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APOSTILA BENS PÚBLICOS E IEP

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vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
FAJ – FACULDADE DE JUSSARA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO II 
Bens Públicos e Intervenção Do Estado na Propriedade 
Professor Esp. Victor Fernandes 
 
 
 
 
 
 
2017 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
BENS PÚBLICOS 
 
CONCEITO 
Os bens, em sentido amplo, podem dividir-se em duas vertentes principais: os bens privados, 
aqueles pertencentes à particulares, e os bens públicos, aqueles pertencentes à Pessoa Jurídica 
de Direito Público ou que estejam afetados (destinados) à prestação de serviços públicos, 
incluindo os pertencentes aos entes estatais cuja natureza jurídica é de direito privado 
(Empresas Públicas (Correios) e Sociedade de Economia Mista). 
 
ATENÇÃO! A regra é que os bens das Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista não 
são públicos, exceto no caso acima exposto! Ex: Banco do Brasil e Petrobrás. 
 
O conceito de bens públicos é mais abrangente que o conceito de “domínio público”, pois este 
está relacionado ao conjunto de bens móveis ou imóveis pertencentes somente ao Estado, e 
como acima exposto, podem existir bens públicos pertencentes à pessoas jurídicas de direito 
privado. 
Curiosamente, o Código Civil, que regula as relações privadas, dispõe o conceito de bens 
públicos, em seu artigo 98, não havendo normas de direito público que regulem especificamente 
o assunto. 
 
 
Art. 98, CC: São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que 
pertencerem 
 
 
 
 
 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
CORRENTES DOUTRINÁRIAS 
 
Em síntese, o Código Civil define bens públicos por sua titularidade (corrente exclusivista, mais 
aceita pelas Bancas de concurso), enquanto a doutrina (Celso Antônio Bandeira de Mello), que 
reconhece como bem publico aqueles pertencentes à pessoas jurídicas de direito privado 
afetados à prestação de serviços públicos, os define pela destinação (corrente mista). 
Cabe trazer a vertente inclusivista, defendida por Helly Lopes Meirelles e Maria Sylvia Zanella 
Di Pietro, que consideram como bens públicos todos aqueles pertencentes à administração 
pública direta e indireta. A crítica a esta corrente se fundamenta pela ausência de diferenciação 
do regime jurídico de bens afetados à prestação de serviços públicos e aqueles destinados à 
exploração econômica (patrimônio das empresas públicas e sociedade de econômica mista 
exploradoras de atividades econômicas). 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS 
 
QUANTO À SUA DESTINAÇÃO 
 
 Bens de uso comum (art. 99, I, CC) – Bens de utilização universal, sem necessidade de 
autorização por parte do Poder Público (ruas, praças, calçadas, praias). 
Atenção! A utilização especial (anormal) dos bens de uso comum necessitam de prévia 
autorização administrativa. Ex: casamento na praia. 
De uso gratuito – banho de mar, banco das praças, andar pelas ruas; 
De uso retribuído – pedágio, museus, zoológico, “zona azul”. 
 
 Bens de uso especial (art. 99, II, CC) – Ligados à prestação de serviços / atividades 
administrativas específicas. Aqueles que foram previamente afetados para sua 
destinação, não admitindo outra forma de utilização. (creches, universidades públicas, 
prédios públicos). 
 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
De uso direto - quando utilizados diretamente pelo Estado. 
De uso indireto - quando o Estado conserva o bem para finalidade específica (terras indígenas / 
área de preservação permanente). 
 
 Bens dominicais ou dominiais (art. 99, III, CC) – Não estão afetados à finalidade pública 
específica. Sem destinação pública (desafetados). (terras devolutas, carteiras escolares 
velhas, lotes desafetados). 
 
 
AFETAÇÃO – o simples uso do bem pode originar a afetação. 
DESAFETAÇÃO – deve ser feita de maneira formal. Pode haver desafetação por fatos 
da natureza? 
 
 
QUANTO À TITULARIDADE 
 
Quanto à titularidade, os bens públicos dividem-se em: 
 Bens federais: art. 20, CF/88. 
 Bens Estaduais: art. 26, CF/88. 
 Bens Distritais; 
Todos aqueles que se encontram instalados nas repartições públicas distritais, além dos 
indispensáveis para a prestação dos serviços públicos de competência distrital. 
 Bens Territoriais 
Todos aqueles que se encontram instalados nas repartições públicas territoriais, além dos 
indispensáveis para a prestação dos serviços públicos de competência territorial. 
 Bens Municipais 
Todos aqueles que se encontram instalados nas repartições públicas municipais, além dos 
indispensáveis para a prestação dos serviços públicos de competência municipal, além das ruas, 
parques, praças, estradas municipais. 
 
 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
QUANTO À DISPONIBILIDADE 
 
 Indisponíveis por natureza 
Aqueles de caráter essencialmente não patrimonial e de uso comum do povo, como o meio 
ambiente; o ar; a luz solar. 
 Bens patrimoniais indisponíveis 
Aqueles de caráter patrimonial, pertencentes às categorias “de uso comum” e “de uso especial” 
(art. 99, I e II, CC). São indisponíveis enquanto inseridos em tais categorias, podendo se tornar 
disponíveis caso sofram desafetação. 
 Bens patrimoniais disponíveis 
Os passíveis de alienação (bens dominiais). 
 
ATRIBUTOS (GARANTIAS) DOS BENS PÚBLICOS 
 Impenhorabilidade (art. 100, CF) 
O Estado não despende de constrição judicial dos seus bens para garantia de débitos, mesmo 
quando falamos de bens dominiais. Tal garantia se depreende do chamado regime de 
precatórios, disposto no artigo 100 da Constituição Federal. 
O regime de precatórios é modalidade especial de execução atribuída ao Poder Público. A regra 
é que todos os débitos serão pagos por esse regime especial, salvo algumas exceção, 
mencionada nos § 3°e 4° do artigo supracitado: 
 
Pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor (cada ente federado decide 
qual quantia é considerada “pequeno valor”, desde que o valor mínimo estabelecido seja o do 
maio benefício do Regime Geral da Previdência Social (atualmente R$ 5.189,82 – cinco mil cento 
e oitenta e nove reais e oitenta e dois centavos). 
 
