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FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 INTRODUÇÃO O mundo carolíngio – Com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., a Europa se encontrava esfacelada e dividida pelas invasões bárbaras. Para reunificá-la e centralizar novamente o poder, Carlos Magno fundou no século VIII o Império Carolíngio. Mas sem finanças estáveis, sem um exército permanente e imerso numa sociedade baseada em juramentos e obrigações pessoais, seu esforço não prosperou. Serviu, isto sim, como fator importante que influenciou o surgimento de um novo sistema social, político e econômico que duraria mil anos, o Feudalismo. Império Carolíngio: Organização política, econômica e social Durante o primeiro semestre de S. VIII. os reis merovíngios não são nadas além de fantoches prisioneiros de sua aristocracia arruinada. O poder real está nas mãos dos prefeitos do palácio, as cabeças da aristocracia. As guerras que enfrentam diferentes reinos merovíngios logo confinado a uma luta entre os Stewards Palace, Nêustria e da Austrásia. Em 687, o mordomo austrasiano Pepino de Herstal conseguiu uma vitória decisiva em Tetry, para esmagar as forças da Nêustria, determinando o destino de sua raça. Pepino de Herstal, dispõe de vastos domínios na região do Meuse e Reno, localizado na cabeça de uma vasta clientela, refeito para a sua unidade de benefício Gália. Uma nova dinastia, destinado a mudar a paisagem geopolítica da Europa Ocidental surgiram. Esta é a dinastia carolíngia. Uma das maiores conquistas da Pepino foi a resistência contra os povos árabes, forte no califado de Al-Andalus, que cobria grande parte da Península Ibérica, ameaçando cruzar os Pirineus e adiantamento sobre o resto dos eventos europeus. Ao mesmo tempo, outros povos do leste, tentando também conquistar o território livre. Para fazer face a estas ameaças Pepino sabia que ela tinha que ter a aliança de outros reinos cristãos e, para isso, nada melhor do que para estabelecer uma aliança estratégica com o Papado Romano, chefe do cristianismo no Ocidente. Pepino não hesitou em vir em auxílio do Papa Stephen, cujo papal territórios na península italiana em perigo antes do avanço dos lombardos, derrotá-los promovida uma relação FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 Pepi no o Breve (715-768) Ato de tributo – Vassalo ao seu Senhor mais próxima entre os dois poderes, de modo que o reino franco tornou-se o O braço armado do Papa. Tendo tomado o poder, primeiras ações de Carlos Magno foram destinadas a assegurar a sua autoridade em todos os domínios e tentar restaurar o Império Romano do Ocidente. Durante o governo de Carlos Magno, o reino franco foi capaz de expandir seu território e estabelecer áreas de contenção prever futuros ataques. Ele moveu suas forças com inteligência moderna para o seu tempo. Quando os lombardos, localizado no norte da Itália, atacou os bens da Igreja, Carlos Magno veio em auxílio do papa Adriano I. derrotado Desiderius, o rei lombardo, na batalha de Pavia, mas ele levou para o território não caíssem em mãos da Igreja A dinastia carolíngia, como são referidos os sucessores de Carlos Martel, apoderou-se oficialmente dos reinos da Austrásia e da Nêustria em 753 durante um golpe de Estado liderado por Pepino III. Uma crônica contemporânea afirma que Pepino recebeu autorização para o golpe do Papa Estêvão II. O golpe foi apoiado por propaganda que retratava os Merovíngios como governantes cruéis e inaptos, exaltando as virtudes de Carlos Martel e da piedade da sua família. Depois da morte de Pepino, o reino é herdado pelos seus dois filhos, Carlos e Carlomano. Quando Carlomano morreu de causas naturais, Carlos impediu a sucessão do seu filho menor e coroou-se a si próprio como rei da Austrásia e Nêustria unidas. Carlos, que viria a ser conhecido como Carlos, o Grande ou Carlos Magno, iniciou em 774 uma série de expansões sistemáticas que unificariam grande parte da Europa, chegando a dominar toda a extensão territorial no que é atualmente a França, norte de Itália e Saxônia. Ainda em 774, conquista os lombardos, libertando o papado dos receios de uma conquista lombarda e dando início aos Estados Papais. A coroação de Carlos Magno como imperador, no dia de Natal do ano 800, é vista pelos historiadores como um dos grandes momentos de charneira na história medieval, marcando a restauração do Império Romano do