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PROCESSO PENAL I - FACESF

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
domingo, 6 de agosto de 2017 - 00:24
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Visando à continuidade da vida em sociedade, à defesa das liberdades individuais, em suma, ao bem-estar geral, os homens organizaram-se em Estado.
Desde então ele se submeteram às ordens dos governantes, não mais fazendo o que bem queriam e entendiam, mas o que lhes era permitido ou não proibido.
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
 Evidentemente, nos primeiros anos, todos os poderes se enfeixavam nas mãos de uma só pessoa, como no regime tribal, ou na família de tipo patriarcal.
 
 Depois, com o crescimento do agrupamento humano, por certo houve a necessidade de distribuição de funções. 
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
O litígio
O homem não pode viver senão em sociedade. As sociedades são organizações de pessoas para a obtenção de fins comuns, em benefício de cada qual.
Mas, se não houvesse um poder, nessas sociedades, restringindo as condutas humanas, elas jamais subsistiriam. Daí o surgimento do Estado, com os seus indefectíveis elementos: povo, território e governo.
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
COMPOSIÇÃO DO LITIGIO
AUTODEFESA OU AUTOTUTELA
AUTOCOMPOSIÇÃO
O DIREITO DE PUNIR
O PROCESSO
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
AUTODEFESA OU AUTOTUTELA
A autodefesa ou autotutela remonta aos primórdios da civilização e caracteriza-se, basicamente, pelo uso da forca bruta para satisfação dos interesses.
Ausência de Juiz
Imposição da decisão
AUTOCOMPOSIÇÃO
A autocomposição ocorre quando uma das partes abre mão do seu interesse em favor da outra
Indisponibilidade dos interesses penais
Transação penal
O DIREITO DE PUNIR
Interesse: é o desejo, a cobiça, a vontade de conquistar algo.
Pretensão: é a intenção de subordinar interesse alheio ao próprio.
Lide: surge do conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida. No embate criminal, teremos, de um lado, a pretensão do Estado de fazer valer o direito material, aplicando a pena ao caso concreto, e, do outro, o status libertati do imputado, que só pode ser apenado após o devido processo legal.
O PROCESSO
Ação: o Estado tem o dever de agir, cabendo-nos o direito público subjetivo de obter do mesmo uma decisão acerca da lide objeto do processo.
Processo: é o instrumento de atuação da jurisdição. Contempla um elemento constitutivo objetivo (o procedimento), e um elemento constitutivo subjetivo (relação jurídica processual entre os sujeitos que integram o processo). 
JUS PUNIENDI
O direito que tem o Estado de aplicar a pena cominada no preceito secundário da norma penal incriminadora, contra quem praticou a ação ou omissão descrita no preceito primário, causando um dano ou lesão jurídica.
A punição ao autor da lesão social representa a justa reação do Estado contra o autor da infração penal, em nome da defesa da ordem e da boa convivência entre os cidadãos.
Pretensão Punitiva.
Jus Libertatis.
Direito de Ação–Jus Persequendi ou Jus Persecutions.
REPRESSÃO CRIMINAL
Crime – investigação – processo – execução penal.
 Crime, matéria de Direito Penal.
 Investigação, matéria de Direito Processual Penal.
 Processo, matéria de Direito Processual Penal.
 Execução Penal, matéria de Direito Penal.
 Nosso objeto específico de estudo: Investigação e Processo.
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Vítima ou ofendido.
 Réu ou querelado.
 Ministério Público ou querelante.
 O juiz
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
O PROCESSO PENAL
Praticado um fato que, aparentemente ao menos, constitui um ilícito penal, surge o conflito de interesses entre o direito de punir do Estado e o direito de liberdade da pessoa acusada de praticá-lo. Esse conflito não pode ser dirimido pela auto-defesa nem tampouco pode se empregar a auto-composição.
