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Resumo Darcy Ribeiro/Povo Brasileiro/ Cap.IV Brasis

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Grupo: Kalyna Morais, Aura Beatriz Sabogal, Kellen Muller, Ibraim 
Disciplina de Direito, Diversidade e Inclusão Social
Resenha do livro O Povo Brasileiro – Darcy Ribeiro
Cap. IV Brasis.
	Este capítulo do livro busca identificar e descrever os modos de ser da população brasileira, a partir de sua fusão das matrizes indígena, negra e europeia em uma nova entidade étnica.
1.Crioulo 
	O Brasil Crioulo foi formado pelos negros trazidos principalmente da costa ocidental africana, que tiveram sua formação sociocultural nos engenhos de açúcar, implantados primeiramente pelos portugueses que detinham o conhecimento e a técnica para tornar viável esse sistema de produção, sendo apresentada à eles uma realidade totalmente desconhecida levando-os a procurar um jeito novo de integração e vivência. 
	O senhor de engenho era o patamar máximo almejado por toda a sociedade, seu nível de poder era incomparável, dono de magnificas construções denominadas “Casa grande”, em contrapartida, no outro polo, se assentavam os escravos moradores da senzala, morada simplória e triste, como única força insurgente e subversiva desse sistema. Esse sistema de fazenda implantado no Brasil não se comparava a nada em todo o continente, seu modelo de exploração tratava tudo e todos como mercadorias, onde os subalternos não tinham a quem recorrer visto a submissão politica, religiosa e familiar que detinha o senhor de engenho. 
	A sociedade crioula então capta nuances de matriz indígena, africana e europeia formando assim um novo modo de vida, interação e comportamento a ser reproduzido, citando nas palavras de Darcy “ um patrimônio social de usos, de atitudes e de procedimentos comuns se plasma e se transmite de geração a
geração, emprestando sabor e congruência aos destinos daqueles que nasciam e morriam naquele mundo original, voltado por inteiro a produzir açúcar que se exportava, e reproduzir modos de vida tão extremamente opostos, primeiro de senhores e escravos, depois dos mesmos senhores e de uma força de trabalho já não escrava, mas submetida quase às mesmas condições de existência”.
	A única resistência real vinha do negro escravo, que não se opunha somente a submissão do dono mas contra toda sociedade colonial, muitas vezes fugindo e formando comunidades denominadas Quilombos.
2.Caboclo
O Brasil caboclo ocorre na Amazônia, com a tentativa de explorar seus recursos naturais, como a madeira, o ouro, as pedras preciosas, e especialmente os seringais, o autor explica que “mesmo nas zonas de maior densidade, os seringais cobrem enormes extensões, impedindo que a população se organize em núcleos consideráveis”.
 Ocorreram a introdução de novas culturas, como a criação de gado e o plantio de lavouras, tudo isto feito de forma desordenada, e sem consciência ecológica, empurrando o índio “mata a dentro” cada vez mais, dificultando o processo de tentar convertê-los ao catolicismo, neste contexto, alguns indígenas foram escravizados, na tentativa de utilizar de suas técnicas na floresta para realizar o extrativismo das chamadas “drogas da mata”, especiarias como cacau, cravo, canela, baunilha, sementes, entre outras.
3.Sertanejo
	No sertão encontra-se uma vegetação rara e escassez de chuva, sendo a partir do trabalho do pastoreio moldado o perfil do homem e do gado daquela região, o Brasil sertanejo desenvolveu uma economia associada à produção de uma subcultura própria caracterizada por uma vestimenta, culinária e visão de mundo bem típicas. 
Primeiramente o pastoreio se fazia pelos próprios senhores de engenho, mas com o tempo a atividade tornou-se especificidade de criadores, o gado era recebido pela família do vaqueiro e seus ajudantes, sendo que as relações eram menos desiguais nesse sistema, o que atraía muitos mestiços à atividade, este sistema surge como dependente da atividade açucareira, utilizando das pastagens e do gado trazidos pelos portugueses de Cabo Verde. A necessidade de recuperar e apartar o gado levou à cooperação entre as pessoas, acabando por transformar a convivência entre as mesmas, desta convivência surgiram festas, bailes, casamentos e uma maior atividade social no movimento de expansão. 
