Curso de Psicologia Intervenção Janaina

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU 
NÚCLEO DE SAÚDE 
CURSO: PSICOLOGIA 
Projeto de Intervenção Psicossocial
Recife, 2017.
CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL
Realizamos a Caracterização Institucional na Academia Recife, na qual escolhemos um polo especifico (Engenho do Meio), para conhecer o grupo, fazer um levantamento das necessidades e analisar como surgiu a demanda para intervenção. O polo fica localizado na Praça Dr. Arnaldo Assunção, Rua Manoel Alves Deus Dará, Bairro Engenho do Meio.
A Academia Recife é considerada um Centro Comunitário pois desenvolvem serviços de acesso gratuito ao público. Ela foi fundada pela Prefeitura do Recife através de um projeto chamado MAIS ACADEMIAS, pelo Prefeito Geraldo Júlio e o Secretário Municipal de Turismo e Lazer Felipe Carreras.
Os Polos são mantidos pela Prefeitura do Recife, como por exemplo: manutenção das máquinas e distribuição de materiais. Além dos próprios membros do grupo que frequentam o polo, que preservam os materiais.
A Academia Recife surgiu como proposta na melhoria da qualidade de vida através da prática de exercícios físicos, com o objetivo de oferecer essa prática de forma gratuita e para todos. Em todos os polos possuem materiais e máquinas para realização de atividades físicas. As pessoas no geral podem olhar no site da Prefeitura do Recife ou ir diretamente em um polo para saber como é feita a inscrição e como funcionam as atividades. 
O público na sua grande maioria vai de jovens, adultos até a terceira idade que se beneficiam dos serviços da academia. O polo Engenho do Meio assim como nos outros polos, possuem dois turnos: manhã e noite, além do horário de funcionamento que vai de segunda à sexta, e sábados apenas no período da manhã. 
Na parte da manhã o polo começa a funcionar às 05:00 horas até às 09:00, e ficam duas professoras de Educação Física no local para atender os alunos; Na parte da noite que foi o nosso foco, o polo começa a funcionar de 17:00 horas às 21:00.
No turno da noite no polo do Engenho do Meio, existe um profissional contratado pela Prefeitura do Recife que é o Professor de Educação Física André Henrique e o mesmo é responsável por organizar o fluxo de pessoas que entram por horário, além da organização dos materiais; Dois estagiários, são eles: Thamara Lima, cursando Ed. Física no oitavo semestre e Marcelo Morais cursando décimo período de Ed. Física. 
Além dos Coordenadores dos Polos das Academias, de modo geral se ocorre algum problema dentro do Polo, as pessoas recorrem a eles, que são: Paulo (Coordenador Geral, fica na prefeitura) e Reinaldo (Coordenador Pedagógico, geralmente ele que faz visita aos polos). Observamos que o relacionamento entre os coordenadores e funcionários do polo é discreto porém de colaboração.
Realizada as visitas ao polo, observamos as necessidades psicossociais do grupo e da parte dos funcionários existe um atrito entre o Professor, e uma estagiária. Esse conflito é bastante discreto, mas após uma conversa com a estagiária e o professor, observamos esse atrito existe mais por parte do professor, ele vê a estagiária como alguém que quer ‘tomar’ o lugar dele, pois a estagiária conseguiu cativar alguns alunos e com eles querer criar novos métodos de atividades físicas como a prática do funcional e aula de dança. 
Da parte das pessoas que frequentam a academia observamos que os estagiários tem uma boa influência em fazer com que eles tenham mais interesse na prática de atividades, porém quando existe uma necessidade de juntar o grupo para realizar algo ou criar novas coisas, poucos aparecem mostrando que o grupo tem dificuldade em estabelecer uma auto-gestão.
Sendo assim, este projeto foi realizado baseado em cima das visitas a partir das observações e conversas com o grupo em foco.
INTRODUÇÃO
Este Projeto de Intervenção Psicossocial, destina-se ao polo da Academia Recife, localizado na Praça Dr. Arnaldo Assunção, Rua Manoel Alves Deus Dará, Bairro Engenho do Meio. O Projeto foi idealizado para um grupo específico: Alunos interessados na realização de atividades funcionais. 