Ocidente, ma vez que o novo imperador governava a maior parte do território anteriormente controlado pelos imperadores ocidentais. Marca também uma alteração significativa na relação de poderes entre Carlos Magno e o Império Bizantino, ao tornar claro que a obtenção do título de imperador afirmava a sua equivalência perante a contraparte oriental. No entanto, existiam diferenças significativas entre o novo Império Carolíngio e tanto o Império Bizantino como o antigo Império Romano do Ocidente. Os territórios francos eram essencialmente rurais, existindo muito poucos núcleos urbanos, e os existentes eram de pouca dimensão. As técnicas agrícolas eram rudimentares, e a maior parte dos habitantes eram camponeses em explorações minifundiárias. O comércio era incipiente e na sua maioria virado para as Ilhas Britânicas ou para os territórios escandinavos, ao contrário do antigo Império Romano, que dispunha de uma vastíssima rede de comércio centrada no Mediterrâneo. A administração do império estava centrada numa corte itinerante que acompanhava o imperador, e o poder local estava nas mãos de cerca de 300 oficiais designados por condes, administrando cada um dos condados em que o território fora repartido. Os FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 bispos e o próprio clero podiam exercer funções administrativas, e o poder de supervisão estava também delegado nos missi dominici, homens de confiança da corte que serviam de intermediários entre o poder local e central. Com igual sagacidade atuou na área dos saxões, a área delimitada pelo rio Reno e do Mar Báltico foi dominada por esta cidade. Este grupo, que não tinha sido evangelizada, apesar dos esforços consideráveis de missionários cristãos, os francos lutaram por mais de 30 anos. Finalmente, em 785, o líder saxão Widukind foi batizado, a região foi ocupada por colonos francos e saxões foram deportados. A grande preocupação de Carlos Magno foi para desencorajar qualquer tentativa do expansivo Islã. Em 778, Carlos Magno interveio na Espanha, a pedido do governador árabe da cidade de Zaragoza, confrontados com o emir de Córdoba. A aspiração para libertar o território ibérico dos árabes não era possível, de modo a carolíngia teve de se aposentar. Apesar da derrota, Carlos Magno conseguiu estabelecer uma área que agiria como um muro de contenção contra possíveis ataques árabes. A leste, a terra que hoje compõe a Hungria moderno foi dominado pelos avares. Apesar da excelente estratégia defensiva dos avaros, estabelecendo campos em um anel, o Franks conseguiu derrotá-los e aproveitar seu território. A grande preocupação de Carlos Magno foi para desencorajar qualquer tentativa do expansivo Islã. Em 778, Carlos Magno interveio na Espanha, a pedido do governador árabe da cidade de Zaragoza, confrontados com o emir de Córdoba. A aspiração para libertar o território ibérico dos árabes não era possível, de modo a carolíngia teve de se aposentar. Apesar da derrota, Carlos Magno conseguiu estabelecer uma área que agiria como um muro de contenção contra possíveis ataquesárabes. A leste, a terra que hoje compõe a Hungria moderno foi dominado pelos avares. Apesar da excelente estratégia defensiva dos avaros, estabelecendo campos em um anel, o Franks conseguiu derrotá-los e aproveitar seu território. Estrutura econômica Esta etapa da Idade Média foi caracterizado por ter uma economia muito subdesenvolvida. Nos campos foram realizadas agricultura de subsistência devido à natureza rudimentar da tecnologia de produção. Através destes esforços, as famílias têm apenas o suficiente para ficar. Devido à escassez de excedente e a frequência das guerras em muitas frentes diferentes, o comércio era quase limitado e cidades perderam a sua antiga importância. Carlos Magno, apesar de FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 sua oposição à expansão árabe, percebeu a superioridade técnica do Islã e se esforçaram para modernizar o mundo agrícola. Estas condições cristalizados em uma nova estrutura social que se formou em torno da propriedade ou moradias foram pertencia a proprietários, convertidos em unidades de produção reais. Eles consistiu em duas áreas: a “reserva”, que era onde os grandes mansões dos senhores aumentou, os dos servos, a capela e outros edifícios, e os “mansos”, o nome pelo qual ele foi designado para terra para a agricultura. Economia carolíngia Impulsionados a centralizar o poder na