Assim, no Estado moderno a solução do conflito de interesses, especialmente no campo penal, se exerce através da função jurisdicional do Estado no que se denomina processo e, em se tratando de uma lide penal, processo penal.
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
CONCEITO
Conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Policia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares.
José Frederico Marques
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
 FINALIDADES
 O processo penal deve conferir efetividade ao direito penal, fornecendo os meios e o caminho para materializar a aplicação da pena ao caso concreto.
 Tem como finalidades a pacificação social obtida com a solução do conflito (mediata), e a viabilização da aplicação do direito penal, concretizando-o (imediata).
CARACTERÍSITICAS
1)Autonomia: o direito processual não é submisso ao material, isto porque, tem princípios e regras próprias e especializantes.
2)Instrumentalidade: é o meio para fazer atuar o direito material penal, oferecendo as ferramentas e os caminhos a serem seguidos na obtenção de um provimento jurisdicional válido.
3)Normatividade: é uma disciplina normativa, de caráter dogmático, inclusive com codificação própria (Código de Processo Penal).
RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
	Direito Constitucional: Íntimas relações existem entre o Direito Processual Penal e o Direito Constitucional, porquanto é este que estabelece e enuncia os princípios que servem de base à jurisdição penal. 
	Direito Penal: O Direito Processual Penal dita as normas segundo as quais deve o Direito Penal atuar. Tão íntimas são as suas relações, que por muito tempo estavam as duas disciplinas num só todo. 
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
Direito Civil: O Direito Processual Penal também se liga ao Direito Civil, principalmente naqueles atos cuja prova é limitada pela lei civil (CPP, art. 155); na reparação do dano ex-delicto; no que respeita ao instituto da capacidade; nas questões prejudiciais civis, etc.
 
Direito Processual Civil: Dignas de nota as influências recíprocas das ações e sentenças penais e civis. O art. 63 do CPP proclama a influência que exerce no juízo cível a sentença penal condenatória com trânsito em julgado. 	
	
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
		
Direito Administrativo: O CPP, como se infere da leitura do parágrafo único do art. 4º, não exclui a competência de certas autoridades administrativas para a apuração de certas infrações penais e sua autoria. Afina-se com o Direito Administrativo, no que respeita à organização judiciária, às atividades administrativas dos órgãos jurisdicionais e no que tange à Polícia Judiciária. 
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
	
Direito Empresarial: O Direito Processual Penal entronca-se com o Direito Empresarial no campo falencial. 
Direito Internacional: Com relação aos tratados, às convenções, às regras de Direito Internacional, ao instituto das rogatórias, à matéria concernente à extradição, àquelas pertinentes às imunidades diplomáticas, à extraterritorialidade, etc. 
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
RELAÇÃO COM AS CIÊNCIAS AUXILIARES
Medicina Legal: Aplicação dos conhecimentos médicos para a realização de leis penais ou civis para a comprovação da materialidade dos delitos.
Psiquiatria Forense (ou Judiciária): Tem
por objetivo o estudo dos distúrbios mentais em face dos problemas judiciários; verificação das hipóteses de inimputabilidade; realização de incidente de insanidade mental do acusado.
 RELAÇÃO COM AS CIÊNCIAS AUXILIARES
Psicologia Judiciária: Se ocupa de exames de personalidade, para a classificação dos criminosos com vistas a classificação da execução penal, alem de estudar os participantes do processo judicial (réu, testemunha, juiz, advogado).
Criminalística:Também chamada Policia Cientifica, é a técnica que resulta da aplicação de varias ciências à investigação criminal, colaborando na descoberta de crimes, na identificação dos seus autores, na apuração das circunstancias do fato. Objetiva o estudo de provas periciais.
SISTEMAS PROCESSUAIS
SISTEMA INQUISITIVO
É sigiloso, sempre escrito, não é contraditório e reúne na mesma pessoa as funções de acusar, defender e julgar.
O réu e visto nesse sistema como mero objeto de persecução, motivo pelo qual práticas como a tortura eram freqüentemente admitidas como meio para se obter a prova-mãe: a confissão.