 
O regime de precatórios deve observar uma ordem de pagamentos. Assim, após a sentença 
judicial transitada em julgado, os primeiros débitos a serem pagos serão os de natureza 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
alimentar especial (ler § 2°, art. 100, CF). Logo após, serão pagos os débitos alimentares (ler § 
10°, art. 100, CF) e por fim, os débitos de natureza não alimentar. 
 
 Imprescritibilidade (Arts. 102, CC; 183 § 3°, CF e 191, § único, CF) 
O bem público não pode ser objeto de usucapião (não pode ser usucapido), ou seja, adquirido 
através de posse mansa e pacífica por determinado lapso temporal continuado. 
Atenção! Mesmo os bens dominicais não são passíveis de usucapião! Este é o entendimento 
da Súmula 340 do Supremo Tribunal Federal, que dispõe que “desde a vigência do Código Civil, 
os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.” 
 
As modalidades de usucapião estão dispostas no Código Civil Brasileiro em seus artigos 1.238 
(extraordinária); 1.242 (ordinária); 1.239 (rural) e 1.240 (urbana). 
 
 
 Inalienabilidade (alienabilidade condicionada) (arts. 100 e 101, CC) 
Os bens públicos afetados não podem ser alienados (vendidos). Ocorre que se tais bens 
passarem por um processo de desafetação (não afetados àum serviço ou atividade pública) ou 
já se encontrarem desafetados, poderão ser alienados mediante requisitos dispostos em lei. Por 
isso alguns autores não chamam tal atributo de “inalienabilidade” mas sim de alienabilidade 
condicionada. 
Em regra, os requisitos a serem observados são (arts. 17 a 19, L. 8.666/93): 
 
- Bens imóveis pertencentes à União (L. 9.636/98, art. 23): 
1) Bem desafetado; 
2) Demonstração de interesse público para a alienação; 
3) Avaliação prévia; 
4) Autorização legislativa; 
5) Autorização do Presidente da República; 
A competência para autorizar a alienação de bem imóvel da união poderá ser delegada 
ao Ministro de Estado da Fazenda . 
6) Licitação na modalidade concorrência ou leilão (Art. 25, L. 9.636/98) 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
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- Bens imóveis (Pessoas jurídicas de direito público – Administração Direta, autarquias e 
fundações públicas): 
7) Bem desafetado; 
8) Demonstração de interesse público para a alienação; 
9) Avaliação prévia; 
10) Autorização legislativa; 
11) Licitação na modalidade concorrência (regra) 
Exceção: Poderá ser utilizado concorrência ou leilão para a alienação de bem decorrente 
de decisão judicial ou dação em pagamento (art. 19, L. 8.666/93) 
 
- Bens imóveis (pessoas jurídicas de direito privado – empresas públicas, sociedade de economia 
mista e paraestatais): 
1) Bem desafetado; 
2) Demonstração de interesse público para a alienação; 
3) Avaliação prévia; 
4) Licitação na modalidade concorrência. 
 
- Bens móveis (independente de quem pertençam): 
1) Bem desafetado; 
2) Demonstração de interesse público para a alienação; 
3) Avaliação prévia; 
4) Licitação em qualquer modalidade 
 
 Não-onerabilidade 
Os bens públicos não podem ser objeto de direito real de garantia (penhor, anticrese e hipoteca) 
 
- Penhor (art. 1.431, CC): é a transferência da posse direta de bem móvel sucetivel de alienação, 
como forma de garantir débito. Até o pagamento da dívida, o bem fica nas mãos do credor. 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
- Hipoteca (art. 1476, CC): é a gravação de um bem imóvel pertencente ao devedor sem 
transmissão da posse ao credor (não há tradição). Se o devedor não paga, o credotr tem direito 
de solicitar a venda judicial do bem 
- Anticrese: é a transferência da posse de bem imóvel para que o credor aproveite os frutos e 
rendimentos do imóvel até o montante da dívida ser pago. 
 
 
USO PRIVATIVO DE BENS PÚBLICOS POR PARTICULARES 
 
Os bens públicos (sejam de uso comum, especiais ou dominicais) poder ser utilizados por 
particulares de maneira privativa. Os principais instrumentos para a outorga do uso privativo de 
uso de bem público por particular são: 
 Autorização 
 
É ato administrativo unilateral, discricionário, precário (que pode ser revogado a qualquer 
tempo sem direito a indenização) e sem licitação por meio do qual o Poder Público outorga a 
utilização do bem sendo que nesse caso, o interesse privado é predominante (embora não 
exclua o interesse público). 
 
Ex: fechamento de rua para festa da igreja, autorização para a disposição de mesas de bar na 
calçada, casamento na praia. 
 
 
Atenção! Se a autorização for exteriorizada por prazo determinado, sua revogação antecipada 
ensejará indenização ao particular prejudicado. 
 
 
 
 Permissão 
 
 
 
 
É ato administrativo unilateral, discricionário e precário (que pode ser revogado a qualquer 
tempo sem direito a indenização) pelo qual o Poder Público defere o uso privativo de bem 
público a determinado particular, sendo que o interesse predominante é o público. 
 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
Na permissão, existe obrigatoriedade na utilização do bem público objeto desta, ademais, 
diferente da autorização, conforme dispõe o art, 2º da L. 8.666/93, a outorga de permissão 
pressupõe a realização de licitação (por meio de qualquer na das modalidades licitatórias. 
 