O sertão era cortado e ocupado pelos homens que marchavam de pouco em pouco, avançando cada vez mais para o interior, Darcy aponta que “as populações sertanejas, desenvolvendo-se isoladas da costa, dispersas em pequenos núcleos através do deserto humano que é o mediterrâneo pastoril, conservaram muitos traços arcaicos”, aos poucos, os lugarejos iam se transformando em vilas e cidades, fazendo crescer os locais de habitação urbanos, tornando-se um grande negócio para as oligarquias regionais, que perduram até os dias de hoje.
4.Caipira
Outro Brasil que o autor identificou foi o Brasil caipira. Enquanto os açucareiros do Nordeste cresciam e enriqueciam, a população paulista se via numa economia paupérrima, que, inclusive, está na base das motivações e dos hábitos e caráter do paulista antigo, isso fazia deles muito aventureiros e quase sempre disponíveis para qualquer tarefa desesperada, porém, mais predispostos ao crime que à produção. Com a descoberta das minas, multidões vindas de todo o país e até de Portugal chegaram até elas, ricos, remediados e pobres, todos tentavam a sorte nas minas. 
Inicialmente, o ouro se encontrava à margem da terra para simplesmente ser apanhado, e a sociedade mineira, centro da mineração, adquiriu feições peculiares com influências paulistas, europeias, escravas e de outros brasileiros de outras regiões. A rede urbana ampliou-se, cresciam edifícios públicos, igrejas e a arquitetura barroca, e assim desenvolveu-se uma classe de ricos comerciantes e burocratas e a literatura, a música e a política libertária também tiveram um grande desenvolvimento.
 Abaixo das castas superiores estavam o mulato e o negro, que faziam serviços domésticos e trabalhos braçais. Na base da sociedade estavam os negros escravos trabalhadores das minas.
Com o esgotamento dos aluviões, a região entra em decadência, mineradores se fazem fazendeiros de lavouras de subsistência e de gado, essa situação duraria pouco, pois logo surgiria uma nova forma de produção agroexportadora: o plantio do café, que revitalizaria a região. As cidades voltam a crescer, o domínio da oligarquia se “remonopoliza” e ocorre um processo de reordenação social, onde o café representou um papel modernizador e integrador para o país, porém movia-se sempre para a frente, deixando para trás áreas devastadas.
5. Sulino
A expansão dos paulistas atingiu a região sulina, antes dominada por espanhóis, tendo sido a causa que anexou a região Sul ao Brasil, surgindo desta forma, o Brasil sulino. Houveram também as missões jesuíticas, que vieram para catequizar os índios guaranis, depois se deram os conflitos com os bandeirantes que dizimaram muitos índios guaranis, forçando os jesuítas a se bandearem para as missões argentinas e paraguaias. 
Os três componentes sociais do Brasil sulino são o nativo de origem açoriana, o gaúcho (mestiço do espanhol ou do português com o indígena guarani) e o gringo (descendente do imigrante). 
O terceiro grupo, o dos gringos, de origem germânica e italiana principalmente, diferencia-se do restante da população por seu bilinguismo, seus hábitos europeus, seu nível educacional mais elevado e um modo de vida confinado em pequenas propriedades, com uma produção diversificada, com base em bovinos, plantio, vinho, entre outras culturas, esses mesmos imigrantes europeus foram obrigados a aprender o idioma português e a alistar-se nas forças armadas brasileiras. 
No Brasil sulino ocorreu ainda a distribuição de terras de forma legal, as chamadas sesmarias, na região de Rio Grande, Pelotas, Viamão e Missões, os estancieiros viram caudilhos e mais tarde se tornam patrões e em tempos menos distantes, tornam-se proprietários de frigoríficos e matadouros, Darcy nos lembra que “as gerações seguintes, são beneficiárias dos resultados desses sacrifícios pioneiros”.

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