Europa adotam como método a regionalização do poder, desenvolve a política de vassalagem, acordo em que o rei, caracterizado na figura de soberano administrava uma rede de vassalos dotados de poderes em suas localidades, normalmente tal benefício era proveniente da posse de terras. Esta etapa foi caracterizada por uma economia subdesenvolvida, baseada apenas numa agricultura de subsistência devido à natureza rudimentar da tecnologia de produção rural, produz apenas o suficiente para sua subsistência, baseada principalmente na terra e com caráter muito arcaico. FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 A floresta continuava a cobrir a maior parte da Europa e os homens exerciam as suas atividades de subsistência de caça e coleta. As frutas silvestres, raízes e mel formaram uma parte que não podem ser deixadas de lado na alimentação, enquanto a caça, somado as aves são a única carne consumida na época. Devido à escassez do excedente agrícola e as frequentes guerras no período, desestimulou o comércio deixando apenas limitado as cidades, perdendo a sua importância na economia da época. As condições criadas por Carlos Magno cristalizaram em uma nova estrutura social que se formou em torno da propriedade , tornando-as em unidades de produção: Reserva senhorial: as terras mais férteis eram cultivadas pelos camponeses, mas eram de posse do senhor feudal. Terras dos servos: lotes explorados pelos camponeses, os quais deviam tirar uma parte da produção para manter o sustento familiar, e a outra, entregar ao senhor feudal. Terras comuns: pastos, bosques e pântanos. Eram usadas pelos camponeses e pelo senhor. Os camponeses colhiam frutos e cortavam madeira. Os senhores praticavam a caça, seu esporte favorito. A principal característica económica deste modelo social foi o desaparecimento dos escravos. O elevado custo da sua manutenção forçam a sua emancipação, porém a liberdade era relativa¹, camponeses livres e escravos tornaram-se uma só classe, os servos. Esta homogeneização é proveniente de uma debilidade na mão-de-obra, em que a opção para o trabalho agrícola passou a ser o refúgio necessário, a situação precária (pestes e fome) em larga escala que vinha sofrendo o continente europeu. Assim como, tal fusão beneficiava em meios administrativos o estabelecimento da política de soberania e vassalagem ao cobrar os tributos da massa servil.¹ ¹“O deterioramento da condição social do homem livre e o abrandamento da do escravo levaram à fusão desses grupos numa só categoria de dependentes, cuja heterogeneidade jurídica anulava-se diante dos imperativos de uma vida material uniforme. O próprio termo colonus desapareceu dos textos do século IX, substituído pelo uso vulgarizado da palavra servus.” Mendonça, 1987(Pág. 46). Os problemas da economia carolíngia são explicados em grande parte pela incapacidade de apoiar a existência de um grande Estado centralizado. FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 Uma pecuária generalizada, geralmente feita nas florestas com ausência quase total de resguardo, impedindo aos agricultores que recebam insumos para o cultivo da terra. A população é escassa e a agricultura é quase exclusivamente de cereais (trigo, centeio, cevada).Também tem a categoria de espécies pobres, abaixo do desempenho pão de trigo. Reservada para solos mais ricos, e não cultivada apenas excepcionalmente. Os instrumentos agrícolas ainda são, quase que totalmente, de madeira, já o metal devido a falta de tecnologia era muito baixa a sua produção é basicamente reservado para a fabricação de armas para o exército. Annapes ao território, que reúne grandes fazendas não são de propriedade como ferramentas de ferro, sob Carlos Magno, apenas duas foices, foices dois e duas pás de ferro. A maior parte do trabalho agrícola é feito à mão. O velho arado também foi usado; arado de aiveca, com apenas começaram a aparecer no momento em áreas mais desenvolvidas da Bacia de Paris. A precariedade dessas técnicas agrícolas tinha naturalmente resultar em uma extrema escassez de retornos. Sob essas condições, Europa carolíngia viveu perpetuamente à beira da inanição. A posse e exploração ainda agravado a situação. A regra era grande propriedade ou vila, a pequena propriedade rural não estava realmente desenvolvido apenas em determinadas regiões de colonização, como a Catalunha. O Villae eram de diferentes dimensões, mas muitos dentre eles atingiram