácica e parte dos 
órgãos abdominais. Articulam-se dorsalmente com as vértebras correspondentes e 
23 
 
ventralmente com as cartilagens costais. As 6ª, 7º e 8ª costelas destacam-se por sua 
maior largura. As três primeiras costelas dos bovinos são aproximadamente retas, 
enquanto que as restantes são ligeiramente curvas. As costelas dos pequenos ruminantes 
são, em geral, mais curvas do que as dos bovinos. 
 As 8 primeiras costelas unem-se ao esterno por meio de respectivas cartilagens 
costais. São denominadas, por isto, costelas verdadeiras ou esternais. As restantes são 
chamadas falsas ou asternais, porque não se prendem ao esterno. Nos ovinos, a 13ª 
costela apresenta uma pequena cartilagem costal, que possui sua extremidade distal 
livre. 
 As costelas são constituídas de cabeça, colo, tubérculo e corpo. A cabeça das 
costelas apresenta-se como uma saliência arredondada, que se prende ao corpo por um 
colo bastante nítido. Ela possui uma face articular convexa, dividida por um sulco e 
articula-se com as fóveas costal caudal e costal canial de vértebras adjacentes. A cabeça 
e o colo formam com o corpo um ângulo reto, nas primeiras 7 costelas dos bovinos e 
nas 3 primeiras dos pequenos ruminantes Nas costelas restantes, este ângulo aumenta 
gradativamente, até que, na ultima costela, a cabeça e colo continuam-se com o corpo, 
sem limite nítido de separação. As costelas apresentam, ao nível da união entre o colo e 
o corpo, uma eminência denominada tubérculo da costela. Os tubérculos são 
desenvolvidos nas primeiras costelas, diminuindo de tamanho em sentido caudal. Os 
tubérculos apresentam uma faceta que se articula com as fóveas costais transversais das 
vértebras correspondentes. O corpo constitui a maior parte da costela. A face lateral do 
corpo é lisa e convexa. A face medial é lisa, côncavas e apresenta um sulco próximo á 
borda caudal. Este sulco aloja artéria, veia e nervo intercostais e apresenta um ou dois 
forames nutrícios, próximo ao tubérculo costal. No bovino, a extremidade distal da 2ª à 
11ª costelas possui uma cavidade articular côncava para a respectiva cartilagem costal. 
 As cartilagens costais são segmentos de cartilagem hialina, que estão ligados à 
extremidade distal das costelas e, no caso das costelas esternais, ao esterno. Nas costelas 
asternais as cartilagens costais terminam em ponta e estão coladas às vizinhas, 
constituindo o arco costal. As cartilagens costais ossificam-se nos animais adultos. As 
extremidades distais das cartilagens costais das costelas esternais apresentam facetas 
articulares para articulação com o esterno. 
2.3.8. Esterno 
O esterno é um osso plano, que constitui a parede óssea ventral do tórax. Ele é 
formado por 7 segmentos ósseos denominados esternébras, as quais estão unidas por 
cartilagens interesternebrais. 
O manúbrio constitui a esternébra mais cranial, estando unido ao restante do 
esterno por uma juntura sinovial. Nos pequenos ruminantes, esta articulação, em muitos 
casos, reduz-se a uma sincondrose, que pode permanecer mesmo nos indivíduos idosos. 
Sua extremidade cranial é arredondada e recoberta por uma camada de cartilagem 
hialina, a cartilagem do manúbrio, que às vezes, pode faltar. O manúbrio apresenta uma 
24 
 
incisura para articulação com a primeira cartilagem costal. Nos ovinos, esta incisura é 
dupla. 
O corpo do esterno é a maior porção deste osso. Apresenta 5 estérnebras 
bastante largas e achatadas no sentido dorsoventral. A primeira esternébra do corpo 
possui forma mais ou menos piramidal, cuja face articula-se com o manúbrio. As 
esternébras restantes do corpo alargam-se no sentido caudal, de modo que ele apresenta, 
no seu conjunto, uma forma mais ou menos triangular. As esternébras unem-se às 
vizinhas por meio de uma lâmina de cartilagem hialina. Estas sincondrosesesternais 
tendem a ossificar-se no adulto, tornando o corpo uma peça óssea única. O corpo 
apresenta, de cada lado, 7 incisuras costasi. 
