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Estatística para gestores Raul Sena Ferreira Sumário 03 CAPÍTULO 1 – Matemática Básica ..................................................................................05 Introdução ....................................................................................................................05 1.1 Números e operações elementares .............................................................................05 1.1.1 Números naturais ............................................................................................06 1.1.2 Números inteiros .............................................................................................07 1.1.3 Números racionais ..........................................................................................08 1.1.4 Números irracionais ........................................................................................08 1.1.5 Números reais ................................................................................................08 1.1.6 Porcentagem ...................................................................................................09 1.2 Razão e proporção ...................................................................................................11 1.2.1 Razão ............................................................................................................11 1.2.2 Proporção ......................................................................................................12 1.3 Regras de três ..........................................................................................................14 1.3.1 Regra de três simples .......................................................................................14 1.3.2 Regra de três simples inversa ............................................................................14 1.3.3 Regra de três composta ....................................................................................16 Síntese ..........................................................................................................................19 Referências Bibliográficas ................................................................................................20 Capítulo 1 05 Introdução Este capítulo visa a reforçar o conhecimento básico de matemática e, assim, prepará-lo para o estudo da estatística, ciência que usa a todo o momento conceitos deste capítulo inicial. Sendo assim, vamos começar relembrando algumas noções simples, porém importantes, da álgebra elementar, que é uma forma fundamental e relativamente básica da álgebra, ensinada a quem se presume ter pouco ou nenhum conhecimento formal de matemática ou aritmética. A maior dife- rença entre a álgebra e a aritmética é que, enquanto na aritmética se usam apenas os números e suas operações (como +, −, ×, ÷), na álgebra também se usam variáveis, tais como x e y ou a e b em vez de números. Depois disso, faremos uma rápida revisão sobre números naturais, inteiros, racionais, irracionais, reais e complexos, além de estudar noções de porcentagem. Assim, relembraremos as diversas operações algébricas que podem ser feitas com esses conjuntos de números. Em seguida, ve- remos alguns exemplos de razão e proporção – as relações entre grandezas que apresentam proporção entre si, analisando que a razão entre elas é constante. E, finalmente, abordaremos a regra de três, ou seja, as questões matemáticas que envolvam quatro valores, analisando onde três deles são conhecidos. Tenha desde já um bom estudo! 1.1 Números e operações elementares Você lembra o que é uma variável? Trata-se de uma letra ou símbolo que é utilizada para re- presentar números com o objetivo de permitir generalizações em matemática, ajudando também a formular problemas para um caso geral ou ajudar a descobrir valores ocultos dentro de um problema. Vejamos um exemplo. Raul possui 2 violões. Se ele vender cada um deles por R$ 850,00, quanto dinheiro ele terá? Esse problema pode ser reformulado usando-se variáveis. Nesse caso, vamos chamar de variável x, que terá o valor que queremos encontrar, ou seja, o resultado da multiplicação da quantidade de violões pelo valor de venda: x = 2 (850) Ou, se quisermos, podemos transformar o preço em variável também: y = 850 => x = 2y E assim por diante. Nesse caso, podemos chegar ao valor exato. Por isso, estamos usando o operador de igualdade =. Contudo, também podemos utilizar desigualdades, como no caso