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Direito Penal I

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DIREITO PENAL I
?
2005
1º Semestre
EXPEDIENTE
CURSO DE DIREITO – CADERNOS DE EXERCÍCIOS
Coordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá
Prof. Sérgio Cavalieri Filho
Prof. André Cleofas Uchôa Cavalcanti
Coordenação Executiva: Márcia Sleiman
COORDENAÇÃO DO PROJETO
Comissão de Qualificação e Apoio Didático-pedagógico
Presidência: Prof. Laerson Mauro
Coordenação: Prof.ª Tereza Moura
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
Prof.ª Elisa Pittaro
APRESENTAÇÃO
A metodologia de ensino aplicada no Curso de Direito da Universidade
Estácio de Sá é centrada na articulação entre a teoria e a prática, com
vistas a desenvolver o raciocínio jurídico do aluno. Essa metodologia
abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito, permitindo
o exercício constante da pesquisa, bem como a análise de conceitos e a
discussão de suas aplicações. Nesta perspectiva, foi criada a Coleção
Cadernos de Exercícios, que contempla uma série de casos práticos e
interdisciplinares para serem desenvolvidos em aula, simulando casos
concretos de provável ocorrência na vida profissional. O objetivo desta
coleção é possibilitar aos alunos o acesso ao material didático que propi-
cie um aprender fazendo.
Os pontos relevantes para o estudo dos casos devem ser objeto de
pesquisa prévia pelos alunos, envolvendo a legislação pertinente, a dou-
trina e a jurisprudência, de forma a prepará-los para as discussões reali-
zadas em aula.
Esperamos, com estes cadernos, criar condições para a realização de
aulas mais interativas e propiciar a melhoria constante da qualidade do
ensino do nosso Curso de Direito.
Coordenação Geral do Curso de Direito
PROCEDIMENTOS
1. Ler, antecipadamente, os casos concretos e as questões de múltipla
escolha que serão objeto da aula seguinte, pesquisando a base
conceitual necessária.
2. Levar para a aula os apontamentos e o material de consulta necessári-
os à solução dos exercícios (código, doutrina e jurisprudência), assim
como, em folha avulsa, a resolução das questões.
3. Acompanhar o desenvolvimento da aula, participar ativamente de de-
bates mediados pelo professor e construir, em conjunto com os de-
mais alunos, as respostas para os exercícios.
4. Arquivar as respostas das questões debatidas e solucionadas, em
pasta própria, identificada com nome, turma, turno e unidade, devida-
mente rubricadas pelo professor no dia da respectiva aula.
5. Manter o arquivo atualizado, aprimorando a fundamentação de cada
resposta com doutrina e jurisprudência, se houver.
ATENÇÃO
A participação do aluno na discussão das questões e a apresentação das
pastas devidamente organizadas, com todos os exercícios resolvidos e
fundamentados com doutrina e jurisprudência, serão objeto de avaliação
subjetiva do professor, que poderá atribuir até dois pontos em cada uma
das PRs (PR1/PR2, mesmo em 2ª chamada), não valendo essa avaliação
para a PROVA FINAL.
Estrutura das provas (PR1, PR2, mesmo em 2ª chamada)
Cada uma das provas valerá 8,0 pontos, da seguinte forma:
• duas questões de múltipla escolha, com respostas justificadas, va-
lendo 1,0 ponto cada;
• dois casos concretos, valendo 2,5 pontos cada;
• uma questão conceitual (aquela que exige a compreensão dos con-
ceitos por meio da síntese), valendo 1,0 ponto.
SUMÁRIO
AULA 2
Princípios gerais e constitucionais do Direito Penal
A importância dos princípios no estudo do Direito. Princípio da
dignidade da pessoa humana. Princípio da intervenção mínima.
Conceito e aplicação. Princípio da lesividade. Conceito e base
constitucional. Princípio da insignificância. Conceito e reflexos na
tipicidade. Princípios da individualização e da limitação das penas.
Conceito e sede constitucional. Princípio da adequação social.
Conceito e conseqüências práticas. Princípio da culpabilidade.
Conceito e sede constitucional. Princípio da reserva legal. Conceito
e sede constitucional................................................................ 9
AULA 3
Da norma penal
Classificação. Norma penal em branco. Interpretação, integração e
aplicação da lei penal. Analogia. Concurso ou conflito aparente de
normas................................................................................. 10
AULA 4
Lei penal no tempo
Princípios: geral, retroatividade, irretroatividade, ultratividade,
abolitio criminis, novatio legis incriminadora, in mellius e in pejus.
Lei penal no espaço. Territorialidade e extraterritorialidade. Tempo e
lugar do crime.......................................................................... 12
AULA 5
Teoria do crime
Infração penal. Diferença entre crime e contravenção. Conceito de
crime: formal, material e analítico. Conceito de crime adotado por
Damásio, Dotti, Mirabete e Delmando. Conduta: ação e omissão.
