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150345041315 ATUALIZACAO DIREITO PROCESSUAL CPC AULA01

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ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
 
1 
CURSO DO NCPC 
 
13) Ações impugnativas 
14) Recursos (apelação, agravo, embargos 
de declaração) 
15) O tratamento das ações repetitivas no 
Novo CPC (IRDR, RE e Resp repetivivos) 
16) Direito intertemporal 
 
Teoria dos precedentes 
 
O NCPC tem como uma das suas maiores 
alterações a adoção de uma “teoria dos 
precedentes”, valorizando a jurisprudência 
dos Tribunais e impondo regras específicas 
para a sua aplicação, modificação, etc. 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua 
jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e 
coerente. 
 
- o NCPC usa o “devem” e não “podem”. 
- estável 
- íntegra 
- coerente 
 
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os 
tribunais devem ater-se às circunstâncias 
fáticas dos precedentes que motivaram sua 
criação. 
 
- evita a edição de súmulas dissociadas da 
realidade e com forte caráter abstrato e 
genérico. 
 
Exemplos: 
Dissociada da realidade. 
 
STJ 301: em ação investigatória, a recusa do 
suposto pai a submeter-se ao exame de DNA 
induz presunção juris tantum de paternidade. 
A Súmula 301/STJ induz presunção relativa, 
de modo que a mera recusa à submissão ao 
exame não implica automaticamente 
reconhecimento da paternidade ou seu 
afastamento, pois deve ser apreciada em 
conjunto com os demais elementos 
probatórios. (STJ, REsp 1272691/SP, Rel. 
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe 
08/11/2013). 
 
Abstrata. 
 
STJ 7: a pretensão de simples reexame de 
prova não enseja recurso especial. 
 
Analisar se as qualificadoras mantidas pelo 
Tribunal de origem são ou não 
manifestamente improcedentes implica, 
necessariamente, 
no reexame do material fático-probatório dos 
autos, procedimento inadmissível em recurso 
especial. Incidência da Súmula 7/STJ. (STJ, 
AgRg no AREsp 258.036/MG, Rel. Ministro 
ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, 
julgado em 19/03/2015, DJe 09/04/2015). 
 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
 
- e não “poderão observar”... 
 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal 
em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
- ambos já tinham efeito vinculante, por força 
da Constituição. 
 
- as demais hipóteses não seriam vinculantes 
por ausência de previsão constitucional 
(Cassio Scarpinella Bueno, NCPC Anotado). 
 
III - os acórdãos em incidente de assunção de 
competência ou de resolução de demandas 
repetitivas e em julgamento de recursos 
extraordinário e especial repetitivos; 
 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo 
Tribunal Federal em matéria constitucional e 
do Superior Tribunal de Justiça em matéria 
infraconstitucional; 
 
- são as clássicas súmulas persuasivas. 
 
V - a orientação do plenário ou do órgão 
especial aos quais estiverem vinculados. 
 
- que significa orientação? Precedente ou 
jurisprudência? 
 
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o 
disposto no art. 10 e no art. 489, 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
 
2 
§ 1o, quando decidirem com fundamento 
neste artigo. 
 
- pelo art. 10 o juiz não poderá aplicar um 
precedente ao caso concreto sem antes 
permitir que as partes se manifestem sobre 
ele. 
 
- pelo 489, § 1o o juiz não pode limitar-se a 
“copiar-colar” um precedente. 
 
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em 
enunciado de súmula ou em julgamento de 
casos repetitivos poderá ser precedida de 
audiências públicas e da participação de 
pessoas, órgãos ou entidades que possam 
contribuir para a rediscussão da tese. 
 
- amicus curiae. Democratização da 
prestação jurisdicional. 
- alteração de tese jurídica = overruling. 
- não significa modificação da coisa julgada 
do caso onde a tese jurídica foi aplicada. 
 
§ 3o Na hipótese de alteração de 
jurisprudência dominante do Supremo 
Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou 
daquela oriunda de julgamento de casos 
repetitivos, pode haver modulação dos efeitos 
da alteração no interesse social e no da 
segurança jurídica. 
 
- atende-se ao princípio da segurança (não 
surpresa). 
- ex. do MS contra ato de juiz dos Juizados 
(Lei 9.099/95). 
 
1. Não cabe mandado de segurança das 
decisões interlocutórias exaradas em 
processos submetidos ao rito da Lei n. 
9.099/95. 2. 
 