O projeto objetiva, através de pesquisas sobre a Psicologia do Esporte e Motivação Grupal, possibilitar uma oportunidade de estabelecer uma auto-gestão e fortalecimento do grupo, por meio da intervenção criada. Busca-se através dessa prática ter um conhecimento maior sobre a Psicologia e sua ligação com o esporte, além de entender o processo grupal junto à motivação. 
A motivação está presente em todos os momentos da vida humana. Um dos pontos mais característicos na Psicologia ao estudar a motivação, é falar da pirâmide de Maslow. A pirâmide é baseada no conceito de necessidades hierárquicas, ou seja, a medida que o homem satisfaz suas necessidades básicas, outras mais elevadas tomam o predomínio do seu comportamento. A hierarquia das necessidades de Maslow seria a seguinte:
Se tratando de prática de atividade física, a motivação segundo a pirâmide de Maslow, estaria ligada aos três últimos pilares: Necessidades Sociais, Necessidades de Autoestima e Necessidades de Autorrealização. 
Além da Teoria Motivacional de Victor Vroom, que busca explicar como as crenças e expectativas das pessoas combinam-se com os estímulos, para produzir algum tipo de força motivacional.
Em resumo, a motivação para fazer algum tipo de esforço depende da importância atribuída ao que se deseja alcançar, no caso em questão seria uma melhor qualidade de vida pela prática de exercícios, ganho de massa muscular, perda de peso entre outros.
Desse modo, o desenvolvimento e metodologia que usamos como proposta de intervir no grupo, segue os objetivos de motivação grupal ligada a prática de atividade física.
DESENVOLVIMENTO E METODOLOGIA
O processo inicial foi importante (observação), pois permitiu uma visualização sistêmica do funcionamento do projeto além de ser uma possibilidade de compreensão do como este processo pode refletir no funcionamento do grupo.
A principal demanda do grupo é: Os estagiários querem a disponibilidade de material para a prática de atividade funcional, horários e dias específicos para essas atividades sem quebrar o padrão estabelecido pela prefeitura, mas existe um atrito com o professor que comanda o polo, por rebaixar os estagiários e impor suas próprias regras, além do grupo se sentir cômodo, querem mudança mas não se mobilizam entre si.
Inicialmente, para realizar o projeto contamos com a colaboração dos dois estagiários do polo, tivemos a ideia de criar um grupo no WhatsApp, e adicionar todos os alunos que tem interesse em realizar as práticas, além de reunir o grupo e conversar sobre os interesses que são compartilhados entre si e fazer com que o grupo perceba que juntando as ideias eles podem se mobilizar para alcançar o que querem, ou seja, a auto-gestão. Também foi proposto a realização de uma ‘cotinha’ para comprar um som, destinado às aulas de dança. Com relação ao material que mesmo a estagiária conversando com o coordenador sobre a falta, alguns membros do grupo se disponibilizaram em usar trazer alguns materiais que possuem em casa, além dos estagiários também disponibilizarem os seus. 
Utilizamos um pouco do conceito de grupo operativo de Pichon-Rivière que se centra na realização de uma tarefa. (SANTOS; FELIPPE 2009) O seu objetivo consiste em mobilizar um processo de mudança que perpassa pela diminuição dos medos básicos de perda e de ataque, além de propiciar o rompimento de resistência a mudanças.
Para tal método, observamos que nas três vezes que visitamos o polo da academia, conversamos com o grupo e falamos superficialmente de algumas propostas que surgiram como ‘emergenciais’, e a resposta do grupo foi bastante positiva na segunda visita, fizemos uma roda de conversa dentro da academia, que teve uma duração de 30 minutos e nesse meio tempo, fomos discutindo com o grupo essas propostas e com issolançamos algumas intervenções:
Comunicação: Propomos ao grupo que fosse criado um grupo no WhatsApp; com a intenção de aumentar a comunicação e afinidade entre os membros. 
Coesão Grupal: A coesão refere-se à atração mútua entre os membros dos grupos e sua motivação em permanecer no mesmo, e a vontade de ter um som para realizar a aula de dança era um desejo de todos, então propomos a compra do som por ‘cotinha’; pois dessa forma aumentaria a coesão grupal.
