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FÁRMACOS COM ALCALOIDES TROPÂNICOS AULA III Prof. Douglas Siqueira Chaves gnosy.ufrrj@gmail.com r1.ufrrj.br/lqbion FAMÍLIAS Solanaceae Beladona - Atropa belladona L. Meimendro - Hyosciamus nigerL. Estramônio - Datura stramonium L Trombeteira - Datura suaveolens Humb. Et Bompl. Ex Willd. Eritroxylaceae Coca - Eritroxylum coca L. 2 NÚCLEO TROPÂNICO Origem biossintética N ORNITINA + ACETATO (2x MaloniSCoA) 3 SOLANACEAS MIDRIÁTICAS Alcaloides principais são ésteres dos ácidos: Trópico, atrópico ou truxílico com um Amino-álcool de núcleo tropânico. 4 N O O H OH (S) SOLANÁCEAS MIDRIÁTICAS (l)-(-)-Hiosciamina Éster do ácido (l)-trópico + tropanol Atropina: Mistura Racêmica (1:1) Éster do ácido (l)-trópico + tropanol Éstes do ácido (d)-trópico + tropanol Formadas durante o processo de extração e secagem do vegetal. N O O OH (S,R) 5 SOLANÁCEAS MIDRIÁTICAS Hioscina ou Escopolamina Éster do ácido (l)-trópico + escopanol 6 SOLANÁCEAS NÃO MIDRIÁTICAS Apoatropina Éster do ácido atrópico + tropanol Apoescopolamina Éster do ácido atrópico + escopanol. 7 BELADONA – ATROPA BELLADONA 8 ATROPA BELLADONA LINNÉ Solanaceae Parte usada: Folha. Sinonímia vulgar: Cereja-do-inferno Sinonímia científica: Atropa acuminata Royle; Atropa lethalis Salisb.; Atropa lutescens Jacquem. Origem geográfica: Europa, Norte da África e Ásia ocidental. A droga apresenta sabor amargo, desagradável e odor fraco, particular e nauseabundo, lembrando levemente o odor de fumo. 9 ATROPA BELLADONA LINNÉ Sabendo que as mulheres utilizariam extratos de Atropa nos olhos para dilatar as pupilas de modo a ficarem mais belas, denominou-a de “belladonna” (mulher bela). A esse nome, juntou o de Atropa, baseando-se em Atropos que era, segundo a mitologia grega, a divindade responsável pela morte das pessoas, sendo uma das três que controlavam o destino (uma seria responsável pelo nascimento, a outra pelo prolongamento da vida, e Atropos, seria o responsável pelo “corte” do fio da vida). 10 ATROPA BELLADONA LINNÉ Império Romano e Idade Média Planta da sombra da noite Envenenamentos Principais tropânicos em belladona Dosagem total dos AT. N O O H OH (S) Hiosciamina Escopolamina Apoatropina 11 ATROPA BELLADONA LINNÉ O nome Atropa belladona Farmacólogo italiano – Pietro Mattioli (1954) Suco das folhas dilatavam as pupilas John Mann conta que Cleópatra decidiu suicidar-se depois da derrota de seu amante na batalha de Actium 31 A.C. O culto de feiticeiros e mágicos Preparação de unguento a base de beladona, estramônio e meimendro (Solanaceas) – aplicado na área vaginal e anal – provocava alucinações, delírios e sensação de levitação. 12 ATROPA BELLADONA LINNÉ Descrição macroscópica: A folha de BELADONA é inteira, oval lanceolada, de ápice acuminado, margem lisa e base simétrica e atenuada. As folhas medem de 5 a 25cm de comprimento, por 4 a 12cm de largura. A enervação é do tipo peninérveo. 13 Descrição macroscópica: A droga apresenta-se constituída de folhas amarrotadas, comprimidas umas contra as outras e de aspecto delgado. São friáveis, de cor verde- pardacenta na página superior e verde-acinzentada na inferior. Mostra raros pêlos, sendo estes mais evidentes na região do pecíolo e nervura mediana. ATROPA BELLADONA LINNÉ 14 A T R O P A B E L L A D O N A L IN N É 15 ATROPA BELLADONA LINNÉ 16 MEIMENDRO – HYOSCYAMUS NIGER 17 HYOSCYAMUS NIGER LINNÉ Solanaceae Parte usada: Folha. Sinonímia vulgar: Meimendro negro; Erva-dos-cavalos, Figueira-do-inferno. Origem geográfica: Sul da Europa, Ásia central e ocidental. A droga tem odor fraco e característico, e sabor um tanto amargo e acre. 18 HYOSCYAMUS NIGER LINNÉ Descrição macroscópica: A folha de MEIMENDRO atinge cerca de 25cm de comprimento por 10 a 15cm de largura; as inferiores são curtamente pecioladas, as médias sésseis e a: superiores, semi-amplexicaules. Seu limbo é oval ou oval-oblongo, sinuoso-denteado, com um a quatro dentes ou lobos triangulares, mais raramente inteiro ou simplesmente sinuoso. Apresenta cor verde-acinzentada e é muito peluginoso, principalmente na face inferior. O ápice foliar é agudo. 