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Litisconsórcio - Direito Civil

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LITISCONSÓRCIO 
1. CONCEITO: é a pluralidade de sujeitos no processo: mais de um autor contra um réu; um autor contra mais de um réu; vários autores contra vários réus.
1
Economia processual (redução de gastos com nova demanda); segurança jurídica (procura evitar possíveis decisões antagônicas).
2. PRINCÍPIOS:
3.1. QUANTO ao NÚMERO (polo): 
LITISCONSÓRCIO ATIVO: mais de um ator; 
LITISCONSÓRCIO PASSIVO: mais de um réu; 
LITISCONSÓRCIO MISTO: mais de um autor e mais de réu.
3. CLASSIFICAÇÃO: 
3
3.2 Quanto ao MOMENTO: 
LITISCONSÓRCIO INICIAL: o processo já se inicia com mais de um autor e/ou com mais de um réu;
 LITISCONSÓRCIO ULTERIOR: forma-se depois, no decorrer do processo, nos termos da lei.
Ponto 1 - Sujeitos (e atos) do Processo Tgp2 UnB Prof. Vallisney
3.3. Quanto à OBRIGATORIEDADE:
 LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: é obrigatória a presença de mais um autor ou de mais de um réu no processo, sob pena de nulidade;
 LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO: a parte voluntariamente (não está obrigada) age em coautoria ou contra mais de um réu.
3. CLASSIFICAÇÃO:
5
3.4. Quanto à ABRANGÊNCIA DA DECISÃO:
 LITISCONSÓRCIO SIMPLES: a decisão judicial pode ser diferente para cada um dos litisconsortes;
 LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO: a sentença deve ser uniforme para todos os litisconsortes.
3. CLASSIFICAÇÃO: 
6
HIPÓTESES: 1)quando houver entre um dos polos comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à causa; 2) quando os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito; 3) quando entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; 4) quando ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. 
4. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO:
CARACTERÍSTICAS: Por força da lei ou da natureza da relação jurídica, alguém deve obrigatoriamente estar no processo ao lado de outro (s), porquanto será inevitavelmente atingido pela sentença; o litisconsorte necessário deve ser citado para integrar a lide; a eficácia da sentença depende da citação de todos os litisconsortes no processo.
5. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO:
CARACTERÍSTICA: Por força da lei ou do caráter da relação jurídica, a sentença deve ser igual (uniforme) para os litisconsortes.
6. LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO:
CARACTERÍSTICAS: É facultativo; ocorre quando é grande o número de pessoas num dos polos da demanda; o juiz pode limitá-lo.
AUTONOMIA DO LITISCONSÓRCIO: Em suas relações com a parte adversa, em regra os litisconsortes (facultativos) são considerados litigantes distintos e os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros.
7. LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO
Art. 113, § 1º
1. CONCEITO DE TERCEIRO: Pessoa que, mesmo não sendo parte, intervém no processo, voluntária ou obrigatoriamente, quando demonstre interesse jurídico, entre outras situações específicas.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
No processo civil e do trabalho:
 1) Assistência (simples e litisconsorcial)
2) Denunciação da lide
 3) Chamamento ao processo
4) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
5) Do amicus curiae
 2. ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO:
Forma de intervenção (voluntária) de terceiro interessado juridicamente na demanda, a fim de auxiliar uma das partes, dado que seu direito será reflexamente atingido pelo resultado do processo. Cabe em qualquer procedimento e em segundo grau de jurisdição. Pode ser simples ou litisconsorcial. 
A assistência é forma típica de intervenção de terceiro, porque pressupõe o ingresso no processo de alguém que até então não figura em um dos polos da demanda.
3. ASSISTÊNCIA (art. 119/124, CPC):
3.1. SIMPLES: A assistência simples é o mecanismo pelo qual se admite que um terceiro, que tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, possa requerer o seu ingresso, para auxiliar aquele a quem deseja que vença.
3.2. LITISCONSORCIAL: A assistência litisconsorcial é uma forma de intervenção atribuída ao titular ou cotitular da relação jurídica que está sendo discutida em juízo.
3. ASSISTÊNCIA:
A assistência é sempre voluntária, por isso não se admite que o juiz determine a intimação, a pedido da parte, para que terceiro ingresse na ação.
O terceiro não amplia os objetivos da lide, uma vez que ele não formula novos pedidos, mas auxilia uma das partes lograr êxito na
demanda.
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O terceiro precisa ter interesse jurídico, segundo o artigo 119 do Código de Processo Civil:
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
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REQUISITO
O interesse jurídico se caracteriza, quando o assistente sofrer, mesmo que de forma indireta, os efeitos da sentença.
Exemplo: Na ação de despejo, o sublocatário tem interesse jurídico em ingressar na ação.
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a) Apresentar contestação em favor do réu que for revel (será substituto processual, nesse caso, conforme artigo 121, parágrafo único, do CPC)
b) Apresentar arguição de impedimento;
c) Apresentar réplica, se o autor a quem assiste não o fizer;
d) Juntar novos documentos pertinentes ao esclarecimento do fato;
e) Requerer provas e participar da sua produção;
f) Interpor recurso, salvo se a parte principal tiver renunciado a esse direito, manifestando o desejo de não recorrer
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PODERES DO ASSISTENTE SIMPLES
a) Praticar qualquer ato de disposição de direito
b) Opor-se a atos de disposição feito pelo assistido, nos termos do artigo 122 do Código de Processo Civil
c) Arguir incompetência relativa ou suspeição.
d) Reconvir.
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O QUE O ASSISTENTE SIMPLES NÃO PODE FAZER:
Artigo 94 do CPC:
Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver exercido no
processo.