SISTEMA ACUSATÓRIO
Contraditório, publico, imparcial, assegura ampla defesa, há distribuições das funções de acusar, defender e julgar a órgãos distintos.
Há nítida separação entre as funções de acusar, defender e julgar; o contraditório, a ampla defesa e a publicidade regem todo o processo.
O órgão julgador é dotado de imparcialidade; o sistema de apreciação é o do livre convencimento motivado; é o sistema adotado no Brasil com algumas mitigações.
domingo, 6 de agosto de 2017
Professor: Marco Antonio de Jesus Bacelar
SISTEMA MISTO OU ACUSATÓRIO FORMAL
Há uma fase inicial inquisitiva, na qual se procede a uma investigação preliminar e a uma instrução preparatória a cargo do Juiz, e uma fase final, em que se procede ao julgamento com todas as garantias do processo acusatório.
FONTES - CONCEITO 
Fonte do Direito: é a origem primária do direito, identificando-se com a gênese das normas jurídicas.
No sentido aqui empregado, são todas as formas pelas quais são criadas, modificadas ou extintas as normas de determinado ordenamento jurídico.
CLASSIFICAÇÃO
 Fonte de Produção (material), que constituem, criam o direito, elabora a norma.
 Fonte Formal (de cognição), que revelam o direito, que são os seus modos de expressão.
Fonte de produção do processo penal é o Estado.
As fontes formais são a lei (a única fonte primária, imediata), o costume, os princípios gerais do direito e a analogia (fontes secundárias, mediatas). 
FONTE DE PRODUÇÃO
Diante da natureza publicista do processo penal, cabe ao Estado legislar sobre a matéria, criando, com exclusividade, o direito correspondente. É ele, pois, a única fonte de produção, material, do direito processual penal.
Nos termos da nova Constituição Federal, compete privativamente à União legislar sobre "direito processual" (art. 22, I). Entretanto, a própria Carta Magna, rompendo com a tradição que vem desde a Constituição Federal de 1934, permite que lei complementar autorize os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas no citado artigo, inclusive Direito Processual Penal (art. 22, parágrafo único). 
FONTE FORMAL
Fonte formal ou de cognição é aquela que revela a norma. Podem ser:
Imediata ou direta: leis e tratados (art. 5º, §§ 2° e 3°, e art. 22, I, CF/1988.
Mediatas, indiretas ou supletivas: costumes e princípios gerais do direito.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL - C0NCEITO
A interpretação é o processo lógico que procura estabelecer a vontade da lei, que não é, necessariamente, a vontade do legislador. A lei deve ser considerada como entidade objetiva e independente e a intenção do legislador só deve ser aproveitada como auxílio ao intérprete para desvendar o verdadeiro sentido da norma jurídica.
Interpretar é descobrir o verdadeiro conteúdo da norma jurídica, precedendo sempre à aplicação, processo pelo qual se submete o caso concreto à norma geral.
ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO
 
Quanto ao sujeito que realiza a interpretação, pode ser:
Autêntica.
Jurisprudencial (ou judicial).
Doutrinária (ou doutrinal).
INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA
É a que procede da mesma origem que a lei e tem força obrigatória. Quando vem inserida na própria legislação, é chamada contextual. É o caso, por exemplo, do conceito de "flagrante delito", estabelecido pelos artigos 302 e 303 do Código de Processo Penal.
A interpretação, porém, pode ser promovida por lei posterior, elaborada para esclarecer o sentido duvidoso de uma lei já em vigor.
INTERPRETAÇÃO JURISPRUDENCIAL
A jurisprudência pode ser conceituada como conjunto de manifestações judiciais sobre determinado assunto legal, exaradas num sentido razoavelmente constante.
A interpretação jurisprudencial é, assim, a orientação que os juízos e tribunais vêm dando à norma, sem, entretanto, ter força vinculativa.