Ex: instalação de banca de jornal em área pública; 
 
 
Atenção! Se a permissão for exteriorizada por prazo determinado, sua revogação antecipada 
ensejará indenização ao particular prejudicado. 
 
 
 Concessão 
 
É contrato administrativo bilateral, onde o Poder Público defere, mediante prévia licitação, o 
uso privativo e obrigatório de bem público a particular por prazo determinado. Aqui, como na 
permissão, a predominância é do interesse público sobre o do concessionário. 
 
Ex: concessão de jazida (art. 176, CF) 
 
 
Atenção! A utilização poderá ser gratuita ou remunerada por parte do concessionário 
 
Atenção! A rescisão antecipada do contrato pode ensejar dever de indenizar, desde que não 
tenha havido culpa do concessionário 
 
 
INFORMAÇÕES IMPORTANTES 
 
- O art. 2° da L. 6.969/81 admite usucapião especial sobre terras devolutas localizadas na área 
rural. 
- A L. 9.636/98 trata acerca da alienação os bens imóveis pertencentes à União. 
- A medida provisória 2.226/2001 dispõe em seu artigo 1° que “aquele que, até 30 de junho de 
2001, possuiu como seu, por 5 anos, ininterruptamente e sem oposição até 250m² de imóvel 
público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, tem o direito 
à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que 
não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano e rural.” 
 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
- A doutrina tradicional (como Diogenes Gasparini) designa “consagração” e “desconsagração” 
como sinônimos de “afetação” e “desafetação”, respectivamente. 
- Apesar do uso normal de bem público ocorrer sem autorização do poder público, a utilização 
destes pode ser regulamentada (Ex: direito de reunião, art. 5° XVI, CF). 
 
 
 
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
Primeiramente é importante mencionar o direito de propriedade, garantido 
constitucionalmente nos termos do artigo 5°, XXII, além do artigo 1.231 do Código Civil, que 
prescreve que “a propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário”. 
O direito de propriedade possui três características marcantes, quais sejam: o caráter exclusivo, 
o caráter perpétuo e o caráter absoluto. 
O caráter exclusivo ocorre em decorrência de o direito de propriedade poder ser exercido sem 
a interferência de terceiros. Assim, somente o proprietário poderá exercer de forma plena as 
faculdades inerentes ao domínio (usar, gozar, dispor, reaver). 
O caráter perpétuo existe visto que não há prazo definitivo para o exercício do direito de 
propriedade, sendo que este durará até a transferência para outra pessoa, seja em decorrência 
da morte (herança) seja por negócios entre pessoas vivas (compra e venda). 
Por fim, cabe trazer o caráter absoluto do direito de propriedade, que garante ao proprietário 
de bem a utilização deste como melhor lhe convir, desde que não cause prejuízos a terceiros ou 
viole direitos e garantias (como por exemplo, a função social da propriedade). 
Caso o proprietário venha a ferir direitos e garantias legalmente dispostos, caberá ao Poder 
Público, através do chamado Poder de Polícia (art. 78, CTN) intervir na propriedade privada, a 
fim de garantir que o bem da coletividade seja resguardado, em respeito ao princípio da 
supremacia do interesse público sobre o privado. 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
Atenção! A competência para legislar acerca do Direito de Propriedade é privativa da união, 
conforme art. 22, I, CF. 
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADEA intervenção estatal na propriedade (em regra privada) pode ocorrer a partir de duas 
modalidades: a restritiva, quando o Poder Público restringe ou condiciona o bem do particular 
sem que seja retirada a propriedade de seu domínio ou supressiva, quando o Estado, de maneira 
coercitiva, retira a propriedade de terceiros e, em regra, transfere para o domínio público. 
As espécies de intervenção restritivas são: servidão administrativa, ocupação temporária, 
requisição, tombamento e limitação administrativa. 
Por sua vez, a desapropriação, por excelência, é espécie de intervenção supressiva. 
 
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO RESTRITIVA 
 Servidão Administrativa 
Helly Lopes Meirelles conceitua a servidão administrativa como “direito real de uso imposto pela 
administração pública à propriedade participar para assegurar a realização e conservação de 
obras e serviços públicos ou de utilidade pública, mediante indenização pelos prejuízos 
efetivamente suportados. 
- Características 
1) É ônus real (gruda no bem – ocorre a inscrição no registro de imóveis, possuindo assim efeitos 
“erga omnes”); 
2) Recai sobre bem imóvel (regra); 
3) Caráter definitivo; 
4) Pode ocorrer mediante acordo administrativo ou mediante sentença judicial; 
5) A indenização é prévia e condicionada; 
6) Pode se extinguir pelo desaparecimento do bem sobre qual recaiu servidão, pela incorporação 
do bem ao patrimônio público ou pelo desinteresse superveniente da administração pública. 
Ex: Rede elétrica que passa por propriedade particular 
 
 Ocupação Temporária 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
Helly Lopes Meirelles conceitua a ocupação temporária como “a utilização transitória, 
remunerada ou gratuita de bens particulares pelo Poder Público para a execução de obras, 
serviços ou atividades públicas ou de interesse público” 
 
- Características 
1) É direito pessoal da administração pública; 
2) Recai sobre bem imóvel; 
3) Caráter transitório; 
4) É ato autoexecutório (não depende de apreciação pelo Poder Judiciário); 
5) A indenização é prévia e condicionada (regra – se vinculada ao processo de desapropriação 
deverá ocorrer indenização) 
6) Se extingue com a conclusão da obra ou do serviço de interesse público 
Ex: eleições em escolas privadas, ocupação de propriedade para depósito de materiais para 
duplicação de rodovia. 
 
