Buscar

Positivismo Júrídico Segundo Hans Kelsen

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

POSITIVISMO JURÍDICO SEGUNDO HANS KELSEN
Camile[2: Graduanda em Direito pela Universidade Católica do Salvador.]
Iuri dos Santos[3: Graduando em Direito pela Universidade Católica do Salvador.]
William[4: Graduando em Direito pela Universidade Católica do Salvador.]
William[5: Graduando em Direito pela Universidade Católica do Salvador.]
RESUMO: O presente artigo não tem como propósito exaurir a discussão acerca da teoria de Hans Kelsen, e sim, trazer uma abordagem sucinta sobre o Positivismo Jurídico desenvolvido pelo jusfilósofo, apontando o viés científico adotado por Kelsen.
Palavras-chave: Positivismo Jurídico. Hans Kelsen. Norma Jurídica.
ABSTRACT: The present article is not intended to exhaust the discussion about Hans Kelsen's theory, but rather to bring a succinct approach to juridical positivism developed by the philosopher, pointing to the scientific bias adopted by Kelsen.
Keywords: Legal Positivism. Hans Kelsen. Legal Standard.
SUMÁRIO: INTRODUÇÃO. 1. O POSITIVISMO JURÍDICO. 2. HANS KELSEN E SUAS DEFINIÇÕES. 3. POSITIVISMO JURÍDICO DE HANS KELSEN. 4. CRÍTICAS AO POSITIVISMO KELSENIANO. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS. REFERÊNCIAS.
INTRODUÇÃO
(......)
O POSITIVISMO JURÍDICO
O positivismo jurídico nasce no século XIX, é uma herança da Escola da Exegese, na qual se deu o fruto da revolução francesa e pregava que o juiz nada mais seria que a boca da lei, aquele que faz valer o dispositivo legal nos seus exatos termos, ou seja, uma leitura exegética do texto legal seria a única forma válida de uma decisão judicial. A Escola da Exegese leva, assim, à vitória das idéias filosóficas e políticas dos grandes pensadores franceses do século XVIII: estatismo e racionalismo. Sob a influência das idéias filosóficas de Kant na Alemanha, de Saint-Simon e, sobretudo, de Auguste Comte na França, deu-se o nome de positivismo legal, ou Gesetzpositivismus, às teorias da Escola da Exegese. O positivismo legalista apresentava as mesmas tendências que na França: a lei é todo o direito. 
O positivismo jurídico, ou legalista, de acordo com John Gilissen, após a promulgação do Code Civil, os juristas começaram a estudá-lo, dedicando-se especialmente à análise do texto, consideravam-no como algo de absolutamente novo, que era necessário explicar sem ter o passado em conta. Atribuíram a uma análise textual a uma importância capital, explicando um artigo a partir de outro, combinando-os entre si, elaborando assim na base das disposições legais teorias novas, muitas vezes imprevistas, que os autores do Código não tinham, decerto, imaginado. Este pensamento já é fenômeno posterior baseado na modificação já com o código de Napoleão, os códigos civis da Alemanha, da Áustria, da Espanha, de Portugal, da Itália, então é um movimento Europeu, que derivasse desse pensamento legalista da Escola da Exegese, mas ele ganha outros ares sem perder de vista o problema da fonte do direito, ou seja, o positivismo é marcado pela idéia segundo a qual o direito valido é o direito decorrente das fontes previamente validadas e legitimadas para sua produção e como as fontes naquela altura na Europa eram sobre tudo a lei e os códigos, então o positivismo jurídico, tem na lei e nos códigos um grande momento. 
Mas mesmo sendo eurocêntrico, haverá distinções entre os países que tem tradição anglo-saxônica, por exemplo, a Inglaterra terá uma abordagem positivista baseada nos sistema de precedentes, então o juiz não poderia se afastar, não da lei, mas sim do sistema de precedentes. Cada caso julgado que se tornava um precedente jurisprudencial servia de base para fundamentar a decisão do juiz, então o positivismo jurídico, também se manifesta nessa origem, porque o fundamental traço essencial do positivismo jurídico é validar o direito numa fonte prévia, o juiz não é criador do direito, apenas baseia suas decisões em uma fonte anterior e soltar de o positivismo que se tem é notícia.
HANS KELSEN E SUAS DEFINIÇÕES
A primeira observação que se deve fazer é que embora Hans Kelsen seja considerado um dos expoentes do positivismo jurídico, não é o seu criador. Kelsen nasceu em 1881 em Praga e viveu em Viena na Áustria onde se tornou professor de direito público, passa a compor a corte constitucional da Áustria, a partir da qual se muda para os Estados Unidos por conta da perseguição nazista. 
Antes de adentrarmos nas questões do positivismo jurídico, vamos às definições de Kelsen sobre direito e norma. A definição de Direito, em seus estudos, é que o direito é um sistema de normas jurídicas unidas pelo fato de terem como fundamento de validade a norma fundamental, onde o caráter jurídico dessas normas é dado por sua pertinência a esse sistema. E a norma?
A resposta é exposta no primeiro capítulo de sua mais conhecida obra, ao analisarmos qualquer fato jurídico, podemos distinguir dois elementos: primeiro, a sua manifestação externa como conduta humana realizada no tempo e no espaço perceptível sensorialmente; segundo a significação que o ato tem do ponto de vista do Direito. 
“O que transforma este fato num ato jurídico (licito ou ilícito) não é a sua facticidade, não e o seu ser natural, isto é, o seu ser tal como determinado pela lei da casualidade e encerrado no sistema da natureza, mas o sentido objetivo que está ligado a este ato, a significação que ele possui. O sentido jurídico específico, a sua particular significação jurídica, recebe-a o fato em questão por intermédio de uma norma que a ele se refere com o seu conteúdo, que lhe empresta significação jurídica, por forma que o ato pode ser interpretado segundo esta norma” (KELSEN, 2000, p. 04).
