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RESUMO SOCIOLOGIA

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ANÁLISE DA LEITURA DO TEXTO
	DISCIPLINA:
	Sociologia e antropologia geral
	PROFESSOR:
	Geraldo Margela
	NOME: Marianna Fernandes 
	
	TURMA:
	T01
	TEXTO: A consciência conservadora no Brasil
	
	Nº
	
A principal obra de Paulo Mercadante, A consciência conservadora no Brasil, apresenta através da relação de uma sequência de fatos e conceitos históricos razões pelas quais desencadearam a configuração social que o Brasil possui atualmente. A consciência conservadora no país é fruto de uma sociedade que se formou compreendendo o poder e bens como sendo algo restrito a um grupo seleto de pessoas. Dessa maneira, restaria para a massa o contentamento com o pouco ou básico para sua manutenção. 
Portugal ao dominar as terras brasileiras, com uma política feudal-mercantil, logo se apressou em torná-las colônia de exploração, originando assim através do governo implantado posteriormente, para cuidar da ordem e desenvolvimento do território, uma oligarquia baseada em trabalho escravo do homem africano e povos indígenas. As então Capitanias Hereditárias seria um arremedo do feudalismo. A partir de então fez-se nascer uma miscigenação entre o povo europeu, africano e indígena. A consciência conservadora no país surge nesse contexto, onde a aristocracia dominava a massa. A coroa portuguesa investiu no mercantilismo e na exploração marítima, sendo assim não se preocupou em adaptar os seus negócios ao mundo capitalista que estava nascendo e se firmando com as revoluções ocorridas nos séculos posteriores a implantação da sua colônia de exploração na América, na verdade nesse período a Coroa estava enfrentando problemas internos enquanto os outros países europeus se modernizavam, além disso existia uma forte influência da Igreja católica em relação a todos os aspectos do reino, portanto Portugal e suas colônias pagaram o preço de uma industrialização tardia. 
Após pressões dos países que eram seus aliados e conflitos internos, a coroa portuguesa rendeu-se ao que o autor cita relatos de que teria sido causada pelo tempo: a independência do Brasil, com a consequente emancipação econômica. “Portugal e Brasil constituíam então dois reinos diferentes, colocados em hemisférios diversos, com peculiaridade e interesses contrários”, cita Lino Coutinho. Após a abertura dos portos, com o favorecimento de negócios para ingleses e para a elite brasileira, os produtos nacionais passaram a ser mais valorizados e o Direito Privado eram tido como uma extensão do Direito Comercial. As significativas conquistas fizeram com que os ânimos dos cidadãos que idealizavam a independência se animassem. 
1822 seria então o ano em que o ciclo direto de dependência do Brasil para com Portugal, se encerraria com uma conciliação desencadeada por todo um desenrolar histórico, fato esse já esperado. Posteriormente, a antiga colônia se tornaria reino refugiando a família real portuguesa que se abrigaria nela procurando refúgio pois havia se envolvido em conflitos políticos. Envoltos a essa conjuntura surgiam grupos com ideais políticos diferentes, no qual dois ganharam maior destaque, o daquele que idealizavam a independência política, eram pela abolição do tráfego de escravos, voltados para aspirações democráticas enquanto o outro representava a corrente dos senhores rurais que defendia a Monarquia Parlamentar e segundo Mercadante essa hegemonia dos senhores rurais apresentava-se num programa de frente única com os setores de grupos mercantis urbanos, arrastando, na política de centro, as correntes radicais que por si só não podiam realizar os objetivos do movimento.
Após a independência, o Brasil precisava instituir as suas próprias leis para plantar o ideal de nação. Sendo assim, mais uma vez a minoria detentora do poder implantaria uma ordem benéfica ao seu grupo, Mercadante cita Euclides da Cunha quando diz que o legislar daquele grupo para o Brasil de então tudo seria, menos obedecer à consulta lúcida do meio. Os políticos brasileiros, inspirados no liberalismo europeu, não se dirigiam aos países em que a autoridade primava fortemente sobre o indivíduo e a sociedade. Implantaram uma constituição que, baseada no regime parlamentar inglês, pretendia atuar e atuou como um instrumento de evolução sem saltos. 
A carta outorgada em 1824 trazia espírito do ecletismo tendenciado pela conciliação de 1822, sendo ela baseada sobre o modelo do projeto da Constituinte de 1823, no qual as influencias jacobinas foram tratadas com cautela. Em 1824 foi conhecido então o poder moderador efetivado pelo imperador, no qual limitava a recém independência pois estava à frente de todos os outros poderes. 
Com isso é possível concluir que o povo estava subordinado à um grupo detentor do poder que historicamente instituía as regras. Evidenciando o que Marx, filósofo alemão, designou de classe dominante e classe dominada. Sendo assim, a imposição feita através da colonização trazia consigo a dinâmica europeia regida por técnicas, princípios éticos até princípios artísticos. Houve então uma troca de costumes e condutas.
A partir da relação produtiva que surgiu durante esse processo, se caracterizou também o ecletismo, inicialmente como tendência, de modo empírico, correspondendo as necessidades da sociedade e em seguida tomando forma em ideias, se integrando ao espírito do tempo. 
Algumas frentes foram evidenciadas durante o processo histórico brasileiro, cada uma com suas influencias marcadas, essas frentes foram denominadas por liberalismo extremado, no qual se colocava contra a escravatura, a favor da república e do federalismo americano, sem liderança forte o suficiente para implantação dessa visão na política nacional; já os liberais assemelhavam-se aos conservadores, exigiam reformas durante todo o império mas temiam grandes revoluções; moderados, líderes realistas, participação na independência, influencia regressista da Interpretação e do Código de Processo; conservadores, busca de garantia da continuação no poder.
Embora com diferentes frentes, manter a unidade na federação era imprescindível para o governo. Sendo assim, os problemas das províncias seriam solucionados quando auxiliados pelo governo central diminuindo as chances de haver fragmentação do território e poder. 
Após a independência, a abolição foi o próximo grande passo dado pela sociedade da época, porém foi algo conquistado de forma gradual e influenciado por políticas adotadas por países parceiros econômicos do Brasil e de Portugal. Utilizando o ecletismo e relacionando sistemas diferentes, evitando grandes reivindicações, a abolição se deu primeiro para os maiores de 60 anos e recém nascidos e em seguida a abertura mais ampla da liberdade para os demais escravos. A sociedade não tinha uma consciência formada sobre a libertação dos escravos e então não integraram de forma rápida e direta eles na sociedade com direitos garantidos e defendidos, além de oportunidades de emprego e condições dignas de vida. Isso se deu porque essa abolição aconteceu não com um intuito de bem social mas sim no cuidado com os interesses da elite. 
A visão conservadora acompanhou todo o percurso histórico brasileiro e continuará a possuir um papel importante, para este grupo a responsabilidade é de que o poder continue garantido e para isso as grandes revoluções não são facilmente aceitas.
Em suma, é possível perceber na obra de Paulo Mercadante características comuns entre o conservadorismo histórico e a visão conservadora atual. Se encontram na linha tênue da busca pela manutenção do poder. A sociedade atual é um fruto histórico pagando o preço pelos erros cometidos na administração política desde quando era ainda uma colônia de exploração lusitana, bem como a visão liberal tem tomado para si características conservadoras, principalmente no sentido do controle sobre o progresso e possíveis revoluções. A consciência conservadora é um fator histórico-cultural absorvido pela sociedade que em, praticamente, toda a sua história teve essa visão no topo da pirâmide social.

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