 Requisição (Art. 5º, XXV) 
 
Helly Lopes Meirelles conceitua a requisição como “a utilização coativa de bens ou serviços 
particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante 
e indenização ulterior para o atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias” 
 
A requisição pode ser civil, quando relacionada à segurança, danos à vida, à saúde e aos bens 
da coletividade ou militar, quando relacionada ao resguardo da segurança interna e a 
manutenção da soberania nacional (dec-lei 4.812/42/ L. 7.565/86) 
 
- Características 
 
1) É direito pessoal da administração pública; 
2) Recai sobre bens móveis, imóveis e serviços; 
3) Caráter transitório; 
4) É ato autoexecutório; 
5) Indenização condicionada e ulterior 
6) Se extingue quando desaparecer a situação de perigo iminente que culminou a requisição. 
Ex: requisição de veículo particular para perseguição de bandido; requisição de serviços médicos 
em caso de grave epidemia. 
 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
 Tombamento (Art. 226, § 10º, CF) 
 
É a modalidade de intervenção na propriedade por meio da qual o Poder Público procura 
proteger a memória nacional, bens de ordem histórica, artística, arqueológica, cultura, 
científica, turística e paisagística. 
Pode ocorrer de maneira voluntária, na existência de acordo em Poder Público e proprietário, 
compulsória, quando inexistente possibilidade de acordo, provisória, quando o processo 
administrativo instaurado pela notificação do poder público estiver em andamento ou 
definitiva, quando o bem for inscrito como tombado no respectivo registro de tombamento. 
 
- Características 
1) É direito real (cola no bem); 
2) Recai sobre bens móveis ou imóveis (públicos ou privados); 
3) Caráter definitivo; 
4) Em regra não gera indenização; 
 
- Processo de Tombamento (fases) 
1) Parecer do órgão técnico cultural; 
2) Notificação ao proprietário do bem (que poderá concordar ou impugnar); 
3) Decisão do conselho consultivo (que poderá anular o processo, caso houver alguma 
ilegalidade; rejeitar, caso entenda não haver motivos para a intervenção ou homologar. 
4) Prazo para recurso dirigido ao Presidente da República; 
 
- Efeitos do tombamento 
1) É vedado ao proprietário destruir, demolir, mutilar o bem; 
2) Só poderá reparar e pintar mediante autorização do Poder público 
3) Deverá conservar o bem e se não dispuser de recursos, deverá comunicar o Poder Público 
para que se proceda atos de reparação/conservação. 
4) O Poder Público poderá tomar medidas para reparar ou conservar o bem independente de 
autorização do proprietário 
5) O tombamento não impede o proprietário de gravá-lo por meio de penhor, anticrese ou 
hipoteca. 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
Ex: A cidade de Goiás é tombada, por ser considerada como patrimônio histórico; tombamento 
de carro antigo. 
 
 
Atenção! O art. 1.072 do Código de Processo Civil revogou o dispositivo que previa o direito de 
preferência do Poder Público em caso de alienação de bem tombado (art. 22 dec-lei 25/37). 
 
 
 Limitação Administrativa 
 
Helly Lopes Meirelles conceitua a limitação administrativa como “toda imposição geral, gratuita, 
unilateral e de ordem pública condicionada ao exercício de direitos ou atividades particulares às 
exigências do bem-estar social” 
 
Características 
 
1) É ato legislativo ou administrativo; 
2) Possui caráter geral; 
3) Caráter definitivo; 
4) Não gera direito à indenização, por tratar-se de limitação abstrata, ou seja, não recai apenas 
sobre um indivíduo, mas sobre todos que se enquadrarem na limitação imposta pelo Poder 
público. 
5) Pode recair sobre bens móveis e imóveis; 
6) Podem ser positivas (fazer algo – limpar lote ou piscinas), negativas (não fazer algo – não 
construir prédio alto próximo a aeroportos) ou permissivas (permitir algo em sua propriedade) 
Ex: rodizio de carros em São Paulo de acordo com as placas do veículo (carros com placas 
terminadas em 3 só poderão rodar no centro em dias determinados) 
 
ESPÉCIE DE INTERVENÇÃO SUPRESSIVA 
 
 Desapropriação 
 
É um procedimento administrativo, compulsório, que objetiva transferir o patrimônio de 
terceiro para o domínio público diante necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, 
mediante indenização prévia, justa e em dinheiro. 
 
1) PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO – conjunto ordenado de atos administrativos 
2) COMPULSÓRIO – realizado de modo imperativo, unilateral, independente da anuência do 
proprietário do bem; 
3) QUE TRANSFORMA O BEM DE TERCEIRO EM PROPRIEDADE PÚBLICA – todos os tipos de bens; 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
4) POR NECESSIDADE PÚBLICA; UTILIDADE PÚBLICA OU INTERESSE SOCIAL. 
5) MEDIANTE INDENIZAÇÃO – prévia justa e em dinheiro (na desapropriação comum). 
 
 
Características 
 
- É excepcional 
- É meio coercitivo 
- Em regra, recai sobre todos os bens de valor econômico 
- É forma originária de propriedade – o poder público recebe o bem livre de ônus real, pessoal, 
ou de relações jurídicas (passa uma borracha no passado do bem) (HIPOTECA – CONTRATO DE 
LOCAÇÃO).Nesse caso, entende-se como sub-rogado o direito do credor no valor da 
indenização.- Ocorre em caso de Utilidade Pública, Necessidade Pública ou Interesse social. 
 