A última esternébra constitui o processo xifoide, no qual se prende a cartilagem 
xifóidea. O processo xifoide é achatado e de forma mais ou menos triangular. Sua base 
une-se á última esternébra do corpo. O ápice é dirigido caudalmente e presta-se à 
inserção da cartilagem xifóidea. Esta última é bastante desenvolvida nos ruminantes; é 
laminar e de forma aproximadamente ovóide. 
2.4. Ossos do membro pelvino 
2.4.1. Introdução 
 O membro pelvino dos ruminantes domésticos é constituído de quatro 
segmentos: cintura pelvina, coxa, perna e pé. A cintura pelvina compreende o osso do 
quadril. A coxa é constituída de apenas um osso, o fêmur. A perna tem como base óssea 
a tíbia, além da fíbula, que é rudimentar nos ruminantes. O pé compreende o tarso, o 
metatarso e os dedos. 
2.4.2. Osso do quadril 
 O osso do quadril está formado por três ossos: ílio, ísquio e pube. No animal 
adulto, apresentam-se fundidos e formam de cada lado, uma peça única colocada entre 
membro pelvino ventralmente, e a porção sacral da coluna vertebral, dorsalmente. 
2.4.2.1. Ílio – é o maior e o mais cranial dos três ossos do quadril. É irregularmente 
triangular e apresenta, para estudo, uma asa com duas faces, e o corpo. 
 A porção mais larga do ílio é chamada asa e as suas faces são denominadas 
glútea e sacropelvina. A face glútea é côncava e está voltada dorsolateralmente. No 
bovino, apresenta discreta rugosidade, disposta longitudinalmente, denominada linha 
glútea. Nos pequenos ruminantes, esta linha não é rugosa e atravessa toda a face como 
um relevo retilíneo. A face sacropelvina é convexa, voltada para baixo e para frente. 
Possui uma área rugosa para articulação com o sacro. 
 O eixo maior da asa do ílio orienta-se transversalmente e termina em duas 
extremidades angulares, denominadas túber sacral, situado medialmente, e túber coxal, 
25 
 
lateralmente. Unindo os dois túberes encontra-se a crista ilíaca. O túber sacral continu-
ase caudalmente com a incisura isquiática maior, que se estende até a espinha isquiática. 
 O corpo do ílio é estreito e termina caudalmente fundindo-se ao pube e ao 
ísquio. Neste ponto de união, os três ossos formam a cavidade articular para o fêmur, 
denominada acetábulo. A face medial do corpo apresenta discreta e descontínua 
elevação linear, chamada linha arqueada. Esta linha dirige-se ventralmente em direção 
ao pube e é interrompida no terço médio por uma elevação rugosa, o tubérculo do 
músculo psoas menor. A linha arqueada termina na eminência iliopúbida, do pube. 
2.4.2.2. Pube – O pube é o menor dos três ossos e forma a porção cranial do assoalho 
do quadril. Ele é constituído de ramo cranial, ramo caudal e corpo. O ramo cranial 
dirige-se para frente e para fora e termina no acetábulo. O ramo caudal é menor e mais 
delgado que o cranial e continua-se com o ísquio. Os dois pubes unem-se no plano 
mediano, constituindo parte da sínfese pélvica. Entre esta sínfise e o acetábulo, o ramo 
cranial do pube apresenta a discreta eminência iliopúbica. O corpo é a área de união 
entre os dois ramos. 
2.4.2.3. Ísquio – O ísquio constitui, juntamente com o do lado oposto, a porção caudal 
do assoalho da pelve. É um osso irregularmente achatado e apresenta para descrição: 
ramo, corpo, tábula, túber e incisura. 
 O ramo é a porção mais medial do osso e une-se com o lado oposto, constituindo 
a parte caudal da sínfise pélvica. O corpo está unido, sem limites nítidos, com o ramo e 
estende-se até o acetábulo. A tábula é a porção mais larga do ísquio. Nos ruminates 
domésticos, especialmente nos bovinos, o túber é bastante desenvolvido, podendo ser 
facilmente palpável no animal vivo. A incisura isquiática menor é a reentrância do 
ísquio que se estende da espinha isquiática ao túber isquiático. As bordas caudais dos 
dois ísquios formam em conjunto, o arco isquiático. 
