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www.cers.com.br O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O Novo CPC e seus Reflexos no Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 1 1. NOVO CPC o novo CPC começou a tramitar em julho de 2010 no Senado Federal; quatro meses depois, em dezembro de 2010, o tramite encerrou-se no Senado; O Brasil teve 2 CPC em período ditatoriais; 1939 – Estado Novo 1973 – Ditadura Militar Este é o primeiro código democrático no Brasil; Aliás isso não ocorreu com nenhum código no Brasil. Mesmo o Código Civil de 2002 tem seu projeto datado de 1972. Após os 4 meses no Senado, o projeto tramitou aproximadamente 2 anos e meio da Câmara (31/08/2011 a 26/03/2014); Em razão das diversas alterações da Câmara retornou ao Senado, foi sancionado pela Presidente da República e depois publicado em 17/03/2015. Trata-se, portanto, de um código democrático em que vários seguimentos da sociedade foram ouvidos. Dentro deste contexto vamos estudar algumas das implicações dos mais relevantes temas do NCPC no Processo do Trabalho. 2. PRINCÍPIOS Cassio Scarpinella Bueno: "(…) é um código de brasileiros feito para brasileiros. Embora o art. 1º do Senado diga “Leia a Constituição e depois volte aqui”. O art. 2º do próprio Senado diz: “Eu sei que você não leu. Então vamos falar aqui os melhores momentos dos princípios constitucionais aplicáveis ao Processo. Vejamos os primeiros artigos do NCPC: CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701. www.cers.com.br O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O Novo CPC e seus Reflexos no Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 2 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. CAPÍTULO II DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e O NCPC dedica o 1º capítulo as normas fundamentais (art. 1º ao 12). As normas fundmsentais dividem-se em: a) Princípios: Ex. Devido processo legal; b) Regras: Ex. Proibição do uso de prova ilícita; Esse capítulo dedica-se ao estudo das normas fundamentais do processo civil, sejam elas extraídas da Constituição ou do CPC. Há normas fundamentais do processo civil dividem-se em: a) Direitos fundamentais – art. 5º da CF/1988 b) Outras que não possuem o status de direito fundamental. Os 12 primeiros artigos versam sobre essas normas fundamentais, mas há outras previstas na Constituição e no próprio CPC. 2.1 Aplicação Subsidiária do CPC no Processo do Trabalho - art. 769, CLT - art. 889, CLT - art. 15, NCPC: “Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou www.cers.com.br O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O Novo CPC e seus Reflexos no Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 3 administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente". c) O art. 15 é mais amplo do art. 769 da CLT? d) A grande questão é: e quando a legislação processual trabalhista não for omissa e o Código de Processo Civil se mostrar mais justo, atual e compatível com o processo do trabalho? 2.2 - Princípio do Contraditório - NCPC revoluciona a idéia de contraditório; - Art. 10. O juiz não pode decidir,em qualquer grau de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. - Incabível a decisão surpresa; 2.3. Princípio da cooperação - Em decorrência do princípio do contraditório o NCPC inaugura um novo modelo de processo o da COOPERAÇÃO. Cooperação das partes com o tribunal e do tribunal com as partes. - Ressalta-se para as PARTES o dever de boa-fé, traduzido no dever de agir com ética e lealdade processual; - Exigir-se-a do tribunal 4 categorias de deveres: a) dever de esclarecimento: b) dever de prevenção: - o NCPC tem artigos nesse sentido: art. 772, II, NCPC: impõe ao juiz que, em qualquer momento da fase executiva, advirta o executado que o seu procedimento constitui ato atentatório a dignidade da justiça, o que acarreta multa de até 20% do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. Antes de punir o executado, o juiz deve adverti-lo quanto o comportamento aparentemente temerário, para que a parte possa explicar- se. b) art. 77, § 1°, NCPC: ao expedir a ordem ou mandado para cumprimento de diligência o juiz deverá advertir aos sujeitos de que seu comportamento recalcitrante poderá resultar na aplicação da multa por ato atentatório a dignidade da justiça. c) dever de consulta: d) dever de auxílio: 2.4. Princípio da Garantia da Solução Integral do Mérito Art. 4º, NCPC. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. O NCPC tem artigos nesse sentido: Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. art. 76: verificada a incapacidade processual ou a irregularidade de representação da parte, juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;: Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados. § 2o Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. art. 321: ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos do art. 319 e 320 do NCPC ou que apresenta defeitos ou irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor no prazo de 15 dias emende ou complete a petição inicial. Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. www.cers.com.br O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O Novo CPC e seus Reflexos no Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 4 Obs: a possibilidade de retratação consiste em um estímulo para que o juiz reexamine sua decisão de não examinar o mérito. Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. Obs: é o artigo que mais evidencia o princípio da primazia da decisão de mérito. Art. 932. Incumbe ao relator: Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: § 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único. Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: § 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave. DISPOSITIVO SEMELHANTE HÁ NA CLT – ART. 896, § 11. vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave. DISPOSITIVO SEMELHANTE HÁ NA CLT – ART. 896, § 11. Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: § 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito. 3. REGRAS 3.1. Instauração do processo por iniciativa da parte e impulso oficial As normas fundamentais do processo civil dividem-se em princípios fundamentais e regras. O art. 2º do CPC apresenta duas regras: a) A instauração do processo por iniciativa da parte; b) o processo desenvolve-se por impulso oficial. Art. 2o, NCPC. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Instauração do Processo por iniciativa da parte Obs: Art. 856, CLT - A instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho. Obs 2. Art. 878, CLT - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior. Obs. 3. Há incidentes processuais a que o órgão julgador pode dar início sem necessidade de provocação da parte. Ex. Incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 976, NCPC), conflito de competência (art. 951, NCPC), incidente de arguição de inconstitucionalidade (art. 948, NCPC) e, se admitido no Processo do Trabalho, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Impulso Oficial www.cers.com.br O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O Novo CPC e seus Reflexos no Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 5 Obs 1. Art. 765, CLT - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. Obs 2. Não impede que o autor simplesmente desista da ação. A vedação à desistência é regra excepcionalíssima e deve decorrer de previsão em lei. Obs 3. A regra é importante para a solução de problemas da prescrição intercorrente, que é a que se croncretiza durante a tramitação do processo. Como o processo se desenvolve por impulso oficial, a demora do judiciário não pode levar a prescrição. No processo do trabalho devemos considerar: - art. 878, CLT - Súmulas 114, TST - Súmulas 327, STF 3.2. Regra da obediência a ordem cronológica da conclusão Visando concretizar o princípio da igualdade e da duração razoável do processo, o art. 12, NCPC impõe ao juiz observar a ordem cronológica de conclusão do processo quando proferir uma decisãofinal. Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. Conclusão: “ato em que o escrivão ou chefe de secretaria (ou outro servidor) certifica que o processo está pronto para a decisão, pois nada mais há para ser feito, por isso, os autos (eletrônicos ou não) são “entregues” (eletronicamente ou não) ao gabinete do juiz para que ele profira a decisão”. (Fredie Didier) A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores (art. 12, § 1º, NCPC). A regra somente se aplica as sentenças ou acórdãos finais (art. 12, caput). Não se aplicam às decisões interlocurórias ou acórdão interlocutórios (que não encerram o processo). 3.2.1. Exceções a ordem cronológica Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; Ex. Teses firmadas em incidentes de resolução de demandas repetitivas ou em recurso de revista repetitivos. Agrupam-se os processos para a aplicaçào da tese. Trata-se de técnica de aceleração dos julgado. III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; Ex. Recurso de revista repetitivos pelo TST e incidentes de resolução de demandas repetitivas pelos TRTs. É preciso criar uma lista de conclusão para as preferências legais (art. 12, § 3º, NCPC). IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; Apenas as decisões finais submentem-se a observância da ordem cronológica de conclusão. A decisão do relator pautada