UTILIDADE X NECESSIDADE X INTERESSE SOCIAL 
 
 Utilidade Pública 
 
A aquisição é conveniente, mas não imprescindível. (melhor solução). O art. 5º do Decreto-Lei 
n. 3.365/41 descreve as seguintes hipóteses de utilidade pública para fins de desapropriação: 
 
a) a segurança nacional;* 
b) a defesa do Estado;* 
c) o socorro público em caso de calamidade;* 
d) a salubridade pública; 
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de 
subsistência; 
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia 
hidráulica; 
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, estações de 
clima e fontes medicinais; 
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; 
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de 
planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor 
utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; 
 
vipDIREITO ADMINISTRATIVO II 
OF. ESP. VICTOR FERNANDES 
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; 
k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados 
em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes 
os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais 
particularmente dotados pela natureza; 
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens móveis de 
valor histórico ou artístico; 
m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios; 
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves; 
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária; 
p) os demais casos previstos por leis especiais”. 
 Necessidade Pública: 
Situações de emergência, que exigem transferência urgente e imprescindível (única solução). 
Não há lei específica dando as hipóteses de necessidade, mas a doutrina, majoritariamente 
considera as três primeiras hipóteses do artigo 5° do dec. 3.365/41 como hipóteses de 
necessidade pública. 
a) a segurança nacional;* 
b) a defesa do Estado;* 
c) o socorro público em caso de calamidade;* 
 
 
Atenção! (Art. 15 – dec-lei 3365/41) Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia 
arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo 
provisoriamente na posse dos bens; 
§ 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o 
depósito: 
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o imóvel esteja 
sujeito ao imposto predial; 
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao 
imposto predial e sendo menor o preço oferecido) do valor cadastral do imóvel, para fins de 
lançamento do imposto territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado 
no ano fiscal imediatamente anterior; 
 
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d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de 
avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado 
originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel. 
§ 2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer 
a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias 
§ 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão provisória§ 4o A 
imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente. 
 
 
 Interesse Social 
É desapropriação-sanção, relacionada à função social da propriedade, servindo para promover 
justa distribuição da propriedade (reforma agraria) ou condicionar o uso ao bem estar-social 
(art. 1° 4.132/62). 
É exceção da regra da indenização em dinheiro (títulos públicos) e é exceção da regra de 
transferência do domínio (visto que irá para a coletividade/ou destinatários legalmente 
constituídos). 
Recai apenas sobre bens imóveis 
 
A Lei n. 4.132/62, em seu art. 2º, considera de interesse social: 
I – o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as 
necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa 
suprir por seu destino econômico; 
II – o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho 
agrícola; 
III – a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita 
do proprietário, tenham construído sua habitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 
(dez) famílias; 
IV – a construção de casas populares; 
V – as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços 
públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação, armazenamento de 
água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas; 
VI – a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais; 
 
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VII – a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao 
desenvolvimento de atividades turísticas”. 
Por fim, cumpre destacar que a Lei Complementar n. 76/93 estabelece procedimento 
contraditório especial de rito sumário para a desapropriação por interesse social para fins de 
reforma agrária. 
 
 
Atenção! (Art. 2º do Decreto-Lei n. 3.365/41): “Mediante declaração de utilidade pública, todos 
os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e 
Territórios” 
 
OBJETOS DE DESAPROPRIAÇÃO 
art. 2º do Decreto-Lei n. 3.365/41: “Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens 
poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e 
Territórios” 
 
a) bens imóveis: são indiscutivelmente os que, com mais frequência, se sujeitam à força 
expropriante. Exemplo: desapropriação de uma casa para instalação de asilo municipal; 
b) móveis: não tão comum quanto a desapropriação imobiliária, a expropriação de bens móveis 
tem como exemplo a desapropriação de um quadro famoso a ser exposto em museu público; 
c) semoventes: pode ocorrer, por exemplo, quando uma prefeitura municipal desapropria um 
conhecido touro para apresentá-lo como atração principal de uma festa de rodeio; 
d) posse: ocorre quando a força expropriante recai sobre bem que está na posse de um 
indivíduo, sendo que o proprietário é desconhecido; 
e) usufruto: nada impede que a desapropriação incida somente sobre alguns aspectos do direito 
de propriedade, por exemplo, a expropriação apenas dos direitos de usar e fruir da coisa. Fala-
se, então, em desapropriação do usufruto; 
f) domínio útil: igualmente ao que ocorre com o usufruto, inexiste impedimento a que a 
desapropriação atinja somente o domínio útil, e não a propriedade como um todo; 
g) subsolo: bastante incomum na prática, a desapropriação pode atingir somente o subsolo do 
imóvel, sem abranger a propriedade da superfície. Sua utilidade consistiria em permitir, por 
exemplo, a construção de túneis sem a necessidade de indenizar os proprietários dos imóveis 
acima localizados; 
 
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h) espaço aéreo:igualmente rara, a desapropriação do espaço aéreo localizado acima de um 
imóvel serve para restringir o direito de construir prédios acima de uma determinada altura. Com 
as modernas legislações de zoneamento, tornou-se desnecessária essa modalidade 
expropriatória. Entretanto, o art. 2º, § 1º, do Decreto-Lei n. 3.365/41 prescreve: “A 
desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua 
utilização resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo”; 
i) águas: as águas particulares, como no caso de pequenos córregos de curso restrito aos limites 
de uma única propriedade, podem ser desapropriadas pelo Poder Público, por exemplo, para 
garantir o abastecimento da população em períodos de estiagem; 
j) ações de determinada empresa: a desapropriação de parcela, ou até da integralidade, do 
capital social é uma forma de estatização de empresas privadas, visando transformá-las em 
empresas públicas e sociedades de economia mista, ou, então, se a expropriação recair sobre 
parte minoritária do capital votante, a medida promoverá a participação forçada do Estado na 
formação da vontade diretiva da empresa; 
k) bens públicos: o art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei n. 3.365/41 autoriza, dentro de condições 
estudadas a seguir, a desapropriação de bens pertencentes ao domínio público; 
l) cadáveres: bastante curiosa, a desapropriação dos despojos humanos é mencionada pela 
doutrina como uma forma de viabilizar estudos da anatomia humana em faculdades públicas de 
medicina. 
 
