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TCC CONTRIBUICOES PROGRAMA BANCO ALIMENTOS

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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UNIBRASIL
ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
TATIANNE BERNARDO DE BRITO
AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA BANCO DE ALIMENTOS DA CEASA/PR, 
UNIDADE DE CURITIBA, COMO UM MECANISMO DA POLÍTICA DE 
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.
CURITIBA
2010
TATIANNE BERNARDO DE BRITO
AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA BANCO DE ALIMENTOS DA CEASA/PR, 
UNIDADE DE CURITIBA, COMO UM MECANISMO DA POLÍTICA DE 
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.
CURITIBA
2010
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado para obtenção do título 
de Bacharel em Serviço Social – 
Faculdades Integradas do Brasil - 
UNIBRASIL.
Professora Orientadora: Melissa 
Ferreira Portes.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído 
do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam 
muito.
Chico Xavier
Agradeço primeiramente a Deus, por fazer cada dia de minha vida mais uma vitória.
Agradeço aos meus familiares. Agradeço principalmente aos meus pais por 
tornarem esse sonho realidade, por toda dedicação e esforço, vocês são a razão 
que me impulsionam a nunca desistir dos meus desejos.
Agradeço a minha cunhada Ineide pela preocupação e interesse em contribuir com 
essa minha realização.
Agradeço carinhosamente ao meu padrinho Sergio, pois foi ele quem me auxiliou na 
escolha por esta profissão.
Agradeço a minha supervisora de campo de Estágio Edite, mais que supervisora 
ganhei uma amiga, e a Clarice por todas as orientações, pois me auxiliou para a 
construção de uma postura crítica da realidade.
Agradeço minha orientadora Melissa, pelo incentivo da construção desta pesquisa.
Agradeço a minhas amigas Evania, Jhecy e Iza, pela força, cumplicidade e amizade 
nesses quatro anos de faculdade.
Em fim, agradeço a todos que acompanharam esta minha caminhada.
iv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA - BANCO DE ALIMENTOS
BNDE - BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
CE - ESTADO DO CEARÁ
CEASA/PR - CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO PARANÁ
CEAGE/SP - ENTREPOSTOS GERAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO
CIBRAZEN - COMPANHIA BRASILEIRA DE ARMAZENAMENTO
CIC - CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA
CMAS - CONSELHO MUNCIPAL DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
CME - CAMPANHA DA MERENDA ESCOLAR
CNAN - CONFERÊNCIA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO NUTRICIONAL
CNPJ - CADASTRO NACIONAL DA PESSOA JURÍDICA
CNSAN - CONFERÊNCIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E 
NUTRICIONAL
COBAL - COMPANHIA BRASILEIRA DE ALIMENTOS
COEP - COMITÊ DE ENTIDADES PÚBLICAS NO COMBATE À FOME
CONSEA - CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
COOPNUTRI - PROJETO DE COOPERAÇÃO NUTRICIONAL
CRAS - CENTROS DE REFERÊCNIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
DESAN - DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
DHAA - DIRETO HUMANO À ALIMENTAÇÃOI ADEQUADA
DIVAS - DIVISÃO SOCIAL
EAN - EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL
FAO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA ALIMENTAÇÃO E 
AGRICULTURA
FBSAN - FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA ALIMENTAR
FESAN FÓRUM ESTADUAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
FINEP - FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS
FMI - FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL
GEASAN - GRUPO DE ESTUDOS E AÇÕES EM SEGURANÇA ALIMENTAR E 
NUTRICIONAL
GEMAB - GRUPO EXECUTIVO DE MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA DE 
ABASTECIMENTO
GERAP - GERÊNCIA DA ASSESSORIA DA PRESIDÊNCIA
INAN - INSTITUTO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
IPEA - INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS
LOSAN - LEI ORGÂNICA DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
MDA - MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
v
MDS - MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME
ONG - ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL
ONU - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
PAA - PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS
PAT - PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR
PE - ESTADO DE PERNAMBUCO
PEC - PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL
PNAE - PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
PNSAN - POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
PR - ESTADO DO PARANÁ
PROVOPAR - PROGRAMA DE VOLUNTÁRIADO PARANAENSE
SAAPS - SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
SAN - SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
SETP - SECRETARIA DE ESTADO DO TRABALHO, EMPREGO E PROMOÇÃO 
SOCIAL
SINAC - SISTEMA NACIONAL DE CENTRAIS DE ABASTECIMENTO
SISAN - SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
SSAN - SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
SUAS - SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
UNICEF - FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 ENTIDADES SOCIAIS CADASTRADS NO BA............................................ 53
GRÁFICO 2 ENTIDADES CADASTRADS APÓS NOVEMBRO/2008.............................. 54
GRÁFICO 3 FREQÜÊNCIA GERAL E ANUAL DO ATENDIMENTO REALIZADO AS 
ENTIDADES SOCIAIS EM 2009..................................................................
55
GRÁFICO 4 DIA DE RETIRADA DOS PRODUTOS EM 2009......................................... 56
GRÁFICO 5 DIA EFETIVO DA RETIRADA DE PRODUTOS EM 2009............................ 58
GRÁFICO 6 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA O CADASTRO............................. 59
GRÁFICO 7 MUNICÍPIOS DAS ENTIDADES SOCIAIS CADASTRADAS....................... 60
GRÁFICO 8 LOCALIZAÇÃO POR REGIONAIS DAS ENTIDADES CADASTRADAS..... 61
GRÁFICO 9 MODALIDADE DE ATENDIMENTO............................................................. 62
GRÁFICO 10A PÚBLICO ALVO............................................................................................ 63
GRÁFICO 10B PÚBLICO ALVO............................................................................................ 64
GRÁFICO 11 PESSOAS ATENDIDAS PELAS ENTIDADES POR FAIXA ETÁRIA........... 65
GRÁFICO 12 DESTINAÇÃO DOS PRODUTOS RECEBIDOS PELO BA.......................... 66
GRÁFICO 13 ENTIDADES COM PROFISSIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL...................... 67
vi
GRÁFICO 14 ENTIDADES COM PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO................................. 68
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 DADOS INSTITUCIONAIS DA ASSOCIAÇÃO FEMININA DE 
PROTEÇÃO À MATERNIDADE E A INFÂNCIA DE CURITIBA...................
69
TABELA 2 DADOS INSTITUCIONAIS DO PRECAVVIDA............................................. 70
TABELA 3 DADOS INSTITUCIONAIS DO INSTITUTO AMA........................................ 70
TABELA 4 DADOS INSTITUCIONAIS DO ROCHA VIVA PROMOÇÃO SOCIAL......... 71
TABELA 5 DADOS INSTITUCIONAIS DO LAR RECANTO TARUMÃ.......................... 71
TABELA 6 DADOS INSTITUCIONAIS DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DAS 
VILAS ESPERANÇA E NOVA CONQUISTA................................................
72
TABELA 7A DADOS DOS PROFISSIONAIS PARTICIPANTES ATRAVÉS DE 
ENTREVISTA................................................................................................
72
TABELA 7B DADOS DOS PROFISSIONAIS PARTICIPANTES ATRAVÉS DE 
ENTREVISTA................................................................................................