Podem ser incluídas como interpretação jurisprudencial as súmulas do STF e do STJ e as decisões de uniformização de jurisprudência dos tribunais.
INTERPRETAÇÃO DOUTRINÁRIA
Quando constituída da communis opinio doctorum, ou seja, do entendimento dado aos dispositivos legais pelos escritores ou comentadores do direito. Também não tem, evidentemente, força obrigatória.
 MODOS E MEIOS EMPREGADOS
Relativamente ao meio empregado, a interpretação pode ser:
Gramatical, literal ou sintática: leva-se em conta o texto da lei e o sentido literal das palavras;
Lógica: objetiva-se a compreensão do espírito da lei, por meio das regras de raciocínio e conclusão;
Teleológica: busca-se a finalidade da norma, a vontade da lei
Histórica: analisa-se o contexto da votação do diploma legislativo, os debates, as emendas propostas
Sistemática: leva-se em conta a norma colocada num todo, é dizer, como integrante de um ordenamento jurídico.
A LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
PRINCÍPIO DO EFEITO IMEDIATO
Havendo possibilidade de iniciar-se um processo na vigência de determinada lei e sobrevir lei nova que o regule, surge o problema de dirimir o aparente conflito entre as duas regras jurídicas, a anterior e a posterior.
De acordo com o artigo 2° do CPP, "a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior".
Vige o princípio tempus regit actum, do qual derivam dois efeitos: a) os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior se consideram válidos; b) as normas processuais têm aplicação imediata, regulando o desenrolar restante do processo 
PRINCÍPIO DO EFEITO IMEDIATO
Estabeleceu-se na lei, portanto, o chamado princípio do efeito imediato ou princípio da aplicação imediata da lei processual penal.
O fundamento lógico desse princípio é o de que a lei nova presumidamente é mais ágil, mais adequada aos fins do processo, mais técnica, mais receptiva das novas e avançadas correntes do pensamento jurídico.
NORMAS MISTAS
Não se pode negar, porém, que existem normas mistas, ou seja, que abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de caráter processual.
São normas penais as que versam sobre o crime, a pena, a medida de segurança, os efeitos da condenação e, de um modo geral, o jus puniendi (por exemplo; extinção da punibilidade).
São normas processuais, as que regulam o processo desde o seu início até o final da execução ou extinção da punibilidade. Ora, se um preceito legal, embora processual, abriga uma regra penal, de direito material, aplica-se a ela os princípios que regem a lei penal, de ultratividade e retroatividade da lei mais benigna. 
A LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
CONCEITO DE TERRITÓRIO
Nos termos do artigo 1°, caput, do Código de Processo Penal, o processo penal é regido "em todo o território brasileiro" por esse estatuto, princípio que se aplica, salvo disposição em contrário, às leis processuais extravagantes.
Aplica-se a lei processual penal a todas as ações penais e correlatas que tiverem curso no território nacional.
TERRITORIALIDADE
Considera-se praticado no território brasileiro o crime cuja ação ou omissão, ou resultado, no todo ou em parte, ocorreu em território nacional (art. 6°, do CP). Adotou-se, no caso, a chamada teoria da ubiqüidade ou mista.
Abrange ela, em primeiro lugar, os processos referentes aos crimes praticados no território brasileiro, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional (art. 5°, caput, do CP, e art. 1°, I, do CPP).
TERRITORIALIDADE
Em segundo lugar, aplica-se também a lei processual brasileira aos crimes praticados fora do território nacional que estejam sujeitos à lei penal nacional, conforme o disposto no artigo 7° do CP.
Entretanto, enquanto no direito penal se fala da extraterritorialidade, ou seja, da aplicação da lei brasileira a crimes cometidos fora do território nacional, a lei processual penal não ultrapassa os limites do território já que exprime um dos aspectos da soberania nacional, que não pode ser exercida senão dentro das fronteiras do Estado..