Conceito de ação: causal, final e social. Crimes comissivos, omissivos
próprios e impróprios. Agente garantidor............................... 13
AULA 6
Resultado
Jurídico e naturalístico. Teoria da imputação objetiva. Relação de
causalidades. Conceito de causa e concausas. Interrupção do nexo
causal. Causas absolutas e relativamente independentes. Causas
anteriores, concomitantes e supervenientes. Tipicidade. Tipicidade
formal e conglobante. Tipo penal: conceito, estrutura, características,
elementos e espécies.............................................................. 15
AULA 7
Iter criminis
Fases: cogitação, preparação, execução e consumação. Distinção
entre atos preparatórios e executórios. Consumação e exaurimento.
Tentativa: definição, natureza jurídica e espécies. Desistência
voluntária. Arrependimento eficaz. Arrependimento posterior. Crime
impossível................................................................................. 17
AULA 8
Classificação dos crimes
Crimes comuns e próprios; crimes de mão própria ou atuação pessoal;
crimes de dano e de perigo; crimes materiais formais e de mera
conduta; crimes instantâneos, permanentes e instantâneos de efeitos
permanentes; crime impossível; crime habitual; crime complexo..... 18
AULA 9
Dolo e culpa
Do tipo do crime doloso. Conceito e natureza do dolo. Teorias e
espécies de dolo. Teoria do crime culposo. Conceito e elementos do
delito culposo. Imprudência, negligência e imperícia. Espécies de
culpa. Crime culposo e tipo aberto. Diferença entre culpa consciente
e dolo eventual. Crime preterdoloso..........................................1 9
AULA10
Ilicitude
Formal e material. Exclusão da ilicitude. Conceito. Discriminantes
legais e discriminantes supralegais. Estado de necessidade: conceito,
natureza, fundamento jurídico, requisitos. Excesso no estado de
necessidade. Legítima defesa: conceito, natureza, fundamento
jurídico, requisitos. Distinção entre legítima defesa e estado de
necessidade. Excesso na legítima defesa................................. 21
AULA 11
Ilicitude (continuação)
Estrito cumprimento do dever legal: Conceito, natureza, fundamento
jurídico, requisitos. Excesso no cumprimento do dever legal. Exercício
regular de direito: conceito, natureza, fundamento jurídico, requisitos.
Excesso no exercício regular de direito. O consentimento do ofendido:
conceito, finalidade, natureza jurídica e requisitos................... 23
AULA 12
Culpabilidade
Conceito, natureza e fundamento jurídico. Elementos da
culpabilidade na concepção finalista: imputabilidade, potencial
consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Cau-
sas de exclusão da culpabilidade: inimputabilidade por doença
mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
Embriaguez. Emoção e paixão. Coação moral irresistível. Obediência
hierárquica. A inexigibilidade de conduta diversa como causa
supralegal de exclusão da culpabilidade. Erro de proibição: conceito
e formas. Erros de proibição escusável e inescusável. Erros de
proibição: efeitos quanto ao dolo e culpabilidade......................... 24
AULA13
Teoria do erro
Erro. Erro de tipo. Conseqüências do erro de tipo. Erros de tipo es-
sencial e acidental. Descriminantes putativas. Descriminan-
tes putativas e teorias extremada e limitada da culpabilidade.
Erro provocado por terceiro. Erro sobre o objeto. Erro sobre a
pessoa. Erro na execução (aberratio ictus). Resultado diverso do
pretendido (aberratio criminis). Erro de tipo e erro de proibição:
comparação....................................................................................... 26
9
AULA 2
Princípios gerais e constitucionais do Direito Penal
A importância dos princípios no estudo do Direito. Princípio da dignida-
de da pessoa humana. Princípio da intervenção mínima. Conceito e apli-
cação. Princípio da lesividade. Conceito e base constitucional. Princípio
da insignificância. Conceito e reflexos na tipicidade. Princípios da
individualização e da limitação das penas. Conceito e sede constitucio-
nal. Princípio da adequação social. Conceito e conseqüências práticas.
Princípio da culpabilidade. Conceito e sede constitucional. Princípio da
reserva legal. Conceito e sede constitucional.
CASO 1
Caio foi preso em flagrante quando vendia pacotes de cigarro trazidos
ilegalmente do Paraguai. Levado à delegacia, foi instaurado inquérito
policial. Após exame pericial, constatou-se que o valor do produto apre-
endido não ultrapassava R$ 20,00.
Considerando os princípios gerais e constitucionais do Direito Penal, res-
ponda: O pequeno valor da mercadoria apreendida tem alguma relevância
jurídica? A utilização do princípio da insignificância tem reflexos na tipicidade?
CASO 2
Mévio, perigoso traficante de drogas, foi preso e condenado a 15 anos
de prisão pela prática de crimes. Encaminhado ao sistema penitenciário
para iniciar o cumprimento da pena, foi encontrada em seu poder uma
arma de fogo. O diretor do estabelecimento, preocupado com a seguran-
ça dos outros presos, determinou que Mévio fosse amarrado em sua cela
e proibido de ter acesso a qualquer familiar pelo período de 60 dias.