73
vii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................................9
CONHECENDO A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL............................17
1.1 Da fome ao Direito Humano à Alimentação Adequada e Soberania Alimentar .......................... 17 
 1.2 Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil .............................................................................. 23 
 1.3 Redes de Equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional ............................................... 32 
 1.3.1 Restaurantes Populares..................................................................................................... 32 
 1.3.2 Cozinhas Comunitárias ....................................................................................................... 33 
 1.3.3 Banco de Alimentos ............................................................................................................ 33 
 1.3.4 Feiras e Mercados Populares ............................................................................................. 33 
 1.3.5 Educação Alimentar e Nutricional ....................................................................................... 34 
 1.4 Segurança Alimentar e Nutricional no Estado do Paraná ......................................................... 35 
2 CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO PARANÁ S.A. - Unidade Curitiba - E O 
PROGRAMA BANCO DE ALIMENTOS......................................................................38
 2.1 Centrais de Abastecimento do Paraná S.A. .............................................................................. 38 
 2.2 Histórico dos Programas Sociais na Ceasa/PR, Unidade de Curitiba ....................................... 41 
 2.2.1 Projeto Compras Comunitárias ........................................................................................... 41 
 2.2.2 Projeto Mercadão Popular .................................................................................................. 42 
 2.2.3 Programa Armazém da Família .......................................................................................... 42 
 2.2.4 Projeto Cesta do Trabalhador ............................................................................................. 42 
 2.2.5 Projetos Nutricentro, Supersopa e de Cooperação Nutricional ........................................... 43 
 2.3 A Concepção do Banco de Alimentos no Âmbito Nacional ........................................................ 44 
 2.4 O Banco de Alimentos da Ceasa/PR, Unidade de Curitiba ....................................................... 48 
 2.5 Perfil das Entidades Atendidas: o Relato de uma Experiência .................................................. 51 
 2.5.1 Entidades Sociais Cadastradas no BA ............................................................................... 52 
 2.5.2 Entidades Cadastradas Após Novembro/2008 ................................................................... 53 
viii
 2.5.3 Freqüência Geral e Anual do Atendimento Realizado às Entidades Sociais em 2009 ....... 54 
 2.5.4 Dia de Retirada dos Produtos em 2009 .............................................................................. 55 
 2.5. 5 Dia Efetivo de Retirada de Produtos em 2009 ................................................................... 56 
 2.5. 6. Documentos Necessários para o Cadastro ...................................................................... 57 
 2.5.7 Municípios das Entidades Sociais Cadastradas ................................................................ 59 
 2.5.8 Localização por Regionais das Entidades Cadastradas .................................................... 60 
 2.5.9 Modalidade de Atendimento ............................................................................................... 61 
 2.5.10 Público Alvo ...................................................................................................................... 62 
 2.5. 11 Pessoas Atendidas pelas Entidades por Faixa Etária ...................................................... 64 
 2.5. 12 Destinação dos Produtos ................................................................................................ 65 
 2.5.13 Entidades com Profissionais de Serviço Social ................................................................ 66 
 2.5. 14 Entidades com Profissionais de Nutrição ......................................................................... 67 
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS EMPÍRICOS DA PESQUISA..........68
 3.1 Apresentações das Entidades Sociais objeto de nossa pesquisa empírica ............................... 69 
 3.1.1 Dados Institucionais ............................................................................................................ 69 
 3.1.2 Dados dos Profissionais Participantes Através de Entrevista ............................................. 72 
 3.2 Análises dos Dados ................................................................................................................... 73 
 3.2.1 Entrevistas do Bloco 1 ........................................................................................................ 74 
 3.2.2 Entrevistas do Bloco 2 ........................................................................................................ 82 
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................96
 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Conhecendo o Programa de Alimentação Escolar 
(PAE) no Brasil. Disponível em: 
<http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Projetos/merenda/Anonimo/prog_alimentacao/historicobrasil.aspx?MenuID=28&MenuIDAberto=11>. Acesso em 23 ago 2010 ........................................... 100 
ANEXO......................................................................................................................102
9
INTRODUÇÃO
Este trabalho é fruto da vivência no campo de estágio realizado pela 
acadêmica no Programa Banco de Alimentos - BA, nas Centrais de 
Abastecimento do Paraná - CEASA/PR, unidade Curitiba.
No decorrer das atividades desenvolvidas nesse estágio, várias questões 
foram levantadas, especialmente sobre o entendimento que as entidades 
sociais atendidas têm sobre o programa. O vínculo criado entre as partes é de 
mera distribuição e recebimento de produtos, não tendo o BA um perfil social 
das entidades sociais atendidas, ou seja, não há conhecimento de quem são 
estas instituições, de quais ações são por elas desenvolvidas, e de qual é a 
destinação concebida dos produtos recebidos através do BA.
Desta forma, se fez oportuno, conhecer as entidades sociais atendidas, 
saber qual o trabalho que estas desenvolvem e qual o destino dado aos 
produtos recebidos, bem como verificar o entendimento que as mesmas têm 
sobre a atuação do BA.
Nesse sentido, foi elencado como tema para essa pesquisa, as 
contribuições do programa BA da Ceasa/PR, unidade de Curitiba, como um 
mecanismo da Política de Segurança Alimentar e Nutricional.
Foi eleito como objetivo geral a identificação da compreensão que as 
entidades sociais atendidas pelo BA da Ceasa/PR, unidade de Curitiba, têm 
acerca das contribuições do programa, como um mecanismo da Política de 
Segurança Alimentar e Nutricional. Objetivos específicos, ou secundários, 
colaborarão com o desenvolvimento da pesquisa através da identificação das 
entidades sociais (e a determinação do destino dado aos produtos recebidos) e 
do conhecimento e contextualização das atividades de cunho social 
desenvolvidas pela CEASA/PR para a área alimentar (com maior ênfase no 
BA). Além disso, o conhecimento da Política de Segurança Alimentar e 
Nutricional servirá de referencial teórico para uma análise empírica do trabalho 
realizado, tornando possível apontar os limites e as possibilidades do BA em 
relação às entidades sociais atendidas pelo programa.
A CEASA/PR, ao longo dos anos, vem desenvolvendo ações de combate 
ao desperdício de alimentos, contribuindo conseqüentemente para a 
amenização da fome. Tais ações ocorrem não somente pelo desperdício, mas 
10
também pelo excedente de produtos hortigranjeiros comercializados 
cotidianamente neste entreposto.
O desperdício nesse caso analisado ocorre por conta do processo 
incorreto de manipulação dos alimentos, seja pela colheita tardia no campo 
pelos produtores rurais, seja pelo manuseio e carregamento pelo meio de 
transporte até a sua chegada na CEASA/PR. 
No momento da entrega dos produtos hortigranjeiros à CEASA/PR, as 
condições de higiene, de manuseio e de processamento em novas 
embalagens, também propiciam para a não comercialização dos mesmos e, 
assim, para desperdício.
Por outro lado, a busca de entidades sociais por alimentos gratuitos junto 
ao comércio atacadista da CEASA/PR era uma constante problemática: como 
não existiam programas de repasse de alimentos as pessoas se arriscavam 
coletando produtos descartados em caçambas de lixo.
Para sanar a problemática do desperdício alimentar, e atender 
socialmente entidades com necessidades específicas, a CEASA/PR passou a 
desenvolver diversas ações de responsabilidade social. Todas as suas ações 
nesse sentido serão apresentadas no segundo capítulo desta pesquisa através 
de um resgate de seu trajeto histórico. As ações estratégicas de combate ao 
desperdício de alimentos, atualmente, encaminha o excedente para o BA que, 
por sua vez, distribui os produtos às entidades sociais cadastradas. Sendo 
assim entende-se o BA como um mecanismo importante para a promoção da 
Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), pois ao mesmo tempo em que 
distribui alimentos para as entidades sociais necessitadas, está combatendo o 
desperdício de alimentos.
Mister se faz ressaltar que quando a referência acima a SAN é feita 
especialmente para uma alimentação adequada, ou seja, ao direito de um 
cidadão comer dignamente sem exercer a coleta de alimentos em condições de 
higiene precárias, fato esse ocorrido antes da existência dos programas sociais 
dentro da CEASA/PR. 
Falar em SAN é falar ainda de uma alimentação de qualidade, na qual o 
indivíduo possa ter variedade de produtos e em quantidade suficiente, se 
alimentando desta forma de acordo com sua necessidade e satisfação, não 
11
exigindo que algum membro de uma família tenha ingestão menor de 
quantidade de alimentos, para suprir a necessidade dos demais.
Diante do exposto, pontualmente, verificou-se como problema para essa 
pesquisa a determinação de qual a compreensão que as entidades sociais 
atendidas pelo BA têm sobre as atribuições do programa, e qual sua relevância 
enquanto um mecanismo de combate à fome e, por conseqüência, como um 
mecanismo da Política de Segurança Alimentar e Nutricional.
 Entende-se que o problema discutido nesse estudo contribuirá de 
maneira positiva para as práticas adotadas pela CEASA/PR, pois possibilitará 
que as entidades sociais entendam o BA como um programa social, 
constituinte de uma política social que objetiva amenizar a fome. O estudo 
servirá também como referência para o conhecimento de entidades sociais 
sobre a existência do programa, para que as mesmas iniciem ou dêem 
continuidade ao atendimento de usuários necessitados nesta perspectiva 
alimentar.
Sendo a alimentação um direito social fundamental, esse estudo justifica-
se também pela possibilidade de compreensão e expansão da idéia de evitar o 
desperdício de alimentos, sensibilizando produtores e comerciantes a doarem 
seus excedentes para o BA, contribuindo para a garantia de continuidade do 
programa e para a efetivação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional.
A sensibilização quanto ao tema sobre a SAN vinculada em relação à 
atuação do BA, remete ao pensamento do Ministro do Desenvolvimento Social 
e Combate a Fome, Sr. Patrus Ananinas, que afirma:
A alimentação é o primeiro degrau constitutivo da dignidade humana. 
