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Julia Taunay Perez
São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
Economia
Julia Taunay Perez
São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
Sumário
Capítulo 4: O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico ------------------------------5
Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------5
1 O setor público----------------------------------------------------------------------------------6
1.1 Funções econômicas do setor público -----------------------------------------------------7
1.2 Estrutura tributária ----------------------------------------------------------------------------9
1.3 Tipos de tributos ---------------------------------------------------------------------------- 11
1.4 Orçamento público------------------------------------------------------------------------- 12
1.5 Déficit público------------------------------------------------------------------------------- 14
2 Teorias de crescimento e desenvolvimento econômico ----------------------------------- 16
2.1 Fontes de crescimento ------------------------------------------------------------------------
2.1 Fontes de crescimento --------------------------------------------------------------------- 18
2.2 Financiamento de desenvolvimento ------------------------------------------------------ 20
2.3 Modelos de crescimento econômico ---------------------------------------------------- 21
2.4 Estágios de desenvolvimento -------------------------------------------------------------- 22
Síntese -------------------------------------------------------------------------------------------- 25
Referências Bibliográficas ---------------------------------------------------------------------- 26
5
Introdução
Neste Capítulo, você terá contato com os princípios de atuação do Estado na economia, 
compreendendo os principais aspectos que moldam as avaliações a respeito da efetividade do 
setor público. Dessa forma, conseguirá descrever as funções econômicas do Estado, a estrutura 
tributária necessária para a execução de seus objetivos, a forma pela qual se estabelece o 
orçamento público, bem como os resultados da diferença entre arrecadação e gasto, ou seja, o 
déficit público.
Também terá contato com as principais teorias de crescimento e desenvolvimento econômico, o 
que lhe permitirá entender quais são as fontes de geração de riqueza nas economias, bem como 
as estratégias de financiamento do desenvolvimento econômico. 
Capítulo 4O Setor Público e o 
Desenvolvimento Econômico
6 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
1 O setor público
Ao longo deste curso, você teve contato com diversas formas de atuação do Estado na economia. 
Em um primeiro momento, aprendeu como as diferentes escolas de pensamento econômico 
encaram o papel econômico do Estado; depois, compreendeu como as políticas governamentais 
são capazes de afetar o equilíbrio dos mercados competitivos; por fim, verificou como a adoção 
de políticas macroeconômicas interferem no ciclo econômico. 
Essa visão inicial é muito rica para a compreensão das formas como o Estado pode intervir no 
curso econômico. No entanto, a discussão ainda carece de aprofundamento dos mecanismos 
de atuação do Estado. Nesse sentido, a seguir será apresentada uma breve conceituação das 
funções econômicas do setor público, com posterior elucidação dos princípios norteadores da 
execução tributária, o que lhe permitirá obter a receita necessária para a execução de seus 
gastos. Por fim, você terá contato com questões relativas ao resultado financeiro da ação do setor 
público, expresso por meio de déficits e superávits fiscais. 
Mas, antes de iniciarmos a discussão a respeito do papel econômico do setor público, segue 
um exercício a respeito da necessidade de nos organizarmos em torno de um aparato estatal 
(Quadro 1).
Quadro 1 – Para que serve o governo?
Muitos leitores já devem ter se feito essa pergunta. Ou, colocando as coisas de 
outra forma, seria possível não ter governo? Um exercício intelectual interessante 
é imaginar o que aconteceria se, por exemplo, um transatlântico com 2.000 
passageiros naufragasse e todas as pessoas conseguissem se salvar, sem que o 
resto do mundo saiba do seu destino, indo parar em uma ilha deserta. O pequeno 
anarquista que vive dentro de cada pessoa, no início, provavelmente levaria cada 
um a tentar sobreviver de forma independente dos outros. Com o passar do tempo, 
porém, algumas perguntas começariam a surgir, tais como:
• Como a comunidade fará para se proteger da ação dos animais selvagens?
• Se houver um litígio entre duas pessoas, quem arbitrará para decidir quem está 
com a razão?
• Quem tomará conta dos eventuais infratores que, por exemplo, forem pegos 
roubando o sustento dos outros?
• Quem tomará conta dos doentes?
e tantas outras que poderão surgir. O leitor já terá percebido que o “exercício” 
proposto nada mais é do que uma parábola para explicar – e justificar – a existência 
dos governos. De fato, a primeira questão está associada ao que seria o conceito de 
“defesa”; a segunda, ao de “justiça” etc. O governo surge como forma de organizar 
e disciplinar melhor as relações entre as pessoas. A partir dessa necessidade inicial, 
porém, é claro que há uma série de vícios e imperfeições, como a má escolha de 
prioridades, o desperdício de recursos etc., que constituem o “fermento” que alimenta 
as críticas, as quais, em maior ou menor medida, são dirigidas aos governos de 
todos os países do mundo. Pode-se – e deve-se – tentar minorar essas imperfeições, 
sem perder de vista que a alternativa à existência de um governo é o “cada um por 
si”, o que é obviamente incompatível com qualquer forma de convivência civilizada 
entre pessoas ou grupos sociais.
Fonte: GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A. C., 2008, p. 9.
7
1.1 Funções econômicas do setor público
Você já parou para pensar que, quando vai comprar um refrigerante, suas opções de compra 
restringem-se a marcas de apenas duas empresas? De acordo com a Associação dos Fabricantes 
de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), cerca de 90% desse tipo bebida é fabricado pela Coca-Cola 
e pela AmBev, excetuando-se algumas marcas regionais pequenas. 
No início do século XX, a maioria dos setores econômicos era pouco concentrada, de modo 
que o papel do Estado centrava-se na justiça e na segurança. Contudo, o decorrer da história 
mostrou a necessidade de expansão do papel do Estado. Serão apresentados a seguir alguns 
eventos históricos que contribuíram para a reformulação das funções econômicas do Estado.
 