TERRITORIALIDADE
Por último, aplica-se também a legislação processual brasileira aos atos referentes às relações jurisdicionais com autoridades estrangeiras que devem ser praticados em nosso país, tais como os de cumprimento de rogatória (arts. 783 e ss), homologação de sentença estrangeira (arts. 9° do CP e 787 e ss do CPP) e procedimento de extradição (arts. 76 e ss da Lei n° 6.815, de 19-8-1980 - Lei de Estrangeiros).
Pelo mesmo princípio de obediência à soberania, os atos referentes a processos penais que devem ser realizados no exterior devem obedecer à lei processual penal do país onde devem ser efetuados (princípio da lex fori).
TERRITORIALIDADE
A doutrina, porém, registra exceções aos princípios acima mencionados, referindo a possibilidade de casos de extraterritorialidade, ou seja, de aplicação da lei processual penal brasileira fora do território nacional. São as hipóteses de aplicação:
a) em território nullius (onde não há soberania de qualquer país).
b) em território estrangeiro, com autorização do respectivo Estado
c) em território ocupado, em caso de guerra.
TERRITORIALIDADE
Escapam à aplicação do Código de Processo Penal os processos referidos nas leis processuais extravagantes e da legislação processual pátria os autores de infrações penais que possuem imunidades diplomáticas.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
CONCEITO
“Princípio jurídico é o mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere tônica e lhe dá sentido harmônico”. 
 
 (Celso A. Bandeira de Mello)
VERDADE REAL
A função punitiva do Estado, só pode fazer-se em face daquele que, realmente, tenha cometido uma infração; deve-se buscar a averiguação e descobrimento da verdade real, da verdade material, como fundamento da sentença.
IMPARCIALIDADE DO JUIZ
O Juiz situa-se na relação processual entre as partes e acima delas
Não se pode admitir Juiz parcial. Se o Estado chamou a si a tarefa de dar a cada um o que e seu, essa missão não seria cumprida sem imparcialidade e exige antes de tudo independência
JUIZ NATURAL
Juiz natural ou constitucional é aquele cuja competência resulta, no momento do fato das normas abstratas.
Consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente (art. 5º, LIII da CF) e a vedação à criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5°, XXXVII)
PROMOTOR NATURAL
Veda a designação arbitrária, pela Chefia da Instituição, de promotor para patrocinar caso específico.
IGUALDADE DAS PARTES
No processo, as partes, embora fiquem em pólos opostos, situam-se no mesmo plano, com direito, ônus, obrigações e faculdades.
Defesa Técnica.
PARIDADE DE ARMAS
De nada valeria as partes acusadora e acusada encontrarem-se no mesmo plano, eqüidistantes do Juiz, se o Estado não lhes proporcionasse equilíbrio de forças, dando-lhe os mesmos instrumentos para a pugna judiciária.
LIVRE CONVENCIMENTO
Esse principio impede que o Juiz possa julgar com o conhecimento que eventualmente tenha extra-autos. O que não estiver dentro do processo é como não existisse.
PUBLICIDADE
A publicidade dos atos processuais é a regra.
O sigilo é admissível quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem, sem prejuízo do interesse público à informação (art. 5°, LX e art. 93, IX da CF) ou se a publicidade do ato puder ocorrer escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem (§ 1°, art. 792 do CPP).
OBRIGATORIEDADE
Por ser praticamente indispensável que os delitos não fiquem impunes, no momento em que ocorre a infração penal é necessário que o Estado promova o jus puniendi, sem que se conceda aos órgãos encarregados da persecução penal poderes discricionários para apreciar a conveniência ou oportunidade de apresentar sua pretensão punitiva ao Estado-Juiz.
Por este principio a Autoridade Policial esta obrigada a instaurar inquérito policial e o órgão do Ministério Publico a promover a ação penal quando da ocorrência de pratica de crime que se apure mediante ação penal publica.