A Lei n. 9.099/95 está voltada à promoção de 
celeridade no processamento e julgamento de 
causas cíveis de complexidade menor. Daí ter 
consagrado a regra da irrecorribilidade das 
decisões interlocutórias, inarredável. 
 
3. Não cabe, nos casos por ela abrangidos, 
aplicação subsidiária do Código de Processo 
Civil, sob a forma do agravo de instrumento, 
ou o uso do instituto do mandado de 
segurança. 
4. Não há afronta ao princípio constitucional 
da ampla defesa (art. 5º, LV da CB), vez que 
decisões interlocutórias podem ser 
impugnadas quando da interposição de 
recurso inominado. 
 
Recurso extraordinário a que se nega 
provimento. (STF, RE 576847, Relator(a): 
Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado 
em 20/05/2009, REPERCUSSÃO GERAL - 
MÉRITO DJe-148 DIVULG 06-08-2009 
PUBLIC 07-08-2009 RTJ VOL-00211- PP-
00558 EMENT VOL-02368-10 PP-02068 
LEXSTF v. 31, n. 368, 2009, p. 310-314). 
 
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, 
de jurisprudência pacificada ou de tese 
adotada em julgamento de casos repetitivos 
observará a necessidade de fundamentação 
adequada e específica, considerando os 
princípios da segurança jurídica, da proteção 
da confiança e da isonomia. 
 
- fundamentação adequada e específica que 
explique as razões pelas quais está sendo 
feito o overruling. 
 
Louvando o entendimento de que o Direito é 
dinâmico, sendo que a definição do alcance 
de institutos previstos na Constituição Federal 
há de fazer-se de modo integrativo, de acordo 
com as mudanças de relevo que se verificam 
na tábua de valores sociais, esta Corte 
passou a entender ser necessário amoldar a 
abrangência do habeas corpus a um novo 
espírito, visando restabelecer a eficácia de 
remédio constitucional tão caro ao Estado 
Democrático de Direito. Precedentes. (STJ, 
HC 281.014/RS, Rel. Ministro MARCO 
AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, 
julgado em 20/02/2014, DJe 27/02/2014). 
 
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus 
precedentes, organizando-os por questão 
jurídica decidida e divulgando-os, 
preferencialmente, na rede mundial de 
computadores. 
 
- como fazem STJ e STF. 
 
Art. 928. Para os fins deste Código, 
considera-se julgamento de casos repetitivos 
a decisão proferida em: 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
 
3 
I - incidente de resolução de demandas 
repetitivas; 
 
II - recursos especial e extraordinário 
repetitivos. 
 
Parágrafo único. O julgamento de casos 
repetitivos tem por objeto questão de direito 
material ou processual. 
 
- 988, IV: isso nos leva à reclamação... 
 
AÇÕES IMPUGNATIVAS 
 
Princípio da taxatividade: somente são 
recursos os institutos definidos como tais pela 
legislação federal. 
O sistema recursal brasileiro é regido pelo 
princípio da taxatividade, ou seja, 
apenas os recursos previstos no Código de 
Processo Civil serão admitidos. (STJ, PET no 
REsp 1311185/RN, Rel. Ministro CASTRO 
MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 
23/04/2013, DJe 02/05/2013). 
 
À luz do princípio da taxatividade, não é 
cabível agravo regimental contra 
manifestação do órgão colegiado, pois 
ausente a previsão legal a amparar o meio de 
impugnação ora utilizado. A propósito: "O 
agravo regimental apenas é cabível contra 
decisões singulares,e não colegiadas, 
conforme disposição de lei e da jurisprudência 
desta Corte (AgRg no REsp 934.046/SP, Rel. 
Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 
05/11/2008). (STJ, AgRg no AgRg no AREsp 
427.348/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE 
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 
18/02/2014, DJe 06/03/2014). 
 