O desenvolvimento dos modos de produção, em especial, o advento da produção em massa 
fordista e a consequente concentração dos mercados mostraram a real necessidade do Estado 
em fiscalizar e manter as práticas concorrenciais de modo a garantir o bem-estar social. 
A crise de 1929, por sua vez, mostrou a importância do Estado na geração de empregos por meio 
de obras de infraestrutura. Por fim, com o término das duas grandes guerras mundiais, observou-
se um avanço significativo dos ideais social-democratas, selando a abertura de estratégias de 
desenvolvimento cada vez mais dependentes do Estado.
No final da década de 1970, contudo, as crises fiscais ocasionadas pela adoção das políticas 
fiscais expansionistas que embasaram o “Estado de Bem Estar Social”, aliadas ao desenvolvimento 
tecnológico e do sistema financeiro, fez ressurgir o ideal liberal de baixa intervenção do Estado 
na economia.
Antes de prosseguir com a descrição das funções econômicas do Estado, faz-se necessária uma 
breve discussão sobre eficiência do mercado na alocação de recursos produtivos, de modo a 
deixar mais claro o embate de ideias liberais e keynesianas que moldaram essa evolução.
Para que possamos entender esse ponto, voltemos à descrição da mão invisível
do mercado, 
de Adam Smith. Para esse autor, o problema de alocação de recursos produtivos se resolve da 
maneira mais eficiente possível por meio do mercado. Como isso acontece?
Imagine que uma determinada sociedade esteja enfrentando problemas de escassez de alimentos, 
ao mesmo que tempo que tem excesso de sapatos, os quais estão se acumulando nos estoques 
das lojas. Podemos enxergar essa problemática por meio de duas óticas: desejos da sociedade e 
alocação de recursos. Essa visão nos permitirá entender o conceito de eficiência.
Implicitamente, o desejo dessa sociedade é que ocorra uma realocação dos recursos produtivos, 
os quais deixem de ser empregados em tal escala na produção de sapatos para serem utilizados 
nos processos de produção de alimentos. Diz-se implicitamente, pois não há ninguém pensando 
diretamente nessa situação, mas sim um desejo de que haja mais alimentos sendo produzidos e 
menos sapatos. Mas como realocar os recursos produtivos?
De acordo com Smith, a forma mais eficiente de resolver esse problema encontra-se no 
mercado concorrencial, por meio de um sistema de preços flexível e da livre de intervenção 
governamental. 
Se os fabricantes de sapatos estão acumulando estoques, deverão iniciar um processo de redução 
de preços para conseguir vendê-los. A queda de preços reduz o lucro por unidade de produto, o 
que torna a atividade menos atrativa, fazendo com alguns produtores enxerguem maior potencial 
em outras atividades mais lucrativas, como a produção de alimentos.
Por outro lado, os fabricantes de alimentos encontram margem para elevação de preços na 
medida em que a oferta existente é insuficiente para cobrir toda a demanda. O aumento do preço 
8 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
permitirá que estes obtenham um lucro maior por unidade de produto. A maior lucratividade, 
por sua vez, estimulará os investimentos produtivos, os quais exigirão que uma maior quantidade 
de recursos produtivos seja alocada nessa atividade. Partindo do nosso exemplo simplista, esses 
recursos viriam daqueles que produziam sapato e agora têm interesse na produção de alimentos.
Assim, se entendermos a eficiência de um mercado a partir da maximização dos ganhos do 
comércio entre vendedores e compradores, toda vez que houver algum desequilíbrio de mercado 
(excesso ou escassez de oferta), os resultados sugerem que uma melhor alocação dos recursos 
produtivos poderia estar sendo feita; nesse sentido, ainda não se alcançou a situação mais 
eficiente possível.
Assim, qualquer ação do Estado que tire do mercado essa capacidade de se “autorregular” 
tenderia a trazer menor eficiência no processo de alocação dos recursos produtivos. No entanto, 
essa visão é bastante rebatida por outras vertentes teóricas. Conforme vimos, Keynes acreditava 
que é irreal essa premissa de que a economia tenderia, por meio da mão invisível do mercado, 
ao equilíbrio de longo prazo. Nesse sentido, ele acreditava que a ação do Estado por si só não 
é ineficiente; pelo contrário, ela serve para corrigir as flutuações de curto prazo, uma vez que a 
“mão invisível” é passível de falhas.
NÃO DEIXE DE VER...
Um vídeo foi encomendado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos em meados 
da década de 1950 ao cartunista John Sutherland, com o intuito de exaltar às forças 
armadas americanas as glórias do sistema de livre mercado. De maneira muito didática, 
ele explica a eficiência decorrente de um sistema de livre mercado, pontuando o escopo 
de atuação do Estado, bem como as consequências de uma intervenção desastrosa. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uXiwS4xK8cw>. Acesso em: 20 
jun. 2015.
Observa-se, portanto, que a abrangência do intervencionismo estatal anda no bojo do 
desenvolvimento das teorias econômicas, as quais estão enraizadas em ideologias: 
[...] em parte, a existência de um governo pode refletir a presença de ideologias sociais 
e políticas, que divirjam das premissas adotadas quanto à soberania do consumidor e 
quanto à preferência por um sistema de decisões descentralizadas. Mas este é apenas 
um aspecto secundário do problema. Tem maior importância o fato de que o mecanismo 
de mercado não pode desempenhar sozinho todas as funções econômicas. A atuação 
governamental é necessária para guiar, corrigir e suplementar este mecanismo em alguns 
aspectos. (MUSGRAVE; MUSGRAVE, 1980, p. 42)
Ainda assim, apesar de não haver consenso sobre a eficiência da ação do Estado na economia, 
vamos discorrer sobre algumas de suas funções básicas:
1. Função alocativa: prover bens e serviços que não são de interesse da iniciativa privada, e 
cujo consumo por um não afeta o acesso de outro. Esses tipos de bens são chamados “bens 
públicos”, e podem se dividir em tangíveis (ruas, iluminação pública etc.) e intangíveis (defesa 
nacional, justiça e segurança pública). A função alocativa também prevê a correção das falhas 
de mercado, como as externalidades e a criação de monopólios.
9
A distinção entre bens privados e públicos se dá por meio de dois aspectos: não exclusão 
e não rivalidade. Pesquise ambos e caracterize as diferenças entre esses dois tipos de 
bens. 
NÓS QUEREMOS SABER!
2. Função distributiva: realização de políticas de redistribuição de rendas. Nesse caso, o Estado 
utiliza parte da sua arrecadação de impostos para minimizar os efeitos das falhas no processo 
distributivo do mecanismo de mercado. Os principais instrumentos dessa função são as políticas 
de transferência de renda, como o Bolsa Família, bem como os subsídios e concessões de crédito 
que visam estimular o acesso de famílias de baixa renda ao consumo de bens, como o “Minha 
Casa Minha Vida”.
3. Função reguladora: a função estabilizadora refere-se ao papel do Estado na condução dos 
interesses de política macroeconômica em relação aos preços da economia (inflação) e emprego. 
Nesse sentido, qualquer tomada de decisão aplicada no âmbito das políticas monetária e fiscal 
está satisfazendo essa função do Estado.
1.2 Estrutura tributária
O cumprimento de cada uma das funções do Estado exige que este desembolse recursos 
financeiros. Esses recursos financeiros, por sua vez, são obtidos principalmente por meio da 
arrecadação tributária. 
Para garantir o bem-estar social, um sistema tributário deve ser guiado por proposições 
elementares e essenciais que permitam a minimização da interferência do governo nas decisões 
dos agentes econômicos, assim como a distribuição justa dos ônus entre esses. Essas proposições 
serão detalhadas no quadro a seguir:
Quadro 2 – Sistema Tributário “Ideal”
“Perdas” devem ser compartilhadas
Contribuição com a receita do Estado de cada agente 
econômico deve ser considerada socialmente “justa”
Contribuem mais com a receita do Estado aqueles com 
maior capacidade de pagamento
Imposição dos tributos precisa interferir o mínimo possível no 
processo de alocação de recursos
O processo de cobrança dos tributos deve ser facilmente 
operacionalizado
Princípio da
equalidade
Princípio do 
benefício
Princípio da 
capacidade de pagamento
Princípio da 
neutralidade
Conceito de
simplicidade
Fonte: Autor.
10 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
1.2.1 Princípio da equidade
O princípio da equidade é concebido em uma perspectiva normativa, estabelecendo que o 
ônus da implementação de impostos deve ser repartido entre os agentes econômicos. Em outras 
palavras, visa estabelecer a relação entre cobrança do tributo e capacidade de pagamento e 
divide-se entre princípio do benefício e capacidade de pagamento
1.2.2 Princípio do benefício
Na medida em que uma parcela dos tributos é destinada ao provimento de bens públicos, 
argumenta-se que a utilização deles deveria estar equiparada com o pagamento dos tributos. 
A aplicação desse princípio,
na prática, é bastante complexa. Como determinar quanto você 
ou seu vizinho utilizam da iluminação pública da sua rua, por exemplo? Quem trabalha à noite 
deveria pagar um tributo mais elevado por utilizar mais esse tipo de bem do que aqueles que 
saem somente à luz do dia? Apesar da dificuldade, alguns tipos de serviços públicos utilizam-se 
de taxas específicas para seu financiamento, como o transporte público e a energia. 
 