a seguir. Matemática Básica 06 Laureate- International Universities Estatística para gestores Um par de sapatos custa R$ 150,00. Rafaela tem R$ 470,00. Quantos pares de sapato ela pode comprar? Veja que, se fizermos uma simples divisão do montante sobre o valor dos sapatos, teremos o nú- mero máximo de pares de sapato possíveis para comprar (3 pares). No entanto, 3 (150) é menor que 470, ou seja, ainda sobrarão 20. Como não podemos comprar um pedaço de sapato, então os 20 continuarão sobrando e utilizaremos o operador de desigualdade <, >, <=, >=: 150x <= 450. Assim, o valor do lado esquerdo da operação (150 x) não poderá ultrapassar o valor do lado direito (450), ou seja, 150 x só poderá ser menor ou igual a 450. Usamos a multiplicação aqui nos dois casos, porém existem outras operações e suas respectivas inversas, como: • adição (x + y) e sua inversa, a subtração (x - y); • multiplicação (x * y ou xy) e sua inversa, a divisão (x / y); • exponenciação (xy ou x^y) e sua inversa, o logaritmo (log), usado para descobrirmos o expoente, ou seja, o y; • radiciação (√x), usada para descobrirmos a base; • módulo (x mod y), que é o resto da divisão de x por y. Para treinar e relembrar as operações mencionadas anteriormente, bem como diversas outras operações que serão descritas neste material, acesse o link: <http://www.soma- tematica.com.br/soexercicios.php>. NÃO DEIXE DE LER... 1.1.1 Números naturais Como você pôde perceber, as variáveis são importantes em matemática e para a estatística, pois permitem comparar valores extraídos de algum contexto. Outro conceito essencial é a teoria dos conjuntos, cujos números e operações serão estudados a seguir. Um número natural é um número inteiro não negativo (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, …), ou seja, -1 e -2143 não são números naturais. Os números naturais são usados geralmente para contagem ou ordenação. Para se referir ao conjunto de todos os números naturais, vamos usar o símbolo N (MACHADO, 2012). Este conjunto é infinito e contável por definição: ℕ=0,1,2,3,4,5,6,7,... Entre os números naturais, temos um conjunto especial de números naturais que são maiores do que 1 e são apenas divisíveis por 1 e por eles mesmos, conhecidos como números primos: ℕ=2,3,5,7,11,13,17,19,23,29,31,37,41,... 07 Você conseguiria distinguir com rapidez se o número 113 é primo? Para saber se um determinado número é primo, deve-se dividi-lo pelos números primos (2, 3, 5, 7, 11, …), e assim sucessivamente até a e, caso não encontre um número primo que o divida, ele é considerado primo. Sendo assim, vamos analisá-lo: 113 não é par, logo, não é divisível por 2. Além disso, 1+1+3=5, logo, não é divisível por 3. Não termina em 0 nem em 5, logo, não é divisível por 5. 113/7 tem resto 1, logo, não é divisível por 7. 113/11 tem resto 3, logo, não é divisível por 11. Sendo assim, podemos dizer que 113 é um número primo. NÓS QUEREMOS SABER! Critérios de divisibilidade. No parágrafo anterior, foram usados alguns truques para saber se um determinado número é disível por outro. Por exemplo, 113 não é divisível por 3, pois 1+1+3=5 e não um múltiplo de 3. Esta é uma maneira “esperta” de saber se um número grande é ou não divisível por outro. Assim como fizemos para o número 3, podemos fazer para outros números também. Paramais detalhes, acesse o site Só Matemática no endereço: <http://www.somatematica.com.br/fundam/critdiv.php>. NÃO DEIXE DE LER... 1.1.2 Números inteiros O conjunto dos números inteiros é expresso pela letra ℤ e é composto por todos os números naturais e números inteiros negativos: ℤ=...,-4,-3,-2,-1,0,1,2,3,4,... Graças aos números inteiros, podemos fazer cálculos de lucro, por exemplo, em que os positivos representam as vendas e os negativos representam as compras e, no final, se a soma de ambos der um resultado negativo, temos prejuízo, se der positivo, temos o lucro (MACHADO, 2012). Existe número primo negativo? Se sim, o que caracteriza um número primo negativo? Para números inteiros, a definição de primo muda um pouco, pois temos agora números negativos também. Por exemplo, -3 é primo, pois pode ser dividido por ele mesmo e por -1, mas veja que ele também pode ser dividido por 3 e 1, que são os mesmos números, porém sem sinal. Dessa forma, sim, números primos podem ser negativos, porém, para números inteiros, eles devem admitir a divisão por quatro números, e não só dois, como era no caso dos números naturais, mas respeitando as condições anteriores. NÓS QUEREMOS SABER! 