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1 AULA 26 DINÂMICA DA ROTAÇÃO Torque: Por que a maçaneta de uma porta sempre fica no lado oposto às dobradiças e não no meio da porta, por exemplo? Eixo de rotação fixo (dobradiças) Vista superior Eixo de rotação fixo (dobradiças) Direção radial Direção tangencial AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 2 Para abrir uma porta (fazê-la girar em torno do eixo das dobradiças), não basta aplicar uma força... Vista superior 𝑭 Vista superior 𝑭 Por exemplo, forças aplicadas na direção radial não fazem a porta girar (abrir ou fechar) independentemente do seu módulo. AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 3 Além do módulo da força, também o ângulo de aplicação e a distância ao eixo de rotação são importantes para produzir um movimento de giro como o de uma porta abrindo. Eixo de rotação fixo (dobradiças) 𝒓 𝑭 𝝋 A grandeza física que leva em conta esses fatores é o torque. Ele representa a ação de giro de uma força, resultando numa aceleração angular. AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 4 Eixo de rotação fixo (dobradiças) 𝒓 𝑭 𝝋 𝑭𝒓𝒂𝒅 = 𝑭 ∙ 𝐜𝐨𝐬𝝋 𝑭𝒕𝒂𝒏 = 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 𝑭𝒓𝒂𝒅 componente de 𝑭 na direção radial, não causa torque 𝒓 distância do eixo de rotação ao ponto de aplicação de 𝑭 𝝋 menor ângulo entre as direções de 𝒓 e 𝑭 𝑭𝒕𝒂𝒏 componente de 𝑭 na direção tangencial, responsável pelo torque AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 5 O torque é calculado como: 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 Podemos olhar para essa fórmula de duas maneiras diferentes: 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 Unidade: [N.m] 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭𝒕𝒂𝒏 𝒓 𝑭𝒕𝒂𝒏 = 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 𝝉 = 𝑭 ∙ 𝒓 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 𝝉 = 𝑭 ∙ 𝒓⊥ 𝑭 𝝋 𝒓 𝑭 𝝋 𝒓⊥ b ra ç o d e a la v a n c a 𝝋 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 6 Na verdade o torque é um vetor e resulta do produto vetorial de outros dois vetores: Vetor torque: 𝝉 = 𝒓 × 𝑭 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 7 Não esqueçam dos sinais de cada um dos torques!! Por enquanto não trabalharemos com as componentes. Vamos calcular o módulo do torque por: 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 E determinar o sinal do torque pela regra da mão direita: Torques que geram rotações HORÁRIAS são NEGATIVOS Torques que geram rotações ANTI-HORÁRIAS são POSITIVOS Torque resultante: 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝝉𝟏 + 𝝉𝟐 +⋯+ 𝝉𝒏 O torque resultante agindo sobre um corpo é a soma vetorial de todos os torques agindo sobre aquele corpo: AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 8 Eixo de rotação 𝒓𝟏 𝑭𝟏 𝝋𝟏 Representação de vetores perpendiculares ao plano: Vetor entrando no plano Vetor saindo do plano 𝝉𝑭𝟏 𝝉𝑭𝟐 𝑭𝟐 𝒓𝟐 𝝋𝟐 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝝉𝑭𝟏 + 𝝉𝑭𝟐 𝝉𝑭𝟏 = + 𝒓𝟏 ∙ 𝑭𝟏 ∙ 𝐬𝐢𝐧𝝋𝟏 𝝉𝑭𝟐 = − 𝒓𝟐 ∙ 𝑭𝟐 ∙ 𝐬𝐢𝐧𝝋𝟐 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝒓𝟏 ∙ 𝑭𝟏 ∙ 𝐬𝐢𝐧𝝋𝟏 − 𝒓𝟐 ∙ 𝑭𝟐 ∙ 𝐬𝐢𝐧𝝋𝟐 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 9 Forma rotacional da 2ª lei de Newton: Eixo de rotação fixo Haste de comprimento R e massa desprezível Partícula de massa m Consideremos a seguinte situação: 𝝋 𝑭 Pela 2ª lei de Newton: 𝑭𝒕𝒂𝒏 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒕𝒂𝒏 E pela definição de torque: 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭𝒕𝒂𝒏 Então, para esse caso temos: 𝝉 = 𝑹 ∙ (𝒎 ∙ 𝒂𝒕𝒂𝒏) Como vimos anteriormente, 𝒂𝒕𝒂𝒏 = 𝜶 ∙ 𝒓 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 10 De modo que temos: 𝝉 = 𝑹 ∙ (𝒎 ∙ 𝜶 ∙ 𝑹) 𝝉 = 𝑰 ∙ 𝜶 Mas, para uma partícula de massa m, que gira em torno de um eixo fixo à uma distância R, o produto m.R2 é justamente o momento de inércia I. 