Nesse sentido, conclui-se que esse princípio é aplicável a alguns tipos específicos de serviços 
públicos, contribuindo exclusivamente, portanto, para a função alocativa.
1.2.3 Princípio da capacidade de pagamento
Nesse caso, a tributação deveria ser estabelecida de acordo com a capacidade de pagamento 
do agente econômico. Em torno do que é considerado socialmente justo, é possível estabelecer 
uma regra geral de tributação: tratar igualmente aqueles com mesma capacidade de pagamento 
(equidade horizontal) e de maneira diferente os que possuem capacidades de pagamento distintas 
(equidade vertical). 
A aplicação desse princípio convive com o seguinte dilema: quem tem maior capacidade de 
pagamento? Quem tem a maior renda, ou o maior patrimônio ou quem consome mais?
Os que defendem a renda como melhor critério assim o fazem porque acreditam que seja a 
forma mais ampla da compreensão de capacidade de pagamento, tendo em vista que, quanto 
maior a renda, maior a capacidade de consumo e de construção de patrimônio. Cabe, neste 
ponto, apresentar-lhe mais um importante conceito: progressividade. Um imposto é considerado 
progressivo quando sua alíquota¹ eleva à medida que a renda também aumenta. No Brasil, o 
Imposto de Renda é progressivo. 
Os que acreditam que o consumo é o melhor critério defendem que o ato de consumir é voltado 
para a satisfação de uma necessidade individual e deveria, portanto, ser devidamente onerado. 
Ademais, a imposição do Imposto de Renda acaba por diminuir a capacidade de poupança e 
investimento dos agentes econômicos, variáveis tão importantes para o crescimento econômico. 
Nesse tipo de tributação, não há espaço para a progressividade, de modo que todos os indivíduos 
pagam a mesma alíquota ao consumir um bem. Em termos práticos, se você ou Warren Buffett2 
comprarem um guaraná na padaria, estarão pagando exatamente o mesmo valor ao Estado.
Por fim, os impostos sobre a riqueza também geram muitas polêmicas quanto à sua necessidade 
e efetividade. O patrimônio de qualquer indivíduo do sistema econômico é resultado de uma 
renda que foi gerada em um momento anterior e não foi gasta em consumo, ou seja, nada mais 
é do que poupanças geradas no passado. Na medida em que são resultado de rendas passadas, 
muitos acreditam que já foram devidamente tributadas.
¹ Alíquota é o termo empregado para designar a porcentagem ou valor fixo que deverá ser aplicado à base de cálculo do 
tributo.
2 Warren Buffett é um dos maiores e mais influentes investidores do mundo. Em 2008, foi classificado como o homem mais 
rico do mundo, de acordo com o ranking da Forbes.
11
1.2.4 Princípio da neutralidade
O princípio da neutralidade prevê que a imposição de tributos não deve afetar a eficiência do 
mercado na alocação dos recursos. À medida que a imposição de um tributo altera artificialmente 
o preço do bem, este é capaz de gerar uma distorção nesse sistema de preços, levando a 
economia a uma situação menos eficiente. 
Isso posto, o princípio da neutralidade estabelece uma visão normativa da tributação: 
hipoteticamente, a imposição de um tributo não pode afetar as decisões dos agentes. Em termos 
práticos, significa que a neutralidade prevê que um sistema tributário deva gerar a menor distorção 
possível na alocação dos recursos produtivos e, consequentemente, no sistema de preços. 
O Imposto de Renda é considerado, em certa medida, neutro. Isso ocorre, pois a imposição da 
alíquota diminui da mesma maneira a renda disponível para consumo e poupança daqueles 
indivíduos enquadrados na mesma faixa de rendimento. No entanto, ao avaliarmos os impostos 
seletivos que incidem sobre a produção e o consumo, quebra-se esse princípio. Isso não significa, 
contudo, que tal imposição necessariamente irá trazer ineficiência. Por exemplo, o fato de a 
produção e o consumo de cigarro arcarem com uma carga tributária mais elevada do que a 
média está minimizando o impacto de externalidades negativas decorrentes de seu consumo, a 
saber, a elevação dos gastos com saúde pública. 
1.2.5 Conceito de simplicidade 
Um sistema tributário deve ser idealizado de modo que os seus geradores de receita (contribuintes) 
o entendam facilmente. Ademais, os custos com o processo de cobrança e arrecadação não 
devem ser elevados. 
1.3 Tipos de tributos
Quando o imposto incide diretamente sobre o indivíduo, mais especificamente sobre sua renda 
(salários, lucros, juros, dividendos e aluguéis) ou patrimônio, diz-se que a tributação é direta. 
Quando, por sua vez, incidir sobre as transações pertinentes às atividades econômicas ou 
produtos e serviços, diz-se que a tributação é indireta. 
1.3.1 Imposto de Renda
O Imposto de Renda é um tributo direto, o qual pode ser aplicado tanto às Pessoas Físicas 
(IRPF) quanto às Pessoas Jurídicas (IRPJ). Suas alíquotas são fixadas com base em faixas de 
renda, respeitando o critério de progressividade. Sua base de cálculo incide em torno da renda 
tributável, que contempla alguns abatimentos do rendimento total do indivíduo, como gastos 
com planos de saúde.
O Imposto de Renda da Pessoa Física fica retido diretamente na fonte pagadora. Portanto, os 
trabalhadores formais, ao receberem seu salário, já têm descontado o imposto, de modo a se 
minimizarem as práticas de sonegação no caso dos contratos em CLT. 
O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica incidirá sobre o lucro tributável das organizações, sendo 
sua base de cálculo feita a partir de três métodos:
1. Lucro real: é a diferença entre receitas e custos. O cálculo do IRPJ a partir desse método exige 
registros contábeis em conformidade com a legislação. Sua forma de apuração pode se dar 
anualmente, com contribuições mensais baseadas em estimativas, ou trimestralmente.
2. Lucro presumido: alíquota que incide sobre a receita bruta. Esse tipo de método se aplica 
12 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
melhor a empresas cuja receita bruta não é grande o suficiente para que se tenha a necessidade 
de organização de um sistema contábil adequado à legislação tributária.
3. Lucro arbitrado: o governo estabelece arbitrariamente qual deverá ser a base do imposto; sua 
implementação se dá nas empresas que não apresentam registros contábeis precisos.
Na medida em que o IRPJ incide sobre o lucro tributável, questiona-se o fato de que ele incida 
inteiramente sobre o produtor, pois podem ocorrer repasses aos preços que os consumidores 
deverão pagar. 
1.3.2 Imposto sobre o Patrimônio
Imposto que incide sobre a posse de ativos em um determinado período. No Brasil, os maiores 
exemplos desse tipo de imposto são o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto 
sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
1.3.3 Imposto sobre as Vendas
Impostos indiretos que incidem sobre o consumo, podendo ser classificados de acordo com:
1. Amplitude da base incidência: incidência que se dá rotineiramente sobre transações – compra 
de produtos industriais ou de bens de consumo, com alíquotas uniformes (únicas) ou seletivas 
(diferenciadas segundo a natureza do bem). Também podem incidir sobre as transações de 
compra e venda de mercadorias específicas. Nesse caso, as alíquotas são sempre seletivas. 
Exemplo: Imposto sobre consumo de bebidas alcoólicas.
2. Estágio do processo de produção e comercialização: imposto pode ser cobrado do produtor, 
do comércio atacadista, do comércio varejista ou em todas as etapas.
3. Forma de apuração: incidência se dá no valor total da transação (Imposto em cascata ou 
cumulativo) ou apenas no valor adicionado pelo contribuinte (Imposto sobre valor adicionado). 
O imposto em cascata fere o princípio da neutralidade, em especial naqueles setores cuja cadeia 
produtiva é muito extensa. Na medida em que cada etapa é tributada sobre o valor geral da 
transações, os setores com maiores quantidades de etapas produtivas tendem a arcar com uma 
carga tributária mais intensa, prejudicando sua competitividade e atratividade.
1.4 Orçamento público
O conceito de orçamento público surge quando se percebe que, em um Estado de Direito, para 
que se evite a ação imprópria de governantes, se estabelece que os gastos do governo deverão 
ser submetidos à autorização antes de sua execução.
O comportamento dos gastos públicos está bastante atrelado com o contexto histórico, conforme 
podemos observar na tabela a seguir:
13
 Final 
século XX, 
em torno 
de 1870 
(b) 
Período 
prévio à I 
Guerra 
Mundial, 
em torno 
de 1913 
(b) 
Período 
pós I 
Guerra 
Mundial, 
em torno 
de 1920 
(b) 
Período 
prévio à II 
Guerra 
Mundial, em 
torno de 
1937 (b) 
 