08 Laureate- International Universities Estatística para gestores 1.1.3 Números racionais Os números racionais nada mais são do que números que podem ser expressos na forma de frações. Por exemplo, se dividirmos uma pizza em 8 partes iguais, teremos em cada pedaço uma fração de 1 pizza, ou seja, 1/8 ou ou 0,125. O conjunto dos números racionais é representado pela letra ℚ. Os números racionais contêm os números inteiros, que, por sua vez, contêm os números naturais. A diferença é que eles também contêm números fracionários. Veja: ℚ=..., ,-1,0, ,1,2,... Graças aos números racionais, temos um conjunto especial de números, as dízimas periódicas, que são números que possuem um número infinito de repetições de outro conjunto de números. Todos eles, depois da vírgula, dividem-se em dízima simples e composta, exemplo: Dízima simples: 3,6666666... Dízima composta: 3,123312331233... Confira no link: <http://www.matematiques.com.br/conteudo.php?id=200> uma ex- plicação sobre operações em conjuntos, assim como várias propriedades e operações importantes envolvendo os números naturais, inteiros, racionais, entre outros. Vale a pena conferir! NÃO DEIXE DE LER... 1.1.4 Números irracionais Os números irracionais são números que se diferem dos racionais, pois não podem ser expressos por x/y, sendo x e y números racionais. Geralmente, são representados por símbolos como: π (Pi Radiano) = 3,141592... e (Número de Euler) = 2,718281... φ (Número de Ouro) = 1,618033... ou raízes de números primos: √2 = 1,414213... √3 = 1,732050... √5 = 2,236067... 3√2 = 1,259921... 1.1.5 Números reais Os números reais são representados pela letra ℝ e usados para representar uma quantidade con- tínua, ou seja, representar números que não podem ser contados, pois, entre um número e outro, existe um intervalo. Nesse intervalo, existem outros infinitos números, com intervalos entre eles, e 09 assim sucessivamente. O conjunto dos números reais engloba todos outros conjuntos mostrados anteriormente (MARTINS; DOMINGUES, 2008). ℝ=...,-3.1123..., ,-1,0, ,1,2, ,... A figura abaixo mostra como são organizados os conjuntos e suas hierarquias: C R Q Z N I Figura 1 – Teoria dos conjuntos e suas representações. Fonte: Matimaquês, 2015. Existem outros conjuntos além dos citados anteriormente? Existem muitos outros con- juntos, mas que serão omitidos por não serem necessários para o trabalho do gestor e para esta disciplina. Um exemplo é o conjunto dos números complexos. Caso você tenha se interessado em saber mais sobre a teoria dos conjuntos e suas operações, basta visitar um ótimo site dedicado ao estudo da matemática, o WikiLivros. Disponível em: <http://pt.wikibooks.org/wiki/Matem%C3%A1tica_elementar>. NÓS QUEREMOS SABER! 1.1.6 Porcentagem Você já deve ter notado, por exemplo, quando, em uma notícia sobre a economia do país divul- gada no noticiário, expressões matemáticas relacionadas com porcentagem são apresentadas. O termo por cento vem do latim per centum e significa “por cem”. Assim, pode-se dizer que toda razão da forma a/b na qual o denominador b=100 é conhecida como taxa de porcentagem ou simplesmente porcentagem. Essa expressão é usada desde o sé- 10 Laureate- International Universities Estatística para gestores culo XV e sempre esteve relacionada a operações comerciais (CRESPO, 2002), mas a origem do uso sem essa denominação se perde no tempo. Figura 2 – Símbolo matemático da porcentagem, usado desde o século XV. Fonte: Shutterstock, 2015. Se escrevemos 20%, isso significa que, em cada 100 unidades de algo, reservam-se 20 unida- des. Se não tivermos 100 unidades, mas 80, por exemplo, 10% de 80 podem ser obtidos como o produto, isto é: Produto = 10% . 80 = 10 / 100 . 80 = 800 / 100 = 8 Ou seja, para alcançar um índice de X por cento, escreve-se X% e, para calcular X% de um nú- mero Y, realizamos o produto: Produto = X% . Y = X . Y / 100 Exemplo: Em uma área de despacho de estoque, há 25 caixas etiquetadas, e 52% dessas caixas estão eti- quetadas com um número par, que devem ser despachadas. Quantas caixas têm a etiqueta com número par? Quantas caixas têm a etiqueta com número ímpar? Par = 52% de 25 = 52%.25 = 52.25 / 100 = 13 Devem ser despachadas 13 caixas etiquetadas com número par e 12 caixas com número ímpar. 11 NÃO DEIXE DE VER... Para finalizar, você pode aprender mais sobre porcentagem, juros simples e compostos e como calculá-los assistindo aos vídeos da OBMEP – Olimpíada Brasileira de Mate- mática das Escolas Públicas, no seguinte link: <http://matematica.obmep.org.br/index. php/modulo/ver?modulo=26>. Você encontrará uma grande quantidade de vídeos para auxiliar em seus estudos. 