2.4.2.4. Acetábulo – O acetábulo é a cavidade que aloja a cabeça do fêmur. A superfície 
da cavidade acetabular apresenta uma área rugosa, não articular, a fossa do acetábulo, 
destinada à inserção do ligamento da cabeça do fêmur. 
 Nos ruminantes, a cavidade acetabular está voltada para baixo e para fora. A 
borda do acetábulo é irregularmente espessada e descontínua devido à presença de duas 
incisuras: uma caudal (incisura do acetábulo) e outra cranial. A incisura cranial só está 
presente nos bovinos. 
2.4.2.5. Forame obturado – É o espaço circunscrito pelo pube e ísquio. O forame 
apresenta algumas características ligadas ao sexo. Na fêmea, ele é mais largo e quase 
circular. No macho, é mais estreito e ovóide. A designação “obturado” é dada em razão 
da existência de músculos e outras estruturas que ocluem seu lume. 
2.4.2.6. Pelve óssea - A pelve é a parte do tronco situada caudalmente ao abdome. Seu 
esqueleto é constituído pelos ossos do quadril, sacro e as três primeiras vértebras 
coccígeas. 
26 
 
 A pelve é alongada e cilindroide, comprida lateralmente (principalmente nos 
machos). Os ossos, com as partes moles que os recobrem, formam uma cavidade, 
denominada cavidade pelvina. Esta cavidade tem duas aberturas, uma cranial e outra 
caudal. A primeira é mais ampla e é delimitada pelo promontório sacral, pelos ílios e 
pubes. A abertura cranial da pelve tem conformação variável com o sexo, indo de 
ovóide a quase circular na fêmea, permanecendo ovóide nos machos. A cavidade 
pelvina tem um teto ou abóbada formada pelo sacro, e um assoalho, representado pelo 
pube e ísquio dos dois lados. O forame obturado interrompe a continuidade óssea do 
assoalho pelvino. As paredes laterais são completadas por ligamentos e músculos. A 
abertura caudal da pelve é menor que a cranial. Ela tem como contorno ventral o arco 
isquiático, que é mais aberto nas fêmeas. A porção laterodorsal desta abertura está 
formada predominantemente por estruturas moles, destacando-se o ligamento 
sacrotuberal, e tendo as vértebras coccígeas como elemento esquelético. Devido às 
múltiplas e importantes funções da cavidade pelvina, é necessário conhecer seus 
diâmetros. 
 Diâmetro conjugado verdadeiro: é representado por uma linha vertical que une o 
promontório sacral ao extremo cranial da sínfise pelvina. 
 Diâmetros transversais: existem cinco diâmetros transversais. Três deles são 
delineados na abertura cranial da pelve e tem como referencia a margem ventral da 
articulação sacro-ilíaca, o tubérculo do músculo psoas menor e a eminência ílio-púbica, 
respectivamente. Os outros dois são representados pelas linhas que unem entre si os 
pontos mais altos das espinhas isquiáticas e os ângulos dorsais dos túberes isquiáticos, 
respectivamente. 
2.4.3. Fêmur 
 O fêmur é osso da coxa. É relativamente mais curto nos ruminantes que nas 
outras espécies domésticas. O fêmur é constituído de corpo e duas extremidades. 
 A extremidade proximal consiste de cabeça, colo e trocânteres maior e menor. A 
cabeça é uma proeminência arredondada, mais extensa dorsal que ventralmente. Está 
dirigida medialmente, com sua face articular voltada para dentro, para cima e 
ligeiramente para trás. Articula-se com o acetábulo. A cartilagem hialina cobre toda a 
face articular, exceto numa depressão central, a fóvea da cabeça do fêmur, onde se 
insere o ligamento da cabeça do fêmur. 
 O colo é o segmento ósseo que prende a cabeça ao corpo. Seu limite com a 
cabeça é bem demarcado medialmente. Lateralmente, a face articular da cabeça 
prolonga-se sobre ele, e, principalmente nos bovinos, seus limites são poucos nítidos. 