 
 
1960 
 
 
 
1980 
 
 
 
1990 
 
 
 
1996 
Alemanha 10,0 14,8 25,0 34,1 32,4 47,9 45,1 49,0 
Austrália 18,3 16,5 19,3 14,8 21,2 34,1 34,9 36,6 
Áustria 14,7 20,6 35,7 48,1 38,6 51,7 
Bélgica (c) 13,8 22,1 21,8 30,3 57,8 54,3 54,3 
anaá 16,7 25,0 28,6 38,8 46,0 44,7 
sanha (c) 11,0 8,3 13,2 18,8 32,2 42,0 43,3 
stas 
nis 
7,3 7,5 12,1 19,7 27,0 31,4 32,8 33,3 
rana 12,6 17,0 27,6 29,0 34,6 46,1 49,8 54,5 
lana (c) 9,1 9,0 13,5 19,0 33,7 55,8 54,1 49,9 
rlana 18,8 25,5 28,0 48,9 41,2 42,0 
tália (c) 11,9 11,1 22,5 24,5 30,1 42,1 53,4 52,9 
a 8,8 8,3 14,8 25,4 17,5 32,0 31,3 36,2 
ruega 5,9 9,3 16,0 11,8 29,9 43,8 54,9 49,2 
a 
elnia 
 24,6 25,3 26,9 38,1 41,3 34,7 
ein 
ni 
9,4 12,7 26,2 30,0 32,2 43,0 39,9 41,9 
uécia 5,7 10,4 10,9 16,5 31,0 60,1 59,1 64,7 
ua 16,5 14,0 17,0 24,1 17,2 32,8 33,5 39,4 
 