1.2 Razão e proporção Encontramos aplicações de razão e proporção em várias áreas, como a construção civil, eco- nomia, contabilidade e gestão – e é isso o que veremos mais a fundo neste tópico. A razão é a igualdade entre as proporções. Já as proporções possuem uma enorme aplicabilidade em situações-problema envolvendo informações comparativas. A seguir, um pouco mais sobre esses dois temas tão importantes e recorrentes em nosso cotidiano. 1.2.1 Razão A palavra razão vem do latim ratio e significa divisão ou o quociente entre dois números, A e B, denotada por: A razão entre 16 e 2 é 8, pois =8. Podemos aplicar a razão em diversas situações. Uma delas pode ser vista no exemplo a seguir. Di- gamos que, em uma casa de sucos, a composição dos produtos é estabelecida da seguinte forma: Líquido Segunda Domingo Feriados Polpa de uva 3 6 8 Água 8 16 32 Suco 11 22 40 Tabela 1 – Exemplo de aplicação de razão. Fonte: Elaborada pelo autor, 2015. Na segunda-feira, o suco é preparado da seguinte forma: para cada 3 litros de polpa, colocam-se 8 litros de água, perfazendo o total de 11 litros de suco. Aos domingos, para cada 6 litros de polpa, colocam-se 16 litros de água, gerando um total de 24 litros de suco. Já nos feriados, para cada 8 litros de polpa, colocam-se 32 litros de água, transformando-se, assim, em 40 litros de suco. Também existem as razões inversas, como, por exemplo: 12 Laureate- International Universities Estatística para gestores Dizemos que são inversas, pois o produto das duas razões é igual a 1, isto é 3/5 x 5/3 = 1. A razão inversa de é . 1.2.2 Proporção A proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre A/B e C/D é a igualdade: Aqui, os números A e D são denominados extremos, enquanto os números B e C são os meios e valem a propriedade: o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é: A×D=B×CExemplo: vamos determinar o valor de X para que a razão X/4 esteja em proporção com 4/8. Solução: deve-se montar a proporção da seguinte forma: Aplicando a propriedade mostrada no parágrafo anterior, fazemos uma multiplicação cruzada: X×8=4×4→8X=16→X= . Sendo assim, chegamos a resposta final: X=2. Para comprovar que esse cálculo está correto, basta substituir X pelo valor achado em nosso cálculo e verificar se haverá igualdade entre o lado direito e o lado esquerdo da operação: Portanto, mostramos que X=2 está correto. Outro exemplo um pouco mais elaborado é apresentado a seguir: “Em média, um automóvel percorre 80 km em 1 hora, 160 km em 2 horas e 240 km em 3 horas (Km=quilômetro, h=hora)” (BALIELO; SODRÉ, 2005, s.p.). Vamos construir uma tabela da situação: Distância (km) Tempo (h) 80 1 160 2 240 3 Tabela 2 – Exemplo de aplicação de proporção. Fonte: Elaborada pelo autor, 2015. Notamos que quando duplica o intervalo de tempo, duplica também a distância percorrida, e quando o intervalo de tempo é triplicado, a distância também é triplicada, ou seja, quando o intervalo de tempo aumenta, a distância percorrida também aumenta na mesma proporção. Usando razões e proporções, podemos descrever essa situação de outro modo. 13 a) Quando o intervalo de tempo aumenta de 1 h para 2 h, a distância percorrida varia de 80 km para 160 km, ou seja, o tempo varia na razão de ½, enquanto a distância percorrida varia na razão 80/160. Assim, temos que tais razões são iguais, isto é: , ou seja, o lado esquerdo multiplicado por 80 faz com que fique igual ao lado direito. b) Quando o intervalo de tempo varia de 2 h para 3 h, a distância percorrida varia de 160 km para 240 km. Nesse caso, o tempo varia na razão 2/3 e a distância percorrida na razão 160/240, e observamos que essas razões são iguais, isto é: , mesmo ocorre aqui, multiplicando também por 80. (BALIELO; SODRÉ, 2005, s.p.). Dessa forma, “concluímos que o tempo gasto e a distância percorrida, variam sempre na mesma razão e isto significa que a distância percorrida é diretamente proporcional ao tempo gasto para percorrê-la, se a velocidade média do automóvel se mantiver constante” (SOUSA, 2015, s.p.). O artista e inventor Leonardo da Vinci também usava razões e proporções em seus estudos sobre o corpo humano. Os estudos geraram a obra conhecida como o Homem Vitruviano (feito por volta de 1490), como você pode observar na imagem a seguir. O redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano no século XV por Leonardo e os outros estudiosos é considerado uma das grandes realizações do Renas- cimento italiano. VOCÊ O CONHECE? Figura 3 – Homem vitruviano de da Vinci – razão e proporção. Fonte: Shutterstock, 2015. 