Direito elementar e sagrado. Sem comer adequadamente, nenhuma 
pessoa é capaz de produzir, de sonhar direitos mais elevados, de se 
desenvolver. (2008, p. 4). 
O trabalho hoje desenvolvido pela CEASA/PR estimula, portanto, a 
possibilidade de existência futura de uma Central de Abastecimento com baixo 
índice de desperdício, com contribuição para melhorias ambientais; e que sua 
atuação junto ao BA, e deste junto aos usuários do programa, permitirá que 
pessoas que hoje se encontram em insegurança alimentar e nutricional, 
12
possam exercer sua cidadania suprindo suas necessidades básicas, para 
assim almejar e desenvolver habilidades e aspirações. 
Nesse ínterim, observando a fome como um fenômeno social que 
desencadeia um processo de exclusão, impossibilitando para diversos 
brasileiros o exercício de sua cidadania de forma elementar e positiva, parece 
oportuno citar a teoria social crítica de Karl Marx como fundamento para a 
elaboração desse estudo no que diz respeito às contradições presentes nas 
relações sociais aqui avaliadas. Buscar-se-á meios de um entendimento 
especifico no quediz respeito aos motivos que levaram a sociedade a pensar 
na criação, evolução e manutenção de aparatos de combate a fome, bem como 
para a verificação da relevância de tais aparatos para a parcela da sociedade 
que é vítima do liberalismo econômico atual.
A análise das contribuições do BA como mecanismo de combate à fome 
possibilitará o conhecimento da importância que as entidades sociais atendidas 
depositam no programa. Dessa forma, será possível avaliar se o BA se trata 
apenas de programa executor de políticas públicas, de forma paternalista e 
assistencialista, ou se este desenvolve um trabalho social com vistas a resgatar 
a dignidade da pessoa humana através de incentivo sustentável.
Nesse sentido, partindo de um pressuposto, que tais entidades sociais, 
mesmo que no senso comum, tenham um breve conceito sobre a importância 
da existência de programas de combate à fome e de políticas que os garantam, 
se faz necessário à aplicabilidade de instrumentos que afirmem esse 
pressuposto, permitindo desencadear um processo reflexivo a fim de 
sensibilizá-las e torná-las multiplicadoras de tal conhecimento. 
A partir de uma leitura crítica da realidade, onde o indivíduo, a partir de 
uma realidade ampla, decifre as expressões da questão social, levando em 
consideração as partes fragmentadas e interpretando-as como importantes 
para tecer um conhecimento do fenômeno social, se faz possível através deste 
estudo, entender as contribuições, os limites e as possibilidades da intervenção 
das políticas públicas de combate à fome para uma parcela específica da 
população.
Para tanto, o estudo em questão, pela natureza da pesquisa, será 
abordado através do método quantitativo e qualitativo, partilhando assim do 
pensamento de Silva e Menezes:
13
Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o 
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a 
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A 
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são 
básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de 
métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta 
para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É 
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados 
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais 
de abordagem (2001, p. 20).
No que diz respeito à tipologia da pesquisa, optou-se pela pesquisa 
descritiva, pois esta permite uma maior aproximação do objeto de estudo, para 
conhecimento com maior intensidade da realidade do tema escolhido, através 
de embasamento teórico fundamentado, criando uma prática de possibilidades 
e estratégias de ação consciente à população que o estudo visa atingir, assim 
como cita Silva e Menezes:
Visa descrever as características de determinada população ou 
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve 
o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e 
observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento. 
(2001, p. 21)
Utilizar-se-á como instrumento para coleta de dados a visita institucional, 
que como descreve Afonso:
Apresenta-se como um instrumento do agir profissional do assistente 
social quando este – a partir de solicitação ou de sua própria iniciativa 
- entra em contato com informações sobre uma determinada situação 
social, as quais foram em busca para proceder à realização de um 
estudo social. Dessa forma, temos que a realização de uma visita 
institucional constitui uma das etapas da realização de um estudo 
social no meio institucional (2010, p.2).
A visita institucional possibilitará ainda a utilização de outros 
instrumentos para a coleta de dados, como a observação direta, que se 
constitui um instrumento para extrair dados mais próximos da realidade, pois 
permite interagir com o usuário em seu contexto natural, assim como elucida 
Chizzotti: 
14
A observação direta pode visar uma descrição “fina” dos 
componentes de uma situação: os sujeitos em seus aspectos 
pessoais e particulares, o local e suas circunstâncias, o tempo e suas 
variações, as ações e suas significações, os conflitos e a sintonia de 
relações interpessoais e sociais, e as atitudes e os comportamentos 
diante da realidade (2005, p. 90).
Utilizar-se-á como procedimento da observação direta o método 
sistemático, que Cardoso descreve:
O registro da observação sistemática é feito freqüentemente mediante 
a utilização de folhas de papel com a lista de categorias a serem 
consideradas. Nesse sentido, há a necessidade de um conhecimento 
prévio acerca do fenômeno que será observado, bem como a clareza 
sobre os objetivos da observação, para a elaboração do roteiro (2007, 
p. 2, citado por Gil 1994).
Compreende-se como relevante e conveniente a aplicação de um 
questionário para a realização do levantamento da realidade social das 
entidades sociais envolvidas no processo. Sobre a aplicabilidade do 
questionário como método quantitativo, elucida Chizzotti:
O questionário consiste em um conjunto de questões pré-elaboradas, 
sistemática e seqüencialmente dispostas em itens que constituem o 
tema da pesquisa, com o objetivo de suscitar dos informantes 
respostas por escrito ou verbalmente sobre assunto que os 
informantes saibam opinar ou informar (2005, p. 55).
Atualmente estão cadastradas no BA 265 entidades sociais; destas, 6 
foram escolhidas como amostra para elaboração desse estudo. A opção 
quantitativa deve-se ao tempo limitado para a coleta de dados e a distância 
física das demais unidades atendidas. A escolha deu-se através do 
levantamento do perfil social das entidades cadastradas, realizado durante o 
período de estágio acadêmico, supervisionado pela Assistente Social de 
campo, que indicava maior concentração de atendimentos na cidade de 
Curitiba. Tal perfil acima citado será exposto adiante como relato de 
experiência, no capítulo 3 desse estudo.
As entidades escolhidas para o estudo localizam-se em Regionais 
delimitadas pela Prefeitura Municipal local, a saber: Bairro Novo, Boa Vista, 
Boqueirão, Cajuru, Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Matriz, Pinheirinho, 
15
Portão e Santa Felicidade. A localização das entidades facilitou também a 
escolha, devido ao fato de não ser disponibilizado à pesquisadora recursos 
materiais, físicos ou financeiros por parte do BA da CEASA/PR para o estudo.
O roteiro de visitas a 4 entidades foi elaborado para o momento em que 
elas receberiam e serviriam as doações do BA aos seus usuários. Essa opção 
foi escolhida, com base no perfil institucional das mesmas, para verificação da 
manipulação dos produtos recebidos, que se dá “in locus”. Outras duas 
entidades foram visitas no momento de recebimento e distribuição dos 
produtos para verificação do trabalho social desenvolvido.
A escolha do profissional para conceder entrevista teve como referencial 
primordial a sua área de atuação, preferencialmente de Serviço Social e/ou 
Nutrição. Na ausência desses profissionais graduados, optou-se pelo 
responsável direto pela entidade, seja esse o presidente ou a pessoa com 
maior integração as atividades desenvolvidas na instituição.
Posteriormente a coleta de dados e informações, foi elaborada a análise 
do conteúdo obtido. Bardin (1977, p. 42) considera que “A análise de conteúdo 
se constrói em um conjunto de instrumentos metodológicos que asseguram a 
objetividade, sistematização e influênciasaplicadas aos discursos diversos”.
Em relação à entrevista semi-estrutura, partilha-se das considerações de 
Manzini: 
(...) A entrevista semi-estruturada está focalizada em um assunto 
sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais, 
complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias 
momentâneas à entrevista. Para o autor, esse tipo de entrevista pode 
fazer emergir informações de forma mais livre e as respostas não 
estão condicionadas a uma padronização de alternativas (1990/1991, 
p. 2).
A presente pesquisa contém três capítulos. 
Em seu primeiro capítulo, discorre-se sobre a temática de SAN, a 
importância do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), o histórico 
da SAN no Brasil e no Estado do Paraná e quais os mecanismos existentes 
para que tal tema se efetive. 