Média 
Simples 
 
10,5 
 
12,0 
 
18,2 
 
22,4 
 
27,9 
 
43,1 
 
44,2 
 
45,8 
 
(a) Governo geral.
(b) Valor referente ao ano mais próximo para o qual se dispõe de dados depois de 1870, antes de 1913, depois 
de 1920 e antes de 1937.
(c) Até 1937, dados referentes apenas ao governo central.
Fonte: GIAMBIAGI, F.; ALÉM, C. A., 2008, p. 11.
No decorrer do século XX, observa-se uma participação cada vez mais expressiva dos gastos 
públicos no PIB dos países. Especialmente quando enfrentam períodos de guerra, a elevação dos 
gastos públicos é acentuada. 
Independentemente da existência de algum esforço de guerra, nota-se que o gasto público 
traçou uma trajetória de crescimento, impulsionada por dois principais fatores: envelhecimento 
populacional e urbanização. O primeiro deles pressiona os gastos públicos, pois aumenta as 
despesas com saúde e, sobretudo, com a previdência. O segundo faz com que a sociedade 
pressione por serviços públicos cada vez melhores. 
Em termos políticos e econômicos, o estabelecimento do orçamento público reflete a execução 
de gastos, os quais devem estabelecer áreas prioritárias. Entre os principais centros de custo do 
governo, temos: a) saúde; b) educação; c) defesa nacional; d) policiamento; e) regulação; f) 
justiça; g) assistencialismo.
14 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
Você tem ideia de como o governo está distribuindo seus gastos entre os ministérios e 
secretarias?
Entre na página do Orçamento no site do Ministério do Planejamento e descubra!
NÃO DEIXE DE LER...
No Brasil, a Constituição de 1988, em seu artigo 1653, prevê que o orçamento do setor público 
seja realizado obedecendo cumulativamente a três requisitos: a) Plano Plurianual (PPA)4; b) Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO)5; e c) Lei Orçamentária Anual (LOA)6. 
1.5 Déficit público
Você já deve ter presenciado situações nas quais uma pessoa perde o controle de seus gastos e 
acaba comprometendo uma parcela maior do que seu rendimento. Na medida em que o governo 
tem uma receita e uma perspectiva de gasto, ele também está sujeito a tal situação. Ao final de 
um exercício, se a arrecadação for maior do que as despesas, diz-se que há um superávit nas 
contas públicas. Quando o governo gasta mais do que arrecada, por sua vez, cria-se um déficit 
público.
No Brasil, historicamente, o setor público é deficitário. Toda vez que as despesas superarem a 
receita gerada, o governo deverá encontrar formas de financiar sua dívida. Se recorrer a recursos 
extras fiscais, poderá emitir moeda, por exemplo. Para tanto, o Tesouro Nacional (União) deverá 
pedir o montante emprestado ao Banco Central. A principal vantagem desse recurso está em 
não aumentar o endividamento público junto ao setor privado. Contudo, esse tipo de ação gera 
pressões inflacionárias.
O governo também pode optar por vender títulos da dívida pública ao setor privado. Nesse caso, 
ao obter receita com a venda do título, tira moeda de circulação, que deverá ser destinada ao 
financiamento de sua dívida. Nesse caso, não há pressão inflacionária; contudo, o endividamento 
público aumenta, pois o título é vendido mediante o pagamento de juros. 
Se recorrer aos recursos fiscais, o governo poderá estabelecer um aumento dos impostos 
conjugado a uma maior restrição dos seus gastos (política fiscal contracionista).
Assim, percebemos que a manutenção da saúde financeira do Estado enfrenta dilemas em relação 
ao controle da inflação e da dívida pública.
3 Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
4 “§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pú-
blica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada” (BRASIL, 
1988, n.p.).
5 “§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas 
de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na 
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.” (BRASIL, 1988, n.p.).
6 “§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito 
a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, 
bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.” (BRASIL, 1988, n.p.).
15
8 REINHART, C.; ROGOFF, K. 2010a. ‘Growth in a Time of Debt’, Working Paper, n. 15639, National Bureau of Economic 
Research. Disponível em: <http://www.nber.org/papers/w15639>. Acesso em: 20 jun. 2015 e REINHART, C.; ROGOFF, K. 
2010b. Growth in a Time of Debt, American Economic Review, v. 100, n. 2, p. 573–578.
1.5.1 Tipos de déficit público
Quando observamos a diferença entre o que foi arrecadado e gasto em um determinado período, 
chegamos ao conceito de déficit primário. Observe que, nesse caso, não se está levando em 
consideração os juros reais de dívida contraída em um momento anterior. No entanto, como o 
governo se endivida para cobrir o déficit primário, todo exercício exige o pagamento de juros 
e amortização da dívida criada. Surgem, então, dois novos conceitos de déficit:
a) déficit 
nominal, que soma ao déficit primário os gastos com juros e amortização da dívida; b) déficit 
operacional, que é o déficit nominal, excluindo a correção monetária e cambial7.
1.5.2 Debate: Déficit público vs. Crescimento econômico
Na última década, estudos importantes apontaram que, quanto maior a participação do déficit 
público no PIB, menor tenderia a ser o crescimento que tal país enfrentaria:
Tabela 2 – Média anual de crescimento do PIB Real para diferentes razões de 
participação do déficit público no PIB de 20 economias avançadas (1946-2009)
 Taxa de crescimento do PIB 
 4,1% 
30-60% 2,8% 
60-90% 2,8% 
> 90% -0,1% 
Fonte: REINHART; ROGOFF (2010a, 2010b)11 apud HERNDON; ASH; POLLIN (2013).
Conforme a tabela aponta, quanto maior o déficit público, menor tenderia a ser a taxa média 
de crescimento do PIB Real. Se o déficit público é gerado ao se gastar mais do que se arrecada, 
o que esses resultados nos mostram é que a prática de políticas fiscais expansionistas é muito 
“perigosa” no longo prazo.
Desde a publicação deste estudo em 2010, o debate em torno da adoção de políticas 
macroeconômicas privilegiou a austeridade, com rígido controle dos gastos públicos. Esse fato é 
bastante curioso, pois nesse mesmo período o mundo enfrentava os efeitos da crise econômica 
deflagrada nos Estados Unidos no final de 2007.
Contudo, em 2013, um novo estudo reacendeu o debate. Utilizando a mesma base de dados, 
estudantes do MIT encontraram novos resultados:
16 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
Tabela 3 – Média anual de crescimento do PIB Real para diferentes razões de 
participação do déficit público no PIB de 20 economias avançadas segundo Herdon, 
Ash e Pollin
 Taxa de crescimento do PIB 
 4,2% 
30-60% 3,1% 
60-90% 3,2% 
>90% 2,2% 
Fonte: Adaptado de HERDON; ASH; POLLIN (2013).
Comparado ao estudo anterior, observa-se uma forte discrepância de dados em relação à 
taxa média de crescimento do PIB Real em países em que o déficit público supera os 90%. 
As considerações dos autores sobre os dados gerados repercutiu na esfera de formulação de 
políticas econômicas. Em especial, eles mostraram que os formuladores de política não podem 
defender que as medidas de austeridade se fundamentam na evidência de que, nos níveis em 