Pergunta-se: A medida administrativa viola algum princípio constitucio-
nal? Qual a conseqüência da violação do princípio supracitado?
CASO 3
Caio foi preso em flagrante delito pela prática da contravenção penal
conhecida vulgarmente como jogo do bicho, sendo imediatamente leva-
10
do para a delegacia. Já em fase judicial, você é procurado para postular a
sua defesa.
Diante dos princípios gerais do Direito Penal, indique a provável tese
defensiva, justificando-a.
CASO 4
Valda e Tícia foram presas e conduzidas à delegacia de polícia porque se
prostituíam na orla carioca. As duas são maiores e capazes e não estavam
sendo obrigadas a praticar aquela atividade imoral.
Diante da negativa repercussão moral que a prostituição acarreta no
meio social, isto por si só justificaria a incriminação de tal atividade e
conseqüentemente a prisão das prostitutas?
CASO 5
Pedro foi condenado pela prática do crime previsto no art. 213 (estupro)
do Código Penal, delito considerado hediondo pela Lei 8.072/1990. Aten-
dendo à determinação expressa no art. 2º da Lei dos Crimes Hediondos,
que prevê o cumprimento da pena em regime integralmente fechado, o
juiz estabelece como sanção definitiva oito anos de reclusão, sem a pos-
sibilidade de Pedro progredir para um regime menos severo.
Diante do exposto, responda: A impossibilidade de progressão de regi-
mes, prevista expressamente na Lei 8.072/1990, viola algum princípio cons-
titucional? Diante da constatação da inconstitucionalidade, seria possí-
vel afastar a aplicação de uma norma expressa na Lei 8.072/1990?
AULA 3
Da norma penal
Classificação. Norma penal em branco. Interpretação, integração e apli-
cação da lei penal. Analogia. Concurso ou conflito aparente de normas.
11
CASO 1
Caio, Tício e Bráulio respondem à ação penal pela prática do crime pre-
visto no art. 16 da Lei 6.368/1976. Foram surpreendidos utilizando subs-
tância entorpecente. Durante este período, uma nova lei entra em vigor e
retira aquela substância utilizada do rol de substâncias entorpecentes.
Diante desta alteração legal, seria possível responsabilizar criminalmente
os três?
CASO 2
Maria engravidou após ter sido vítima de grave crime contra os costu-
mes – atentado violento ao pudor –, previsto no art. 214 do CP. Preten-
dendo realizar um aborto, a gestante solicita autorização judicial. O pedi-
do é negado, sob a fundamentação de que a lei só permite o aborto
quando a gestação é proveniente do crime de estupro, previsto no art.
213, nos exatos termos do art. 128 do Código Penal.
Pergunta-se: Qual a natureza da norma penal prevista no art. 128? Em
normas desta natureza seria possível o emprego da analogia? Na hipóte-
se narrada acima seria possível o emprego da interpretação analógica?
CASO 3
Mévio, conhecido estelionatário, responde à ação penal pela prática dos
crimes previstos nos artigos 171 e 297 do Código Penal. Falsificou diver-
sos documentos para praticar um de seus golpes. Na sentença, aplican-
do a Súmula 17 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o magistrado en-
tendeu que o crime de estelionato absorveria o falso, tendo condenado
Mévio pelo crime previsto no art. 171 do Código Penal.
Pergunta-se: Há conflito aparente de normas na hipótese? Entre os prin-
cípios que solucionam a questão, qual foi utilizado pelo STJ na Súmula
17? Seria realmente possível falarmos em absorção nesta hipótese?
12
CASO 4
Caio, mediante emprego de grave ameaça exercida com arma de fogo, obri-
ga Mévia a praticar com ele conjunção carnal e atos libidinosos diversos,
realizando os crimes previstos nos arts. 213 e 214 do Código Penal.
Seria possível aplicarmos algum princípio do conflito aparente de nor-
mas, de forma que Caio responda apenas por um único delito?
AULA 4
Lei penal no tempo
Princípios: geral, retroatividade, irretroatividade, ultratividade, abolitio
criminis, novatio legis incriminadora, in mellius e in pejus. Lei penal no
espaço. Territorialidade e extraterritorialidade. Tempo e lugar do crime.
CASO 1
Devido a recentes estudos médicos, foi descoberto que determinada
marca de cigarro vem causando grave doença respiratória, altamente
contagiosa. Tal fato fez com que o governo elaborasse lei definindo que
a aquisição de tais cigarros é crime, punido com pena privativa de liber-
dade, cuja vigência iniciou em 25 de agosto de 2002. Em 23 de agosto de
2002, Caio e Tício ingressaram em um bar e adquiriram dois pacotes desta
marca de cigarros.
Pergunta-se: A conduta dos agentes é típica? É possível a retroatividade
da lei nesse caso?
CASO 2
Mévia foi condenada de forma irrecorrível pela prática do crime previsto
no art. 121, § 2º, II, do Código Penal, e praticado em 1992. Em 1994, surge
lei nova que determina a inclusão deste delito no rol dos chamados
crimes hediondos, previstos na Lei 8.072/1990.