O segundo capítulo tratará da CEASA/PR, unidade de Curitiba, de quais 
foram os programas de cunho social que existiram no decorrer dos anos até a 
16
efetivação do programa BA. A respeito do BA, apresentar-se-á descrição sobre 
sua atuação e das entidades por ele atendidas, através da exposição de um 
perfil social, elaborado durante o percurso acadêmico da pesquisadora.
No terceiro capítulo foi realizada a análise prática, executada juntamente 
às entidades sociais atendidas, assim como elucidado anteriormente.
Realizamos por fim as considerações finais do estudo ora elaborados.
17
CONHECENDO A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Pretende-se com este capítulo efetivar o conhecimento sobre Segurança 
Alimentar e Nutricional, atribuindo a importância ao DHAA para a consolidação 
dessa temática, e levantando informações sobre seu processo de construção 
no contexto histórico do Brasil e do Estado do Paraná. O levantamento desses 
dados poderá verificar de forma efetiva quais as possibilidades dos programas 
públicos estabelecidos de amenizar a fome da população que se encontra em 
situação de vulnerabilidade social e, portanto, em insegurança alimentar e 
nutricional.
1.1 Da fome ao Direito Humano à Alimentação Adequada e Soberania 
Alimentar
Partilhamos das considerações de Burity [et AL], ao falar sobre a fome 
assim a considera:
A manifestação mais grave da insegurança alimentar e nutricional é a 
fome. Mas o estado de insegurança alimentar e nutricional deve ser 
percebido em seus variados graus, que envolvem desde dimensões 
psicológicas até manifestações físicas que comprometem e colocam 
em risco a saúde e a própria vida das pessoas (2010, p. 26). 
Segundo Ribeiro:
Todos os estudos sobre a fome carregam implícita ou explicitamente 
uma concepção sobre a alimentação. Isso porque a fome é um 
conceito que se define na sua relação com a alimentação. Assim, 
pode-se dizer que o conceito que se tem sobre a alimentação indica a 
compreensão que se tem da fome (2008, p. 14). 
A fome segundo Helene, Marcondes e Nunes (2002) a fome deve ser 
conceituada em dois aspectos: o primeiro trata da fome crônica, que 
conceituam como sendo a privação constante de nutrientes, ou seja, o 
indivíduo convivendo com a falta parcial, precária ou quase nula de uma 
alimentação adequada, que possibilitaria a este sanar suas necessidades vitais 
18
e assim desenvolver-se, portanto seria o primeiro estágio da fome. O segundo 
aspecto, de acordo com os autores, trata da fome aguda, e esta é a face mais 
cruel da fome, pois leva o individuo a morte, ou seja, a fome aguda é 
decorrente da crônica, pois intensifica a falta de alimentos. 
No pensar de Conti (2009) “A fome é definida como um conjunto de 
sensações provocadas pela privação de nutrientes que incitam a pessoa a 
procurar alimentos e que cessam com sua ingestão”.
Neste processo, podemos engrenar e desencadear o histórico da 
sociedade brasileira que viveu e vive em situação de falta e privação da 
ingestão de alimentos para sua sobrevivência. Assim como elucida Valente: 
Como bem sabemos, a história das carências alimentares e 
nutricionais no Brasil começa com a ocupação da nova colônia pelos 
portugueses em 1500. O primeiro relato refere-se aos nativos 
escravizados que morriam de fome ao recusar-se a comer em 
cativeiro. Prossegue no Brasil colônia e Império, com os negros 
escravos e pequenos produtores rurais agregados às grandes 
propriedades. Estende-se por todo o período da Velha Republica e do 
Estado Novo, no Nordeste, nas áreas rurais e nas periferias de todas 
as maiores cidades do País. Agravava-se com processo de intensa 
modernização conservadora da agricultura. Chegamos aos dias de 
hoje com 32 milhões de brasileiros incluídos no Mapa da Fome e 
espalhados por todo país, mesmo que concentrados no Nordeste, nas 
áreas rurais e nas grandes metrópoles (2002, p. 43).
Partilhando também da ilustre idéia de um dos precursores da questão 
da fome, Josué de Castro, que em sua obra prima Geografia da Fome, mapeou 
geograficamente o quadro de desnutrição do Brasil, faz suas considerações 
sobre o tema, dizendo que:
A alimentação do brasileiro tem-se revelado, à luz dos inquéritos 
sociais realizados, com qualidades nutritivas bem precárias, 
apresentado, nas diferentes regiões do país, padrões dietéticos mais 
ou menos incompletos e desarmônicos. Numas regiões, os erros e 
defeitos são mais graves e vive-se num estado de fome crônica; 
noutras, são mais discretos e tem-se a subnutrição. Procurando 
investigar as causas fundamentais dessa alimentação em regra tão 
defeituosa e que tem pesado tão duramente na evolução econômico-
social do povo, chega à conclusão de que elas são mais produtos de 
fatores sócio-culturais do que de fatores de natureza geográfica 
(1984, p.280).
19
Levando em consideração que a problemática da fome começou a se 
acentuar com o novo modelo econômico efetivado no Brasil na década de 30, 
quando trabalhadores rurais passam a migrar para os grandes centros em 
busca de emprego nas fábricas, por salários desproporcionais à condição de 
vida que eles deveriam ter, desta maneira a questão social fome, se agravou 
ainda mais. É o que atesta Parrino ao citar:
A questão da fome viu-se agravada e mais dramaticamente exposta 
no Brasil nos anos 30 do século passado, com o início da 
industrialização, que fomentou a urbanização do País e inseriu 
massas empobrecidas na cena política nacional (2009, p. 23). 
Diretamente ligada à idéia de massas empobrecidas e famintas citadas 
por PARRINO acima, Bomfim relata: 
Em primeiro lugar, é preciso considerar que, não sendo a fome no 
Brasil um problema epidêmico, sua natureza é política e econômica, 
ou seja, não provém de calamidades ou de um regime de escassez, 
mais, sim, da falta de recursos da população mais pobre para 
comprar alimentos (2000, p. 2). 
É o que também afirma Martins (1996) dizendo que “A grande limitação 
está decididamente no acesso ao alimento que, colocado no mercado, é 
apenas acessível a quem disponha de renda”.
Contribuindo com tais análises, pode-se enunciar também o pensar de 
Silva, que ao realizar uma pesquisa empírica no Vale do Jequitinhonha-MG, 
considerada umas das regiões do país com índices mais elevados de pobreza 
na década de 1970. 
Contar a história da fome nesta região é contar a história de 
expropriação de seus camponeses e, ao mesmo tempo, entender a 
fome como um fenômeno produzido por relações sociais, logo, um 
fenômeno cuja compreensão exige não a análise da fome em si, mas 
uma análise contextualizada e reveladora do pólo produtor fome. 
Parte-se do princípio de que a fome é produzida (1996,p. 32).
Nos estudos de Valente (2002) se pode encontrar uma explicação para a 
importância do ato de se alimentar. Segundo o autor a alimentação vai além da 
20
mera ingestão da ração nutricional; o indivíduo transformou tal ato em um rico 
ritual de criatividade, de partilha, de carinho, de comunhão e solidariedade 
entre os seres humanos. Essa idéia está diretamente ligada à concepção 
marxista, que descreve a alimentação não como um ato natural/individual de 
cada sujeito e sim como um ato social. 
Ainda partilhando das considerações de Valente (2002) o autor lembra 
também que existem milhares de pessoas que sequer tem acesso a uma 
alimentação saudável, que possa sanar primeiramente suas necessidades 
vitais, para depois sim transformar o rito da alimentação em uma atividade de 
socialização e partilha. 
Não obstante, podemos encontrar no olhar das ciências sociais o seu 
pensar sobre o ato de se alimentar, assim como elucida Canesqui e Garcia: 
Não comemos apenas quantidades de nutrientes e calorias para 
manter o funcionamento corporal em nível adequado, pois há muito 
tempo os antropólogos afirmam que o comer envolve seleção, 
escolhas, ocasiões e rituais, embrica-se com a sociabilidade, com 
idéias e significados, com as interpretações de experiências e 
situações (2005, p. 9).
 
Fica evidente, assim como elucida Valente: 
Que ao faminto não se nega apenas o nutriente, mais sim o prazer de 
comer, de compartilhar as refeições com amigos e familiares, viver 
seus hábitos e práticas alimentares que foram construídos e 
reconstruídos por sua cultura e história (2002, p. 28). 
É nesse sentindo, por questões aqui elucidadas, que a SAN, começou a 
se tornar uma temática de interesse mundial. Tanto esse fato é verdadeiro que 
o embrião do DHAA está contemplado na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos de 1948 – elaborada com o intuito de reconstruir os direitos 
humanos, resgatando valores éticos, de forma a orientar a ordem mundial, 
após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 
Em seu artigo 25, a Declaração Universal dos Direitos Humanos declara:
Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si 
e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, 
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e 
direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, 
21
viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência 
fora de seu controle.