NÃO PODEM SER OBJETOS DE DESAPROPRIAÇÃO 
 
a) dinheiro: enquanto meio de troca, a moeda corrente no país não pode ser desapropriada na 
medida em que é o instrumento de pagamento da indenização. Nada impede, entretanto, que 
uma cédula rara, já sem função monetária, seja desapropriada; 
b) direitos personalíssimos: os direitos e garantias fundamentais da pessoa reconhecidos pelo 
ordenamento jurídico, tais como o direito à vida, à liberdade e à honra, são insuscetíveis de 
desapropriação por constituírem res extra commercium; 
c) pessoas: as pessoas físicas ou jurídicas não podem ser desapropriadas porque são sujeitos 
de direitos, e não objeto de direitos; 
d) órgãos humanos: os órgãos humanos são res extra commercium, sendo insuscetíveis de 
desapropriação. Não há impedimento, entretanto, à desapropriação de órgãos e despojos 
humanos após o falecimento da pessoa; 
e) bens móveis livremente encontrados no mercado: sob pena de violação do dever de licitar. 
 
EXPROPRIAÇÃO DE BENS PÚBLICOS 
 
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É possível a expropriação de bens públicos, desde que haja autorização legislativa e respeitada 
a regra da expropriação “vertical” e “de cima para baixo” (sempre), o que significa que a União 
pode desapropriar bem dos Estados, Municípios e Distrito Federal; Os Estados podem 
desapropriar bens dos Municípios e Distrito Federal e estes não podem desapropriar bens 
públicos. 
 
A autorização legislativa é dispensada quando há acordo entre os entes federativos. 
 
Apesar de haver discussão doutrinária acerca de possível ferimento ao princípio da isonomia 
entre os entes federativos, a desapropriação de bens públicos se justifica através do interesse 
público predominante, onde o interesse nacional se sobressai ao interesse regional. 
Atenção! O art. 2º, § 3º, do Decreto-Lei n. 3.365/41 estabelece que “é vedada a desapropriação, 
pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos 
do capital de instituições e empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo 
Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por decreto do 
Presidente da República” 
 
COMPETÊNCIA 
 
Para legislar: Privativa da União (art. 22, II, CF). Podendo ser delegada aos Estados através de 
Lei Complementar (§ 1). 
 
Para a expedição de ato declaratório (decreto/lei): União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
 
A Administração Indireta não possui tal competência, exceto nas exceções abaixo, cuja ANEEL - 
Agencia Nacional de Energia Elétrica (Autarquia em regime especial) e DNIT – Departamento 
nacional de Infraestrutura de transportes (Autarquia) podem promover a declaração. 
 
 
- ANEEL – Em caso de instalação de concessionárias de energia elétrica 
-DNIT – Em casos de Implantação do Sistema Nacional de Viação (art. 82, IX, L. 10.233). 
 
 
 
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Para execução material: União, Estados, Distrito Federal e Municípios – Concessionárias e 
Permissionárias (L. 8987/95) em caso de expressa autorização legal e no contrato administrativo 
(art. 3° dec-lei 3.365). 
 
 DESAPROPRIAÇÃO COMUM (art. 5°, XXIV, CF) 
 
A indenização tem caráter de contraprestação, pois entende-se que aquele bem, que será 
utilizado nas hipóteses do inciso XXIV do artigo 5° da CF, beneficiará toda a coletividade, então, 
nada mais justo que uma justa indenização. 
PRÉVIA: antes da imissão do poder público no bem expropriado. 
JUSTA: considera o valor de mercado do bem, incluindo as benfeitorias realizadas até o ato 
declaratório de desapropriação. 
OBS: As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas mesmo depois do ato declaratório; 
 
Art. 96, CC. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
1º. São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, 
ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
2º. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
3º. São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
 
OBS²: Caso haja divergência entre área registrada e área real do imóvel, considera-se para fins 
de indenização a área registrada. 
OBS³: Considerará área vegetal de imóvel expropriado (se explorada economicamente pelo 
proprietário), tendo esta valor maior que a “terra nua”. 
EM DINHEIRO 
 
 
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 DESAPROPRIAÇÃO ESPECIAL URBANA (art. 182, § 4º, III, da CF) 
 
É modalidade de expropriação especial, de competência exclusiva dos Municípios diretamente 
ligada à função social do imóvel urbano, que deve ser atenciosamente observada pelo 
proprietário de bem imóvel que tem finalidade urbana. 
É considerada desapropriação-sanção (caráter punitivo), visto que foge à regra de indenização 
paga em dinheiro, sendo paga: 
 
em títulos da dívida pública, de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo 
de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da 
indenização e os juros legais (art. 182 da CF). 
 
 
 
OBS: Os títulos da dívida pública não terão poder liberatório para pagamento de tributos. 
 
 O imóvel urbano cumpre sua função social quando observa os preceitos estabelecidos no Plano 
Diretor da Cidade, para fins de atender à função social da propriedade (qualidade de vida, justiça 
social, desenvolvimento econômico): 
 
Art. 182, CF. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, 
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento 
das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitante 
O plano diretor é obrigatório para todas as cidades que: 
 
 Ultrapassem vinte mil habitantes; ( §1°, art. 182, CF); 
 Sejam integrantes de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, assim como nas 
áreas de especial interesse turístico; 
 Nos municípios inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com 
significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional; 
 Nosmunicípios inclusos no cadastro nacional suscetíveis à deslizamentos, inundações, 
processos geológicos correlatos. 
 
 
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O plano diretor deve deve ser aprovado por lei municipal e revisado a cada dez anos e se não 
estabelecida a função social da propriedade localizada no município, haverão sanções sucessivas 
e gradativas, até de fato ocorrer a expropriação-sanção (§ 4°, art. 182, CF): 
 
1) Exigência de promoção do adequado aproveitamento; 
2) Ordem de parcelamento, utilização ou edificação compulsória; 
3) Cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano progressivo no tempo durante cinco anos, 
observada a alíquota máxima de 15% (art. 7º, § 1º, do Estatuto da Cidade) 
 
 
O IPTU é calculado através da multiplicação do valor venal do imóvel pela respectiva alíquota. 
 