14 Laureate- International Universities Estatística para gestores 1.3 Regras de três A regra de três é muito comum para se descobrir a relação entre quatro valores diferentes. Apli- ca-se em muitas situações do dia a dia, em problemas clássicos, como descobrir, por exemplo, quantos quilos têm 25 pacotes de um produto X se 300 pacotes do mesmo produto têm 5 mil quilos – veja que há três valores e o quarto queremos descobrir. As regras de três subdividem-se em 3 tipos: as simples, que podem também ser chamadas de diretamente proporcionais, as simples inversamente proporcionais e as compostas. Os três tipos serão explicados a seguir. 1.3.1 Regra de três simples Uma regra de três simples direta é uma forma de relacionar grandezas diretamente proporcio- nais. Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, ao se multiplicar o valor de uma delas por um número positivo, o valor da outra é multiplicado por esse mesmo número positivo (MAGALHÃES; LIMA, 2006). Exemplo: Uma torneira despeja 80 litros de água em 10 minutos. Então, quantos litros serão despejados em 30 minutos? Vamos construir uma tabela e verificar se as grandezas são diretamente ou in- versamente proporcionais: Litros Minutos 80 10 x 30 Tabela 3 – Exemplo de regra de três. Fonte: Elaborada pelo autor, 2015. As grandezas litros e minutos são diretamente proporcionais, já que, quanto mais tempo for uti- lizado, mais litros de água serão despejados. Assim: →10x=80×30→10x=2400→x= ou seja, x = 240 litros 1.3.2 Regra de três simples inversa Uma regra de três simples inversa é uma forma de relacionar grandezas inversamente propor- cionais para obter uma proporção. Vale a pena lembrar que duas grandezas são inversamente proporcionais quando, ao se multiplicar o valor de uma delas por um número positivo, o valor da outra pode ser dividido por esse mesmo número positivo. Para manter a proporção, se uma grandeza aumenta, a outra grandeza tende a diminuir. Um caso prático: um caminhão, a uma velocidade constante de 100 km/h, percorre um percurso em 5 horas. Se a velocidade fosse de 80 km/h, em quantas horas seria feito o mesmo percurso? Vamos repetir o mesmo procedimento no exemplo anterior: 15 Velocidade km/h Tempo(horas) 100 5 80 X Tabela 4 – Exemplo de aplicação de regra de três simples inversa I. Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Aqui as grandezas são inversamente proporcionais e, dessa forma, devemos inverter a coluna das velocidades: Velocidade km/h Tempo(horas) 80 5 100 X Tabela 5 – Exemplo de aplicação de regra de três simples inversa II. Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. → X=6,2 horas Ou seja, desenvolvendo uma velocidade constante de 80 km/h, o caminhão faria o percurso em 6,2 horas. Outro exemplo: Utilizando copos descartáveis de 200 ml, Pedro consegue servir 15 pessoas. Se utilizar copos de 150 ml, quantas pessoas Pedro conseguirá servir com esse mesmo volume de bebida? Note aqui a grandeza volume (V) e a grandeza pessoas (P). Quando o volume servido diminui, o número de pessoas que Pedro pode servir aumenta. Assim, você pode concluir que as duas grandezas são inversamente proporcionais e serão representadas com as setas em orientação in- vertida. Será necessário, portanto, que façamos a inversão de termos para deixá-las diretamente proporcionais: V P 200 15 150 X Tabela 6 – Exemplo de aplicação de regra de três simples inversa III. Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. 16 Laureate- International Universities Estatística para gestores Invertendo os termos: V P 150 15 200 X Tabela 7 – Exemplo de aplicação de regra de três simples inversa IV. Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Vamos resolver o problema: 150x = 200 × 15→ x= x=20 Ou seja, com copos de 150 ml, Pedro poderá servir 20 pessoas. 1.3.3 Regra de três composta Regra de três composta é um processo de relação de grandezas diretamente proporcionais, inversamente proporcionais ou uma mistura dessas situações. Uma regra de três é classificada como composta quando apresentar três ou mais grandezas. Exemplo: Em uma fábrica de calças, 8 funcionários produzem 20 calças em 5 dias. Quantas calças serão feitas por 4 funcionários em 16 dias? Funcionários Calças Dias 8 20 5 4 X 16 Tabela 8 – Exemplo de aplicação de regra de três composta I. Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Percebemos que: • aumentando o número de funcionários, a produção de calças aumenta, portanto, a relação é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão); • aumentando o número de dias, a produção de calças aumenta, portanto, a relação também é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão). Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das outras razões. Ao montar a proporção e resolver a equação, temos: X = 32 calças 17 Outro exemplo: Doze vendedores venderam 5 apartamentos em 30 dias, trabalhando 6 horas por dia. Calcule o número de horas por dia que deverão trabalhar 18 vendedores para vender 10 apartamentos em 20 dias, nessaproporção. Vamos montar a nossa tabela: Número de vendedores Número de apartamentos Tempo (dias) Horas/dia 18 10 20 X 12 5 30 6 Tabela 9 – Exemplo de aplicação de regra de três composta II. Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Agora, devemos identificar quais grandezas são diretamente proporcionais e quais são inversa- mente proporcionais. Sendo assim, chegamos às seguintes conclusões: • as grandezas número de vendedores e horas/dia são inversamente proporcionais; • as grandezas número de apartamentos e horas/dia são diretamente proporcionais; • as grandezas tempo (dias) e horas/dia são inversamente proporcionais. Baseando-nos nas informações extraídas, vamos montar nossos cálculos: X = 12 horas/dia Para você poder treinar, acesse o link <http://www.somatematica.com.br/soexercicios/ regraTres.php>, que contém diversos exercícios de regras de três com gabaritos. Tente resolver todos os exercícios e conferi-los no fim para ver se a maneira como você tentou resolver foi correta. NÃO DEIXE DE LER... Vejamos um exemplo prático de regra de três comum no cotidiano de gestores. Um gerente de logística de uma fábrica de empacotamento e distribuição de arroz precisa calcular os seus cus- tos de entrega aos clientes de uma determinada região. Ele sabe que, para descarregar 10 cami- nhões de entrega em 1 hora, precisará de 5 funcionários. Quantos funcionários ele precisaria dispor para descarregar 120 caminhões em 6 horas de trabalho? Vamos estabelecer aqui uma tabela para ajudar na compreensão: 18 Laureate- International Universities Estatística para gestores Tempo/hora Número de funcionários Número de caminhões 1 5 10 6 x 120 Tabela 10 – Exemplo de aplicação de regra de três no caso. Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. As grandezas tempo e número de funcionários são inversamente proporcionais, sendo que o número de funcionários e o número de caminhões são diretamente proporcionais. 10 × x = 5 × 120 10x = 600 x = 600/10 x = 60 Valor a = 10 caminhões Valor b = 5 funcionários Valor c (o novo valor “a”) = 120 caminhões Resultado: 60 homens O gerente deve convocar, então, 60 homens para descarregar os 120 caminhões de entrega. 19 Síntese Neste capítulo, você pôde compreender muitos temas da matemática básica, importantes na compreensão e prática da estatística para gestores. • Você pôde relembrar os conceitos básicos da álgebra elementar e suas operações. • De início, reforçamos o conhecimento sobre teoria dos conjuntos e como esses conjuntos se relacionam entre si, bem como suas operações elementares. • Você também estudou a relação entre grandezas, percebendo que possuem proporção entre si e a razão entre elas é constante. • Outro ponto abordado foi a praticidade em aprendermos a aplicar as diferentes regras de três, simples, inversa e composta, resolvendo, assim, diversos problemas do cotidiano. Síntese 20 Laureate- International Universities Referências BALIELO, D.; SODRÉ, U. Grandezas diretamente proporcionais. Disponível em: <http:// pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/razoes/razoes-aplic.htm>. Acesso em: 8 jun. 2015. CRESPO, A. A. Estatística fácil. São Paulo: Saraiva, 2002. MACHADO, A. S. Matemática Machado: volume único. São Paulo: Atual, 2012. MAGALHÃES, M. N.; LIMA, A. C. P. Noções de probabilidade e estatística. 7. ed. São Paulo: Edusp, 2006. MARTINS, G. A.; DOMINGUES, O. Estatística geral e aplicada. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MATIMAQUÊS. Teoria dos conjuntos. Disponível em: <http://www.matematiques.com.br/con- teudo.php?id=200>. Acesso em: 28 maio 2015. MORETTIN, P. A.; BUSSAB, W. O. Estatística básica. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. SOUSA, S. Razões e proporções. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/34540796/Razo- es-e-proporcoes>. Acesso em: 8 jun. 2015. Bibliográficas
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