Observação: no NCPC essa restrição no 
cabimento do agravo interno se mantém. 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo 
relator caberá agravo interno para o 
respectivo órgão colegiado, observadas, 
quanto ao processamento, às regras do 
regimento interno do tribunal. 
As ações impugnativas não possuem 
natureza recursal. São ações (demandas) 
autônomas, ainda que se prestem à 
impugnação de decisões judiciais. Ex: ação 
rescisória, ação anulatória, reclamação e 
mandado de segurança. 
CAPÍTULO VII 
DA AÇÃO RESCISÓRIA 
 
Ação destinada à desconstituir a coisa julgada 
material e, eventualmente, obtenção do 
rejulgamento da causa. 
 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em 
julgado, pode ser rescindida quando: 
CPC/73 – falava em sentença de mérito. 
O NCPC admite com isso que as decisões 
interlocutórias de mérito possam transitar em 
julgado (cognição exauriente). 
 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito 
quando um ou mais dos pedidos formulados 
ou parcela deles: 
 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato 
julgamento, nos termos do art. 355. 
- 355: julgamento antecipado do mérito 
(antigo julgamento antecipado da lide). 
- cabe agravo de instrumento, 356 § 5º. 
- faz coisa julgada material 
 
I - se verificar que foi proferida por força de 
prevaricação, concussão ou corrupção do 
juiz; 
 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo 
absolutamente incompetente; 
- nenhuma novidade... 
 
III - resultar de dolo ou coação da parte 
vencedora em detrimento da parte vencida 
ou, ainda, de simulação ou colusão entre as 
partes, a fim de fraudar a lei; 
 
- novidade: simulação. 
 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
- CPC/73: violar literal disposição de lei. 
Literal disposição de lei ≠ norma jurídica. 
Ronaldo Cramer: norma jurídica é o resultado 
da interpretação do dispositivo legal. Quando 
não há dispositivo legal, a norma é o 
resultado da interpretação sistemática de 
vários dispositivos. 
 
HTJ: são os sentidos construídos a partir da 
interpretação dos textos. 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
 
4 
Cramer: não é necessário que, para ensejar a 
rescisória, a norma violada esteja prevista 
expressamente num dispositivo legal. 
Algumas normas são implícitas em nosso 
ordenamento, como os princípios da 
segurança jurídica e do duplo grau de 
jurisdição. 
 
1. O fundamento para o ajuizamento da ação 
rescisória, mormente aquele previsto no 
inciso V do art. 485 do CPC – violação de 
literal disposição de lei –, é de tipificação 
estrita, em respeito à estabilidade das 
relações jurídicas acobertadas pela coisa 
julgada, visando a paz social. 
 
2. A interpretação restrita do art. 485, V, do 
CPC não importa em sua interpretação literal, 
sob pena de não ser possível alcançar seu 
verdadeiro sentido e intento, e, por 
conseguinte, assegurar uma efetiva prestação 
jurisdicional. 
 
3. É cabível ação rescisória, com amparo no 
art. 485, V, do CPC, contra provimento judicial 
de mérito transitado em julgado que ofende 
direito em tese, ou seja, o correto sentido da 
norma jurídica, assim considerada não 
apenas aquela positivada, mas também os 
princípios gerais do direito que a informam. 
Precedente do STJ. 
 
4. A proibição da reformatio in pejus, cujo 
status principiológico é inegável, porquanto 
exprime uma noção primordial do sistema 
recursal, encontra-se implicitamente contida 
na regra do art. 475 do CPC, que trata da 
remessa necessária. 
 
5. É cabível ação rescisória contra acórdão 
transitado em julgado que, em remessa 
necessária, houver afrontado o princípio da 
non reformatio in pejus. 
 
6. Embargos de divergência rejeitados. 
(STJ, EREsp 935.874/SP, Rel. Ministro 
ARNALDO ESTEVES LIMA, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 17/06/2009, DJe 
14/09/2009). 
 
Mas... 
SÚMULA 343 
 
NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA POR 
OFENSA A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, 
QUANDO A DECISÃO RESCINDENDA SE 
TIVER BASEADO EM TEXTO LEGAL DE 
INTERPRETAÇÃO CONTROVERTIDA NOS 
TRIBUNAIS. 
 
Firmou-se entendimento, no Supremo 
Tribunal Federal, no sentido do afastamento 
do entendimento consubstanciado na Súmula 
343 do STF, na hipótese de afronta a 
dispositivo constitucional, em razão da 
supremacia da Constituição Federal sobre 
todo o ordenamento jurídico, sob pena do 
enfraquecimento de sua força normativa e, 
consequentemente, de sua efetividade. 
Tal entendimento encontra amparo na 
jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça. (STJ, AR 4.140/SP, Rel. Ministro 
NEFI CORDEIRO, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 25/02/2015, DJe 05/03/2015). 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RESCISÓRIA. 
VIOLAÇÃO AO ART. 485, V DO CPC NÃO 
ARGUIDA NAS RAZÕES DO APELO 
NOBRE. REAJUSTE DE 28,86%. POLICIAIS 
MILITARES DO DISTRITO FEDERAL. 
PRESCRIÇÃO. MATÉRIA CONTROVERTIDA 
À ÉPOCA DO JULGAMENTO E EMISSÃO 
DO ACÓRDÃO RESCINDENDO. 
 
APLICAÇÃO DA SÚMULA 343 DO STF. 
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 
 
1. O cabimento da Ação Rescisória com 
base em violação a disposição literal de lei 
somente se justifica quando a ofensa se 
mostre aberrante, cristalina, observada primo 
ictu oculi, consubstanciada no desprezo do 
sistema jurídico (normas e princípios) pelo 
julgado rescindendo. Esta ofensa, por si só, 
não se caracteriza com o fato de haver 
decisões favoráveis à tese que foi rechaçada 
pela decisão que se pretende rescindir; não 
há rescisão por discrepância jurisprudencial, 
em especial quando se quer impor a 
retroação de precedentes judiciais afluentes. 
 
2. Esse entendimento tem por suporte a 
constatação de que a segurança jurídica ou a 
estabilidade das relações sociais não se 
compraz somente com a aplicação dos 
ditados das normas (leis) escritas, pois são 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
 
5 
(até) mais relevantes para esse propósito a 
compreensão que se emita sobre o sentido, o 
significado e o alcance daquelas dicções 
positivadas; essa é a razão pela qual a coisa 
julgada - e também os precedentes judiciais - 
devem ser enaltecidos e observados, sob a 
pena de se estabelecer uma completa 
imprevisibilidade das soluções das 
pendências. (STJ, AgRg no REsp 
1362480/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014). 
 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha 
sido apurada em processo criminal ou venha 
a ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao 
trânsito em julgado, prova nova cuja 
existência ignorava ou de que não pôde fazer 
uso, capaz, por si só, de lhe assegurar 
pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável 
do exame dos autos. 
 
§ 1o Há erro de fato quando a decisão 
rescindenda admitir fato inexistente ou 
quando considerar inexistente fato 
efetivamente ocorrido, sendo indispensável, 
em ambos os casos, que o fato não 
represente ponto controvertido sobre o qual o 
juiz deveria ter se pronunciado. 
 
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos 
do caput, será rescindível a decisão 
transitada em julgado que, embora não seja 
de mérito, impeça: 
 
I - nova propositura da demanda; ou 
II - admissibilidade do recurso 
correspondente. 
 
- Cassio: o inciso II é enxerto, e portanto 
formalmente inconstitucional. Não foiaprovado no Legislativo, em nenhuma de 
suas Casas. 
Rescisória contra sentença que não é de 
mérito? Somente quando essa sentença 
impedir a propositura da mesma demanda... 
 
Art. 486. O pronunciamento judicial que não 
resolve o mérito não obsta a que a parte 
proponha de novo a ação. 
§ 1º No caso de extinção em razão de 
litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI 
e VII do art. 485, a propositura da nova ação 
depende da correção do vício que levou à 
sentença sem resolução do mérito. 
 
I – indeferimento da inicial; 
IV – falta dos pressupostos processuais; 
VI – falta de legitimidade e interesse; 
VII – arbitragem. 
 
III - Em tese a extinção do feito não obstaria o 
ajuizamento de nova ação, in casu, a ação 
ordinária da qual decorre o presente recurso 
especial, intentada com o mesmo desiderato 
_ a anulação do ato administrativo que 
restabeleceu autorização concedida ao 
recorrido para alterar a linha que opera entre 
Londrina e Porto alegre, bem como os atos 
posteriores aditados à referida linha. 
 
IV - Entretanto, na hipótese do autos, em 
sendo o julgamento pela ilegitimidade ativa ad 
causam, não há como se repetir o pleito, 
mesmo por outra ação, fazendo coisa julgada 
a decisão de ilegitimidade. 
 
V - "Nem sempre. No caso do nº VI se a 
extinção do processo se fundar em 
impossibilidade jurídica do pedido, poderá ser 
proposta outra ação, porém não a mesma; se 
a ilegitimidade de parte for ativa ou se faltar 
interesse processual ao autor, não poderá 
propor nova ação". (CPC 33ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2002, nota 3 ao art. 268, p. 344). 
(STJ, REsp 903.355/DF, Rel. Ministro 
FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 17/04/2007, DJ 14/06/2007, p. 
269). 
 
Perempção 
 
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, 
a sentença fundada em abandono da causa, 
não poderá propor nova ação contra o réu 
com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, 
entretanto, a possibilidade de alegar em 
defesa o seu direito. 
 
Admissibilidade da rescisória parcial 
 
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto 
apenas 1 (um) capítulo da decisão. 
 
 
 
 
 
 
 
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ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
 
6 
Ação anulatória (CPC/73, art. 486). 
 
§ 4o Os atos de disposição de direitos, 
praticados pelas partes ou por outros 
participantes do processo e homologados 
pelo juízo, bem como os atos homologatórios 
praticados no curso da execução, estão 
sujeitos à anulação, nos termos da lei. 
- o antigo inciso VIII do antigo art. 485 
também “desapareceu” porque era verdadeira 
causa de anulatória 
 
2. A ação anulatória, prevista no art. 486, do 
CPC, tem por finalidade desconstituir o ato 
processual, homologado judicialmente, 
enquanto que o alvo da ação rescisória, do 
art. 485, do CPC, é a sentença transitada em 
julgado, que faz coisa julgada material. O 
efeito pretendido pela primeira é a anulação 
do ato enquanto que na rescisória é a 
prolação de nova sentença no judicium 
rescisorium. 
 
5. Não obstante, em sendo a sentença 
meramente homologatória do acordo, adstrita 
aos aspectos formais da transação, incabível 
a ação rescisória do art. 485, VIII, do CPC, 
posto ausente requisito primordial da 
rescindibilidade do julgado. Nestes casos, a 
desconstituição da transação, pelos defeitos 
dos atos jurídicos em geral, se faz por meio 
de ação anulatória, fulcrada no art. 486, do 
CPC. 
(STJ, REsp 450.431/PR, Rel. Ministro LUIZ 
FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
18/09/2003, DJ 20/10/2003, p. 185). 
 
Art. 967. Têm legitimidade para propor a 
ação rescisória: 
 
I - quem foi parte no processo ou o seu 
sucessor a título universal ou singular; 
II - o terceiro juridicamente interessado; 
III - o Ministério Público: 
 
a) Se não foi ouvido no processo em que lhe 
era obrigatória a intervenção; 
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de 
simulação ou de colusão das partes, a fim de 
fraudar a lei; 
c) em outros casos em que se imponha sua 
atuação; 
IV - aquele que não foi ouvido no processo 
em que lhe era obrigatória a intervenção. 
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o 
Ministério Público será intimado para intervir 
como fiscal da ordem jurídica quando não for 
parte. 
 
Art. 968. A petição inicial será elaborada com 
observância dos requisitos essenciais do art. 
319, devendo o autor: 
 
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o 
caso, o de novo julgamento do processo; 
II - depositar a importância de cinco por cento 
sobre o valor da causa, que se converterá em 
multa caso a ação seja, por unanimidade de 
votos, declarada inadmissível ou 
improcedente. 
 
§ 1o Não se aplica o disposto no inciso II à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos 
Municípios, 
às suas respectivas autarquias e fundações 
de direito público, ao Ministério Público, à 
Defensoria Pública e aos que tenham obtido o 
benefício de gratuidade da justiça. 
 
Limitação do valor do depósito: novidade. 
 
§ 2o O depósito previsto no inciso II 
do caput deste artigo não será superior a 
1.000 (mil) salários-mínimos. 
 
§ 3o Além dos casos previstos no art. 330, a 
petição inicial será indeferida quando não 
efetuado o depósito exigido pelo inciso II 
do caput deste artigo. 
 
§ 4o Aplica-se à ação rescisória o disposto no 
art. 332. 
 
Improcedência liminar do pedido 
 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase 
instrutória, o juiz, independentemente da 
citação do réu, julgará liminarmente 
improcedente o pedido que contrariar: 
 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; 
 
 
 
 
 
 
 
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III - entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de 
justiça sobre direito local. 
 
Fim da jurisprudência defensiva na AR 
 
§ 5o Reconhecida a incompetência do tribunal 
para julgar a ação rescisória, o autor será 
intimado para emendar a petição inicial, a fim 
de adequar o objeto da ação rescisória, 
quando a decisão apontada como 
rescindenda: 
 
I - não tiver apreciado o mérito e não se 
enquadrar na situação prevista no § 2o do art. 
966; 
II - tiver sido substituída por decisão posterior. 
Qual o objeto da AR? A última decisão que, 
no processo, apreciou o mérito da causa. 
Decisão que não admite recurso, p ex, não 
aprecia o mérito. 
Decisão que aprecia o mérito do recurso, mas 
o mérito do recurso não coincide com o mérito 
da causa, também não é objeto de rescisória. 
 
 
 
Portanto está errado ajuizar no STJ, por 
exemplo, ação rescisória quando o último 
pronunciamento acerca do mérito da causa foi 
do TJ ou TRF. 
 
O erro não é só de incompetência, mas 
sim no próprio objeto da rescisória. 
 
1. Se a matéria tratada na ação rescisória não 
foi objeto de exame pela decisão 
rescindenda, da lavra de Ministro desta Corte, 
mas apenas pelo Tribunal Regional Federal 
da 1ª Região, incide no caso o disposto na 
Súmula 515 do Supremo Tribunal Federal, 
segundo a qual "a competência para a ação 
rescisória não é do Supremo Tribunal 
Federal, quando a questão federal, apreciada 
no recurso extraordinário ou no agravo de 
instrumento, seja diversa da que foi suscitada 
no pedido rescisório." 
 
2. Inviável a remessa dos autos à Corte 
Regional, na medida em que houve erro no 
ajuizamento em razão da matéria, pois a 
inicial se insurge contra julgado equivocado, 
hipótese distinta daquela em que há mero 
erro na indicação do juízo competente. 
 
3. Processo extinto semresolução de mérito. 
(STJ, AR 3.851/MG, Rel. Ministra MARIA 
THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 22/09/2010, DJe 
22/10/2010). 
 
Com o NCPC isso acaba, pois admite-se a 
emenda da inicial, após o declínio da 
competência. 
 
O Superior Tribunal de Justiça é competente 
para julgar ação rescisória nos casos em que, 
apesar de não ter sido conhecido o recurso 
especial com fundamento no óbice das 
Súmulas 282/STF e 7 e 83/STJ, a decisão 
rescindenda analisa o mérito da demanda. 
Precedentes. (STJ, AR 3.570/RS, Rel. 
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/05/2014, 
DJe 28/05/2014). 
 
Essa confusão entre admissibilidade e mérito 
– provocada exclusivamente pela atecnia dos 
Tribunais – tende a acabar. 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
III – não conhecer de recurso inadmissível... 
IV – negar provimento a recurso... 
V – dar provimento ao recurso... 
 
§ 6o Na hipótese do § 5o, após a emenda da 
petição inicial, será permitido ao réu 
complementar os fundamentos de defesa, e, 
em seguida, os autos serão remetidos ao 
tribunal competente. 
 
- necessário porque o objeto da demanda 
será modificado. 
 
IMPORTANTE! 
 
 
 
 
 
 
 
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O art. 329, II, permite a alteração do pedido 
ou da causa de pedir, depois da citação e até 
o saneamento, desde que haja o 
consentimento do réu. 
Aqui na AR não se exige o consentimento do 
réu. 
 
Art. 969. A propositura da ação rescisória 
não impede o cumprimento da decisão 
rescindenda, ressalvada a concessão de 
tutela provisória. 
- Rescisória não é recurso e nem tem efeito 
suspensivo. 
 
Procedimento 
 
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, 
designando-lhe prazo nunca inferior a 15 
(quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias 
para, querendo, apresentar resposta, ao fim 
do qual, com ou sem contestação, observar-
se-á, no que couber, o procedimento comum. 
Delegação para a colheita – e não valoração 
– da prova 
 
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes 
dependerem de prova, o relator poderá 
delegar a competência ao órgão que proferiu 
a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 
(um) a 3 (três) meses para a devolução dos 
autos. 
 
Art. 973. Concluída a instrução, será aberta 
vista ao autor e ao réu para razões finais, 
sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. Em seguida, os autos serão 
conclusos ao relator, procedendo-se ao 
julgamento pelo órgão competente. 
Julgamento 
 
Art. 974. Julgando procedente o pedido, o 
tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for 
o caso, novo julgamento e determinará a 
restituição do depósito a que se refere o 
inciso II do art. 968. 
 
Parágrafo único. Considerando, por 
unanimidade, inadmissível ou improcedente o 
pedido, o tribunal determinará a reversão, em 
favor do réu, da importância do depósito, sem 
prejuízo do disposto no § 2o do art. 82. 
Prazo decadencial 
 
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 
2 (dois) anos contados do trânsito em julgado 
da última decisão proferida no processo. 
O prazo decadencial da ação rescisória só se 
inicia quando não for cabível qualquer recurso 
do último pronunciamento judicial. (Súmula 
401). 
 
O termo "a quo" para o ajuizamento da ação 
rescisória coincide com a data do trânsito em 
julgado da decisão rescindenda. O trânsito 
em julgado, por sua vez, se dá no dia 
imediatamente subsequente ao último dia do 
prazo para o recurso em tese cabível. (STJ, 
REsp 1112864/MG, Rel. Ministra LAURITA 
VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 
19/11/2014, DJe 17/12/2014). 
Acórdão TJ/TRF 15º dia 
- 16º dia = trânsito em julgado e 1º dia para 
a AR. 
- Contagem em anos. 
 
§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil 
imediatamente subsequente o prazo a que se 
refere o caput, quando expirar durante férias 
forenses, recesso, feriados ou em dia em que 
não houver expediente forense. 
O termo final do prazo para o ajuizamento da 
ação rescisória, embora decadencial, 
prorroga-se para o primeiro dia útil 
subsequente, se recair em dia de não 
funcionamento da secretaria do Juízo 
competente. Precedentes. (STJ, REsp 
1112864/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, 
CORTE ESPECIAL, julgado em 19/11/2014, 
DJe 17/12/2014). 
 
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 
966, o termo inicial do prazo será a data de 
descoberta da prova nova, observado o prazo 
máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito 
em julgado da última decisão proferida no 
processo. 
- na prática o prazo pode ir a 7 anos. 
 
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de 
colusão das partes, o prazo começa a contar, 
para o terceiro prejudicado e para o Ministério 
Público, que não interveio no processo, a 
partir do momento em que têm ciência da 
simulação ou da colusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- na prática o prazo não tem limite. 
 
DA RECLAMAÇÃO 
NATUREZA JURÍDICA 
 
AÇÃO: Pontes de Miranda, José da Silva 
Pacheco, Leonardo Morato e outros. 
REMÉDIO INCOMUM: Moniz de Aragão. 
INCIDENTE PROCESSUAL: Frederico 
Marques. 
REMÉDIO PROCESSUAL: Dinamarco. 
 
Leonardo Morato: é a reclamação uma ação 
de conhecimento, com o escopo de alcançar 
uma decisão de mérito, que julge a lide 
existente entre o reclamante, o qual alega ter 
sofrido uma lesão a direito seu, e a autoridade 
reclamada, à qual se imputa a prática de 
desacato ou de usurpação. 
E essa decisão de mérito que vier a ser 
alcançada revestir-se-á da autoridade da 
coisa julgada, sendo rescindível, apenas, por 
ação rescisória. 
Por não ostentar a natureza de recurso, a 
reclamação constitucional ajuizada perante o 
STF sob a alegação de usurpação de 
competência por força da manutenção, em 
sede de agravo regimental, da negativa de 
admissão de recurso extraordinário, com base 
no art. 543-A, § 5º, do CPC e no 
entendimento firmado pela Excelsa Corte no 
julgamento da Questão de Ordem no AI n. 
760.358/SE, não tem o condão de impedir o 
trânsito em julgado do processo principal. 
(STJ, AgRg no REsp 1185111/MS, Rel. 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA 
TURMA, julgado em 02/04/2013, DJe 
17/04/2013). 
 
No julgamento da ADI 2.212 (Tribunal Pleno, 
Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 14.11.2003), o 
Plenário do STF definiu que a reclamação 
não tem natureza jurídica de recurso, de 
ação, nem de incidente processual, mas de 
direito constitucional de petição, de sorte que 
a discussão acerca da justiça da decisão 
proferida pelo Tribunal de origem não pode se 
realizar nesta via estreita. 
(STJ, AgRg nos EDcl na Rcl 12.009/SP, Rel. 
Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 01/08/2013, DJe 
12/08/2013). 
ATENÇÃO PARA A RECLAMAÇÃO DA 
RESOLUÇÃO 12/2009 DO STJ! 
 
1. Consoante jurisprudência do STJ, não é 
possível a emenda da petição inicial das 
reclamações ajuizadas no STJ, com amparo 
na Resolução 12/2009, em razão de sua 
natureza jurídica recursal. 
2. Ademais, a reclamação apoiada na 
Resolução 12/2009 é admitida para dirimir 
divergência entre a jurisprudência do STJ e 
acórdão prolatado por Turma Recursal 
Estadual, o caso em tela não se amolda a 
essa hipótese, pois se pretende a cassação 
de acórdão proferido pela Turma Recursal de 
Juizado Especial Federal. 
(STJ, AgRg na Rcl 16.194/SC, Rel. Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA 
SEÇÃO, julgado em 26/03/2014, DJe 
02/04/2014). 
 