que o déficit público for superior a 90% do PIB, haverá uma queda acentuada no crescimento 
econômico.
Percebe-se, portanto, que ainda não se chegou a um consenso a respeito da relação entre déficit 
público e crescimento econômico. As diferenças metodológicas na condução das pesquisas que 
cruzam tais dados dão margem à continuidade do debate. 
2 Teorias de crescimento e desenvolvi-
mento econômico
Apesar de já ter entendido parte da forma na qual o Estado atua sobre a economia, ainda 
é necessário discutir como esses tipos de intervenção moldam estratégias de desenvolvimento 
econômico. Mas, antes disso, precisamos estabelecer a diferença existente entre os conceitos 
de crescimento econômico e desenvolvimento econômico e de que maneira estão relacionados.
O crescimento econômico é comumente mensurado pela taxa de variação do PIB Real. Esse 
conceito está embasado em uma abordagem utilitarista de crescimento, a qual está relacionada 
com a expansão da capacidade de satisfazer necessidades em uma determinada sociedade. Nesse 
sentido, a investigação dos meios que levam ao crescimento econômico perpassa a expansão da 
capacidade de produção dessa economia, os quais deverão ser apresentados no próximo tópico.
O desenvolvimento, por sua vez, precisa ser encarado em uma perspectiva mais ampla. Alguns 
autores defendem que a ocorrência de crescimento econômico tende a levar, no longo prazo, ao 
desenvolvimento. Foi partindo desse princípio que Delfim Netto, ministro da Fazenda no período 
do “Milagre Econômico” que ocorreu durante os governos militares, afirmou que “é preciso 
esperar o bolo crescer para, depois, reparti-lo”. Essa frase foi pronunciada mediante forte crítica 
ao modelo de crescimento econômico que concentrava cada vez mais a renda e não se traduzia 
em desenvolvimento econômico. 
Outros autores acreditam que esse não é um fenômeno puramente econômico, na medida em 
que engloba a melhoria da qualidade de vida, e não simplesmente das condições econômicas. É 
o caso de Amartya Sen, economista indiano, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1998.
17
Amartya Sen ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 1998 em virtude de suas 
contribuições à Economia do Bem-Estar Social.
Ele enxerga o fenômeno de desenvolvimento econômico como um processo de expansão 
das liberdades individuais. Os principais fatores que geram a privação da liberdade 
são: a) pobreza e tirania; b) carência de oportunidades econômicas e destituição 
social sistemática; c) negligência dos serviços públicos; d) intolerância ou interferência 
excessiva de Estados repressivos.
Assim, se a liberdade é resultado de um processo de desenvolvimento, para que este 
ocorra, é necessário que a sociedade combata e elimine todos esses fatores restritores 
da liberdade.
O exercício de reflexão proposto pelo autor para se pensar o fenômeno do desenvolvimento 
ancora-se na seguinte pergunta: “Riqueza traz felicidade?”, a qual podemos estender 
para: “A riqueza nos permite fazer tudo o que queremos?”.
O autor chega à conclusão de que a riqueza é um meio, mas nunca um fim. Os indivíduos 
querem viver uma vida longa e boa, ou seja, não se quer morrer jovem tampouco se 
quer viver a miséria e a privação de liberdade. Assim, o autor afirma que “A utilidade da 
riqueza está nas coisas que ela nos permite fazer – as liberdades substantivas que ela 
nos ajuda a obter”, negando o princípio de que a maximização da renda e da riqueza é 
determinante da ação individual. 
Um dos principais resultados de seus estudos foi a criação de um indicador de 
desenvolvimento conhecido como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), adotado 
pela ONU para balizar as Metas do Milênio.
VOCÊ O CONHECE?
Para que você entenda melhor esse debate, proponho uma reflexão: de acordo com estimativas 
do FMI, em 2015, o Brasil deve ser a oitava maior economia do mundo. Você acredita que, 
apesar de não ser um dos países mais ricos do mundo, podemos nos considerar desenvolvidos? 
O gráfico abaixo apresenta as 20 maiores economias do mundo; destas, quantas podem ser 
consideradas desenvolvidas?
18 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
Gráfico 1 – As maiores economias do mundo (em US$ milhões 
correntes) – Previsões para o PIB (2015)
Fonte: FMI.
2.1 Fontes de crescimento
Apesar de termos percebido que crescimento não necessariamente se traduz em crescimento, 
vamos partir do princípio de que este é condição necessária, mas não suficiente para o fenômeno 
do desenvolvimento.
Inicialmente, vamos entender como as diferentes constituições da chamada “Função de produção 
agregada” afetam o crescimento e a renda dos países. Vimos que as empresas devem combinar 
insumos produtivos, em especial, capital e trabalho, para produzir bens e serviços. Se pensarmos 
numa perspectiva agregada, veremos que a capacidade de geração de riqueza de um país está 
diretamente relacionada a esses dois fatores.
Dessa forma, vamos conceituar que as principais fontes do crescimento econômico são:
1. Crescimento demográfico e imigração: na medida em que se eleva a quantidade de mão 
de obra disponível na economia, há uma elevação na quantidade de trabalho na função de 
produção agregada, o que tende a puxar o crescimento econômico. 
2. Estoque de capital: reflete a capacidade de produção da economia dada a quantidade de 
capital disponível na economia.
3. Educação: essa variável irá fundamentar o conceito de capital humano.
19
4. Desenvolvimento tecnológico: capaz de melhorar a
eficiência na utilização dos estoques de 
capital, tanto físico quanto humanos.
5. Eficiência organizacional: capacidade de combinar de maneira eficiente os insumos nos 
processos produtivos.
Através desses determinantes do crescimento, é possível observar que tal fenômeno é resultado 
ou da maior disponibilidade de recursos ou da melhoria na qualidade desses. Ademais, vamos 
prosseguir com uma breve discussão a respeito da distinção entre capital físico e humano, que 
talvez não seja tão trivial quanto parece.
2.1.1 Capital humano
No final da década de 1950 e início da de 1960, diversos autores começam a perceber a 
importância da qualidade da mão de obra para o crescimento econômico. Em especial Theodore 
Schultz, em 1961, afirma que a qualificação profissional também deveria ser enquadrada 
como uma categoria de capital, na medida em que era capaz de elevar a produtividade de um 
trabalhador, assim como uma máquina. Dessa forma, o autor define que qualquer gasto que uma 
empresa realize para melhorar a qualidade de sua mão de obra, por exemplo, em treinamento e 
saúde, é, na realidade, um investimento em capital humano.
Gary Becker amplia a ideia de Schultz ao considerar que os investimentos que o indivíduo (e não 
somente a empresa) realiza ao longo de sua vida em treinamento e qualificação também têm uma 
participação importante no crescimento econômico. Mincer também enxergava a importância do 
elemento humano do capital para o desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, para o 
crescimento econômico.
Independentemente do enfoque dado, o capital humano foi incorporado como importante fonte 