Como forma de maior efetivação desta garantia do direito a alimentação, 
em 1966, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, 
em seu artigo 11, pela primeira vez através da expressão DHAA, contemplou:
1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda 
pessoa a um nível de vida adequado para si próprio e para sua 
família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, 
assim como uma melhoria contínua de suas condições de vida. Os 
Estados-partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a 
consecução desse direito, reconhecendo, nesse sentido, a 
importância essencial da cooperação internacional fundada no livre 
consentimento.
2. Os Estados Partes no presente Pacto, reconhecendo o direito 
fundamental de toda pessoa a estar livre da fome, adotarão, 
individualmente e mediante a cooperação internacional, as medidas, 
inclusive programas concretos, necessárias para:
a) Melhorar os métodos de produção, conservação e distribuição de 
gêneros alimentícios pela plena utilização dos conhecimentos 
técnicos e científicos, pela difusão de princípios de educação 
nutricional e pelo aperfeiçoamento ou reforma dos regimes agrários, 
de maneira que se assegurem a exploração e a utilização mais 
eficazes dos recursos naturais.
b) Assegurar uma repartição eqüitativa dos recursos alimentícios 
mundiais em relação às necessidades, levando-se em conta os 
problemas tanto dos países importadores quanto dos exportadores de 
gêneros alimentícios.
Ao se referir sobre o DHAA os autores GOMES e PEREIRA (2009) 
afirmam que o acesso a uma alimentação de qualidade, em quantidade 
suficiente e nutrição plena, é fundamental para se garantir o direito à vida. Eles 
ressaltam ainda que o DHAA está sendo incorporado a sociedade brasileira 
como um direito.
Desta forma Valente (2002) afirma que o DHAA começa pela luta contra 
fome, onde se começa a pensar em estratégias de garantia para todos os 
cidadãos ao acesso a alimentos em quantidade e qualidade suficiente, 
atendendo sobremaneira suas necessidades nutricionais básicas essenciais 
para uma boa saúde, e logo poder desenvolver suas atividades de cidadania.
Para Burity [et AL] (2010), diz que o DHAA está previsto em normas 
internacionais que reconhecem o direito fundamental de toda pessoa a estar 
livre da fome como pré-requisito para a realização de outros direitos humanos.
22
Parrino ao definir o DHAA faz referência a um relato da Organização das 
Nações Unidas (ONU) do ano de 2002, conforme a seguir:
O Direito Humano a Alimentação Adequada é um direito humano 
inerente a todas as pessoas de ter acesso regular, permanente e 
irrestrito, quer diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a 
alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade adequada 
e suficientes, correspondentes às tradições culturais do seu povo e 
que garanta uma vida livre do medo, digna e plena nas dimensões 
física e mental, individual e coletiva (2009, p. 20).
Através do Comentário Geral nº. 12, item 6, aprovado pelo Comitê de 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU, como maneira de efetivar e 
operacionalizar o DHAA encontra-se a seguinte definição:
O direito à alimentação adequada realiza-se quando cada homem, 
mulher criança, sozinho ou em companhia de outros, tem acesso 
físico e econômico, ininterruptamente, à alimentação adequada ou 
aos meios para sua obtenção. O direito à alimentação adequada terá 
de ser resolvido de maneira progressiva. No entanto, os estados têm 
a obrigação precípua de implementar as ações necessárias para 
mitigar e aliviar a fome, como estipulado no parágrafo 2 do artigo 11, 
mesmo em épocas de desastres, naturais ou não.
Falar em DHAA implica também em citar o conceito de soberania 
alimentar, especialmente em uma época onde a lógica do lucro é indispensável 
para o sistema econômico. Os termos fome e lucro, nesse contexto 
globalizado, devem levar a reflexão dos limites de cada nação em questões de 
respeito e hábitos alimentares, como cita Conti (2009), ao lembrar que a 
soberania alimentar está estritamente relacionada às relações de comércio 
internacional, que precisam ser reguladas sob pena de desequilibrarem a 
produção e o abastecimento interno de cada país.
Desta maneira, conforme citação de Parrino (2009), a soberania alimentar 
vem requerer o direito de cada povo, em produzir, transformar, consumir, 
importar e exportar alimentos, sem gerar injustiça social, respeitando as 
diversidades produtiva e cultural de cada nação.
Para Burity [et Al] o conceito de soberania alimentar: 
23
Defende que cada nação tem o direito de definir políticas que 
garantam a Segurança Alimentar e Nutricional de seus povos, 
incluindo aí o direito à preservação de práticas de produção e 
alimentares tradicionais de cada cultura. Além disso, se reconhece 
que este processo deva se dar em bases sustentáveis, do ponto de 
vista ambiental, econômico e social(2010, p. 13).
Podemos atrelar esta idéia acima exposta, com o pensar de Ziegler 
(2002) que ao fazer suas considerações sobre a questão da fome, lembra que 
o Brasil é uma dos maiores exportadores de alimentos e uma das maiores 
economias do mundo, mas que, no entanto, milhões de brasileiros ainda 
sofrem de fome e desnutrição.
Valente esclarece:
Na realidade, segurança alimentar e nutricional trata exatamente de 
como uma sociedade organizada, por meio de políticas públicas, de 
responsabilidade do Estado e da sociedade como um todo, pode e 
deve garantir o direito humano à alimentação a todos os cidadãos. 
Assim, a alimentação é um direito do cidadão, e a segurança 
alimentar e nutricional para todos é um dever do Estado e 
responsabilidade da sociedade (2002, p. 40).
Após um trajeto histórico de lutas, considerações e conquistas, os 
fundamentos e operacionalizações da SAN, discutidos mundialmente, 
chegaram ao Brasil e ao Estado do Paraná, tornando-se um assunto 
significativo no âmbito governamental e da sociedade como um todo, assunto 
este que conheceremos no próximo ítem. 
1.2 Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil
Entendemos como oportuno antes de retratar o histórico da Segurança 
Alimentar e Nutricional no Brasil, trazermos as considerações de Gomes Junior 
(2007) na qual narra que o termo SAN surgiu nas proximidades da Primeira 
Guerra Mundial (1914-1918), quando a segurança estava intimamente ligada à 
idéia de segurança nacional. Nesse período, portanto, segundo o autor, o 
alimento era reconhecido como um mecanismo de controle e persuasão. A 
idéia à época era ter capacidade de produção alimentícia suficiente para criar 
24
reservas, de modo a não ficar suscetível em possíveis cercos, embargos ou 
boicotes de fomentação política ou militar.
Segundo Lehman (citado por Valente, 2009, p. 40), a partir da década de 
1940, em meio a Segunda Grande Guerra, ocorre o processo de criação da 
ONU e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura 
(FAO). Nessa mesma época criam-se o Fundo Monetário Internacional (FMI) e 
o Banco Mundial. Para todos esses instrumentos operados a partir do ano de 
1945, embora haja divergências, a utilização de alimentos excedentes era vista 
como um componente da segurança alimentar.
Aproveitando esta análise, podemos engrenar a idéia de Parrino (2009), 
que diz que o conceito de SAN ganha força, em especial a partir da criação da 
ONU, em 1945. A autora diz ainda que nesta época ocorreu certa tensão 
política, pois se de um lado a SAN era visualizada como um direito humano, de 
outro lado, ou seja, pelos organismos financeiros era visualizada como um 
mecanismo que poderia ser garantido pela lógica de mercado. Desta forma a 
SAN decorria da não disponibilidade de alimentos, levando a insegurança 
alimentar nos países pobres.
Segundo Burity [Et Al] (2010), foram então criadas estratégias que 
garantissem o aumento da produção de alimentos nessas nações (pobres), 
utilizando-se novas variedades genéticas fortemente dependentes de insumos 
químicos (a chamada revolução Verde).
Em resgate histórico, antes mesmo da Revolução Verde, no Brasil, 
conforme citado por Parrino (2009), no ano de 1940, no Governo de Getúlio 
Vargas, foi criado o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), um 
programa que se constituía em prestar atendimento aos trabalhadores 
industriais, com alimentação digna e barata. 
Esse programa era dirigido por Josué Apolônio de Castro. Ruano(2008) 
secretário de Segurança Alimentar, realiza considerações a Josué de Castro 
em seu centenário de morte, dizendo que é impossível falar em segurança 
alimentar no Brasil sem referendar Josué Apolônio de Castro, pernambucano 
nascido em Recife, em 5 de setembro de 1908, médico, professor, grande 
pensador, que contribuiu significativamente para o que hoje chamamos de 
SAN.
