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Síntese África Cap. 13

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A DOMINAÇÃO EUROPEIA: MÉTODOS E INSTITUIÇÕES
Raymond F. Betts (revisão de A. I. Asiwaju)
Crispina Alves e Uilson Segundo[1: Alunos do 7° semestre do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia [UNEB] – Campus V, apresentando síntese do texto: “A dominação europeia: métodos e instituições” para o componente África: Colonialismo, Conflitos e Repercussões sociais, ministrada pelo professor Dr. Denilson Lessa.]
Sabe-se que por volta do século XIX, construiu-se um estereótipo sobre a África, definindo-a continente como um local atrasado, habitado por povos bárbaros e selvagens. Esta ótica a respeito do território africano fora sem dúvida fruto de um paradigma positivista que organizava as diversas sociedades a partir de uma escala evolutiva, no que chamamos de Darwinismo social.
Diante desta perspectiva, Raymond traz em sua leitura uma reflexão pautada na organização administrativa colonial visando mostrar como ocorreu o processo de domínio administrativo neste contexto. O domínio colonial criou novas identidades para os africanos, propagado por um fenômeno único tanto no mundo submetido à dominação europeia quanto na política colonial que tomou na África um sentido de “política indígena”. Entre estas, a categoria "indígena" definia determinados africanos como primitivos com aversão que justificava o domínio efetivo dos europeus. 
Através desse discurso, os agentes coloniais buscaram justificar a exploração da mão de obra dos "indígenas". Um dos instrumentos de seu domínio foi a aplicação de penas de trabalho como forma de disciplinar os povos colonizados. Diante disso, Raymond analisa a forma como os discursos e as práticas da administração colonial foram usadas para definir a administração e trabalho pelos europeus desde o século XIX em África.
Segundo Raymond, a “política indígena” era uma expressão que tinha diferentes definições, contudo, seu olhar esta voltado para questão administrativa, tal expressão empregava-se para designar os africanos, assim, explicavam a necessidade das instituições autóctones.
O autor dialoga com Frederick Lugard, este definia a relação entre “indígenas” e autóctones como “duplo mandato”, assim, justificava a presença dos europeus no desenvolvimento social e econômico sendo valido destacar que tal proposição visava não somente o bem de África, mas também do resto mundo. 
A questão do imperialismo europeu no continente africano reflete a mentalidade de neste contexto em termos de responsabilidade ou tutela, desta forma objetivavam proteção e o progresso das raças indígenas. Nota-se um cunho paternalista, porém, o autor destaca que tais métodos foram inseridos a fim de institucionalizar o controle em África e neutralizar a participação dos mesmo no setor administrativo.
O discurso eurocêntrico a cerca da África serve para justificar o processo de colonização e o mesmo discurso eurocêntrico que concebia os diversos povos a partir de uma hierarquia em uma escala evolutiva, fora largamente difundido pelos europeus, cito:
“Subjacente a essa retórica transparecia mais uma vez o sentimento de superioridade cultural e racial que se forma nos séculos XVIII e XIX e que se expressava na qualificação de “crianças grandes” ou “não adultos” aplicados aos africanos.” ( pg.355)
Tais palavras exprimem as condições sócias imaginaria com quais associaram África sob a violenta dominação europeia e exploração destes povos. Outro relevante na leitura de Raymond é a suposta boa vontade dos europeus para com os africanos no que tange ao desenvolvimento cooperativo aonde as populações africanas eram convidadas a serem conduzidas pelos europeus.
Todavia, sabemos que o processo de dominação ocorrerá de forma violenta, métodos de controle e administrativo foram empregados sobre a imposição militar, dessa maneira empregaram a burocratização da administração colonial.
Perante as mudanças proporcionadas pela política indígena, as instituições e os métodos foram conduzidos pelo viés das tradições e preconceitos dos europeus e, consequentemente houve resistências caracterizadas pelo afastamento dos africanos dos “cultos”, não obstante os mesmos não conseguiram tornar-se cidadãos franceses.
 O regime colonial forjava uma estrutura de cooperativismo aonde os administradores coloniais europeus procuravam entre as “autoridades indígenas” aliados para transmitir as exigências da dominação estrangeira frente ao conjunto de populações. Sob este prisma, compreende-se que a formação administrativa é formada pelos europeus com o auxilio dos chefes locais, ou seja, uma interação entre o chefe local entregado ao sistema colonial. 
O autor também trás os objetivos e os meios de controle e de administração da colonização, que era manter a ordem das colônias, evitar despesas excessivas e constituir uma reserva de mão-de-obra para transporte de cargas e construção de estradas e ferrovias, mas também para fins comerciais. E as três maneiras para se obter isso eram: a reforma dos sistemas judiciários, recursos ao trabalho forçado e instituição de impostos pessoais. No entanto, as duas últimas formas provocaram reações nos povos africanos e já a primeira tenha sido mais cuidadosamente planejada pelos europeus. 
Todavia, a introdução dos sistemas judiciários europeias deixou algum espaço para os costumes africanos. Sendo assim podemos observar mudanças e divergência no sistema europeu, pois inúmeras vezes tentaram instaurar uma diarquia judiciária, pelo qual ocorreu discordância civil entre africanos. Com a instalação dos “tribunais indígenas” idealizada por Lugard, tinha como objetivo de: “inculcar a ideia da responsabilidade e desenvolvimento em uma comunidade primitiva[...]”. Isso fazia com que os tribunais respeitasse estritamente o direito consuetudinário africano, modificando-o somente quando se afastasse das normas jurídicas fundamentais dos ingleses. Esse modelo britânico foi aplicado em diversos territórios africanos e adotado por outras colônias.
Já o método francês era aplicado diferente dos métodos britânicos – o que não significa que não tenha sido severo quanto. Os franceses buscava reduzir os poderes dos africanos para fazer do administrador a única autoridade judiciária. Na época, a dominação colonial passara do controle militar ao controle institucional civil, o recurso direto a força tendia a ser substituído pela persuasão administrativa. No entanto, o último argumento do poder colonial continuava a ser o canhão. Sendo assim o poder colonial passou pela força das baionetas e era com ela que se mantinha.
Em 1919, a partir de uma lei de conscrição passou anualmente recrutar 10 mil africanos, destinada primordialmente as necessidades estratégicas imperiais no Oriente Próximo e na África oriental.
Diante do processo de colonização e partilha do continente africano, as consequências tanto para os povos que viviam no continente quanto para o mundo foram as mais variadas. Os impactos desta dominação arbitrária foram mais violentos no próprio continente africano.
Não podemos pensar a África apenas como um continente explorado onde só imperava o atraso ou outros elementos negativos, a região no seu todo possui um grande legado para a cultura universal, a visão pejorativa deste continente se formou justamente com a corrida imperialista no século XIX e perdura até os nossos dias e nós devemos descontruir esse pensamento.

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