do crescimento. Ao avaliar o crescimento pela ótica da produção, o capital humano é capaz de 
elevar a produtividade do trabalhador; ao avaliar a ótica da renda, permite que o trabalhador 
tenha um potencial ganho de renda.
Mas como será que o capital humano influencia o desenvolvimento econômico e social dos 
países? Há evidências de que os trabalhadores de nações desenvolvidas têm maior produtividade 
do que aqueles residentes em países em desenvolvimento. Isso ocorre, pois nesses países a 
necessidade de garantir a subsistência faz com que muitas famílias tenham que tirar seus filhos 
da escola, alocando-os no mercado de trabalho. 
2.1.2 Capital físico
O capital físico, representado nas máquinas e equipamentos, é a principal fonte de crescimento 
econômico encontrada na literatura econômica. A principal medida utilizada para representar a 
sua importância no crescimento é a relação produto-capital, dada por:
V = ∆Y/∆K, onde V = relação produto-capital; ∆Y = variação do produto nacional; ∆K = 
variação da capacidade produtiva. 
Essa relação mostra o quanto o capital físico é capaz de adicionar ao produto, sendo, portanto, 
uma importante forma de medir a produtividade de um país. A elevação do produto nacional 
depende, dessa forma, de investimento produtivo em capital físico, e, normalmente, esses 
investimentos tendem a ser alocados em setores com maior valor dessa relação.
20 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
2.2 Financiamento de desenvolvimento
Para realizar um investimento, é necessário alocar recursos financeiros. Esses recursos podem 
ser gerados dentro da economia ou externamente. Nesse sentido, diz-se que o investimento 
produtivo prevê a utilização de poupança interna ou externa, ou seja, um país pode adotar dois 
tipos de estratégia: endividamento externo e autofinanciamento.
Para conseguir financiar com recursos próprios, o país precisa adotar políticas que estimulem a 
formação da poupança interna. Algumas economias, em especial as economias socialistas, como 
a China, adotaram a obrigatoriedade de poupança por longos períodos de tempo como forma 
de acelerar o processo de formação de estoques de capital.
Outra estratégia de formação de poupança interna se dá por meio dos resultados do setor 
público: quando se arrecada mais do que se gasta, o governo gera superávits, os quais poderão 
ser alocados no mercado por meio de crédito via bancos de desenvolvimento ou de fomento.
Para atrair poupança externa, por sua vez, os países precisam criar condições atrativas para o 
Investimento Estrangeiro Direto (IED)9. De acordo com os dados divulgados pela UNCTAD, o 
Brasil foi o quinto país que mais atraiu IED em todo o mundo em 2013, como mostra o gráfico 
abaixo:
Gráfico 2 – Fluxos de IED – 20 maiores países de destino
Fonte: UNCTAD (2014).
Outra fonte de financiamento externo é encontrada nas instituições financeiras multilaterais, 
como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Internacional para Reconstrução e 
Desenvolvimento (BIRD), que atualmente integra o Banco Mundial, e o Banco Interamericano de 
Desenvolvimento (BID).
9 O IED se caracteriza como recursos financeiros vindos do exterior para a consolidação de um investimento produtivo no país receptor. 
Sua efetivação exige uma transferência de capital de uma matriz para uma filial.
21
Historicamente, o Brasil se utiliza de poupança externa para financiar a sua estratégia de 
desenvolvimento. Independentemente da origem do recurso que moldará a estratégia de 
financiamento do desenvolvimento, os países precisam criar condições para os investimentos em 
capacidade de produção, de modo a permitir o desenvolvimento econômico.
2.3 Modelos de crescimento econômico 
Neste tópico, vamos abordar brevemente dois modelos de crescimento de longo prazo: um 
ancorado em uma perspectiva keynesiana, a saber, Harrod-Domar, e outro baseado na escola 
de pensamento neoclássica, o modelo de Solow.
2.3.1 Harrod-Domar
O modelo de Harrod-Domar coloca que os determinantes do crescimento econômico são: a) 
taxa de poupança; b) taxa de investimento; c) relação produto-capital. Dessa forma, tem-se que 
a taxa de crescimento do produto (Y’) é determinada da seguinte forma:
Y’ = s*V, onde s = taxa de poupança e V = relação marginal produto-capital.
A taxa de poupança, por sua vez, é expressa pela razão entre poupança e produto, chamada de 
propensão a poupar:
s = S/V, onde S = poupança agregada e V = renda nacional.
A relação marginal produto-capital é dada da seguinte forma:
v = ∆Y/∆K, onde ∆Y = variação da renda nacional; ∆K = variação no estoque de capital.
Como a taxa de investimento agregado (I) pode ser considerada como a variação no estoque de 
capital, podemos reescrever a equação anterior da seguinte forma:
v = ∆Y/I
Vamos trabalhar com um exemplo numérico. Imagine um país que tem uma taxa de poupança de 
15% e uma relação produto-capital de 0,38. Qual deverá ser sua taxa de crescimento?
Se s = 0,15 e v = 0,38, temos que:
Y’ = 0,15*0,36 = 0,057.
Assim, concluímos que, dadas essas características da economia, a taxa de crescimento deveria 
ser de 5,7%.
Esse modelo, como qualquer outro, apresenta algumas limitações importantes de serem 
abordadas. 
Em primeiro lugar, ele estabelece uma relação bastante simplificada entre poupança, investimento 
e crescimento. Isso porque não está fazendo qualquer distinção a respeito da qualidade do 
investimento, que na prática varia muito. 
Por exemplo, os investimentos são destinações de recursos financeiros para aquisição de 
ativos, os quais podem ter diferentes níveis de produtividade. Ao estabelecer apenas uma taxa 
de produtividade do capital, supõe-se que essa diferença não seja impactante, o que é uma 
inverdade. 
22 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
Ao mesmo tempo, o retorno dos investimentos em termos de produto nacional também é bastante 
diferente: investimentos em educação e saúde costumam reverberar no produto após um longo 
período de tempo; um investimento em maquinário, por sua vez, tende a elevar imediatamente a 
capacidade de produção dessa economia.
Nesse sentido, esse modelo prevê que o Estado
pode ter um papel importante na condução dos 
objetivos econômicos de crescimento, na medida em que pode direcionar as políticas econômicas 
de modo a alterar a taxa de investimento e poupança da economia.
2.3.2 Solow
O modelo de Solow é considerado um dos mais importantes modelos de crescimento. Para que 
possamos compreendê-lo, vamos estabelecer algumas premissas importantes:
Imagine uma economia que produza somente um bem, por exemplo, alimento. A produção 
de alimento é resultado de uma certa combinação de fatores de produção, a saber: estoque 
de capital (k) e oferta trabalho (L). Imaginemos que o estoque de capital é representado pelo 
maquinário destinado à produção de alimentos e que a oferta de trabalho se refere às pessoas 
disponíveis para emprego na lavoura. Temos portanto que:
Y = ƒ(K,L)
Vamos também supor que a oferta de trabalho varia à medida que varia a população, ou seja, 
é uma função da taxa de crescimento natural da população e que o mercado de trabalho entra 