no art. 932 do NCPC não observam a ordem. Também não entram na fila as sentenças que extinguem o processo sem resolução do mérito (art. 485, NCPC). www.cers.com.br O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O Novo CPC e seus Reflexos no Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 6 V - o julgamento de embargos de declaração; O julgamento de embragos de declaração integra o julgamento embargado. Trata-se de um complemento dele, sua continuação. VI - o julgamento de agravo interno; Recurso cabível contra a decisão do relator. O caso já foi julgado, de maneira que o agravo apenas submete a decisão a revisão pelo órgão colegiado. Além disso, a as decisões monocráticas do relator estão for a da fila, logo é natural que o julgamento do agravo interno que é prologamento do julgamento monocrático do relator também estivesse. VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; Preferências legais – Ex: idoso (art. 1.048, I, NCPC); casos regulamentados no Estatuto da Criança e do Adolecente (art. 1.048, II, NCPC); dissídios que versem apenas sobre salários ou decorra, da falência do empregador (art. 652, CLT) Portadores de doença grave, assim considerados os elencados no art. 6º, XIV, Lei 7713/88: Art. 6º, XIV, lei 7713/88 – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; Preferências legais – Ex: idoso (art. 1.048, I, NCPC); casos regulamentados no Estatuto da Criança e do Adolecente (art. 1.048, II, NCPC); dissídios que versem apenas sobre salários ou decorra, da falência do empregador (art. 652, CLT) A insobservância das metas do CNJ para julgamento com prioridade de processos ajuizados em determinado ano pode acarretar infração disciplinar. VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; Não se aplica na Justiça do Trabalho; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. Situações excepcionais; O interessado poderá requerer uma tutela de urgência, que no caso virá conjuntamente com a sentença. Ocuparão o primeiro lugar na fila: Art, 12, § 6º, NCPC. Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. O Inciso II do art. 1.040 do NCPC refere-se a hipótese em que o tribunal reapreciará a causa e aplicará a tese firmada pelo Tribunal Superior. 3.2.2. Caledário Processual e Ordem Cronológica O calendário processual está previsto no art. 191 do CPC. Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. § 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. § 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário. www.cers.com.br O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O Novo CPC e seus Reflexos no Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 7 Como compatibilizar o calendário processual com a ordem cronológica de conclusão? 2 alternativas (Fredie Didier): a) marcar audiência para a prolação da sentença (art. 12, § 2º, I, NCPC); b) a prolação da sentença é ato que não pode ser inserido no calendário. 3.2.3 Consequências do descumprimento da regra O terceiro preteridopoderá representar contra o juiz no respectivo tribunal e no Conselho Nacional de Justiça; Não é o caso de nulidade da decisão, por ausência de norma nesse sentido e também porque o desrespeito a ordem não prejudica nenhuma das partes. Embora o prejuízo seja de terceiros, a decisão proferida antes não tem por objeto qualquer direito de terceiro, por isso, não autoriza recurso de terceiro com o objetivo de invalidar a decisão; O desrepeito a ordem cronológica, por si só, não pode caracterizar a suspeição do juiz, mas pode constituir indício da mesma por interesse no julgamento do processo em favor de uma das partes (art. 145, IV, NCPC). 3.2.4 Extensão da Regra à atuação dos servidores ou chefes de secretarias Art. 153, NCPC. O escrivão ou chefe de secretaria deverá obedecer à ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanente, para consulta pública (§ 1º) Exceções: Estão excluídos da regra do caput: I - os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser efetivado; II - as preferências legais (§ 2º) Exceções: Estão excluídos da regra do caput: I - os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser efetivado; II - as preferências legais (§ 2º) Listas própriasde situações de urgência e preferências legais: Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica de recebimento entre os atos urgentes e as preferências legais A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias (§ 4º) Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do ato e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor (§ 5º) 3.2.5 – regras de transição Art. 1.046, § 5o A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código.
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