Nos crimes de ação privada, o que vigora é o princípio da oportunidade, pois cabe à vítima ou a seu representante legal, entre dar início à persecução penal ou não.
OFICIALIDADE
Os órgãos incumbidos da persecução criminal são órgãos oficiais por excelência, tendo a Constituição Federal consagrado a titularidade da ação penal pública ao Ministério Público (art. 129, I), e disciplinado a polícia judiciária no §4°, do seu art. 144.
OFICIOSIDADE
A atuação oficial na persecução criminal, como regra, ocorre sem necessidade de autorização. Excepcionalmente, o início da persecução penal pressupõe autorização do legítimo interessado, como se dá na ação penal pública condicionada à representação da vítima ou à requisição do Ministro da Justiça.
AUTORITARIEDADE
Consagra que os órgãos incumbidos da persecução penal estatal são autoridades públicas.
CONTRADITORIO
A Constituição de 1988 é bem clara: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (art. 5. LV, da CF);
Impõe que às partes deva ser dada a possibilidade de influir no convencimento do magistrado, oportunizando-se a participação e manifestação sobre os atos que constituem a evolução processual. 
AMPLA DEFESA
Deve ser assegurada a ampla possibilidade de defesa, lançando-se mão dos meios e recursos disponíveis e a ela inerentes (art. 5°, LV, CF). 
 
INICIATIVA DAS PARTES
Cabe a parte provocar a prestação jurisdicional.
Não ha Juiz sem autor.
O Juiz não pode proceder, não pode dar inicio ao processo, sem a provocação da parte.
INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILICITOS
São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação as normas constitucionais ou legais.
PRINCIPIO DO ESTADO DE INOCENCIA
Ninguém será considerado culpado ate o transito em julgado da sentença penal condenatória (Art. 5. LVII, da CF). Tem sido encarado como princípio da não culpabilidade.
Nenhuma pena pode ser imposta ao réu antecipadamente, mas a prisão antecipada se justifica como providência exclusivamente cautelar, vale dizer, para impedir que a instrução criminal seja perturbada ou, então, para assegurar a efetivação da pena.
DUPLO GRAU DE JURISDICÃO
Possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau.
DEVIDO PROCESSO LEGAL
Consiste em assegurar a pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei (due process of law – CF, art. 5. LIV)
INDISPONIBILIDADE DO PROCESSO
Vigora inclusive
na fase do Inquérito Policial que uma vez instaurado não pode ser parado indefinidamente ou arquivado.
Proíbe o Ministério Publico de desistir da ação penal já instaurada ou do recurso interposto.
MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES
Decorre do art. 93, IX da Carta Magna, asseverando que o juiz é livre para decidir, desde que o faça de forma motivada, sob pena de nulidade insanável.
Trata-se de autêntica garantia fundamental, decorrendo da fundamentação da decisão judicial o alicerce necessário para a segurança jurídica do caso submetido ao judiciário.
ECONOMIA PROCESSUAL
Deve-se buscar a maior efetividade, com a produção da menor quantidade de atos possíveis.
ORALIDADE
Desse princípio decorrem três outros:
Imediatidade: o ideal é que a instrução probatória seja patrocinada perante o magistrado;
Concentração: é o desejo de que os atos de instrução centrem-se em uma só audiência, ou na menor quantidade das mesma;
Identidade física do juiz: por ele, o magistrado que conduziu a instrução deve obrigatoriamente julgar a causa, salvo hipóteses excepcionais expressamente contempladas.
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO PENAL
A Emenda à Constituição de n.° 45, de 30 de dezembro de 2004, dispôs que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação” (art. 5°, LXXVIII, CF/1988).
O direito à celeridade pertence tanto à vítima como ao réu.
FAVOR REI
A duvida sempre beneficia o acusado.
Se houver duas interpretações, deve-se optar pela mais benéfica; na duvida, absolve-se o réu, por insuficiência de provas.

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