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O ASSISTENTE E OS HONORÁRIOS DOS ADVOGADOS
A assistência litisconsorcial só existe na esfera da legitimidade extraordinária, pois só assim é possível que terceiro seja titular ou cotitular de relação jurídica discutida em Juízo.
Pode haver assistência litisconsorcial sempre que houver legitimidade extraordinária: quem pode ingressar como assistente é o substituído processual.
Exemplo: condomínio. Se um bem pertence a vários proprietários, qualquer um deles tem legitimidade para, isoladamente, propor ação reivindicatória ou possessória contra aqueles que tenham a coisa consigo indevidamente. Será legitimado extraordinário nas demais frações do condomínio.
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ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL
	4.1. CONCEITO: Forma de intervenção em que uma das partes pretende garantia de terceiro, caso o resultado da sentença lhe seja desfavorável. Denunciante (autor ou réu no processo originário) e terceiro (a quem se quer a garantia (indenização) caso o denunciante venha a ter prejuízo em razão do processo originário).
	4.2. CARACTERÍSTICAS: forma outro processo dependente do principal (2 relações processuais).
 4. DENUNCIAÇÃO DA LIDE (art.125/129, CPC)
	5.1. HIPÓTESES:É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
5. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
	5.2. Como OCORRE: “a citação do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o réu”; feita a citação suspende-se o processo;
“feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a posição de litisconsorte do denunciante e poderá aditar a petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu”; “feita a citação pelo réu: se o denunciado a aceita e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado; se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que lhe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final; se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa”. Prosseguindo o processo com a denunciação efetivada o juiz deverá decidir duas relações processuais: entre autor e réu originários e entre denunciante (autor ou réu) e denunciado (terceiro).
5. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
	 6.1 CONCEITO: Forma de intervenção pela qual o réu solicita o ingresso de um terceiro para também responsabilizar-se pelo que foi pedido pelo autor.
	6.2. FINALIDADE: garantir, em ação de cobrança de dívida, que os demais devedores solidários também figurem na mesma qualidade de demandado ou executado.
6. CHAMAMENTO AO PROCESSO (art. 130/132, CPC):
6.3. HIPÓTESES: 1ª: Fiador, réu sozinho numa ação, chama o devedor; 2ª: Fiador réu chama os demais fiadores; 3ª: Devedor réu chama os demais devedores solidários.
6.4. Os chamados são citados, seguindo-se procedimento similar ao da denunciação da lide “A sentença, que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos codevedores a sua quota, na proporção que lhes tocar” (art. 130, CPC).
6. CHAMAMENTO AO PROCESSO:
Art. 133.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134.  O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o.
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Ponto 1 - Sujeitos (e atos) do Processo Tgp2 UnB Prof. Vallisney
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – ART. 133/137
Art. 135.  Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136.  Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único.  Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137.  Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Ponto 1 - Sujeitos (e atos) do Processo Tgp2 UnB Prof. Vallisney
	Terceiro que ingressa em juízo, nos casos previstos em lei, sem que tenha pretensão direta, pessoal e imediata no resultado da demanda. Sua participação em geral visa auxiliar o Judiciário na interpretação da norma, sobretudo em processos objetivos (de controle da constitucionalidade). A figura do amicus curiae no Brasil pode ser encontrada: na ação direta e na ação declaratória de inconstitucionalidade, na arguição de descumprimento de preceito fundamental; no incidente de uniformização de jurisprudência nos juizados especiais federais etc.
8. AMICUS CURIAE:
(Comissão de Valores Mobiliários - CVM) LEI N. 6.385/76, art. 31: “Nos processos judiciários que tenham por objetivo matéria incluída na competência da Comissão de Valores Mobiliários, será esta sempre intimada para, querendo, oferecer parecer ou prestar esclarecimentos, no prazo de quinze dias a contar da intimação; § 4º: A Comissão é atribuída legitimidade para interpor recursos, quando as partes não o fizerem”.
Amicus Curiae
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE): Lei n. 12.529/11, Art. 18: “Nos processos judiciais em que se discuta a aplicação desta Lei, o CADE deverá ser intimado para, querendo, intervir no feito na qualidade de assistente”.
Amicus Curiae
(GLOSSÁRIO JURÍDICO, site STF): Amigo da Corte. “Intervenção assistencial em processos de controle de constitucionalidade por parte de entidades que tenham representatividade adequada para se manifestar nos autos sobre questão de direito pertinente à controvérsia constitucional. Não são partes dos processos; atuam apenas como interessados na causa. Plural: Amici curiae (amigos da Corte)”.
Amicus Curiae
Lei n. 9.868/99 (ADI, ADC): 	Art. 7o, caput, “Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade”. § 2o “O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades”.
Amicus Curiae
Lei n. 9.882/99 (ADPF): Art. 6º, “§ 1o Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos que ensejaram a argüição, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria. § 2o Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo.
Amicus Curiae
Lei n. 10.259/2001 (Juizados Federais): Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei. § 7o Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo de cinco dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.
Amicus Curiae
(Repercussão Geral, STF) CPC, Art. 543-A:  “O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo”; “§ 1o  Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”; § 6o  O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Amicus curiae
(Recurso Repetitivo, STJ) Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o recurso especial será processado nos termos deste artigo. § 1o  Caberá ao presidente do tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça, ficando suspensos os demais recursos especiais até o pronunciamento definitivo do Superior Tribunal de Justiça. § 2o  Não adotada a providência descrita no § 1o deste artigo, o relator no Superior Tribunal de Justiça, ao identificar que sobre a controvérsia já existe jurisprudência dominante ou que a matéria já está afeta ao colegiado, poderá determinar a suspensão,
nos tribunais de segunda instância, dos recursos nos quais a controvérsia esteja estabelecida. § 4o  O relator, conforme dispuser o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça e considerando a relevância da matéria, poderá admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia.
Amicus curiae

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