25
O mesmo material de Ruano (2008) descreve ainda as principais ações 
desenvolvidas por Castro. Em 1932, promoveu o primeiro inquérito sobre As 
Condições de Vida das Classes Operária no Recife; este primeiro inquérito 
realizado no Brasil, com vistas a uma população específica, denuncia o flagelo 
da fome vivenciado pelos trabalhadores pernambucanos. Em 1945, ocorre o 
lançamento de sua obra prima, Geografia da Fome, onde faz uma análise das 
carências alimentares das cinco regiões do Brasil. 
Geografia da Fome foi traduzida para 25 idiomas, levando ao mundo a 
denúncia do autor, sobre a fome não como fator meramente natural, mas como 
um produto gerado pelas relações existentes na sociedade, relações estas de 
natureza econômica, política e cultural. Nesse sentido o livro surge como 
promissor para o incentivo de uma ótica diferente do modo de se pensar na 
fome e, por conseqüência, a sociedade. 
Pode-se dizer que sob e a partir da influência desta visão crítica de 
Castro, vários programas a nível nacional foram surgindo. Em 1955 foi 
instituído pelo Decreto Federal nº. 37.106 a Campanha de Merenda Escola 
(CME), que definia as atribuições de um órgão específico para incentivo da 
alimentação escolar, com melhor valor nutritivo, com produtos ricos em 
proteínas e vitaminas. Em 1979, esta campanha passou a ter a nomenclatura 
de Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Em 1962, ocorreu a criação da Companhia Brasileira de Alimentos 
(COBAL) e da Companhia Brasileira de Armazenamento (CIBRAZEN).
No ano de 1972 criou-se o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição 
(INAN), que se referia à desnutrição como uma doença social. O INAN foi 
extinto em 1997, pelo então Presidente da República, Fernando Henrique 
Cardoso. 
Como forma de complementação das atribuições feitas por Castro para a 
elaboração de uma Política de Segurança Alimentar e Nutricional, cita-se em 
seguida as considerações realizadas por Valente:
As primeiras sistematizações importantes sobre o tema foram 
desenvolvidas por Josué de Castro, cuja influência extrapolou a 
realidade brasileira e acabou por ter um papel importante na criação 
da FAO, da Campanha Mundial contra Fome e de Luta pela Paz. 
Josué tentou mostrar o caráter intrinsecamente político e social da 
fome e de suas seqüelas orgânicas, cobrando soluções de cunho 
26
social para a questão. Tentou tirar a fome de debaixo do tapete e 
colocá-la em debate (2002, p. 44).
Como forma de prosseguir e esboçar o processo histórico para a 
consolidação do que hoje conhecemos como SAN, apresenta-se a seguir o 
resgate histórico realizado por Parrino (2009). A autora relata que entre 
1970-1980, foi criado o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
Nesta época, assim como elucida Conti (2009), a FAO promoveu a I 
Conferência Mundial de SAN, porém, de alguma forma a questão da 
estimulação da produção agrícola para aumentar os estoques diante a crise 
mundial foi retomada, ou seja, a idéia da Revolução Verde, já mencionada 
anteriormente. 
Segundo Valente (2002) as primeiras referências sobre o conceito de 
SAN, descritas documentalmente, surgiram no Ministério da Agricultura em 
1985, através de diversas mobilizações da sociedade civil organizada, criando 
uma proposta de Política de Segurança Alimentar e criando um Conselho de 
Segurança Alimentar. 
Em 1986, com a realização da I Conferência Nacional de Alimentação 
Nutricional (CNAN), surgiu a proposta da criação da política de SAN, agora 
através de um Conselho Nacional de AlimentaçãoNutricional e de um Sistema 
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SSAN). Nesse mesmo ano é 
criado o Tíquete do Leite, no Governo Sarney. 
Segundo Parrino(2009) essa proposta de Política de SAN tinha ênfase na 
importância do Estado e do planejamento do combate contra a fome e a 
pobreza. Conti (2009) ao se referir à década de 1990, relata o surgimento de 
inúmeras organizações da sociedade civil com discussões e articulações sobre 
as propostas de SAN; ao mesmo tempo, o governo passou a desenvolver 
políticas públicas voltadas a erradicação da fome. Um exemplo da articulação 
civil é a criação, em 1993, dos comitês da Ação da Cidadania contra a Fome 
pela Vida, conhecida nacionalmente como a Campanha Contra a Fome, sob a 
liderança do sociólogo Herbert de Souza (mais conhecido com o Betinho).
Também no ano de 1993, é criado o Conselho Nacional de Segurança 
Alimentar e Nutricional (CONSEA), sob o decreto nº. 807, de 22 de abril do 
27
referido ano, assim como proposto na I Conferencia Nacional de SAN, acima 
citado.
Ao realizar suas considerações sobre a criação do CONSEA, Valente 
assim o expõe:
Em 1993, paralelamente à criação do CONSEA e em sintonia com as 
demandas da sociedade civil, o governo federal, de forma 
absolutamente inédita na história do país, reconheceu o círculo 
vicioso formado pela fome, a miséria e a violência e definiu o seu 
enfrentamento como prioridade do governo (2002, p. 46).
Partilhando da idéia Nascimento ao se referir sobre as atribuições do 
CONSEA, assim descreve:
Da construção da segurança alimentar como política pública iniciada 
em 1917, passando por Josué de Castro em 1932 até início dos anos 
1990, a política pública de SAN tem um significado restrito e uma 
dimensão menor. Quando da criação do CONSEA em 1993, hoje 
acrescentando o Nutricional, essa política recebe outro sentido, uma 
outra dinâmica é manifestada, muito em função do encontro da 
sociedade civil com o Estado (2009, p. 18).
Perante a colocação de Valente (2002), onde o autor nos diz que no ano 
de 1993, a questão da fome, começa a ser visualizada de maneira prioritária 
pelo governo, torna-se oportuno lembrar que em 1994, ocorre a I Conferência 
Nacional de Segurança Alimentar, com o tema “Fome: uma questão nacional”. 
Segundo Valente (2002) o relatório final desta primeira CNAN resultou no 
entendimento de que a fome e a miséria são fatores causados pela 
concentração de renda de terra. Diante a isto, a partir de resoluções e 
considerações em relação ao problema fome, foram discutidas questões para 
construção de uma Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 
com os seguintes eixos:
I. Reduzir o custo dos alimentos e seu peso no orçamento familiar;
II. Assegurar saúde, alimentação e nutrição a grupos populacionais 
determinados;
28
III. Assegurar a qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos 
alimentos e seu aproveitamento, estimulando práticas alimentares e 
estilos de vida saudáveis. 
Em 1995 o CONSEA foi extinto, conforme relata Nascimento:
A extinção do CONSEA a partir de 1995, com o início do governo de 
Fernando Henrique Cardoso, que cria em seu lugar o Conselho da 
Comunidade Solidária, órgão consultivo da Presidência da República, 
vinculado à Casa Civil. O Conselho era integrado por dez ministros de 
Estado, pela Secretária Executiva da Comunidade Solidária (Ruth 
Cardoso, primeira-dama) e por 21 representantes da sociedade civil, 
sendo seus membros nomeados pelo Presidente da República (2009, 
p. 19).
As considerações de Valente (2002), referentes ao Conselho da 
Comunidade Solidária, ressaltam que o foco antes central da Segurança 
Alimentar, deu lugar a demandas de cunho econômico e social, que de certa 
forma são fatores que geram a pobreza, ou seja, fatores que propiciaram à 
sociedade pensar na questão da Segurança Alimentar, mas sem resolvê-la. 
Segundo Conti (2009) relata que, através das discussões ocorridas em 
âmbito internacional, por redes da sociedade civil e pela FAO, a alimentação e 
a nutrição passam a ser vistas como um direito humano. Diz o autor ainda, que 
esta visualização contribuiu para que a Cúpula Mundial de Alimentação, 
através da convocação da FAO, em 1996, definisse a SAN como uma
garantia, a todos, de condições de acesso a alimentos básicos de 
qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem 
comprometer a outras necessidade essenciais, com base em práticas 
alimentares saudáveis, contribuindo assim para uma existência digna, 
em um contexto de desenvolvimento integral de pessoa, com 
preservação das condições que garantam uma disponibilidade de 
alimentos a longo prazo (FAO, citado por Conti, 2009, p.19) .