 
 
 
 DESAPROPRIAÇÃO ESPECIAL RURAL (Art 182, CF) 
 
É modalidade de expropriação especial, também ligada ao exercício da função social da 
propriedade (imóvel rural) e exteriorizada por interesse social, para fins de reforma agrária, 
sendo competência exclusiva da União a desapropriação de imóvel rural para tal finalidade. 
 
OBS: Para o Direito Administrativo, considera-se imóvel rural aquele destinado à finalidade 
rural, mesmo que este se encontre localizado em centro urbano. Ex: imóvel localizado em cidade 
utilizado apenas para plantação. (Para o Direito Tributário, por exemplo, considera-se a 
localização do imóvel). 
 
Atenção! Nada impede que imóveis rurais sejam desapropriados por Estados ou Municípios na 
sua forma genérica por necessidade ou utilidade pública (Art. 5°, XXIV, CF). 
 
É considerada desapropriação-sanção (caráter punitivo), visto que foge à regra de indenização 
paga em dinheiro, sendo paga: 
 
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação 
do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, 
e cuja utilização será definida em lei. (art. 184, CF). 
 
 
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São títulos de créditos (como notas promissórias) que são sacados perante à União. Sendo 
necessário aguardar o segundo ano da emissão para o saque. 
 
 
 
 
 
Atenção! As benfeitorias úteis e necessárias (construções) são indenizadas em dinheiro, 
devendo o valor ser depositado previamente em juízo pelo Poder Público. 
 
As benfeitorias voluptuárias (não agrega valor, beneficiando a aparência do bem) também serão 
pagas em TDA, se incorporadas antes da expedição do ato declaratório. 
 
 
A função social do imóvel rural ocorre quando, simultaneamente, há a observação dos seguintes 
critérios, dispostos no artigo 186 da Constituição Federal: 
 
1) Aproveitamento racional e adequado; 
2) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
3) observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
4) exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores 
 
 
Em contrapartida, não podem ser desapropriados para reforma agrária os bens dispostos no 
artigo 185, CF: 
 
1) A pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não 
possua outra; 
2) A propriedade produtiva. 
 
 
 DESAPROPRIAÇÃO CONFISCATÓRIA (CONFISCO) (Art. 243, CF) 
 
Por não gerar direito a indenização, seja em dinheiro ou em títulos públicos, parte da doutrina 
considera que o confisco não é modalidade de desapropriação, apesar de estar inserido no 
capítulo que trata acerca de tal instituto na maioria das doutrinas. 
 
 
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O artigo 243 da Constituição Federal estabelece que tanto bens móveis (apreendidos em 
decorrência de tráfico ilícito de drogas e entorpecentes e da exploração de trabalho escravo) 
quanto bens imóveis (propriedades urbanas e rurais de qualquer região onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo na forma da lei. 
 
 
Art. 243, CF. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei 
serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem 
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, 
observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
81, de 2014) 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será 
confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014). 
 
 
No caso de bens móveis, o poder público deverá revertê-los a fundos especiais de natureza 
específica e (extermínio do tráfico e tratamento de viciados), no caso de imóveis, serão 
destinados à reforma agrária e a programas de habitação popular. Assim, é vedada a 
incorporação destes bens ao patrimônio público. 
 
Atenção! De acordo com entendimento do Supremo Tribunal Federal, mesmo que apenas parte 
do terreno esteja sendo utilizada para o cultivo de plantas psicotrópicas, toda a área será objeto 
de expropriação (RE 543974 MG) 
 
O procedimento seguirá rito especial, disposto na lei 8.257/91. 
 
 DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA (apossamento administrativo) 
 
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É Esbulho possessório praticado pelo Poder Público (fato administrativo), sendo medida 
ilegítima, clandestina, quando há a desapropriação de fato pela Administração Pública. Não está 
prevista em lei, visto ser ilícita. Ocorre quando o Estado ocupa área sem justo título (decreto 
desapropriatório/procedimento administrativo ou judicial). 
Nesse caso, o proprietário não poderá ajuizar ação reivindicatório (ações possessórias), somente 
pedido de indenização (ação de indenização por desapropriação indireta). 
 
Atenção! A jurisprudência entende que o proprietário poderá se valer dos institutos processuais 
cabíveis a impedir esta invasão, tais como o interdito proibitório, em casos de ameaça de 
esbulho ou ação de reintegração de posse, nas situações em que o ente estatal já tenha 
efetivamente esbulhado seu bem. 
 
Somente não poderá pleitear o retorno do bem ao seu patrimônio, se este já houver sido 
utilizado para a execução de atividade pública. 
 
Caso tenha sido ajuizada ação possessória e o bem já ter sido incorporado no patrimônio 
público, a ação poderá ser convertida em ação por indenização (art. 35 do decreto-lei 3.365/41) 
 
 
 
Atenção! Com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, considera-se que o prazo para a 
propositura da ação de indenização por desapropriação indireta seja de 10 anos. Recentemente 
firmou-se o entendimento (STJ: Resp 1300442, com base no art. 1.238 do Código Civil, 
entendendo não ser mais aplicável a Súmula 119 do do próprio Tribuna – usucapião ordinária) 
 
 
 TREDESTINAÇÃO 
 
A tredestinação ocorre quando o Poder Público dá ao bem expropriado destinação diversa 
daquela prevista no decreto expropriatório. Por exemplo, quando a Administração desapropria 
terreno para a construção de uma escola e, posteriormente, constata que as necessidades 
pedem a construção de um hospital. 
 