vários milhares e às vezes dezenas de milhares de Ha geralmente foram exploradas sob o domínio do sistema patrimonial consiste dividida em duas partes. Booking ou propriedade em si e holdings, reuniu o melhor da terra (chamados coutures ou condaminas) Mr. explorados diretamente. Os escravos trabalhavam no serviço do Senhor, ou utilizou os serviços devidos pelos agricultores que exploram. Estes poderiam ser obrigação ou colonos livres. A superfície das suas explorações ou manso, que foram dadas a eles pelo Senhor, variou de acordo com o seu estado: na região de Paris, um manso livre compreendida entre 10 e 15 ha, em média, um Meek servil era duas vezes menor .. O que quer que eles estavam, os colonos tiveram que pagar grandes impostos: espécies (caça, criação de gado, cereais), por vezes, em dinheiro, mas especialmente no trabalho. Eles tiveram que trabalhar dias livres por semana e semanas por ano na propriedade senhor. Quanto ao comércio, estava paralisado devido principalmente à crise monetária sofrendo o Ocidente, neste momento, e também por causa das invasões rotas comerciais desorganizados. O ouro era escasso. Carlos Magno instituiu, em uma data vaga, monometalismo prata e definir um novo sistema monetário, com um longo futuro (ainda em vigor hoje na Grã-Bretanha), fundada em três unidades: a libra, o salário eo denário (£ 1 = 20 salários; 1 shilling = 12 pence). O comércio muito limitado, não contribuiu muito mais do que produtos de luxo destinados exclusivamente a uma clientela aristocrática. Eram produtos pouco conhecidos, o que parecia ser voltado para o FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 mundo muçulmano e do Império Bizantino, e no s. X, para os países no Mar do Norte e no Mar Báltico. Por outro lado, o comércio regional e local foi dividido em compartimentos com mercados limitados. Embora não viveu Europa carolíngia, como já foi dito tantas vezes, uma economia totalmente autárquica, devemos reconhecer que o comércionão era de forma suficiente para dar à luz a uma classe de fornecedores especializados. Os problemas são explicados em grande parte pela incapacidade da economia da época era para apoiar a existência de um grande Estado centralizado. Essa economia é baseada principalmente na terra e ainda tem um caráter muito arcaico. A floresta continua a cobrir a maior parte da Europa e os homens exerçam as suas atividades de subsistência de caça e coleta. As bagas silvestres, raízes, enxames florestais mel formaram uma parte não negligenciável nos alimentos, enquanto a caça, junto as aves de capoeira são a única carne consumida na época. A pecuária, generalizada, geralmente é feito nas florestas, e a ausência quase total de resguardo impedindo os agricultores recebem o adubo necessário para o cultivo da terra. A população é escassa e da agricultura é quase exclusivamente de cereais (trigo, centeio, cevada), a categoria de espécies pobres, abaixo do desempenho; pão de trigo, reservada para solos mais ricos, e não cultivada apenas excepcionalmente. Implementos agrícolas ainda são, quase que totalmente, de madeira; de metal, muito pouco é reservado para a fabricação de armas; Annapes ao território, que reúne grandes fazendas não são de propriedade como ferramentas de ferro, sob Carlos Magno, apenas duas foices, foices dois e duas pás de ferro. A maior parte do trabalho agrícola é feito à mão. O velho arado também foi usado; arado de aiveca, com apenas começaram a aparecer no momento em áreas mais desenvolvidas da Bacia de Paris. A precariedade dessas técnicas agrícolas tinha naturalmente resultar em uma extrema escassez de retornos. Sob essas condições, Europa carolíngia viveu perpetuamente à beira da inanição. A posse e exploração ainda agravado a situação. A regra era grande propriedade ou vila, a pequena propriedade rural não estava realmente desenvolvido apenas em determinadas regiões de colonização, como a Catalunha. O Villae eram de diferentes dimensões, mas muitos dentre eles atingiram vários milhares e às vezes dezenas de milhares de Ha geralmente foram exploradas sob o domínio do sistema patrimonial consiste dividida em duas partes. Booking ou propriedade em si e holdings, reuniu o melhor da terra (chamados coutures ou condaminas) Mr. explorados diretamente. Os escravos trabalhavam no serviço do Senhor, ou utilizou os serviços devidos pelos agricultores que exploram. Estes poderiam ser obrigação ou colonos