Considerando que esta lei impõe diversos institutos extremamente
gravosos aos réus, seria possível a sua aplicação em relação ao fato
praticado por Mévia? Justifique.
13
CASO 3
Mévio, brasileiro, comete crime de homicídio qualificado na Itália, onde é
preso, processado e condenado à prisão perpétua. Cumpridos seis anos
de sua pena, consegue fugir e retornar ao Brasil. Por força de pedido de
extradição feito pelas autoridades italianas, Mévio é localizado pela polí-
cia no Município de Porciúncula. Novamente julgado e processado no
Brasil, recebe a pena de 18 anos de reclusão.
Considerando a narrativa, responda: Qual o princípio que possibilitou o
novo julgamento? Quanto tempo de prisão Mévio deverá cumprir no Brasil?
CASO 4
Um navio do governo brasileiro, em serviço oficial, ancorou em terras
americanas. Ainda no interior da embarcação, dois tripulantes discuti-
ram, resultando na morte de um deles.
Pergunta-se: O crime deverá ser julgado segundo a lei brasileiraou a lei
americana?
CASO 5
Caio, quando tinha 17 anos de idade, seqüestrou Tício e pediu determi-
nada quantia como forma de pagamento de resgate. Após ter completado
18 anos, ainda com a vítima em seu poder, Caio é surpreendido pela
polícia e preso em flagrante delito.
Diante dos fatos narrados, responda: Em relação ao tempo do crime, qual a
teoria adotada pelo Código Penal? Pelo fato de Caio ter iniciado ação crimi-
nosa com 17 anos, é possível que ele responda pela prática do delito?
AULA 5
Teoria do crime
Infração penal. Diferença entre crime e contravenção. Conceito de crime:
formal, material e analítico. Conceito de crime adotado por Damásio, Dotti,
Mirabete e Delmando. Conduta: ação e omissão. Conceito de ação: cau-
14
sal, final e social. Crimes comissivos, omissivos próprios e impróprios.
Agente garantidor.
CASO 1
Caio cortou uma árvore, que tombou sobre uma linha de transmissão de
energia elétrica, derrubando-a. Despreocupado com este resultado, Caio
não comunicou o ocorrido à empresa concessionária de energia elétrica.
Ocorre que os fios haviam caído sobre uma cerca de arame farpado. No
dia seguinte, Tício, ao tocar na cerca, morreu eletrocutado.
Será possível responsabilizar Caio?
CASO 2
Tício é funcionário de um clube, no qual durante a manhã, funciona uma
escola maternal. Todas as noites Tício tem a tarefa de cobrir a piscina,
evitando acidentes com os alunos da escola. Em determinada noite, Tício
não cobre a piscina e, apesar de avisado pelo diretor do clube para
retornar e cumprir sua tarefa, Tício decide não voltar ao serviço, para
resolver o problema no dia seguinte. No dia seguinte, ao chegar no clu-
be, Tício descobre que uma criança morreu afogada.
Seria possível responsabilizar Tício pela morte da criança?
CASO 3
Mévia, mãe de Clara, 3 anos, contrata uma babá para cuidar da criança.
Todas as vezes que Clara chorava, a babá, com a intenção de castigá-la,
sacudia-a violentamente e desferia tapas em sua cabeça, atirando-a ao
chão. O fato ocorria com muita freqüência, com o conhecimento de Mévia
e do porteiro Severino, que nada faziam para impedir as agressões.
Analisando a posição de todas as pessoas envolvidas, responda as
questões: A omissão do porteiro é penalmente relevante? É correto afir-
mar que Mévia praticou um crime comissivo?
15
CASO 4
Valdo, cuidadoso neurologista, está realizando cirurgia encefálica em
Tício. Em momento crucial da intervenção, a distraída e vaidosa
instrumentadora Mary desequilibra-se porque estava usando um sapato
de salto alto e cai sobre o médico, que lesiona definitivamente e de forma
gravíssima o cérebro de Tício.
De que forma seria possível atribuirmos o resultado danoso a Valdo e
Mary?
CASO 5
Carlos, policial militar, assiste inerte à prática do furto de um veículo.
Apesar de ter condições de impedir a consumação do crime e prender o
autor sem grandes transtornos, ele apenas assiste ao fato.
Considerando o fato de a lei estabelecer o dever de agir aos policiais em
situações como estas, a omissão de Carlos é penalmente relevante?
AULA 6
Resultado
Resultado jurídico e naturalístico. Teoria da imputação objetiva. Rela-
ção de causalidade. Conceito de causa e concausas. Interrupção do
nexo causal. Causas absolutas e relativamente independentes. Causas
anteriores, concomitantes e supervenientes. Tipicidade. Tipicidade
formal e conglobante. Tipo penal: conceito, estrutura, características,
elementos e espécies.
CASO 1
Mévio, pretendendo matar Tício, efetua diversos disparos de arma de
fogo em sua direção, deixando-o gravemente ferido. Após ser encontra-
do por um morador do local, Tício é socorrido e levado para o hospital,
onde falece por conta de um desabamento.