 O trocânter maior é a protuberância que se destaca da face lateral da extremidade 
proximal doosso e se projeta para cima. Sua borda livre é romba, rugosa e arqueada. 
Sua face lateral é rugosa e convexa. Sua face medial é côncava, perfurada por inúmeros 
forames e delimita a fossa trocantérica. O trocânter menor situa-se na face caudal da 
27 
 
extremidade proximal. É uma saliência rugosa, de aspecto arredondado nos pequenos 
ruminantes, que dá inserção ao músculo iliopsoas. A crista intertrocantérica liga o 
trocânter maior ao trocânter menor. 
 O corpo é cilíndrico e proporcionalmente maior nos pequenos ruminantes. É 
retilíneo nos bovinos e ligeiramente encurvado nos pequenos ruminantes. Ao nível da 
porção distal da face lateral encontra-se a fossa supracondilar, que é bastante rasa, 
principalmente nos pequenos ruminantes. Aí se origina o músculo flexor superficial dos 
dedos. A face caudal (face áspera) apresenta rugosidades bem evidenciadas, que correm 
longitudinalmente. Geralmente, o forame nutrício localiza-se nesta face. 
 A extremidade distal é formada pela tróclea e pelos côndilos. A tróclea situa-se 
obliquamente na porção cranial da extremidade distal. É constituída por duas arestas, 
separadas por um sulco, que se dirigem para baixo e para trás. Nos bovinos, a aresta 
medial é arredondada, mais desenvolvida que a lateral e sua extremidade proximal 
alarga-se consideravelmente. Nos pequenos ruminantes, as arestas têm, 
aproximadamente, o mesmo tamanho. 
 Os dois côndilos, lateral e medial, situam-se caudalmente à tróclea. A fossa 
intercondilar separa os dois côndilos. A face medial do côndilo medial é rugosa e 
apresenta o epicôndilo medial. O epicôndilo lateral é uma saliência situada na face 
lateral do côndilo lateral e é menos desenvolvido que o medial. Abaixo e um pouco 
atrás do epicôndilo lateral encontram-se duas pequenas fossas, das quais a mais distal é 
a do músculo poplíteo. Entre o côndilo lateral e a tróclea, encontra-se a fossa dos 
extensores. 
2.4.4. Patela 
 A patela (antigamente conhecida como rótula) é um sesamóide articulado à 
tróclea do fêmur. Tem forma aproximadamente triangular, com vértice voltado para 
baixo. Sua face caudal apresenta duas faces articulares para a tróclea do fêmur. A 
cartilagem da patela prende-se no ângulo medial do osso. Nos pequenos ruminantes a 
patela á mais longa e mais estreita. 
2.4.5. Tíbia e fíbula 
 A tíbia é o osso longo da perna. É, nos bovinos, um pouco mais curta que o 
fêmur; nos pequenos ruminantes é mais longa. No esqueleto está colocada obliquamente 
e sua extremidade distal aproxima-se do plano mediano. 
 A extremidade proximal da tíbia é larga e aproximadamente triangular. 
Apresenta os côndilos medial e lateral, para articulação com os correspondentes 
côndilos do fêmur. Seu ângulo cranial constitui a tuberosidade da tíbia. Entre os dois 
côndilos e, aproximadamente no centro da extremidade proximal, projeta-se a 
eminência intercondilar. As faces articulares dos côndilos são amplas e convexas. Estão 
separadas cranialmente pela área intercondilar cranial e caudalmente pela área 
intercondilar caudal. Nestas áreas intercondilares inserem-se os ligamentos da 
28 
 
articulação femorotibial. A incisura poplítea separa caudalmente, os côndilos. A 
tuberosidade da tíbia tem contorno triangular, é bastante larga e rugosa nos bovinos e 
estreita e lisa nos pequenos ruminantes. Está separada do côndilo lateral pelo sulco 
extensor. 
 O corpo é inicialmente largo, de contorno triangular e, nos bovinos, torna-se 
amis delgado e quadrangular nos terços médio e distal. Seu eixo está encurvado 
lateralmente. Apresenta três faces: medial, lateral e caudal, e três bordas: cranial, medial 
e lateral ou interóssea. A face medial é larga e rugosa até a metade do osso e pode ser 
percebida através da pele. A face lateral é lisa e ligeiramente retorcida. A face caudal é 
plana e está atravessada obliquamente por linhas musculares mais ou menos paralelas. 