livres. A superfície das suas explorações ou manso, que foram dadas a eles pelo Senhor, variou de acordo com o seu estado: na região de Paris, um manso livre compreendida entre 10 e 15 ha, em média, um Meek servil era duas vezes menor. O que quer que eles estavam, os colonos tiveram que pagar grandes impostos: espécies (caça, criação de gado, cereais), por vezes, em dinheiro, mas especialmente no trabalho. Eles tiveram que trabalhar dias livres por semana e semanas por ano na propriedade senhor. Quanto ao comércio, estava paralisado devido principalmente à crise monetária sofrendo o Ocidente, neste momento, e também por causa das invasões rotas comerciais desorganizados. O ouro era escasso. Carlos Magno instituiu, em uma data vaga, monometalismo prata e definir um FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 novo sistema monetário, com um longo futuro (ainda em vigor hoje na Grã-Bretanha), fundada em três unidades: a libra, o salário e o denário (£ 1 = 20 salários; 1 shilling = 12 pence). O comércio muito limitado, não contribuiu muito mais do que produtos de luxo destinados exclusivamente a uma clientela aristocrática. Eram produtos pouco conhecidos, o que parecia ser voltado para o mundo muçulmano e do Império Bizantino, e no s. X, para os países no Mar do Norte e no Mar Báltico. Por outro lado, o comércio regional e local foi dividido em compartimentos com mercados limitados. Embora não viveu Europa carolíngia, como já foram ditos tantas vezes, uma economia totalmente autárquica, devemos reconhecer que o comércio não era de forma suficiente para dar à luz a uma classe de fornecedores especializados. Os documentos desse tempo são excelentes testemunhos dessas calamidades, que podemos classificar em três categorias. À fome e à guerra vieram juntar-se ainda outras calamidades que, por sua vez, abalaram mais profundamente as estruturas da economia rural. Trata-se das mortalidades, das epidemias, das pestes, e particularmente a mais brutal de todas elas: a Peste Negra. É necessário considerar que se as fomes e as campanhas militares foram acidentes superficiais, as mortalidades, que determinaram uma ruptura duradoura na evolução demográfica, atingiram verdadeiramente as estruturas rurais. Através delas chegamos às modificações de fundo que as novas séries de indícios revelam. A mais aparente destas modificações é uma baixa de população, esta não acidental, mas de longa duração. Esta quebra sucede, segundo parece, de maneira bastante brusca ao longuíssimo período de crescimento ininterrupto. Ela é comprovada por um conjunto convergente de testemunhos indiretos, tais como o aumento dos salários, a diminuição das superfícies semeadas e o abandono dos lugares habitados. Excetuando algumas zonas rurais excepcionalmente favorecidas, a sangria fora espantosamente forte. À rarefação dos homens corresponde o recuo da área de cultivo, de diminuição da ocupação da terra, que ocorreu pouco depois da paragem dos arroteamentos. Verifica-se que o abandono afetou, em numerosos territórios, um certo número de campos geralmente situados nos talhões periféricos da área da aldeia, nas últimas zonas que os agricultores tinham conquistado aos baldios e que então foram abandonadas. Pudemos reconhecer que muitas aldeias inglesas perderam os seus habitantes durante a Peste Negra e nunca mais foram reocupados. As últimas modificações de estruturas dizem respeito ao valor respectivo dos produtos agrícolas e do trabalho camponês. Foram os salários dos trabalhadores sem qualificação que reagiram mais vivamente à alta. O importante para os destinos da grande empresa agrícola é que o encarecimento da jornada de trabalho se operou precisamente no momento em que os preços dos cereais caíam. A distorção acentuou-se ainda mais em meados do século XV; enquanto o índice dos salários não se alterou sensivelmente, o dos preços começou a baixar de novo depois de 1440. Vejamos os fatos. Como interpretá-los? Uma outra modificação exterior às estruturas rurais afetou estas diretamente. Trata-se do crescimento dos estados e das suas sequelas: o recrudescimento das guerras e o enorme desenvolvimento das fiscalidades dos príncipes. O sentimento gral de instabilidade e de insegurança que se seguiu provocou a contração de todas as atividades econômicas. O último golpe desferido do exterior e que podemos considerar acidental: a FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015 