16
Pergunta-se: É correto falarmos que Mévio praticou o crime de homicídio
consumado? Se Tício morresse alguns dias após o disparo, devido a com-
plicações pós-operatórias, Mévio responderia por homicídio consumado?
CASO 2
Pedro, com a finalidade de matar Caio, disparou um tiro de revólver em
seu peito. Socorrido a tempo, a vítima foi colocada na ambulância e leva-
da ao hospital mais próximo. Lá, o único médico de plantão não pôde
atender Caio prontamente porque estava operando outro paciente. Em
razão da longa espera, Caio não resistiu ao ferimento e faleceu.
O resultado morte pode ser atribuído a Pedro?
CASO 3
Caio, conhecido assaltante que atuava em um ponto de ônibus localiza-
do em movimentada rodovia, aborda a jovem Mévia, subtraindo-lhe seus
pertences, mediante grave ameaça. Apavorada com o roubo, Mévia re-
solve atravessar a rodovia correndo, é atropelada por um veículo não
identificado e morre no local.
Caio deverá responder pelo resultado morte de Mévia?
CASO 4
Tício, utilizando-se de grave ameaça exercida com arma de fogo, anuncia
um assalto a Caio, de 85 anos. Caio, em razão do susto decorrente da
abordagem e ameaçado de morte, tem um ataque cardíaco fulminante e
cai morto no local, enquanto Tício se evade com os pertences da vítima.
Tício deve ser responsabilizado pela morte da vítima?
CASO 5
Preso em flagrante delito quando trazia consigo para consumo 0,45 gra-
ma de maconha (substância entorpecente, cannabis sativa), Caio é ime-
diatamente levado para a delegacia. Já em fase judicial, o promotor de
17
Justiça pede a condenação de Caio, pois restaram comprovadas a autoria
e a materialidade delitivas. A defesa, porém, afirma que a conduta é atípica.
Considerando a dinâmica delitiva, responda: Diante da pequena quanti-
dade de substância entorpecente apreendida, seria possível falarmos em
atipicidade formal ou material? É possível aplicarmos os princípios da
lesividade e insignificância na hipótese?
AULA 7
Iter criminis
Fases: cogitação, preparação, execução e consumação. Distinção entre
atos preparatórios e executórios. Consumação e exaurimento. Tentativa:
definição, natureza jurídica e espécies. Desistência voluntária. Arrepen-
dimento eficaz. Arrependimento posterior. Crime impossível.
CASO 1
Caio, com dolo de matar e em conluio com Mévio, que lhe emprestara o
armamento, desfere um disparo de arma de fogo em Tício. Mas, quando
nada o impedia de prosseguir na empreitada criminosa, Caio desiste e
presta socorro a Tício; evita a sua morte e contraria a vontade de Mévio,
que desejava que a vítima morresse.
Pergunta-se: É possível falarmos em tentativa de homicídio? Na hipóte-
se, houve desistência voluntária ou arrependimento eficaz? Qual a situa-
ção jurídico-penal de Caio e Mévio?
CASO 2
Após ingressar em uma residência, Caio começa a recolher alguns obje-
tos valiosos, com a intenção de vendê-los e conseguir dinheiro. Porém,
antes de sair do local, escuta um barulho na varanda da residência, e,
com medo de ser descoberto, abandona os objetos e foge do local.
Pergunta-se: Houve início de execução do crime de furto? É correto falar-
mos em tentativa de furto? A desistência de Caio foi espontânea ou
voluntária?
18
CASO 3
Após intensa discussão com sua namorada, Caio desfere várias faca-
das na amada, totalizando 17 ferimentos. Quando a vítima estava desa-
cordada, Caio resolve socorrê-la, levando-a para o hospital. Assim,
evita a sua morte.
Seria correto afirmarmos que Caio responderá por tentativa de homicí-
dio? Resposta objetivamente justificada.
CASO 4
Carlos emite cheque que é recusado por falta de fundos. Instaurado inqué-
rito policial pela prática do crime de estelionato, Carlos paga a dívida.
Pergunta-se: Qual a conseqüência do pagamento do cheque emitido
sem fundos, feito antes do início da ação penal? É possível aplicarmos
o art. 16 do Código Penal? Se o pagamento da dívida fosse parcial e o
lesado ficasse satisfeito, esta quitação teria conseqüências jurídico-
penais?
CASO 5
Durante uma enérgica discussão entre pai e mãe, o filho intervém a favor da
mãe. O pai, embriagado, tirauma espingarda do armário e, pelas costas,
aciona várias vezes o gatilho contra o próprio filho. Nada acontece, pois a
mãe havia retirado da arma todos os cartuchos um dia antes da discussão.
Na hipótese narrada é correto falarmos em tentativa de homicídio?
AULA 8
Classificação dos crimes
Crimes comuns e próprios; crimes de mão própria ou atuação pessoal;
crimes de dano e de perigo; crimes materiais formais e de mera conduta;
crimes instantâneos, permanentes e instantâneos de efeitos permanen-
tes; crime impossível; crime habitual; crime complexo.