Dia Saudável: Propomos ao grupo que fosse realizado uma vez na semana, uma mesa saudável entre os membros do grupo, com mais intenção de aproximar os membros e descontrair.
 Liderança: Sobre liderança, espera-se que o grupo estabeleça uma auto-gestão, com as outras intervenções propostas da comunicação e dia saudável, esperamos que a aproximação do grupo, estabeleça uma liderança, no sentido de partilhar ideias entre si, se unir e tomar decisões o que também foi discutido com o grupo.
Motivação: Motivamos o grupo a participar e ser mais ativo entre si, aumentando o espírito de equipe e a autoestima, propondo novas práticas de exercícios.
Com isso, voltamos a falar de motivação, que sempre foi e continuará sendo sintoma de vida psíquica que se move em busca de algo, portanto, foi preciso entender esse contexto para fazer uma avaliação das visitas que fizemos ao polo da academia para lançar uma proposta de intervenção.
A ideia de motivar e propor uma mudança utilizando o método do grupo operativo, pode fazer com que os membros se mobilizem e aos poucos ir estabelecendo uma auto-gestão. 
AVALIAÇÃO DAS VISITAS E PROPOSTA
Através das visitas realizadas no polo com o grupo, totalizando três, podemos perceber não somente a demanda (problema principal), mas também algumas dificuldades no grupo, dentre elas: uma falta de comunicação entre os membros do grupo, e o professor do polo que cria uma tensão entre ele mesmo, estagiários e alunos por querer impor regras que ele mesmo cria. 
Além disso também observamos um certo comodismo pelos membros do grupo, pois de antemão propomos algumas ideias como mencionado no tópico anterior e a resposta do grupo foi bastante positiva e colocaram em prática as ideias propostas.
Entretanto, após as visitas, algumas semanas passaram e resolvemos voltar para ver como estava o grupo e podemos perceber novamente o comodismo dos membros, a falta de comunicação entre eles, e os estagiários falaram que não conseguem se motivar pois o grupo não demonstra interesse. O professor do polo e o grupo também mostraram uma mudança na postura em relação a nossa presença no polo, como se fosse um incomodo nos estarmos por lá.
Foi a partir dessa observação que resolvemos lançar uma proposta ligada a motivação para que o grupo venha a se capacitar, e assim, desenvolver um trabalho mais qualificado.
Logo, queremos lançar uma proposta ao grupo com o intuito de:
Desafiar o grupo: A rotina e mesmice podem ser outros fatores que destroem a motivação do grupo, portanto criando um cronograma de atividades físicas diferentes todos os dias, pode motivar o grupo pela novidade.
Inspirar o grupo: Durante a semana poderia ocorrer uma pequena reunião entre os membros, para saber as necessidades de todos, se querem dar alguma ideia nova ou fazer uma reclamação pois desta forma o grupo vai se sentir ouvido, podendo ser mais um fator para motivar.
Dar um propósito ao grupo: Fazer com que os membros se sintam importantes por estarem participando de algo é motivador, sendo assim é bom o diálogo entre professor e aluno, sobre a importância da atividade física e os benefícios que a mesma pode trazer, elevando a autoestima dos membros.
Com a proposta, esperamos que o grupo possa estabelecer um maior vínculo, que possam aumentar a comunicação entre si, e por fim se motivar a ponto de estabelecer uma auto-gestão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da experiência do trabalho de Intervenção Psicossocial, vemos uma possibilidade de poder construir junto com os participantes formas mais elaboradas de conhecimento sobre os assuntos demandados, num exercício de diálogo e confronto de diferentes saberes e experiências. 
Pode-se dizer que o trabalho dos estudantes ao se colocar a serviço do projeto, valoriza e necessita dialogar com outras áreas do conhecimento presentes na construção e manutenção do projeto, faço esta referência aos estagiários do polo, que são profissionais de Educação Física e a parceria com eles foi bastante importante. Promover o diálogo e uma constante avaliação do processo e a experiência de ter elaborado o projeto foi bastante construtivo para nós e esperamos que seja para o grupo.