Buscar

ADO semana 9

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
 
 
 
PARTIDO PROGRESSISTA, com representação no Congresso Nacional, 
representado por seu Presidente..., CNPJ nº..., com sede na..., bairro..., cidade..., por seu advogado infra-assinado, com endereço p rofissional na..., bairro..., cidad e..., endereço que indica para fins do artigo 106, do C PC/2015, devidamente constituído, conforme procuração com poderes especiais em anexo (Lei nº 9.868/99), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 103, § 2º, da CRFB/88, sendo também disciplinada nos artigos 12-A a 12-H da Lei nº 9.868/99, alterada pela Lei nº 12.063/2009 que acrescentou à lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999, o Capítulo II-A, propor:
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO
 
com base no artigo 103, §2º, da CRFB/88 e n a Lei nº 9.868/99, por omi ssão do SR. GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA em face do 
descumprimento e da falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, , da Constituição Federal, esperando que seja recebida e seguindo as formalidades de estilo, seja distribuída e ao final declarada a mora do Poder competente, que inviabiliza a aplicação da norma const itucional, conforme será demonstrado ao longo da presente petição, nos termos e motivos que passa a expor. 
 
DA LEGITIMIDADE 
A legitimidade ativa do partido político para a p ropositura da presente encontra 
assento no artigo 103, VIII, da CRFB/88, e conf orme pacificado por esta corte, se gundo o Ministro Celso de Mello, independe de pertinência temática “... os partidos políticos tem legitimidade pa ra ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade, independentemente da matéria versada na norma atacada” “O reconhecimento da legitimidade ativa das agremiações partidárias para a instauração de controle normativo abstrato, sem as restrições decorrentes do vinculo de pertinência, constitui natural derivação da própria natureza e dos fins inst itucionais, qu e justificam a existência em nosso sistema normativo, dos partidos 
políticos.” (STF – ADI 1396). Portanto, o Requerente por ser considerado Autor Neut ro e Universal encontra-se dispensado de demonstrar Pertinência Temática. 
 
DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
Na forma do artigo 102, I, “a”, CRFB/88 é d e competência originária do S TF o 
processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. É certo que frente a omissão le gislativa federal que se discute no caso em q uestão, a competência originária do Supremo Tribunal Federal resta evidenciada. 
 
DO CABIMENTO 
A competência legislativ a dos Órgãos Estatais é um poder-dever, porquanto o 
princípio fundamental d o Estado de Direito Republicano exige que o poder político dev e ser exercido para a realização não de interesses particulares, mas do bem comum do povo (res publica). Segue-se d aí que toda competência dos ór gãos públicos, em lugar de si mples faculdade ou direito subjetivo, representa incontestavelmente um poder-dever. Assim, ao dispo r a Constituição da República que o Legislativo, o Executivo e o J udiciário são “Poderes da União, independentes e harmônicos entre si” (artigo 2°), reforça o princípio que se acaba de lembrar, pois quando os órgãos estatais constitucionalmente dotados de competência exclusiva deixam de exercer seus pode res-deveres, o Estado de Direito desaparece. Sabe-se ser imprescindível, para o cabimento da ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão a existência de um direito previsto na Constit uição Federal que não possa ser exercido por ausência de lei especifica e, no caso em tela, tal direito, pode ser encontrado no artigo 37, X da CRFB/1988. 
 
DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
Trata-se de ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão, proposta pelo Partido Progressista com representação n o Congresso Nacional, considerando o descumprimento e da falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, da Constituição Federal, o qual prevê a revisão geral anual dos servidores público s, na mesma data e com índices idênticos, para reajuste anual dos servidores públicos do Estado de Santa Catarina. É nítida a omissão do Governador do Estado de Santa Catarina, do dever de encaminhar ao Poder Legislativo projeto de lei que regulamente a r evisão geral anual, na mesma data e sem distinção de índices, da remuneração dos servidores públicos dessa unidade da Federação, conforme o disposto no art. 37, X, da Constituição Federal. Cabe salientar que a última revisão r emuneratória oco rrida nesse Estado-membro se deu com a edição da Lei x xx, de 10/10/2003, assim os servidores acumulam, desde então, sucessivas p erdas salariais geradas pela inflação, e mesmo apó s decorrido todo esse tempo, não há qualquer sinal de que o Executivo Estadual pretenda cump rir o ditame ora destacado. Assim, configurado o comportamento omissivo do Chefe do Poder Executivo catarinense, corroborado tanto pelos reajustes pontuais concedidos a determ inadas carreiras estaduais como pela aus ência, nas leis orçamentárias dos últim os anos, de dotações visando restituir as perdas sal ariais dos servidores, pretende a presente ação para ver declarada a omissão, tendo em vista a inex istência de norma regulamentadora do art. 37, X, da Carta Magna, pretendendo-se também o estabelecimento do prazo de trinta dias para que o Exmo. Sr. Governador do Estado de Santa Catarina encaminhe ao Poder Legislativo projeto de lei específico, destinado a fixar ou manter a periodicidade máxima de 12 meses para reajuste dos vencimentos. Considerando os fatos acima ex pedidos, é nítido o direito que ora se pleiteia, dado o caráter obrigatório da revisão geral anual prevista no inc. X, do artigo 37, da CF/88, sendo certo que deve ser fixado um prazo razoável para que o Governado r proponha a lei reclamada, p razo este de acordo com art. 103, § 2º, da Lei Maior, ou ao menos qualquer outro prazo razoável que faça r espeitar as garantias constitucionais dos se rvidores públicos catarinenses. Não restam dúvidas o direito a revisão geral anual dos índices de remuneração e subsídios dos servidores públicos estaduais, sendo esse direito um fortalecer da Garantia de irredutibilidade, sendo certo que a mora do Poder Executivo em propor a lei revisora para cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárqui ca, vem gerando sérios prejuízos aos servidores, violando de forma clara a garantia de irredutibilidade, pois o texto Constitucional assegura a anu alidade e a igualdade de condições de todos os servidores, sem distinção, devendo ocorrer por intermédio de l ei específica, sob pena de viol ar o princípio constitucional da igualdade (artigo 5º da CRFB/88). 
Ademais, a omissão p erpetrada p elo Excelentíssimo Sr. Governador afronta também, ainda que indiretamente, os preceitos cons titucionais estribados no artigo 6º, caput, da CRFB, direitos sociais do cidadão como educação, saúde, laz er etc, não apenas para per si, mas também para sua família, pois a ausência de reajuste priva diretamente o servidor do exercício de tais direitos, considerando a
baixa do poder aquisitivo. Por fim, e não menos importante, cabe ressaltar que se esta a incorrer em crime de responsabilidade, pos to que tal omissão atenta contra o cumprimento da Constituição Federal, sit uação que se enquadra no art igo 85, in ciso, VII, da CRFB/88, p elo que deve ser reconhecida e declarada a inconstitucionalidade por omissão. 
DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR 
 
Torna-se imprescindível, in casu, a concessão de medida cautelar inaudita altera pars (com fulcro na Lei Federal nº 9.868/ 99), para que seja concedido a fix ação de prazo para a edição da Lei Complementar, considerando os requisitos ensejadores para o deferimento d a medida, já que o fumus boni iuris reside na omissão legislativa de norma garantidora do direito revisão geral anual dos se rvidores públicos, na mesma data e com índices idênticos, para reajuste anual dos servidores públi cos do Estado de Santa Catarina, e o periculum in mora no fato de que os servidores encontram-se desemparados em sua regulamentação, restando impedidos de exercer direito constitucional. 
 
 
DO PEDIDO 
 
Pelo exposto, requer a V.Exª.: 
1. com fulcro no artigo 12-F da Lei nº 9.868/99, o deferimento de medida cautelar para, fixar prazo na forma do artigo 103, § 2º, da CR FB/88 ou qualquer outro prazo entendido por razoável para que o Chefe do Poder Ex ecutivo providencie a lei Complementar de forma a atender o artigo 37, X, da CRFB/88; 
2. a notificação do Exmo. Sr. Governador do E stado..., para que como órgão/autoridade responsável pela elaboração da Lei, manifeste-se, querendo, no prazo legal; 
3. a notificação, caso Vossa Ex celência entenda p ertinente, do Exmo. Sr. Advogado -Geral da União p ara se manifestar sobre o mérito da pr esente ação, no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do artigo 12-E, § 2º, da Lei nº 9.868/99; 
4. a oitiva do Exmo. Sr. Procurador Geral da República para que emita o seu parecer, nos termos do artigo 12-E, § 3º, da Lei nº 9.868/99; 
5. a procedência do pedido para que s eja declarada a mora legislativa do Exmo. Sr. Governador do Estado na elaboração da Lei específica do artigo 37, X, da CRFB/88. 
 
DAS PROVAS 
 
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito na forma do artigo 14, parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental (em anexo cópia das decisões judiciais). 
 
DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à causa o valor de R$ .... 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Local..., data... 
 
Advogado... 
OAB/UF n.º... 
thumb_up

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais