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MANUAL DO DELEGADO SINEI INTRODUÇÃO Para que a participação na SINEI seja produtiva, profícua e enriquecedora para todos os delegados, uma preparação prévia é imprescindível. O delegado deverá agir como um diplomata profissional, conhecedor do assunto que será debatido no seu Comitê e consciente da estruturação interna e externa do país que representa. No primeiro dia do evento, a comissão organizadora fará uma reunião com todos os inscritos, a fim de repassar as regras da SINEI e esclarecer as possíveis dúvidas, com o objetivo de que todos delegados possam estar bem preparados para as discussões específicas de cada Comitê. As regras aqui apresentadas têm eficácia plena e universal no âmbito de todas as atividades pertinentes à SINEI, e a interpretação delas caberá, em última instância, ao Secretariado Acadêmico. As regras tratarão de situações relativas aos debates, aos documentos produzidos e aos subsequentes processos de votação, bem como de aspectos gerais da simulação. Das Delegações, Delegados e da Mesa Diretora. 1. Direito das delegações e delegados: 1.1. Ser tratado cordialmente pela equipe organizadora e pelos demais delegados e participantes; 1.2. Ter a equipe organizadora à sua disposição para atender solicitações relacionadas ao desenvolvimento das discussões, responder dúvidas e resolver problemas que possam surgir; 1.3. Ter a integridade preservada durante todas as atividades do evento; 1.4. Exigir cumprimento dos horários. 2. Deveres das delegações e delegados: 2.1. Os participantes da SINEI devem agir conforme os preceitos e os artigos da Carta das Nações Unidas, a Declaração dos Direitos Humanos e os princípios do Direito Internacional; 2.2. Estar ciente de que, em caso de descumprimento das regras, este será desligado do evento; 2.3. Estudar previamente os artigos e o guia acadêmico referente ao seu comitê; 2.4. Aprofundar seus conhecimentos acerca dos assuntos tratados em cada comitê; 2.5. Não é permitida a utilização de linguajar inadequado ou ofensivo. No caso de descumprimento desta regra, o delegado será advertido pela mesa e sua delegação poderá receber sansões; 2.6. A não-representação de um país ou ONG em qualquer dos comitês é considerada falta grave e deve ser comunicada com o máximo de antecedência pelo chefe da delegação à organização do evento; 2.7. Cumprir os horários das sessões e das atividades; 2.8. Respeitar os desígnios da equipe organizadora, lembrando-se sempre a decisão da mesa diretora é soberana dentro do comitê; 2.9. O delegado deve agir segundo a política externa de um país que representa, defendendo os interesses da nação que simula; 2.10. Não fumar e/ou ingerir bebidas alcoólicas nas dependências do evento. 3. Deveres da mesa diretora 3.1. A mesa diretora possui autoridade sobre todas as atividades da SINEI, sendo suas decisões finais e inapeláveis; 3.2. As regras aqui dispostas podem ser adaptadas pela mesa diretora para melhor andamento do debate; 3.3. A mesa deverá, no início dos trabalhos, abrir uma lista de oradores e inscrever os delegados que desejam se pronunciar; 3.4. Anunciar o princípio, encerramento, suspensão ou adiantamento de cada sessão plenária; 3.5. A mesa diretora tem o dever de manter a ordem e o decoro dentro do comitê, assim como respeitar as regras de simulação e respeitar os delegados e delegações; 3.6. Moderar e conduzir o debate. DO FUNCIONAMENTO DOS COMITÊS 1. Quórum 1.1. A mesa procederá à chamada oral das delegações ao início de cada sessão; 1.2. A mesa apenas poderá declarar aberta das sessões com a presença de ao menos um terço dos representantes de delegações credenciadas; 1.3. Tal número de delegados é necessário também durante o andamento das sessões; 1.4. É necessário a presença de pelo menos metade dos delegados credenciados em um comitê para a aprovação de qualquer decisão de caráter substancial. 2. Lista de oradores 2.1. A mesa deverá, no início dos trabalhos, abrir uma lista de oradores e inscrever os delegados que desejam se pronunciar; 2.2. O delegado só poderá recolocar seu nome na lista após ter feito seu pronunciamento; 2.3. A lista de oradores deverá sempre ser mantida aberta, sessão após sessão; 2.4. A lista de oradores deverá ser sobreposta nos casos de apresentação de projetos de resolução (draf resolution) e de emendas (ammendments) por outras duas listas: a Lista Especial para Projetos de Resolução e a Lista de Especial para Emendas. 3. Tempo de discurso 3.1. O tempo de discurso deverá ser preestabelecido pela mesa no início de cada sessão; 3.2. A mesa deverá avisar ao delegado, por meio de sinal sonoro, quando faltarem 15 (quinze) segundos para o fim de seu discurso; 3.3. Qualquer ajuste no tempo de discurso pode ser feito por decisão direta da mesa moderadora, sem a necessidade de votação. 4. Cessões de Tempo 4.1. Após proferir seu discurso, o delegado deverá ceder seu tempo restante à mesa, a outro delegado ou a perguntas; 4.2. Se ceder à mesa, esta reconhecerá automaticamente o próximo país na lista de oradores; 4.3. Se ceder a outro delegado, este terá o tempo restante para fazer suas considerações; 4.4. Caso ceda a perguntas, o delegado poderá utilizar seu tempo restante para responder a perguntas objetivas feitas por outros delegados. Será aceita uma única pergunta por vez. Apenas o tempo das respostas será subtraído do tempo total de discurso; 4.5. Não será permitida a cessão de tempo já cedido por outro delegado, tampouco cessões de tempo inferior a quinze segundos; 4.6. Caso nenhuma menção seja feita ao fim do discurso, presumir–se– á cessão de tempo à mesa. 5. Questões: 5.1. Visando a melhor participação no debate, os delegados poderão valer–se dos seguintes procedimentos de questão: 5.1.1. Questão de Dúvida Parlamentar (Point of Parliamentary Inquiry): usada em caso de dúvida relacionada a procedimentos e regras; 5.1.2. Questão de Ordem (Point of Order): usada para informar qualquer procedimento equivocado adotado pela mesa; 5.1.3. Questão de Privilégio Pessoal (Point of Personal Privilege): usada em situações em que o delegado esteja passando por qualquer tipo de desconforto físico que impeça sua participação no debate. 5.2. Apenas a Questão de Privilégio Pessoal poderá ser reconhecida a qualquer momento, mesmo durante um discurso. O uso de má fé deste recurso será punido pela mesa diretora. 6. Moções: 6.1. O delegado valer–se–á de moções para apresentar propostas de caráter procedimental (citadas abaixo) para a apreciação de seus pares e da mesa. O delegado deve explicitar a justificativa e os períodos de tempo relevantes. 6.1.1. Debate Moderado (Moderated Caucus): No debate moderado, a ordem da lista de oradores é temporariamente sobreposta, sendo estabelecida à discrição da mesa moderadora, com o intuito de dar maior agilidade ao debate. Requer maioria simples (metade dos votos mais um) para aprovação, e tem tempo limite de 10 (dez) minutos. Não há moções ou cessões de tempo durante o debate moderado; 6.1.2. Debate Não–Moderado (Unmoderated Caucus): No debate não–moderado, os delegados podem discutir livremente e em grupos, sem qualquer tipo de procedimento formal de sessão ou ajudado moderador. Requer maioria simples para aprovação, e tem tempo limite de 20 (vinte) minutos; 6.1.3. Apresentação de Projeto de Resolução ou Emenda (Introduction of Draft Resolution or Ammendment): Com esta moção, os delegados signatários de um Projeto de Resolução ou Emenda apresentam–no a seus pares, validando–o para discussão. É necessária a aprovação preliminar do documento em questão pela mesa antes de tal procedimento. Nenhum documento pode ser discutido antes que seja apresentado à mesa diretora e validado por essa; 6.1.4. Adiamento da Sessão (Adjournment of the Session): Com a aprovação desta moção, os trabalhos são adiados, sendo reiniciados na próxima data e horário previstos no cronograma. Requer maioria qualificada (2/3 dos votos) para sua aprovação; 6.1.5. Fechamento ou Reabertura da Lista de Oradores (Closure or Reopening of the Speakers List): O Fechamento impede que novos nomes sejam adicionados à Lista de Oradores e requer maioria simples. A Reabertura anula o procedimento anterior, mas requer maioria qualificada para ser aprovada; 6.1.6. Encerramento do Debate (Closure of Debate): Esta moção encerra a discussão em um determinado Projeto de Resolução ou Emenda, permitindo o início dos procedimentos de votação nos mesmos. Tal moção deve ser específica a um documento em questão, e requer maioria qualificada para aprovação. Até dois oradores poderão ser reconhecidos a falar contra tal moção. 6.2. Todas as questões procedimentais deverão ser votadas por todas as delegações, que não poderão abster-se da votação. A aprovação é determinada pelas especificidades de cada requerimento procedimental. 7. Aprovação de documentos: 7.1. Todos os documentos produzidos pelos delegados deverão ser encaminhados à mesa para validação e cópia; 7.2. Os delegados poderão apresentar qualquer tipo de documento (tais como estatísticas, notícias, cronogramas, pequenos artigos, ilustrações relevantes, conjunto de cláusulas, etc) como Documento de trabalho durante as sessões. Este documento serve para facilitar a exposição das idéias dos delegados e é levado ao conhecimento do comitê mediante autorização da mesa; 7.3. Projetos de Resolução, propriamente formatados e com o número mínimo de sete assinaturas, serão aceitos para validação pela mesa a qualquer momento durante as sessões; 7.4. O signatário não está obrigado a votar a favor do Projeto de Resolução, tal ato apenas sinaliza a disposição em debatê–lo; 7.5. Apresentado o Projeto de Resolução, um dos signatários será convidado a ler as cláusulas operativas. Serão aceitas correções de cunho técnico–gramatical e, então, será aberta uma Lista especial para Resoluções; 7.6. Vários Projetos de Resolução poderão ser objeto de discussão concomitantemente na mesma Lista especial para Resoluções, porém apenas um deles poderá ser aprovado. 8. Emendas: 8.1. Emendas a Projetos de Resolução em discussão, propriamente formatadas e com o número mínimo de três assinaturas, serão aceitas para validação pela mesa a qualquer momento durante as sessões. As emendas podem adicionar, modificar ou retirar cláusulas do Projeto de Resolução a que se referem; 8.2. Qualquer cláusula operativa de um Projeto de Resolução em pauta pode ser emendada quantas vezes forem necessárias; 8.3. Não serão permitidas emendas a emendas que estejam em discussão; 8.4. Não serão permitidas emendas a emendas que estejam em discussão; 8.5. Introduzida a emenda, um dos signatários será convidado a lê–la. Serão aceitas correções de cunho técnico–gramatical e então será aberta uma Lista especial para a Emenda em questão. Os delegados que desejarem se manifestar a favor e contra receberão a palavra alternadamente. Debates moderados não estarão em ordem durante a Lista Especial para Emendas. As moções para Fechamento da Lista de Oradores e Encerramento do Debate só serão aceitas depois que dois oradores (quando houver) tenham se manifestado de cada lado. 9. Retirada e adoção de documentos: 9.1. Projetos de Resolução e Emendas poderão ser retirados de discussão, com o consentimento de seus signatários; 9.2. Projetos de Resolução e Emendas serão adotados por maioria simples dos votos representantes de delegação de cada um dos comitês simulados na SINEI, salvo procedimentos especiais. DAS VOTAÇÕES 1. Questões procedimentais. 1.1. Na votação de questões procedimentais, durante todo o debate, não serão permitidas abstenções; 1.2. Em caso de empate em tais votações, a moção em questão será considerada rejeitada. 2. Questões substantivas: 2.1. Nenhum delegado poderá entrar ou sair da sessão após o início do procedimento de votação em um Projeto de Resolução ou Emenda; 2.2. As únicas moções em ordem após o início do procedimento de votação serão as de Divisão da Questão e de Votação por Chamada. 3. Divisão da questão: 3.1. Por meio de uma moção para Divisão da Questão, um delegado poderá propor que cláusulas operativas de um Projeto de Resolução sejam votadas individualmente ou em grupos; 3.2. A moção exige maioria simples para ser aprovada, caso em que a mesa procederá com a coleta de propostas para divisão da questão; 3.3. Havendo mais de uma proposta para divisão da questão, deverá ser posta em votação primeiro aquela que contiver o maior número de divisões. Exige maioria simples para ser aprobada; 3.4. O Projeto de Resolução será dividido de acordo com a Proposta de Divisão vencedora, cada grupo de cláusulas precisando de maioria simples para ser preliminarmente aprovado; 3.5. Haverá uma votação final com o conjunto de todos os grupos de cláusulas que foram preliminarmente aprovados, exigindo maioria simples; 3.6. Não sendo aprovada nenhuma das Propostas de Divisão, nenhum dos grupos de cláusulas ou o conjunto final, o Projeto de Resolução será votado por inteiro. 4. Votação por chamada: 4.1. A moção para Votação por chamada será adotada automaticamente quando colocada. No entanto, ela estará em ordem apenas para votação de questões substantivas; 4.2. Além da hipótese prevista na regra 4.1, esta modalidade de votação poderá ser adotada quando a mesa diretora achar conveniente; 4.3. A Votação por chamada consiste em recolher os votos de cada representação por meio de chamada oral das delegações presentes em ordem alfabética (na língua oficial do comitê); 4.4. Em tal tipo de votação, será permitido Passar o voto, ou seja, o país invocando tal procedimento será chamado após todos os outros na lista haverem votado. Isso poderá ser feito apenas uma vez por votação, caso em que a delegação não poderá se Abster. 5. Votações substantivas: 5.1. Em votações substantivas, serão permitidos os votos: 5.1.1. A favor ou A Favor com Direitos; 5.1.2. Contra ou Contra com Direitos; 5.1.3. Abstenção; 5.1.4. Passar (Ver 4.1); 5.2. Os votos em que o delegado manifesta seu pedido de direitos ocorrem quando, por alguma razão, ele vota com alguma ressalva substantiva a respeito do documento em pauta. Após todos terem votado, a mesa diretora cederá, em ordem alfabética, um minuto para que as delegações que votaram dessa forma apresentem seus direitos. DOCUMENTOS Documentos de posição (DPO): O Documento de Posição deve ser uma síntese do posicionamento do País em relação ao tema em debate, perante o Conselho. Geralmente expressaem uma lauda que deve ser lida em 1 minuto e 30 segundos na Assembleia Geral e 3 minutos no Conselho de Segurança, esse é muito útil para o discurso inicial do Delegado durante os primeiros momentos da Sessão de Simulação. O país deverá elaborar um documento para cada reunião que participará. Eles são disponibilizados aos outros delegados do comitê para que os mesmos possam conhecer a posição de determinados países sobre o tema e elaborar uma estratégia de ação – saber quem são seus aliados ou não, definir prioridades de diálogo, etc. Esse deve ser escrito cinco dias antes do dia da conferência e deve ser disponibilizado à equipe organizadora por e-mail. Caso uma delegação tenha interesse no documento de posição da outra, deve pedir acesso a esse para a organização do evento. Para elaborá-los, alguns padrões devem ser seguidos, como o uso do brasão (não a bandeira) do país ou de seu Ministério das Relações Exteriores em seu cabeçalho. No(s) primeiro(s) parágrafo(s) é determinada a política externa geral do país representado, ou seja, como ele age e define suas relações com os outros países e sua relevância no Sistema Internacional. Depois, o assunto a ser debatido deve ser contextualizado, podendo ser citadas resoluções anteriores sobre tal ou princípios da Carta da ONU que podem estar sendo infringidos. Logo, passa-se para a posição e atitude da representação frente ao tópico específico a ser discutido, ressaltando-se a importância dele para esse país, as ações tomadas por ele em relação ao assunto e também como o delegado, como representante desse Estado, vê o tema. Como essa parte é a mais relevante, deve-se destinar mais parágrafos a ela. Cartas de Governo: Estas são correspondências oficiais dos Ministérios das Relações Exteriores de cada país para seus representantes. Podem abordar uma variedade de tópicos e normalmente incluem instruções em relação ao posicionamento dos diplomatas em algum ponto específico da negociação. Correspondência Diplomática: Ela serve para uma comunicação informal entre os delegados ao longo das sessões. Ela é feita, normalmente, por meio de bilhetes escritos à mão endereçados a uma ou mais delegações específicas e passada em mãos pelos delegados ou transportados pela comissão organizadora. Essa correspondência possui um caráter formal e secreto. Portanto, pede-se que os delegados a utilizem para tópicos concernentes à discussão do comitê e que não abram as correspondências não endereçadas a eles. Além de ser uma ofensa em termos diplomáticos, é falta de educação ler a correspondência alheia. Resolução: Ao fim da deliberação sobre cada uma das questões em debate os delegados se juntam para produzir uma resolução que atenda aos padrões das Nações Unidas. Um Projeto de Resolução é um documento que contém os principais pontos discutidos pelo comitê e que pode vir a se tornar uma Resolução caso seja submetida à votação e aprovada. Se isso ocorrer, o comitê cumpriu seu objetivo e as discussões são encerradas. Normalmente, os projetos de resolução são escritos pelos delegados baseados nos documentos de trabalhos produzidos durante as discussões do comitê. Os Projetos de Resolução seguem um padrão específico, com três sessões: cabeçalho, cláusulas pré-ambulatórias e cláusulas operativas. No cabeçalho estão o nome do comitê, a data e a língua original do documento. Alguns outros detalhes também devem estar presentes, mas variam de acordo com o comitê. Para verificar qual é o padrão que seu documento deverá seguir, observe antes uma resolução real do comitê que você estará simulando. As cláusulas pré-ambulatórias anunciam os motivos pelos quais o comitê debateu o tema e destaca as ações passadas da comunidade internacional sobre o tema. Podem incluir referências a documentos, citações de resoluções passadas, dados e reconhecimentos de ações de outras organizações. Iniciam normalmente com verbos no gerúndio (reafirmando, reconhecendo, considerando, instando, recordando, observando, etc). Já as cláusulas operativas são sentenças que direcionam soluções e identificam as ações e recomendações do comitê sobre o tópico debatido. Iniciam com o verbo no tempo presente (decide, autoriza, conclama, recomenda, exorta, declara, expressa, urge, solicita, etc) e devem ser numeradas. A melhor maneira, entretanto, de aprender como as Resoluções devem ser escritas é ler Resoluções passadas da ONU. TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO Técnicas de pesquisa: A simulação, sendo um instrumento de aprendizado ativo, exige uma preparação prévia do participante, que dará sua própria contribuição para o desenvolvimento da atividade negociadora. Esta preparação está fundamentada numa pesquisa acerca da Organização das Nações Unidas e do Comitê em que o aluno participará, do tema a ser discutido (definição do tema, ações passadas, propostas de soluções para possíveis problemas, principais blocos negociadores, etc) e da política externa/posição negociadora/sistema jurídico do país a ser representado. Dessa forma, uma pesquisa bem feita é o primeiro passo para que as potencialidades da SINEI sejam satisfatoriamente exploradas. O Guia Acadêmico de cada comitê, que estará disponível no site da SINEI e será enviado por e-mail para cada delegado, é a ferramenta fundamental do aluno em sua pesquisa. Ele analisará extensivamente o tópico a ser discutido e o mandato e histórico do comitê a ser simulado. Além disso, será uma preciosa fonte bibliográfica para a continuidade e aprofundamento da pesquisa. È importante ressaltar que, por mais completo que esteja o Guia Acadêmico, ele é apenas uma base, que deve ser complementada com mais informações. Procure pesquisar sobre o funcionamento de seu comitê, suas especificidades e seu histórico. Uma outra dica é ler alguns documentos produzidos por esta instituição, seja um relatório, uma sentença ou uma resolução. Após familiarizar-se com o comitê, é importante coletar mais informações acerca do tema de discussão. Procure resoluções passadas acerca do tópico (em geral elas podem ser encontradas no site da organização) e tente entender seu panorama histórico. Além disso, procure notícias, artigos e vídeos sobre a questão, principalmente aqueles citados no Guia Acadêmico. Por fim, é muito importante conhecer a fundo o país a ser representado na SINEI. Conhecer sua história, cultura, estrutura política, economia, geografia e organismos internacionais dos quais participa ajudam a construir um discurso forte e conciso durante a simulação. Estas informações podem ser encontradas no site oficial do país. Outras fontes para informações sobre seu país são almanaques e enciclopédias e o site da embaixada no Brasil. Além disso, é fundamental pesquisar sobre a política externa/posição do país em relação ao tópico a ser discutido/julgado. Essa informação pode ser encontrada no site da Embaixada do país no Brasil ou do próprio Ministério das Relações Exteriores do país, em documentos de posição apresentados pelo país em fóruns multilaterais, em votos anexados a sentenças anteriores, entrevistas, notícias, etc. A coleta destas informações é importante para um forte discurso do delegado dentro do comitê, mas também para a confecção do Documento de Posição a ser enviado para a diretoria do comitê por cada representação. Técnicas de discurso: O discurso é um dos principais elementos da simulação e da negociação em si. Pela prática do discurso, o delegado procurará transmitir seu ponto de vista acerca de uma questãoe também persuadir seus pares. Algumas dicas são importantes para alcançar um bom discurso (aquele que consegue passar uma mensagem): • Quanto mais objetivo e mais claro for o seu discurso, melhor as pessoas compreenderão você; • Não olhe para o teto ou para o chão. Isto denota insegurança. Discurse olhando nos olhos de seus interlocutores (os outros delegados e a mesa diretora); • Não mexa no cabelo. Isto distrai seu interlocutor; • Evite rir. Assim, você se deslegitima frente aos outros delegados; • Trate seus pares e a mesa diretora com seriedade e educação. Evite excesso de informalidade; • Não utilize palavras de baixo calão e não faça piadas ou comentários ofensivos; • Projete sua voz a um volume no qual todos no comitê possam ouvi-lo; • Transmita segurança. Demonstre que você pesquisou e sabe sobre o que está falando. Em geral, você estudou tanto quanto qualquer um dos outros delegados. Técnicas de negociação: A negociação é uma das principais habilidades desenvolvidas e exploradas durante a SINEI. Um bom negociador deve ter um perfil receptivo às diferentes partes e deve ser capaz de lidar com as mais diversas personalidades. Ele deve ser firme, pois se sua posição e limites de negociação não estiverem claros, a outra parte barganhará continuamente e os seus ganhos diminuirão. Ele deve ser amistoso, pois a negociação é um processo subjetivo, em que a outra parte poderá fazer concessões se tiver empatia com o negociador. Ele deve ser criativo — quanto mais opções oferecer à outra parte, mais chances ele terá de chegar a um acordo. Muitas vezes, o processo de negociação pode chegar a um impasse — uma situação na qual as partes envolvidas se recusam a acordar um meio-termo. Quando isto acontecer, deve-se determinar primeiro se a outra parte está realmente disposta a negociar. Perguntas simples, como “Qual o problema?” ou “O que te proíbe de concordar com esta opção?”, têm a função de determinar quanto seu interlocutor está disposto a negociar e, assim, você poderá descobrir o que pode ser alterado para que o processo continue. Perguntar aos outros delegados o que os perturba em cada uma das diferentes opções irá ajudar você a determinar os interesses e limites de seu interlocutor. Estes limites são os pontos não negociáveis e podem não ter sido expressos, pois são também pontos fracos. Em caso de uma negociação em grupo, é necessário demonstrar um discurso único. Quando um membro toma uma decisão, esta deve ser incorporada por todo o grupo. É necessário que esta dinâmica seja definida previamente e que todos os membros estejam cientes dos temas já negociados pelos outros membros do grupo. O mais importante, contudo, é nunca desmentir um outro membro frente à outra parte, nunca mostrar desunião. Intervalos são instrumentos preciosos no processo de negociação. São momentos em que as partes revisam os tópicos discutidos, as posições tomadas e sedimentam suas opiniões sobre cada uma destas etapas. Por último, quando a negociação se dá ao longo de vários dias, é interessante terminar cada sessão com um balanço das atividades. Em suma, os envolvidos no processo de negociação se reúnem para analisar o que foi feito durante o dia e o que poderá ser feito melhor ou diferente para que a negociação seja mais bem–sucedida no dia seguinte1. 1 Texto baseado no artigo: FISHER, Roger. A arte de negociar. HSM Management, nº 5, nov- dez, 1997. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/221834/A-Arte-de-Negociar ANEXOS Abaixo seguem alguns exemplos de documentos que os delegados deverão produzir para o enriquecimento dos debates. Documento de posição (DPO): Federação Russa Lucas Matheus Lopes Silva Conselho de Segurança das Nações Unidas Financiamento do Estado Islâmico Através da Comercialização de Petróleo no Mercado Negro A Federação Russa, esta localizada no norte da eurásia, é o maior país em extensão territorial do planeta fazendo fronteira com um total de 16 países. A Federação Russa foi criada durante a dissolução da União das Republicas Socialista Soviéticas, sendo considerado o primeiro e maior estado socialista constitucional e reconhecido como Superpotência, é reconhecida pelo direito internacional como o Estado sucessor da União Soviética É membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, reconhecida como uma das cinco nações que possuem arma nuclear. A Rússia tem uma política externa multifacetada, sendo o maior instrumento usado na politica externa o comercio de petróleo e gás natural, sendo considerada a maior produtora de ambos os produtos. Atualmente a Federação Russa busca uma constante aproximação com a Republica Popular da China através do tratado de amizade e da criação do oleoduto para suprir a crescente necessidade de energia pelo Estado chinês. A Federação Russa condena todo e qualquer tipo de ação terrorista contra alvos civis ou militares perpetrado por qualquer tipo de organização ou Estado. A Federação Russa esta amplamente empenhada em apoiar os países do Oriente médio contra a atual crise na região causada pelo autoproclamado Estado Islâmico, com ações como o apoio as forças egípcias contra o terrorismo e o crescimento do Estado Islâmico, a assinatura do acordo com governo da Republica Islâmica do Irã no âmbito do combate ao extremismo, terrorismo e trafico de drogas, a fim de manter a segurança da região. Moscou também demonstra total apoio ao povo sírio, cooperando com