19
CASO 1
Caio foi preso com um quilo de cocaína. Para se livrar do flagrante, ele
ofereceu R$ 1 mil aos policiais, que fingiram aceitar e o liberaram. Ficou
acertado que no dia seguinte a quantia seria entregue naquele mesmo
local. Quando Caio retornou com a quantia, foi preso em flagrante pela
prática do crime previsto no art. 317 do Código Penal.
Pergunta-se: O delito supracitado é formal ou material? Em que momento
ocorreu a sua consumação?
CASO 2
Após ingressar na residência de A, B, na ocasião com 17 anos de idade,
seqüestra a vítima, mantendo-a encarcerada por algumas semanas, pe-
ríodo em que tentava obter pagamento pelo resgate. Algum tempo após,
tendo B já completado 18 anos, familiares da vítima pagam a quantia
solicitada, e A é libertado por B.
Seria possível responsabilizarmos B pelo crime?
CASO 3
Mediante emprego de grave ameaça exercida com arma de fogo, Caio subtrai
todos os pertences de Mévio, e, em seguida, com intenção de matar, efetua
diversos disparos na vítima, deixando-a gravemente ferida, iniciando a exe-
cução do crime de latrocínio previsto no art. 157, § 3º, do Código Penal.
Considerando que Mévio não morreu, responda às perguntas: O delito
supracitado é considerado crime complexo? Seria correto falarmos em
tentativa de latrocínio?
AULA 9
Dolo e culpa
Do tipo do crime doloso. Conceito e natureza do dolo. Teorias e espécies
de dolo. Teoria do crime culposo. Conceito e elementos do delito culposo.
Imprudência, negligência e imperícia. Espécies de culpa. Crime culposo e
20
tipo aberto. Diferença entre culpa consciente e dolo eventual. Crime
preterdoloso.
CASO 1
Mévio, na direção de seu Fusca, ano 1966, imprime excessiva velocidade
ao veículo (120 km/hora) e provoca uma colisão contra o carro de Caio,
que, em razão das lesões, morre no local. Cumpre destacar que Mévio
estava consciente do péssimo estado de conservação de seu veículo e
que também não poderia ultrapassar os 70 km/hora no local do acidente.
Diante dos fatos, pergunta-se: Mévio agiu com dolo ou culpa na ocasião
do acidente? Qual a diferença entre dolo eventual e culpa consciente?
CASO 2
Caio, professor de Direito, resolve aumentar seus lucros e, por isso, se
faz passar por médico cirurgião plástico. Nessa qualidade, realiza algu-
mas intervenções cirúrgicas. Durante uma dessas cirurgias, Mévia fale-
ce, por conta das manobras empregadas por Caio.
Na hipótese, é possível afirmarmos que Caio agiu com dolo em relação à
morte da vítima?
CASO 3
Tício, policial militar, resolve testar a sorte de seus subordinados “brin-
cando” de roleta-russa. Após obter o consentimento de todos, Tício
apontou a arma para a cabeça de Caio e acionou o gatilho. Houve o
disparo e o projétil atingiu Caio que morreu instantaneamente.
Pergunta-se: A morte de Caio foi dolosa?
CASO 4
Caio e Tício, pretendendo assustar um bêbado que dormia em uma
praça, derrubaram um litro de álcool na vítima. Em seguida atearam
fogo, provocando combustão instantânea e, posteriormente, a morte
da vítima. Na ação penal, respondem pela prática de homicídio doloso.
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A defesa sustenta a inexistência de dolo, tratando-se na hipótese de
crime preterdoloso, visto que os autores pretendiam apenas lesionar, e
a morte ocorreu a título de culpa.
Pergunta-se: O que se entende por crime preterdoloso? A morte do bêba-
do foi preterdolosa? Se a vítima não tivesse falecido, seria possível falar-
mos em tentativa?
CASO 5
Caio resolve atirar em Tício, que conversa com Afonso. Apesar de estar
ciente que poderá atingir Afonso, não desiste de seu intento. Atira e
termina acertando Afonso, que morre.
Diante da narrativa, indique se Caio responderá pela morte de Afonso a
título de dolo ou culpa.
AULA 10
Ilicitude
Formal e material. Exclusão da ilicitude. Conceito. Discriminantes legais e
discriminantes supralegais. Estado de necessidade: conceito, natureza,
fundamento jurídico, requisitos. Excesso no estado de necessidade. Legí-
tima defesa: conceito, natureza, fundamento jurídico, requisitos. Distinção
entre legítima defesa e estado de necessidade. Excesso na legítima defesa.
CASO 1
Homem, condenado e procurado pela polícia, percebe que dois elemen-
tos o seguiam naquela madrugada, tentando interceptar-lhe os passos.
Diante da evidente hostilidade, o homem atirou e matou ambos, na certe-
za de que seriam policiais incumbidos de sua prisão. Enganou-se: eram
dois ladrões que pretendiam assaltá-lo.