𝝉 = 𝜶 ∙ (𝒎 ∙ 𝑹𝟐) Como F é a única força causando torque, na verdade temos: 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝑰 ∙ 𝜶 Que é a forma rotacional da 2ª lei de Newton OBS: não esqueça de considerar os sinais ao calcular o torque resultante! AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 11 m M Um disco uniforme de massa M = 2,5 kg e raio R = 20 cm é montado em um eixo horizontal fixo. Um bloco de massa m = 1,2 kg é suspenso por uma corda enrolada na borda do disco, com massa desprezível. Determine a aceleração do bloco em queda, a aceleração angular do disco e a tensão na corda. A corda não escorrega e não existe atrito entre a roldana e o eixo. R Exemplo: AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 12 Bloco: Roldana: y x Giro HORÁRIO (-) M R m 𝑷 𝑻 𝒂 R 𝑻 𝑭𝒓𝒆𝒔_𝒚 = 𝒎 ∙ 𝒂_𝒚 𝑻 −𝒎 ∙ 𝒈 = −𝒎 ∙ 𝒂 𝑻 = 𝒎 ∙ 𝒈 −𝒎 ∙ 𝒂 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝑰 ∙ 𝜶 −𝑹 ∙ 𝑻 = 𝑰 ∙ (−𝜶) 𝑹 ∙ 𝑻 = 𝑴 ∙ 𝑹𝟐 𝟐 ∙ 𝜶 Disco girando em torno de um eixo de rotação fixo no C.M. 𝑻 = 𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝜶 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 13 𝑻 = 𝒎 ∙ 𝒈 −𝒎 ∙ 𝒂 𝑻 = 𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝜶e M R m 𝒂 𝒂 𝒂 Como a corda não se deforma, ela cai com a mesma aceleração do bloco. E como a corda não desliza em relação à roldana, a aceleração tangencial da roldana na sua borda é igual à aceleração do bloco. 𝒂 = 𝒂𝒕𝒂𝒏 = 𝜶 ∙ 𝒓 𝒂 = 𝜶 ∙ 𝑹 𝜶 = 𝒂 𝑹 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 14 𝑻 = 𝒎 ∙ 𝒈 −𝒎 ∙ 𝒂 𝑻 = 𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝜶𝒂 = 𝜶 ∙ 𝑹 𝒎 ∙ 𝒈 −𝒎 ∙ 𝒂 = 𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝒂 𝑹 𝒎 ∙ 𝒈 = 𝒎 ∙ 𝒂 + 𝑴 𝟐 ∙ 𝒂 𝒂 = 𝒎 ∙ 𝒈 𝒎+ 𝑴 𝟐 𝒂 = 𝟏, 𝟐 ∙ 𝟗, 𝟖 𝟏, 𝟐 + 𝟐, 𝟓 𝟐 𝒂 = 𝟒, 𝟖 𝒎/𝒔𝟐 𝜶 = 𝒂 𝑹 𝜶 = 𝟒, 𝟖 𝟎, 𝟐 𝜶 = 𝟐𝟒 𝒓𝒂𝒅/𝒔𝟐 𝑻 = 𝟐, 𝟓 ∙ 𝟎, 𝟐 𝟐 ∙ 𝟐𝟒 𝑻 = 𝟔, 𝟎 𝑵 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 15 Bloco desliza sem atrito Roldana de massa M e raio R Qual é a aceleração dos blocos? OBS: Este problema é similar aos que fizemos na primeira área, a diferença é que agora a roldana tem massa! Pelo fato da roldana possuir massa a tensão no bloco 1 será diferente da tensão no bloco 2! !! Exemplo: 𝑻𝟏 𝑻𝟐 m1 m2 𝑇1 ≠ 𝑇2 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 16 Sendo a roldana um disco e relacionando Usando a segunda lei de Newton Bloco 1 Bloco 2 Roldana x y x y x y 𝒂 𝑵𝟏 𝑷𝟏 𝑻𝟏 𝒂𝑻𝟐 𝑷𝟐 Bloco desliza sem atrito m1 m2 𝑻𝟐 R 𝑻𝟏 𝑭𝒓𝒆𝒔_𝒙 = 𝒎𝟏 ∙ 𝒂_𝒙 𝑻𝟏 = 𝒎𝟏 ∙ 𝒂 𝑭𝒓𝒆𝒔_𝒚 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒂_𝒚 𝑻𝟐 −𝒎𝟐 ∙ 𝒈 = −𝒎𝟐 ∙ 𝒂 𝑻𝟐 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒈 −𝒎𝟐 ∙ 𝒂 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝑰 ∙ 𝜶 𝑹 ∙ 𝑻𝟏 − 𝑹 ∙ 𝑻𝟐 = 𝑰 ∙ (−𝜶) 𝑹 ∙ 𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 = 𝑴 ∙ 𝑹𝟐 𝟐 ∙ −𝒂 𝑹 𝒂 = 𝜶 ∙ 𝑹 [1] [2] AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 17 x y Substituindo [1] e [2] em [3]: Bloco desliza sem atrito m1 m2 𝑻𝟐 − 𝑻𝟏 = 𝑴 𝟐 ∙ 𝒂 [3] (𝒎𝟐 ∙ 𝒈 −𝒎𝟐 ∙ 𝒂) − (𝒎𝟏 ∙ 𝒂) = 𝑴 𝟐 ∙ 𝒂 𝒎𝟐 ∙ 𝒈 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒂 +𝒎𝟏 ∙ 𝒂 + 𝑴 𝟐 ∙ 𝒂 𝒂 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒈 𝒎𝟏 +𝒎𝟐 + 𝑴 𝟐 AULA 25 – DINÂMICA DA ROTAÇÃO 18
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