Art. 988. Caberá reclamação da parte 
interessada ou do Ministério Público para: 
 
I - preservar a competência do tribunal; 
II - garantir a autoridade das decisões do 
tribunal; 
III - garantir a observância de decisão do 
Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade;IV - garantir a observância de enunciado de 
súmula vinculante e de precedente proferido 
em julgamento de casos repetitivos ou em 
incidente de assunção de competência. 
 
Sem previsão no CPC/73, o NCPC 
regulamenta o instituto da reclamação, já 
existente por força de norma constitucional 
(CF, arts. 102, I, l; 103-A, § 3º e 105, I, f), 
para as seguintes hipóteses: 
 
1- preservação da competência e garantia da 
autoridade das decisões do STF e do STJ 
(inclusive do STF em sede de controle 
concentrado de constitucionalidade); 
2- garantir a correta aplicação das súmulas 
vinculantes do STF; 
3- uniformizar a jurisprudência nas Turmas 
Recursais de Juizados Especiais Estaduais, 
quando suas decisões violarem a 
jurisprudência do STJ (Res. 12/2009, do STJ). 
Atualmente: não há previsão constitucional da 
reclamação dentro das hipóteses de 
 
 
 
 
 
 
 
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competência do TRF, nem dos demais 
Tribunais, apenas do STF e do STJ. 
Novidade NCPC: § 1o A reclamação pode ser 
proposta perante qualquer tribunal, e seu 
julgamento compete ao órgão jurisdicional 
cuja competência se busca preservar ou cuja 
autoridade se pretenda garantir. 
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com 
prova documental e dirigida ao presidente do 
tribunal. 
 
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será 
autuada e distribuída ao relator do processo 
principal, sempre que possível. 
 
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV 
compreendem a aplicação indevida da tese 
jurídica e sua não aplicação aos casos que a 
ela correspondam. 
 
§ 5o É inadmissível a reclamação proposta 
após o trânsito em julgado da decisão. 
 
SÚMULA Nº 734: NÃO CABE 
RECLAMAÇÃO QUANDO JÁ HOUVER 
TRANSITADO EM JULGADO O ATO 
JUDICIAL QUE SE ALEGA TENHA 
DESRESPEITADO DECISÃO DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. 
 
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do 
recurso interposto contra a decisão proferida 
pelo órgão reclamado não prejudica a 
reclamação. 
- Rcl não é recurso. 
 
NOVIDADE: CABIMENTO DA 
RECLAMAÇÃO. 
 
Art. 988, IV - garantir a observância de 
enunciado de súmula vinculante e de 
precedente proferido em julgamento de casos 
repetitivos ou em incidente de assunção de 
competência. 
 
Art. 928. Para os fins deste Código, 
considera-se julgamento de casos repetitivos 
a decisão proferida em: 
 
I - incidente de resolução de demandas 
repetitivas; 
II - recursos especial e extraordinário 
repetitivos. 
 
Parágrafo único. O julgamento de casos 
repetitivos tem por objeto questão de direito 
material ou processual. 
 
 
 
 
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o 
relator: 
I - requisitará informações da autoridade a 
quem for imputada a prática do ato 
impugnado, que as prestará no prazo de 10 
(dez) dias; 
- é a mesma previsão do art. 157 do RISTF. 
- a “autoridade” aqui é o prolator da decisão 
reclamada. 
II - se necessário, ordenará a suspensão do 
processo ou do ato impugnado para evitar 
dano irreparável; 
- tutela de urgência. 
III - determinará a citação do beneficiário da 
decisão impugnada, que terá prazo de 15 
(quinze) dias para apresentar a sua 
contestação. 
- contraditório na Rcl. 
 
Intervenção obrigatória do MP 
 
Art. 991. Na reclamação que não houver 
formulado, o Ministério Público terá vista do 
processo por 5 (cinco) dias, após o decurso 
do prazo para informações e para o 
oferecimento da contestação pelo beneficiário 
do ato impugnado. 
 
Art. 992. Julgando procedente a reclamação, 
o tribunal cassará a decisão exorbitante de 
seu julgado ou determinará medida adequada 
à solução da controvérsia.

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