Pergunta-se: O agente está diante de uma agressão atual ou iminente e
injusta? O desconhecimento da situação justificante é um requisito para
o reconhecimento da excludente? Seria possível falarmos em alguma
excludente putativa?
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CASO 2
Caio está passeando pela rua quando é atacado por um cachorro que
morde a sua perna. Em desespero, saca uma pistola e efetua disparos no
cão, que morre instantaneamente.
Pergunta-se: Caio está amparado por alguma causa de exclusão da
ilicitude? A situação se alteraria se o cão estivesse sendo atiçado por
Tício, inimigo de Caio?
CASO 3
A, pretendendo matar B, espera a vítima passar em local deserto e em
seguida saca a sua arma. Ao acionar o gatilho, descobre que a arma está
desmuniciada. B, notando a arma apontada em sua direção, pega um
pedaço de madeira que estava no local, agride A com um único golpe e
foge em seguida.
Considerando que A não morreu, analise as condutas de A e B, sob os
aspectos da tipicidade, ilicitude e culpabilidade.
CASO 4
Mévio, ao chegar em casa, vê seu pai empurrando um homem que tenta-
va entrar em sua casa. A fim de proteger o pai, Mévio dá um murro no
sujeito, que mais tarde descobre tratar-se de oficial de Justiça com man-
dato judicial.
Pergunta-se: A agressão sofrida pelo pai de Mévio era injusta? Mévio
poderá alegar legítima defesa? Que espécie de erro ocorreu na hipótese?
CASO 5
Depois de perder vários animais, vítimas de ataque de uma onça, Tício
passa a noite no pasto de sua fazenda com a intenção de alvejar o animal.
Após avistar um vulto próximo ao gado, e acreditando tratar-se da onça,
Tício efetua diversos disparos de arma de fogo naquela direção. Ao se
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aproximar, Tício verifica que atirara em Caio, funcionário da fazenda, e já
o encontra mortalmente ferido, vítima dos disparos.
Considerando os fatos, responda: Tício agiu em legítima defesa? Por quê?
Se de fato Tício tivesse alvejado a onça, sua situação jurídica se alteraria?
Quais as diferenças entre legítima defesa e estado de necessidade?
AULA 11
Ilicitude (continuação)
Estrito cumprimento do dever legal: Conceito, natureza, fundamento jurí-
dico, requisitos. Excesso no cumprimento do dever legal. Exercício regu-
lar de direito: conceito, natureza, fundamento jurídico, requisitos. Exces-
so no exercício regular de direito. O consentimento do ofendido: concei-
to, finalidade, natureza jurídica e requisitos
CASO 1
Durante partida de futebol, após cobrar uma falta, a bola chutada por
Caio acaba acertando Tício, que sofre grave lesão cerebral e morre. Após
a instauração do inquérito policial, Caio foi denunciado pela prática do
crime homicídio culposo.
Pergunta-se: Apesar de típica, a conduta é antijurídica? A mesma
excludente pode ser sustentada na hipótese de intervenção cirúrgica
realizada sem o consentimento da vítima?
CASO 2O policial militar Seprônio, durante o cumprimento de mandado de prisão,
enfrentou forte resistência de Bráulio, que se recusava a ser preso. Diante
da situação, Seprônio empregou força física contra Bráulio e conseguiu
cumprir a ordem de prisão, apesar de ter provocado lesões em Bráulio.
A conduta do policial Seprônio é criminosa?
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CASO 3
Para impedir invasão à sua residência, Mévio coloca fio elétrico de baixa
tensão, por cautela, em torno da casa. Caio, pretendendo praticar um
furto, escala o muro da residência e acaba morrendo. Além de ter tocado
no fio, o piso estava molhado, o que contribuiu para a sua morte.
Analise a situação jurídico-penal de Mévio e responda: É possível falar-
mos em legítima defesa real ou putativa na hipótese? As ofendículas
caracterizariam sempre o exercício regular de um direito?
CASO 4
Após descobrir que perdeu as chaves de sua casa, Carlos pede a Guita
que quebre o portão da residência para poder ingressar no imóvel.
Pergunta-se: Neste caso, o consentimento do ofendido possui relevân-
cia jurídico-penal? Existem hipóteses em que o consentimento do ofendi-
do é causa de exclusão da tipicidade? O consentimento do ofendido
pode ter incidência na hipótese de bem jurídico indisponível?
CASO 5
Para evitar que seu imóvel sofresse nova violação e furto, Caio coloca
sua espingarda apontada para a porta de entrada do imóvel e elabora
mecanismo que aciona a arma no momento em que um eventual invasor
venha a tocar na maçaneta. Durante a noite, o filho de Caio, esquecido de
desativar o aparato de defesa, ingressa na residência e é mortalmente
ferido pelo disparo da espingarda.
Caio está amparado por alguma excludente de ilicitude?
AULA 12
Culpabilidade
Conceito, natureza e fundamento jurídico. Elementos da culpabilidade na
concepção finalista: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e
exigibilidade de conduta diversa. Causas de exclusão da culpabilidade:
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inimputabilidade por doença mental, desenvolvimento mental incomple-
to ou retardado. Embriaguez. Emoção e paixão. Coação moral irresistível.