Logo, é a norma que fornece a este fato o seu sentido objetivo jurídico, ao referir-se a ele como seu conteúdo. Então, para se saber se um ato é jurídico, devemos comparar o seu conteúdo com o conteúdo de uma norma. 
A norma, então, significa que um homem deve conduzir-se de determinada maneira, assim, consiste no dever ser de um ato humano intencionalmente dirigido a conduta de outrem, porém para esse sentido ser jurídico, deve-se ser objetivo. Dizemos, então, que a norma dirige-se intencionalmente à conduta alheia quando prescreve (comanda) uma conduta, quando a permite (autoriza), ou quando confere o poder de realizá-la (competência), em especial o poder de estabelecer normas.
POSITIVISMO JURÍDICO DE HANS KELSEN
A concepção filosófica que fundamenta o positivismo jurídico de Hans Kelsen é o cientificismo, Kelsen quer com isso significar que o direito possui critérios de validação científicos, bastando ao jurista cientista do direito pesquisar que critérios seriam esses. Em busca desta definição, Kelsen baseia-se em pressupostos decorrentes do conceito positivista da ciência, deixando claro que os valores não podem ser objetivos, na medida em que a observação do que é efetivamente não pode oferecer nenhuma pauta de valor, estando este além do alcance do método científico-racional. O Direito passará, para ele, de ser uma ciência humana para ser uma ciência quase exata.
A teoria pura do direito se inicia no capitulo 01 com o tema direito e natureza, na qual Kelsen atribui essa nomenclatura por conta da fundamental importância que ele queria fazer com o direito a proposta de o direito tivesse uma validade objetiva assim como as ciências naturais que tem uma validade. Kelsen queria encontrar no direito uma base universal, então o primeiro embate dele é com os naturalistas, mas também com alguns positivistas decorre justamente da concepção que para ele seria impossível validar universalmente o direito a partir de uma experiência jurídica historicamente situada. Kelsen não considerava que o direito é o conteúdo da lei e sim uma forma de manifestação das fontes do direito, e para ele o importante não é o conteúdo, mas a estrutura, para Kelsen o que há de universal do direito, ele procura está em busca da verdade do DNA do direito. Entre os propósitos mais acentuadamente expressos da Teoria Pura está o de isolar a exposição do Direito positivo de toda sortede ideologia jusnaturalista em termos de justiça. Por isso mesmo, Kelsen afirma que sua teoria pura do direito é a teoria do positivismo jurídico. Dá-se relevo, com maior energia, ao conceito do dever jurídico, não faz outra coisa senão, ainda uma vez, extrair a consequência última de certos pensamentos fundamentais que já estavam delineados na teoria positivista do século XIX. 
Kelsen, então, irá por sua visão e estudo em torno do positivismo jurídico, transformando a ciência do Direito em normativismo puro, o direito positivo será a norma e somente desta forma pode ser objeto de ciência. Como ciência, ela não se considera obrigada senão a conceber o Direito positivo de acordo com a sua própria essência e a compreendê-lo através de uma análise da sua estrutura. Recusa-se, particularmente, a servir quaisquer interesses políticos, fornecendo-lhes as "ideologias" por intermédio das quais a ordem social vigente é legitimada ou desqualificada. Assim, impede que, em nome da ciência jurídica, se confira ao Direito positivo um valor mais elevado do que o que ele de fato possui, identificando-o como um Direito ideal, como um Direito justo; ou que lhe seja recusado qualquer valor e, consequentemente, qualquer vigência, por se entender que está em contradição com um Direito ideal, um Direito justo.
CRÍTICAS AO POSITIVISMO KELSENIANO
(.............)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir destas breves linhas, pôde-se identificar o caráter cientifico empregado por Hans Kelsen para definir sua teoria jurídica. Influenciado pela corrente filosófica positivista de Auguste Comte, que surgiu no século XIX, Kelsen quis definir o Direito como uma ciência. Para se enquadrar nos parâmetros científicos da época era necessário estabelecer seu objeto de estudo. Por isso, precisou isolar o Direito, afastando-o das concepções políticas, sociológicas, metafísicas e das ciências naturais. Finalmente, definiu a Norma jurídica como o objeto de estudo do direito, dando origem a uma teoria jurídica pura e independente.
Segundo Kelsen, o direito é um conjunto de normas jurídicas. A norma, por sua vez, está relacionada ao dever-ser, ou seja, ela que determina se um fato pode ser considerado como ato jurídico ou não. Mas a norma para ser entendida como tal, e exercer poder coercitivo, tem que estar inserida no ordenamento jurídico. Para o jusfilósofo o que importava era a Norma. É tanto que a define como principal fonte do direito, ao afirmar que uma norma sempre deriva de uma superior e tem nesta o seu fundamento. Desta forma, cria-se o conceito de hierarquia das normas, fixando a norma fundamental no ponto mais alto do ordenamento jurídico.
Todavia, o conceito de norma fundamental não é bem esclarecido por Kelsen, ao descrevê-la como uma norma pressuposta, que pode ser produzida a partir do costume ou da elaboração de um estatuto, equiparada a uma Constituição. O que por si só é contraditório, haja vista que o próprio Kelsen, por seu viés positivista, determina a Norma como fundamento do sistema jurídico.
Apresentadas as considerações finais, é indubitável a imensa contribuição de Hans Kelsen para o desenvolvimento do pensamento jurídico. Sua teoria positivista foi fundamental para o Direito obter sua identidade científica. E sua herança jusfilosófica continua sendo de muita valia e referência para os juristas.
REFERÊNCIAS

Outros materiais