as forças armadas deste país para manter uma atmosfera estável, acredita-se que esta nação tem a capacidade de conduzir uma negociação politica para solucionar a crise enfrentada nesta região. O avanço desta problemática torna-se um risco para a Rússia tendo em vista que a venda de petróleo ilegal da região dominada pelo Estado Islâmico no mercado negro faz com que o produto russo seja desvalorizado levando em conta que a compra ilegal torna-se uma alternativa mais barata mesmo que ilícita, colocando a indústria petrolífera russa em estado de atenção. Além disso, a compra deste produto financia o armamento do autoproclamado Estado Islâmico, somado a essas questões, os conflitos são demasiadamente próximos às fronteiras de nossa nação. A Federação Russa considera que a interferência externa nomeadamente dos países ocidentais na região não é aconselhável, pois tem se provado desastrosa e vai sempre constituir um fator de distúrbio. Nós consideramos que parte da solução é assistir o governo Sírio a lutar contra este grupo de terroristas, e é nesse sentido que temos atuado. Lucas Matheus Lopes Silva Ministro de Assuntos Estrangeiros da Federação Russa no Conselho de Segurança das Nações Unidas Resolução: Nações Unidas Conselho de Segurança Distr. General 22 de setembro de 2015 Resolução 001 (2015) Aprovada pelo Conselho de Segurança em sua 1ª sessão, celebrada em 22 de setembro de 2015 O Conselho de Segurança, Reafirmando sua responsabilidade principal é a manutenção da paz e a segurança internacional, de acordo com a Carta das Nações Unidas, Reconhecendo que o terrorismo em todas as suas formas constituiuma ameaça grave ao cenário internacional, e que no caso analisado, o Estado Islâmico necessita ser combatido por todos os meios imediatamente, foi acordado que uma destas formas de combate é acabar com o seu financiamento, visto que se trata do maior grupo terrorista ativo, Reafirmando que o terrorismo não pode se associar com nenhuma religião, civilização ou nacionalidade, Reconhecendo a importância da função que desempenham as sanções financeiras em dificultar as atividades do Estado Islâmico, a Frente Al-Nusrah e as demais pessoas, grupos, empresas e entidades associadas com Al-Qaeda, e realçando, além disso, a necessidade de desmantelar completamente, por meio de estratégias multilaterais em nível nacional em cada Estado-Membro, Reafirmando a obrigação dos Estados-Membros de congelar os ativos, os fundos, ou recursos econômicos de pessoas que cometerem, ou tentar cometer atos terroristas, ou participem de sua prática, Reiterando que os pagamentos de resgate a grupos terroristas é uma fonte renda que apoia suas atividades de recrutamento, reforça sua capacidade operacional para organizar e cometer atentados terroristas e outros futuros sequestros, Fortalecimento das fronteiras e desestruturação das rotas de comercio ilegal 1. Condena qualquer participação no comercio direto ou indireto, em particular de petróleo e produtos derivados do petróleo, refinarias modulares e material relacionado, com o Estado Islâmico e quaisquer outras pessoas, grupos, empresas ou entidades relacionadas a este; 2. Reconhece a necessidade de adotar medidas para prevenir e reprimir o financiamento do terrorismo, dos terroristas relacionados ao Estado Islâmico, que incluem desestruturação do comercio ilegal de petróleo e seus derivados e a fiscalização de rotas que possivelmente podem estar sendo usadas por este grupo para realizar tal ação; 3. Confirma que os recursos econômicos a serem controlados abrangem o petróleo, os produtos derivados do petróleo, as refinarias modulares e materiais relacionados; 4. Orienta que qualquer veículo, seja aéreo, naval ou terrestre, que tenha sua origem ou destino em zonas da Síria e Iraque em que opera o Estado Islâmico, pode estar sendo utilizado para o comercio ilegal de petróleo e produtos derivados, refinarias modulares e materiais relacionados; 5. Instrui aos estados da Jordânia, Turquia e Irã, que usem de todas as medidas apropriadas conforme o direito internacional com o objetivo de prevenir e reprimir o comércio ilegal de petróleo e seus derivados nas suas fronteiras, principalmente com Síria e Iraque; 6. Decide que os Estados Membros devem comunicar a este conselho em um prazo de 30 dias a interdição no seu território de qualquer transferência de petróleo, produtos derivados, refinarias modulares e materiais relacionados, de ou para o Estado Islâmico. 