Obediência hierárquica. A inexigibilidade de conduta diversa como cau-
sa supralegal de exclusão da culpabilidade. Erro de proibição: conceito e
formas. Erros de proibição escusável e inescusável. Erros de proibição:
efeitos quanto ao dolo e a culpabilidade.
CASO 1
Caio invade a residência de Bento. Mediante emprego de grave ameaça
exercido com emprego de arma de fogo praticado contra Paulo, filho de
Bento, ele determina que Bento subtraia o automóvel de seu vizinho. Se
não fosse assim, mataria Paulo. Diante da grave ameaça, Bento pratica o
furto, conforme determinado por Caio.
Pergunta-se: A conduta de Bento é típica e antijurídica? Justifique. Bento
será considerado culpável?
CASO 2
Joana Santos, no quarto mês de gravidez, tem o diagnóstico de que o bebê
que espera é anencéfalo. Postula, então, autorização para a realização de
aborto em feto anencéfalo. O magistrado entende que, diante da existência
de tipo penal incriminador, não pode autorizar a realização do aborto.
Diante dos fatos, pergunta-se: Existe bem jurídico a ser tutelado? Seria possí-
vel alegar a inexigibilidade de conduta diversa de forma a autorizar o aborto?
CASO 3
Mévio, vigia ferroviário, ingeriu bebida alcoólica suficiente para deixá-lo
em estado letárgico, mesmo ciente de que deveria permanecer lúcido quan-
do da passagem das composições ferroviárias. Nesse período, houve um
acidente de razoável proporção, inclusive com a morte de duas pessoas.
Analise a situação jurídico-penal de Mévio.
CASO 4
Caio, carcereiro de delegacia na Baixada Fluminense, recebe ordens do
delegado para que não forneça alimento nem água a um preso, por duas
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semanas, além de não autorizar visitas durante esse período. Acatadas as
determinações e findo o prazo estabelecido, o preso é encontrado morto.
Caio poderá alegar alguma excludente de culpabilidade?
CASO 5
Caio responde à ação penal pela prática do crime previsto no art. 171 do
Código Penal. No curso da ação penal, chega aos autos documento
legítimo indicando que Caio é portador de grave doença mental, já tendo
sofrido ação de interdição na área cível.
Diante desta informação, seria possível afirmarmos que Caio é inimputável?
AULA 13
Teoria do erro
Erro. Erro de tipo. Conseqüências do erro de tipo. Erros de tipo essencial
e acidental. Descriminantes putativas. Descriminantes putativas e teo-
rias extremada e limitada da culpabilidade. Erro provocado por terceiro.
Erro sobre o objeto. Erro sobre a pessoa. Erro na execução (aberratio
ictus). Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis). Erro de
tipo e erro de proibição: comparação.
CASO 1
Ao aproximar-se de sua residência, Caio percebe o vizinho prestes a
efetuar disparos de arma de fogo contra seu pai. Sacando a arma que
trazia consigo, Caio atira para matar o vizinho. Momentos depois desco-
bre que o vizinho estava na verdade se defendendo de agressão perpe-
trada pelo seu pai.
Analise a conduta de Caio.
CASO 2
Atendendo a pedido de um amigo, Tício guarda em sua casa um pacote
contendo erva, conhecida por ele como fármaco utilizado para curar
problemas estomacais. Dias depois, a polícia invade a sua residência e
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apreende aquele material. Tício é preso em flagrante delito e autuado
nas penas do art. 12 da Lei 6.368/1976 (tráfico de drogas). A erva que
guardava era maconha, substância taxada como entorpecente pela le-
gislação vigente.
Pergunta-se: Qual a tese que poderia ser sustentada em favor de Tício?
Na hipótese de Tício ter conhecimento de que aquele material guardado
era maconha, mas no caso concreto, por achar que poderia usá-lo como
medicamento, a sua situação jurídica se alteraria?
CASO 3
Valdo, morador de uma tribo no interior do Mato Grosso, fuma regular-
mente um cachimbo contendo determinada erva. Em visita a um parente
na cidade do Rio de Janeiro, Valdo foi preso em flagrante por policiais
militares quando fumava seu cachimbo. O exame constatou ser cannabis
sativa (maconha), substância considerada entorpecente.
Indique a tese defensiva a ser postulada em favor de Valdo.
CASO 4
Mévio, após acalorada discussão com Tício, caseiro de sua propriedade,
apanha a sua arma e, na escuridão, planejando atingir seu desafeto, mata
Caio, seu próprio filho.
Analise a situação jurídico-penal de Mévio.
CASO 5
Caio responde à ação penal proposta pelo Ministério Público, porque
manteve relações sexuais consentidas com Mévia, na época com apenas
13 anos de idade. Caio alegou que desconhecia a idade da vítima, pelo
fato de ela ter 1,75 m de altura, além de apresentar desenvoltura no trato
de assuntos sexuais. Acreditava que ela tinha mais de 18 anos.
O que poderia ser alegado em defesa de Caio?

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