Segundo Burity [Et. Al]:
No final da década de 80 e início da década de 90, o conceito de 
segurança alimentar passou a incorporar também a noção de acesso 
a alimentos seguros (não contaminados biológica ou quimicamente); 
de qualidade (nutricional, biológica e tecnológica), produzidos de 
forma sustentável equilibrada, culturalmente aceitáveis e também 
incorporando a idéia de acesso à informação(2010, p. 12).
29
Conforme Parrino (2009), em 1998, é criado o Fórum Brasileiro de 
Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN). Segundo sua Carta de Princípios, 
o FBSAN surgiu como herdeiro de uma história de mobilização social no campo 
da SAN para propiciar espaço político e técnico permanente para diálogo, 
articulação e intervenção nos processos de formação e tomada de decisão 
referentes a SAN.
Dois anos mais tarde, em 2000, conforme PARRINO (2009) é criado a 
Organização Não Governamental (ONG) Instituto da Cidadania, liderado por 
Luiz Inácio Lula da Silva. Tal ONG mobilizou mais de 100 especialistas para 
traçar um projeto de combate à fome e a miséria.
De acordo com Parrino(2009), criou-se em 2001 o projeto Fome Zero, 
como proposta de uma política de SAN para o Brasil. Logo em 2003, no 
governo Lula, o projeto foi implantado, ou seja, o tema de SAN voltou a ser 
uma prioridade na agenda governamental. O CONSEA foi então reativado, de 
acordo com VALENTE e BEGHIN (2006) como um órgão consultivo, de 
imediata assessoria da Presidência da República, para formular políticas e 
definir orientações que garantissem a realização do DHAA no Brasil. 
Como forma de delinear a proposta de Política de SAN para o Brasil, 
segundo Valente e Neghin (2006), em 2004 realizou-se a II Conferência 
Nacional de SAN (CNSAN). Tal evento, realizado em Pernambuco, na cidade 
de Olinda, reunindo dois mil participantes, teve como tema "A construção da 
Política Nacional de SAN". A principal deliberação decorrente desta 
conferência foi à promulgação da Lei Federal nº. 11.346 de 15 de setembro de 
2006, a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), que cria o 
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).
Conforme Ananinas (2009), os pontos principais da LOSAN são a criação 
do SISAN, a reafirmação das obrigações do poder público de respeitar, 
proteger, promover e prover alimentação adequada, o estabelecimento de 
instrumentos de monitoramento e a exigibilidade do direito humano à 
alimentação adequada, institucionalizando a Política e o Plano Nacional de 
Segurança Alimentar e Nutricional.
Referente à exigibilidade do DHAA, Burity [Et Al] considera:
30
Conceito de exigibilidade: é a possibilidade de exigir Direitos 
Humanos perante qualquer órgão público. O conceito inclui não 
somente o ato de exigir,mas também o direito de ter uma resposta 
em tempo oportuno. O termo “exigibilidade”, apesar de não parecer 
um termo simples, significa simplesmente exigir, cobrar aquilo que 
está na lei ou aquilo que não está na lei, mas que é necessário para 
que se possa viver de forma digna (2009, p. 35).
Em 2007 Parrino (2009) relata a realização da III CNSAN, com o tema 
“Por um Desenvolvimento Sustentável com Soberania Alimentar e Nutricional”, 
realizado em Fortaleza, no Estado do Ceará. Tal conferência teve como o 
objetivo a formulação de uma estratégia para a criação do SISAN, para 
estruturar e pautar seus eixos na soberania alimentar e nutricional, como forma 
de se garantir o desenvolvimento sustentável. Assim a comissão organizadora 
do evento declara em seu relatório final:
A III CNSAN reafirmou que o objetivo da segurança alimentar e 
nutricional implica uma concepção de desenvolvimento sócio-
econômico que questiona os componentes do modelo hegemônico no 
Brasil que são geradores de desigualdade, pobreza e fome e com 
impactos negativos sobre o meio ambiente e a saúde. A busca desse 
objetivo requer que a PNSAN seja orientada por seis diretrizes 
integradoras dos diferentes setores de governo e da sociedade civil: 
(i) promover o acesso universal à alimentação adequada e saudável; 
(ii) estruturar sistemas justos, de base agroecológica e sustentáveis 
de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos; 
(iii) instituir processos permanentes de educação e capacitação em 
segurança alimentar e nutricional e direito humano à alimentação 
adequada; (iv) ampliar e coordenar as ações de segurança alimentar 
e nutricional para povos indígenas e demais povos e comunidades 
tradicionais definidos pelo decreto 6040/07; (v) fortalecer as ações de 
alimentação e nutrição em todos os níveis de atenção à saúde, de 
modo articulado às demais políticas de segurança alimentar e 
nutricional; (vi) promover a soberania e segurança alimentar e 
nutricional em âmbito internacional (Relatório Final 2007 da III 
Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional).
Outro fator importante neste processo ocorreu em no mês de fevereiro de 
2010, quando a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 047/2003 foi 
aprovada. Nesse sentido, em seu artigo 6º que dispõem dos direitos sociais 
presentes na Constituição Federal Brasileira de 1988, o direito a alimentação é 
“emendado”.
Mais recentemente conforme exposto no sitio da Rede SAN, em 25 de 
agosto de 2010, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o Decreto 
31
Federal nº. 7.272, regulamentando a Lei n°. 11.346 (LOSAN), que cria o 
SISAN, com vistas a assegurar o DHAA, e institui a Política Nacional de 
Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), estabelecendo parâmetros para a 
elaboração do Plano Nacional de SAN. Esse documento também dá outras 
providências, a saber, define a forma de gestão, financiamento, avaliação e 
controle social, e busca assegurar o direito à alimentação adequada e saudável 
em todo o país, conforme prevê a Constituição Federal e a LOSAN.
No capítulo I, das disposições gerais, em seu artigo 1º, este decreto 
define:
Art. 1º Este Decreto define as diretrizes e objetivos da Política 
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), dispõe 
sobre a sua gestão, mecanismos de financiamento, monitoramento e 
avaliação, no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional (SISAN), e estabelece os parâmetros para a elaboração 
do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. 
Em seu artigo 2º assim dispõe sobre os objetivos e as diretrizes da 
PNSAN:
Art.2º Fica instituída a Política Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional - PNSAN, com o objetivo geral de promover a segurança 
alimentar e nutricional, na forma do art.3° da Lei nº. 11.346, de 15 de 
setembro de 2006, bem como assegurar o direito humano à 
alimentação adequada em todo território nacional.
Após exposição da evolução histórica da SAN no Brasil, cabe alertar que 
o entendimento que se tem sobre a SAN em nossos dias pode variar, pois é 
uma temática que ainda se encontra em processo de construção. 
Conforme Parrino (2009), “O conceito de SAN evoluiu na medida em que 
avançou a história da humanidade e alteraram-se a organização social e as 
relações de poder”.
Ribeiro (2008) elucida que através de um estudo publicado pelo Fundo 
das Nações para a Infância (UNICEF), organizado por Maxwell e 
Frankenberger, constatou-se a existência de mais de 30 definições para o 
termo SAN.
O conceito adotado na II Conferência Nacional de SAN, realizada em 
2004, a define como 
32
A realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a 
alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer 
o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base boas 
práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a 
diversidade cultural e que sejam social econômica e ambientalmente 
sustentáveis.
1.3 Redes de Equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional
Para que de fato a Segurança Alimentar se operacionalize existe um 
conjunto de equipamentos públicos para combate a insegurança alimentar e 
nutricional, denominada rede de equipamentos de SAN. Podemos encontrar no 
portal1 do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), os 
equipamentos que compõem atualmente esta rede e que conseqüentemente 
contribuem para a efetivação do SISAN.
1.3.1 Restaurantes Populares
São equipamentos públicos, de alimentação e nutrição, onde as refeições 
são produzidas balanceadamente, de forma a garantir boas práticas de 
alimentação saudável, respeitando hábitos alimentares de cada região. 
Encontram-se instalados em pontos estratégicos de grandes centros 
urbanos, onde o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social e 
insegurança alimentar e nutricional se acentuam. 
O MDS ainda viabiliza por meio de editais públicos a modernização e 
implementação de restaurantes populares, visando desta maneira a promoção 
de SAN. Conforme elucidado no sitio do MDS atualmente existem 92 
restaurantes populares, instalados em 72 municípios brasileiros.
Estas refeições são vendidas a preços acessíveis. 