7. Exorta aos Estados Membros que melhorem a cooperação internacional, regional e sub-regional, entre outras coisas mediante um maior intercâmbio e informação com o objetivo de detectar as rotas de contrabando utilizadas pelo EI, e para que os Estados Membros considerem a possibilidade de proporcionar assistência técnica e capacitação com o propósito de ajudar a outros Estados Membros a combater o contrabando de petróleo e produtos derivados do petróleo, refinarias modulares e material relacionado, pelo Estado Islâmico. 8. Aconselha aos Estados da Jordânia, Turquia e Irã que mobilizem tropas militares para a fiscalização e desestruturação das rotas utilizadas pelo Estado Islâmico no comercio ilegal de petróleo e seus derivados. Sanções e estímulos econômicos 9. Reafirma que os Estados-Membros devem assegurar que os seus cidadãos nacionais e outros que estejam em seu território não ponham os ativos ou recursos econômicos, direta ou indiretamente, a disposição do Estado Islâmico, da Frente Al-Nusrah, ou qualquer indivíduo, grupo, entidades ligadas a Al-Qaeda; 10. Reitera que os Estados-Membros estão obrigados a congelar sem demora os fundos e ativos, ou recursos econômicos do Estado Islâmico, da Frente Al-Nusrah, ou qualquer indivíduo, grupo, entidades ligadas a Al-Qaeda, incluindo fundos derivados de propriedades, direta ou indiretamente, por eles ou por pessoas agindo em seu nome ou sob seu controle; 11. Solicita que os Estados-Membros tomem medidas para assegurar que instituições financeiras em seu território impeçam que o Estado Islâmico, da Frente Al- Nusrah, ou qualquer indivíduo, grupo, entidades ligadas a Al-Qaeda, tenham acesso ao sistema financeiro internacional; 12. Pleiteia a cooperação com aqueles Estados-Membros que sofrem as consequências imediatas nas regiões próximas da atuação do Estado Islâmico, da Frente Al-Nusrah, ou qualquer indivíduo, grupo, entidades ligadas a Al-Qaeda, e que desejam colaborar com o fim do terrorismo, no sentido de proporcionar melhores condições comerciais no âmbito internacional, desenvolvimento tecnológico, parceria técnico-profissional, de acordo com a demanda do país; Operações de inteligência 13. Exorta que os Países-Membros deste Conselho deverão disponibilizar, com fins de cooperação e de acordo com o seu orçamento interno mão de obra especializada, poderio Militar, e ajuda financeira, com o objetivo da criação de uma base de inteligência, a fim de descobrir como funciona o mercado negro de venda de petróleo na área tomada pelo grupo, quais são as áreas de escoamento, e quem são os principais compradores; 14. Reitera que serão realizadas análises em conjunto, onde os dados levantados serão compartilhados de forma igualitária aos países e seus representantes. Dentro da Base de Inteligência criada, não serão aceitas pesquisas pessoais e confidenciais a um país; 15. Reafirma que também serão realizadas punições ou aplicações de sanções aqueles países que estiverem comprando este petróleo, visto que isto é indiretamente, colaborando com a expansão deste grupo; 16. Orienta que é veemente repreendido o uso ou distribuição de qualquer dessas informações para uso distante dos aqui mencionados, sendo de responsabilidade e confidencialidade da comissão criada, a fim de desmantelar a rede de financiamento do autoproclamado Estado Islâmico, da Frente Al-Nusrah, ou qualquer indivíduo, grupo, entidades ligadas a Al-Qaeda. Não negociação com o terrorismo 17. Reitera o compromisso da não negociação com qualquer membro do Estado Islâmico, da Frente Al-Nusrah, ou qualquer indivíduo, grupo, entidades ligadas a Al-Qaeda, não cedendo a qualquer tipo de chantagem ou pressão exercida por esses grupos, para evitar que o Estado Islâmico e outros grupos se beneficiem desse tipo de ato; 18. Alerta que caso haja alguma denúncia que vá de encontro a este dispositivo, o caso será investigado e se assim ficar confirmado a suspeita caberá aos membros desse Conselho aplicar as medidas cabíveis, inclusive a adoção de sansões aos países correspondentes; Investimento em pessoal e material 19. Solicita que os Estados-Membros enviem reforços às fronteiras, tais como o emprego de pessoal para o treinamento das forças militares dos países fronteiriços ao núcleo do autoproclamado Estado Islâmico, em especial Síria, Egito, Irã, Iraque e Jordânia, sendo que esta última permite de livre vontade a instalação de uma base de controle coordenada pelos membros deste conselho na intenção de garantir a integridade dessas fronteiras, além de controlar e impedir a passagem de produtos comercializados ilegalmente.
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