 
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Nesse caso, a tredestinação será lícita, visto que apesar da mudança da destinação, esta ainda 
atende o interesse da coletividade.Para o Superior Tribunal de Justiça, “se ao bem expropriado for dada destinação que atende ao 
interesse público, ainda que diversa da inicialmente prevista no decreto expropriatório, não há 
desvio de finalidade” (RESP 968.414 SP). 
 
Ocorre que poderá ocorrer hipótese de tredestinação ilícita, quando o a mudança no destino 
do bem expropriado não atenda interesse público. Por exemplo, quando a intenção inicial era a 
construção de uma escola, mas em seu lugar, o poder público autorizou empresa para utilizar 
aquela área para finalidade de interesse próprio. 
 
 RETROCESSÃO 
 
 PREEMPÇÃO 
 
Art. 519, CC. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou 
serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. 
 
 
Tal instituto ocorrerá nos casos de tredestinação ilícita, sendo discutida pela doutrina a natureza 
jurídica deste: se real ou pessoal. 
 
Parte da doutrina considera como direito real, sendo direito do ex-proprietário de reivindicar o 
bem (estendido aos herdeiros). 
 
Ocorre que a corrente majoritária entende tratar-se de direito pessoal de preferência (a 
legislação pátria trata expressamente da retrocessão como um simples direito pessoal de 
preferência (arts. 35 do Decreto-Lei n. 3.365/41) de adquirir o bem quando oferecido pelo 
estado. Caso seja impossível a reversão, será resolvido em perdas e danos, já que os bens 
incorporados ao patrimônio público não podem ser objeto de reivindicação. 
 
 
 DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA 
 
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Ocorre quando o Poder Público, para o pleno desenvolvimento da obra e realização do serviço 
a qual se justificou a desapropriação, tem a necessidade de desapropriar a zona vizinha de tal 
construção para que esta fique reservada para certas finalidades. 
 
Hipóteses: 
 
1) Em caso de ulterior continuação do desenvolvimento da obra ou do serviço (ampliação da 
obra ou serviço) - Para Alexandre Mazza, a doutrina não tem considerado tal hipótese como 
desapropriação por zona 
2) Para serem alienadas depois que, em decorrência da obra ou serviço, houver valorização 
superveniente. 
 
 
Atenção! Art. 4°, do Decreto-Lei 3.365/41 - A desapropriação poderá abranger a área contigua 
necessária para desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem 
extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração 
de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à 
continuação da obra e as que se destinam à revenda". 
 
 
 
 
 DIREITO DE EXTENSÃO 
Se a desapropriação recai apenas sobre parte do imóvel e a área que restar se tornar inservível, 
o proprietário poderá pleitear a extensão da desapropriação para que toda a área seja 
desapropriada com a devida indenização, desde que requeira na fase administrativa ou judicial 
– consumada a desapropriação, não se pode falar em direito de extensão. 
 
 DESISTÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO 
 
O Poder Público poderá desistir do procedimento expropriatório caso os motivos que levaram a 
este não existam mais, inclusive se já ajuizada ação judicial. Nesse caso, o expropriado não 
 
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poderá fazer nada quanto a desistência, a não ser em caso de prejuízo causado pelo 
expropriante. 
 
PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO 
 
 Fase Declaratória 
É a manifestação de vontade do poder público para efetuar a desapropriação, exteriorizada a 
partir da declaração expropriatória, em que o poder público justifica a utilidade pública, 
necessidade pública ou o interesse social. 
A declaração pode ser feita através de DECRETO (Presidente, Governador ou Prefeito) ou por 
iniciativa do Legislativo (a doutrina majoritária considera que através de LEI, já parte da doutrina 
considera ser por DECRETO LEGISLATIVO (art. 8, decreto-lei 3.365/41), nesse último caso, não 
necessitaria de observância do ato pelo Executivo (sanção ou veto). 
- Requisitos 
1) Descrição precisa do bem a ser desapropriado; 
2) Finalidade da desapropriação 
3) Hipótese legal descrita na lei expropriatória que autoriza a desapropriação. 
 
A publicação da declaração expropriatória (decreto), gera os seguintes efeitos: 
1) Autoriza as autoridades administrativas a penetrarem nos prédios compreendido na 
declaração, podendo inclusive pedir reforço policial. 
2) Inicia-se a contagem do prazo para a caducidade do ato, que será de 5 anos para declaração 
de utilidade/necessidade pública e 2 anos em caso de interesse social. 
 
Atenção! Não irá prescrever caso o ato executório se inicie nos prazos acima ou se não for 
proposta ação judicial (que será proposta por quem expediu a declaração contra o proprietário 
do bem, que só poderá impugnar vício processual ou impugnar o preço) 
 
 
O juiz não resolverá o mérito quando: 
 
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I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por 
mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular 
do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral 
reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
 
 
 Fase Executória (providências para a transferência do bem para o patrimônio do 
expropriante): após a declaratória, o poder público começa a agir efetivamente para 
que ocorra a desapropriação. A transferência pode ocorrer via administrativa ou judicial. 
 
- Via administrativa: quando há acordo entre administração e expropriado. “Desapropriação 
amigável” 
- Via judicial (art. 9° e 20 dec-lei 3.365/41): quando não há a desapropriação amigável. Nessa 
fase, o poder público não irá adentrar ao mérito se de fat há ou não utilidade pública naquele 
caso. Ademais, o expropriado só poderá impugnar o vício do processo (questões processuais) e 
valor da indenização. 
 
Atenção! O Ministério Público deve atuar obrigatoriamente no feito. 
Atenção! No processo judicial de desapropriação, o expropriado não pode alegar outras 
matérias que não seja vícios processuais ou valor da indenização, mas nada impede que o faça 
através da chamada “ação direta”. 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
ALEXANDRINO; Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. São Paulo: 
Método, 2017. 
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. Salvador: Juspodvm, 2017. 
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2016.

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