Peste Negra e o surto de morbidez que se implantou durante meio século na Europa. Estas catástrofes não poderiam explicar por si próprias as mutações que afetaram a economia dos campos. Estas resultaram em muito mais larga medida de uma evolução interna que afetou as relações de produção e de consumo. O impulso mais profundo da inversão da conjuntura foi preparada durante os últimos anos do século XIII pelo empobrecimento progressivo de um setor cada vez mais extenso do campesinato e pelo superpovoamento que levara a estender exageradamente o cultivo, a solicitar terras demasiadas pobres. Esgotadas, e para sempre, após algumas colheitas, estas teriam mais cedo ou mais tarde de ser abandonadas definitivamente. Estes dois movimentos atingiram o seu pleno desenvolvimento entre 1300 e 1370, período em que deve ser situadoo momento decisivo da mutação. A alta taxa de mortalidade nas camadas inferiores da sociedade rural mantinha-se em níveis elevados, o que travou o crescimento da população durante anos e, em seguida, determinou o seu declínio. A passagem dos exércitos, as requisições das tropas levaram consigo os camponeses menos enraizados. As cidades crescem fortemente no início do século XIV, muitos aldeões deslocaram-se para aí, para desfrutar de uma melhor proteção: as cidades defendidas constituíam, de fato, refúgios em tempo de alerta. Esta redução do proletariado rural contribuiu certamente para o abaixamento dos preços do cereal, bem como para o aumento dos salários. De consequências muito mais prolongadas foram certamente os acessos periódicos de peste que lhe sucederam: estes inclinaram de uma maneira decisiva a curva demográfica. As famílias que viviam há gerações na miséria e sob a dominação econômica dos empregadores conseguiram obter terras de arrendamento, e das melhores: eram-lhes oferecidas em toda a parte. O abandono dos talhões não férteis e das aldeias mal situadas não de deveu porque as mortes tenham sido mais numerosas nestas áreas, mas porque os homens que a peste tinha poupado deixaram as terras ingratas. A retração do espaço arável, na maior parte dos casos, resultou diretamente da depressão demográfica, mas manifestava também uma concentração da agricultura nos solos mais propícios. Os diversos movimentos que modificaram as estruturas da sociedade camponesa reduziram por longo tempo o número de homens que solicitavam um emprego assalariado. O que permitiu aos camponeses que permaneceram ao serviço aumentar singularmente o seu nível de vida. Em todo o caso, é nítido que a densidade humana era fraca em muitos campos no final do século XIV. A terra era relativamente abundante, sua renda baixa e a mão de obra cara. A baixa duradoura da população rural parece ter também prolongado a estagnação do comércio de cereais nos campos: muito menos numerosos que outrora, os assalariados das empresas agrícolas viviam agora, na sua grande maioria, em condição doméstica; alimentados pelo empregador, não tinham que comprar o seu pão. Nas cidades, em declínio pelas epidemias, o aprovisionamento das famílias tornara-se menos dependente dos mercadores de cereais, o receio da fome havia levado muitos a um abastecimento direto. Finalmente, talvez seja de tomar em consideração um movimento tendente a reduzir em certas regiões o consumo de pão e a aumentar a compra de alimentos de acompanhamento. Todos estes fenômenos conjuntos permitem explicar o prolongado marasmo do preço dos cereais. Convém não esquecer também que só os terrenos medíocres foram abandonados e que a concentração da agricultura nos solos mais favoráveis provocou provavelmente um aumento nos rendimentos médios. A previsão de más searas e o peso cada vez maior da fiscalidade obrigada todas as famílias camponesas a produzir excedentes negociáveis. Punham à venda em tempo normal abundantes quantidades de cereais. Conclusão Nosso trabalho procurou dar uma visão das técnicas de produção no campo carolíngio, visamos principalmente abordar uma realidade da época, as dificuldades na produção e como é a relação entre o senhor e o vassalo. Referências Bibliográficas: Grandes Civilizaciones de la Historia. Editorial Sol 90, Barcelona, 200 DUBY, Georges. Economia Rural e Vida no Campo no Ocidente Medieval. Mendonça, Sônia Regina, “O mundo Carolíngio”, Editora Brasiliense, 1987 FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas 2015
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