1 Acessar o sitio: http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar/equipamentos
33
1.3.2 Cozinhas Comunitárias
As cozinhas comunitárias se operacionalizam através da mesma lógica 
dos restaurantes populares, porém, seu público de certa forma é 
estrategicamente selecionado: efetivamente são pessoas que se encontram em 
situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar, que são acompanhadas 
pelos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS).
1.3.3 Banco de Alimentos
O BA é um equipamento que tem por objetivo, arrecadar produtos 
excedentes de mercados, feiras, centrais de abastecimentos, varejões, entre 
outros integrantes da cadeia de produção, armazenagem e processamento de 
alimentos. 
Após o recebimento destes alimentos, os produtos são selecionados, 
processados, separados e embalados. São distribuídos gratuitamente à 
entidades sócio-assistenciais pertencentes ao Sistema Único de Assistência 
Social (SUAS). 
O BA, como equipamento que compõem o SISAN, também tem por 
objetivo distribuir alimentos às cozinhas e restaurantes populares. Outra 
atividade desempenhada pelo BA, é o recebimento dos produtos oriundos do 
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Nesse sentido entendemos que o 
BA contribui significativamente para o combate ao desperdíciode alimentos, ou 
seja, sua existência se torna de grande valia, pois combater ao desperdício é 
umas das ações propositivas da Política de SAN.
1.3.4 Feiras e Mercados Populares
Segundo o portal do MDS, as feiras populares incentivam o agricultor 
familiar a vender seus produtos, de modo a compartilhar experiências 
alimentares, conservando desta maneira a cultura e os hábitos de alimentação 
de cada região, além de evitar o desperdício dos produtos.
Essas feiras, como disposto no sitio do MDS, até o ano passado eram em 
número de 160, espalhadas pelo Brasil. Existem feiras realizadas sempre no 
34
mesmo local, em dias alternados, ou uma vez na semana; e também aquelas 
que a cada semana acontecem em um ponto específico. Existem ainda as 
feiras móveis, realizadas com um veículo adaptado para acomodar os 
produtos. 
Já os mercados populares têm como objetivo a comercialização de 
produtos componentes de uma cesta básicas, porém, são comercializados com 
preços mais acessíveis, a famílias cadastradas.
1.3.5 Educação Alimentar e Nutricional
Para que o cidadão possa ter acesso ao conhecimento de boas práticas 
alimentares, que estimulem a segurança alimentar de cada indivíduo, 
respeitando sua cultura e hábitos, compõe à Política de SAN a promoção da 
Educação Alimentar e Nutricional (EAN), que são ações desenvolvidas pela 
sociedade civil organizada e por parcerias governamentais, para promover a 
intersetorialidade. 
Aproveitando este momento de elucidação dos meios que permitem a 
operacionalização da SAN, se faz de grande valia acrescentar algumas das 
estratégias de combate à fome, aderidas pelo programa Fome Zero, programa 
já mencionado anteriormente, que é a criação do PAA. 
Conforme disposto no sitio2 do MDS:
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é uma das ações do 
Fome Zero e promove o acesso a alimentos às populações em 
situação de insegurança alimentar e promove a inclusão social e 
econômica no campo por meio do fortalecimento da agricultura 
familiar. O PAA também contribui para a formação de estoques 
estratégicos e para o abastecimento de mercado institucional de 
alimentos, que compreende as compras governamentais de gêneros 
alimentícios para fins diversos, e ainda permite aos agricultores 
familiares que estoquem seus produtos para serem comercializados a 
preços mais justos. O Programa propicia a aquisição de alimentos de 
agricultores familiares, com isenção de licitação, a preços compatíveis 
aos praticados nos mercados regionais. Os produtos são destinados 
a ações de alimentação empreendidas por entidades da rede 
socioassistencial; Equipamentos Públicos de Alimentação e Nutrição 
como Restaurantes Populares, Cozinhas Comunitárias, e Banco de 
Alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade social. Além 
disso, esses alimentos também contribuem para a formação de 
cestas de alimentos distribuídas a grupos populacionais específicos.
2 Acessar o sitio: http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar/alimentoseabastecimento/paa
35
1.4 Segurança Alimentar e Nutricional no Estado do Paraná
 
Nesse trecho do estudo, apontar-se-á as lutas e as conquistas 
alcançadas no âmbito estadual. Nesse sentido traçaremos o histórico 
percorrido, onde se encontram marcos importantes para a efetivação desta 
temática no Estado do Paraná.
Conforme expõe Parrino (2009), em 1993, existia a atuação do Comitê 
Ação da Cidadania do Paraná, projeto criado pelo sociólogo Betinho, com 
repercussão nacional. Nesse mesmo ano, criou-se o Comitê de Entidades 
Públicas no Combate à Fome (COEP). Podemos encontrar o sítio3 do COEP as 
seguintes considerações referentes ao programa:
O COEP – Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida – foi 
criado em 1993 em meio à intensa mobilização da sociedade civil 
deflagrada pelo Movimento pela Ética na Política, tendo entre seus 
idealizadores o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. O objetivo era 
reunir empresas para somar esforços na articulação e implementação 
de ações voltadas para o combate à fome e à miséria. Inicialmente, 
eram 30 as entidades envolvidas; hoje, o COEP é um dos principais 
articuladores junto a organizações públicas e privadas para a 
promoção de iniciativas visando o desenvolvimento humano e social, 
em especial as realizadas em comunidades de baixa renda de todo o 
país. São mais de 1.100 instituições envolvidas nas 27 unidades da 
federação e em 29 municípios, incluindo entidades de classe e 
universidades, nas quais funcionários, colaboradores, professores e 
alunos são incentivados a participar de diferentes projetos sociais.
Prosseguindo com as elucidações de Parrino (2009), no ano de 1997, 
acontece a criação do Grupo de Estudos e Ações em Segurança Alimentar e 
Nutricional (GEASAN). A respeito deste grupo de estudos, podemos encontrar 
no sitio4 do CONSEA/PR, as seguintes considerações:
O GEASAN desenvolveu seus trabalhos tendo como objetivos: 
divulgar o conceito de segurança alimentar e nutricional e seus eixos 
estratégicos; viabilizar a integração e a implementação das ações 
desenvolvidas por seus integrantes, contribuindo para a construção 
da Segurança Alimentar e Nutricional no nível local; apoiar a 
formação de Conselhos Locais de Segurança Alimentar e Nutricional. 
3 Acessar o sitio: 
http://www.coepbrasil.org.br/portal/publico/apresentarConteudo.aspx?
CODIGO=C2007423103136125&TIPO_ID=5
4 Acessar o sítio: http://www.consea.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=5
36
Dentre as atividades desenvolvidas pelo GEASAN tiveram destaque a 
realização de eventos no Dia Mundial da Alimentação, quando foram 
criados espaços de discussão e de articulação de ações, Oficinas 
Temáticas de Trabalho e de Capacitação na Área de Segurança 
Alimentar e Nutricional. Os principais avanços obtidos pelo GEASAN 
puderam ser aferidos com a popularização e sensibilização de 
diferentes segmentos da sociedade civil e das instituições de 
governo, introduzindo na pauta de discussões a concepção de 
estratégias e de políticas públicas comprometidas com o 
enfrentamento da insegurança alimentar e nutricional.
Logo em 2003, assim como disposto neste mesmo sítio, através da 
intermediação da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção 
Social (SETP) ocorreram diversas ações de enfrentamento à pobreza e à fome. 
Uma delas é a instituição do Programa Fome Zero Paraná; em face disso 
ocorreram 18 fóruns regionais para a elucidação de tal programa. 
Outro marco importante deste mesmo ano foi a criação do Fórum 
Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (FESAN). Essa instituição 
realizou no mesmo ano de sua criação o I Encontro Estadual de SAN, com o 
tema "Vamos acabar com a fome", abordando questões como segurança 
alimentar, direitos humanos e mobilização social; economia solidária, geração 
de emprego e renda; e o componente nutricional da segurança alimentar.
Ainda em 2003 ocorreu a criação do CONSEA/PR, através do decreto nº. 
1.556, de 09 de julho de 2003. 
No ano seguinte (2004) aconteceram 14 conferências regionais de SAN e, 
em seguida, a I Conferência Estadual de SAN. 
Em 2006, ocorre a II Conferência Estadual de SAN. Nesse mesmo ano, 
ocorreu outro marco importante para a evolução da SAN no Estado do Paraná: 
a criação da Frente Parlamentar de SAN. 
Em 2008, aconteceu a aprovação da Lei Estadual de SAN - nº. 15.791, 
que institui a política no Paraná. E, em 2009, criou-se o Departamento de 
Segurança Alimentar e Nutricional (DESAN), ou o antigo SETP

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