O forame nutrício abre-se nesta face, próximo à borda lateral. A borda cranial é 
proeminente no terço proximal do osso. Ela vai se desfazendo gradativamente até 
constituir apenas uma linha rugosa. A borda medial é convexa longitudinalmente. A 
borda lateral ou interóssea, na metade proximal do osso, é côncava e forma com a fíbula 
o espaço interósseo da perna. 
 A extremidade distal é bem menor que a extremidade proximal, porém, mais 
larga que o corpo. Apresenta a face articular para articulação com ossos do tarso e com 
o osso maleolar. A superfície par articulação com o osso tálus do tarso é denominada 
cóclea da tíbia. Está formada por dois sulcos, um lateral, largo e pouco profundo, e um 
medial, mais profundo e estreito. Estes sulcos estão separados por uma crista, que pode 
apresentar uma fossa sinovial. O maléolo medial constitui a parede medial da cóclea. A 
parede lateral da cóclea é completada pelo osso maleolar, pertencente à fíbula. 
 A fíbula é o outro osso da perna e situa-se lateralmente à tíbia. Seu esboço 
cartilaginoso é completo. Na ossificação, porém, fica reduzido a duas extremidades, a 
proximal ou cabeça e a distal ou osso maleolar, e a uma corada fibrosa que as une. A 
cabeça da fíbula está fundida ao côndilo lateral da tíbia, podendo também ocorrer 
articulada. Consta de pequena massa óssea que se projeta alguns centímetros 
distalmente e termina em ponta livre. No carneiro está constantemente fundida à tíbia e 
aparece com uma proeminência do côndilo lateral. No cabrito pode faltar 
completamente. 
 O osso maleolar é constante em todos os ruminantes domésticos. Visto 
lateralmente, apresenta contorno aproximadamente quadrangular. A extremidade 
proximal apresenta duas facetas articulares separadas por um processo pontiagudo. A 
face medial se articula com o tálus. A face lateral é irregular. A face distal se articula 
com o calcâneo. 
2.4.6. Tarso 
 O tarso dos ruminantes é constituído de cinco ossos, dispostos em duas fileiras. 
A fileira proximal compõe-se do tálus e do calcâneo. A fileira distal é formada pelos 
ossos centroquarto, társico II , III e társico I. 
29 
 
 O tálus articula-se com a cóclea da tíbia por meio da tróclea proximal. Sal face 
distal apresenta a tróclea distal, que se articula com o osso centroquarto. 
 O calcâneo relaciona-se com a face lateroplantar do tálus, com o qual se articula. 
O espaço limitado pela face lateral do tálus e a face medial do calcâneo é denominado 
seio do tarso. Do corpo do calcâneo destaca-se o túber do calcâneo, que dá inserção ao 
tendão calcanear comum. O corpo do calcâneo apresenta medialmente uma projeção 
óssea para articulação com o tálus, que é denominado sustentáculo talar. A face plantar 
do sustentáculo talar forma com o corpo do calcâneo o sulco do calcâneo, por onde 
corre o tendão do músculo flexor profundo dos dedos. A face dorsal do calcâneo 
articula-se com o osso maleolar. Distalmente o calcâneo articula-se com o osso 
centroquarto. 
 O osso centroquarto é o mais desenvolvido da fileira distal. É formado pela 
fusão do osso central do tarso com o társico IV. É um osso largo que se estende de um 
lado ao outro e se articula com todos os ossos do tarso. O osso társico II e III resulta da 
fusão do társico II e társico III. O osso társico I é pequeno e articula-se com o 
centroquarto e metatársico III e IV. 
2.4.7. Metatarso 
 No metatarso dos ruminantes, como no metacarpo, apenas um osso está 
completamente desenvolvido – o metatársico III e IV. O metatársico III e IV resulta da 
fusão do metatársico III com o metatársico IV, ainda na fase fetal. Os sulcos 
longitudinais dorsal e plantar, e a subdivisão do canal medular por um septo óssea, nos 
animais jovens, comprovam esta fusão. Os outros ossos, o metatársico II e o metatársico 
V estão, segundo a

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