em equilíbrio quando a oferta de trabalho se iguala à demanda de trabalho, situação alcançada 
no Pleno Emprego.
Por fim, há o condicionante de que o Produto Nacional tenha de ser exatamente igual à Despesa 
Nacional. Se Y = C + S e D = C + I, temos:
Y = D, portanto: S = I
Sendo a taxa de poupança dada nesse modelo, assume-se que a propensão marginal a poupar 
em uma economia é constante. Dessa forma, no modelo de Solow, o crescimento econômico 
depende diretamente do estoque de capital. Como a poupança é igual ao investimento. 
Na medida em que os neoclássicos acreditam que a intervenção do Estado na economia tende a 
trazer distorções na alocação dos recursos, o modelo de Solow prevê uma situação de equilíbrio 
de longo prazo, com taxas constantes de crescimento. Assim, a adoção de políticas econômicas 
é considerada pouco efetiva nesse modelo.
2.4 Estágios de desenvolvimento
Agora que já discutimos as principais fontes de crescimento econômico e como elas se 
relacionam através de modelos, estamos aptos a entender quais são os elementos essenciais ao 
desenvolvimento econômico, ou seja, sem esses condicionantes, Rostow afirmou que não existe 
desenvolvimento:
23
Elevação da taxa de investimento produtivo
Desenvolvimento de setores industriais
Ambiente político e social propício a investimentos
Elevação da taxa de crescimento do PIB per capita
Quadro 3 – Condicionantes do Desenvolvimento Econômico por Rostow
Fonte: Autor.
Através desses condicionantes, o autor propõe a formulação dos estágios de desenvolvimento 
dos países por meio de uma abordagem histórica.
Em uma sociedade tradicional, num primeiro estágio, a economia organiza-se em uma base 
predominantemente agrária, onde a tecnologia empregada é bastante arcaica e a renda per 
capita muito baixa.
Em um segundo estágio, estabelecem-se os pré-requisitos para a arrancada desenvolvimentista. 
Assim, ocorre um aumento da taxa de acumulação do capital e o crescimento demográfico, bem 
como melhorias na qualidade da mão de obra em função da maior qualificação e especialização. 
Esse tipo de evolução é bastante típico em processos de urbanização acentuada e exige uma 
melhoria expressiva da produtividade agrícola como forma de se financiar a expansão industrial. 
Concomitantemente, países que passam por esse estágio de desenvolvimento costumam realizar 
investimentos pesados em infraestrutura básica. 
A terceira etapa de desenvolvimento refere-se ao processo conhecido como take-off, alusão à 
decolagem de aviões. Nesse sentido, nesse estágio estabelecem-se as bases de um desenvolvimento 
sustentado devido à institucionalização do crescimento. É nessa etapa que os condicionantes 
apontados na Figura 2 firmam-se na economia.
O próximo estágio se caracteriza pela consolidação de um processo de crescimento sustentado, 
o qual é guiado pelo amadurecimento dos instrumentos e instituições que asseguram o 
desenvolvimento tecnológico.
24 Laureate- International Universities
O Setor Público e o Desenvolvimento Econômico
Por fim, a última etapa de desenvolvimento apontada por Rostow é a “Era do alto consumo 
de massa”, caracterizada pela sofisticação das necessidades sociais, que se traduz em uma 
economia mais complexa, com produtos de alta intensidade tecnológica.
Vale ressaltar que a discussão a respeito dos estágios de desenvolvimento a partir de uma 
perspectiva histórica é bastante controversa. Essa visão implica compreender os instrumentos 
e as políticas econômicas adotadas em cada uma das etapas. Dessa forma, diversos autores, 
como o coreano Ha-Joon Chang, acreditam que as práticas recomendadas para os países em 
desenvolvimento no Consenso de Washington, por exemplo, estariam em linha com estágios 
mais avançados de desenvolvimento, sendo uma injustiça cobrar-lhes ações ligadas a condições 
mais desenvolvidas. Por exemplo, como ter um governo menos atuante quando grande parte da 
população mal tem acesso aos bens públicos?
2.4.1 Importância da industrialização para o desenvolvimento
A industrialização é considerada por muitos a principal força propulsora do desenvolvimento. 
Quando observamos como se deu o processo de industrialização das nações mais ricas, 
percebemos que foi resultado de uma elevação expressiva da produtividade agrícola. O 
desenvolvimento tecnológico da agricultura teve, portanto, um papel importante no êxodo rural, 
que permitiu a transferência de trabalhadores das lavouras às indústrias localizadas em centros 
urbanos.
As nações em desenvolvimento iniciaram o seu processo de industrialização tardiamente, o que 
lhes conferiu menor capacidade de competição. Nesse sentido, nos anos 1950 e início dos 1960, 
adotou-se em diversos países subdesenvolvidos a estratégia de substituição de importações, que 
se fundamentava em práticas protecionistas, como a proibição de importação de determinados 
bens tidos como essenciais à consolidação do parque industrial dos países. 
Os efeitos dessa política no longo prazo não foram os esperados. A proteção à nascente indústria 
local fez com que muitos produtores se acostumassem à falta de concorrência, o que tornou o 
desenvolvimento tecnológico mais vagaroso. 
A abertura comercial e a redução das barreiras fundamentaram as estratégias de desenvolvimento 
do final dos anos 1980 e início dos anos 1990, trazendo alguns resultados bastante frutíferos, 
outros nem tanto. No período, os chamados Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Hong 
Kong e Cingapura) experimentaram um vertiginoso crescimento econômico que se traduziu em 
desenvolvimento. 
25
Neste Capítulo, você compreendeu como o Estado estabelece as diretrizes de eficiência necessárias 
para a execução de suas funções econômicas através da ótica da Teoria da Tributação e do 
Orçamento. Também viu que, assim como um indivíduo qualquer, o Estado pode se endividar, tendo 
que recorrer a fontes de financiamento da dívida. 
Também entendeu que o crescimento e o desenvolvimento econômico têm relação direta com 
a expansão dos condicionantes técnicos da economia, em especial, com o investimento. Dessa 
forma, no longo prazo, só se cresce economicamente estimulando o investimento. Talvez aqui você 
tenha começado a perceber por que o último debate eleitoral brasileiro focou tanto a discussão 
no esgotamento do modelo de crescimento baseado no consumo, havendo a necessidade de se 
estimular os investimentos. Por fim, discutimos algumas estratégias de desenvolvimento.
O debate a respeito da necessidade de um Estado interventor, apesar de muito antigo, é bastante 
atual. Espero que, ao final deste Capítulo, seus argumentos estejam mais afiados e você consiga 
se posicionar criticamente, independentemente de suas crenças ideológicas, entendendo os pontos 
positivos e negativos de cada uma das possibilidades.
SínteseSíntese
26 Laureate- International Universities
O Setor Público
e o Desenvolvimento Econômico
BRASIL. Constituição (1988). Artigo 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 
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ReferênciasBibliográficas

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