19 HYOSCYAMUS NIGER LINNÉ 20 Dados farmacológicos e toxicológicos Semelhante a beladona e ao estramônio em sua ação, porém mais tênue, devido ao menor teor de alcalóides tropânicos. Efeitos tóxicos são menores devido ao odor e consistência desagradáveis. HYOSCYAMUS NIGER LINNÉ 21 TROMBETEIRA – DATURA SUAVEOLENS 22 DATURA SUAVEOLENS Parte usada: Folha. Sinonímia vulgar: Trombeteira cheirosa; Cartucheira; Saia-de- Velha; Trombeta; Saia-branca. Sinonímia científica: Datura gardneri Hook. , Brugmansia suaveolens Bercht et Presl .; Brugmasia suaveolens G. Don.; Datura arborea ex Sendtnor L. Origem geográfica: Brasil A droga é inodora ou apresenta odor característico bem fraco e seu sabor é amargo. 23 DATURA SUAVEOLENS Descrição macroscópica: A folha é oval-lanceolada, oblonga, com 20 a 40cm de comprimento e cerca de 10cm de largura; longamente peciolada, medindo o pecíolo de 8 a 12cm de comprimento; nervura muito proeminente na face inferior. A folha é quase glabra na face superior, de cor verde mais escura que a inferior, levemente pubescente, sobretudo nas nervuras. 24 DATURA SUAVEOLENS 25 ESTRAMÔNIO – DATURA STRAMONIUM 26 DATURA STRAMONIUM Parte usada: Folha. Sinonímia vulgar: Figueira do inferno; Aubaritinga dos índios; Erva-do-diabo; Erva-dos-demônios; Erva-dos-feiticeiros; Sinonímia científica: Datura pseudostramonium Sieb.; Stramonium foetidum Scop.; Stramonium peregrinam; Stramonium spinosum Lam.; Stramonium vulgatum Gaertn. Origem geográfica: Himalaia Quando fresca, possui cheiro viroso, que chega a desaparecer pela dessecação. É de sabor amargo, nauseoso e levemente salgado. 27 DATURA STRAMONIUM Descrição macroscópica: A folha de ESTRAMÔNIO é longamente peciolada, de limbo arredondado, de base assimétrica eu às vezes subcordiforme, aguda no ápice, de lobos marginais sinuosos e desigualmente denteados. Mede de 15 a 20cm de comprimento e 8 a 10cm de largura. Possui ambas as faces glabras na folha adulta e cobertas de pêlos na folha nova, principalmente sobre as nervuras da face inferior. É de cor verde-escura na página superior e mais clara na inferior. 28 DATURA STRAMONIUM 29 COMPOSIÇÃO % ALCALOÍDICA NA PLANTA % de alcalóides totais na planta(-) Hiosciamina Hioscina = Escopolamina Atropa belladona Beladona (folhas) 80 - 95% 5 – 10% 0,3 – 1% Hyosciamus niger Meimendro (Folhas) < 45% ≥ 50% 0,05 – 0,15% Datura stramonium Estramônio ~ 66% ~ 33% 0,2 – 0,4% 30 31 COCA – ERITROXYLUM COCA L. ERITROXYLUM COCA L. 32 ERITROXYLUM COCA L. 33 A cocaína é extraída das folhas da coca, que contém cerca de 0,5 - 2% da substância. Nos países andinos ainda prevalece o hábito de mascar as folhas com o intuito de aliviar o cansaço e a fome. Devido à baixa concentração de cocaína, o comércio e o consumo de folhas de coca (mascadas ou como chás) são considerados legais nesses países As apresentações mais comuns da cocaína: a cocaína refinada ou "pó" e o crack. A primeira apresentação é um sal (cloridrato de cocaína),utilizado pelas vias intranasal ou injetável. O crack é a cocaína na sua forma de base livre. Quando o cloridrato de cocaína é aquecido em meio básico (água e bicarbonato de sódio), a cocaína se desprende de sua forma salina e precipita na forma de cristais de cocaína livre. cocaína OUTRAS FONTES DE ALCALÓIDES TROPÂNICOS Hyscyamus muticus Datura metel Duboisia myoporoides 34 OUTRAS FONTES DE ALCALOIDES TROPÂNICOS Duboisia – árvores ou arbustos originários da Austrália, usados como fontes de extração de hiosciamina e escopolamina. Duboisia myoporoides – Folhas – 0,6 – 3,0% alcalóides totais (principal: escopolamina) Duboisia leichardtii – Folhas – 2,0 – 4,0% alcalóides totais (principal: hiosciamina) Datura Datura metel – originária do Egito e Índia. Folhas ~ 0,5% alcalóides totais. (Principal: escopolamina, fonte industrial). Hyoscyamus Hyscyamus muticus – originária do Egito. Folhas - 0,5 – 1,0% alcaloides totais. (90% de hiosciamina, usada como fonte comercial). 35 AÇÕES FARMACOLÓGICAS Ações do grupo atropina/ (-)-hiosciamina Sobre o SNC: Em altas doses provocam uma excitação, por vezes chamada de “delírio atropínico”. Sobre o Sistema Nervoso Autônomo: Em doses terapêuticas tem ação parassimpaticolítica (antagonistas de acetilcolina). No olho: Relaxa a musculatura circular da íris, provocando dilatação da pupila – midríase 36 37 AÇÕES FARMACOLÓGICAS 38 AÇÕES FARMACOLÓGICAS AÇÕES FARMACOLÓGICAS Coração: Aceleração cardíaca Nos brônquios: Dilatação Vasos: Produz vasoconstrição periférica Sistema digestivo: Reduz o peristaltismo. Diminui as secreções de um modo geral. Ação antiespasmódica neurotrópica (atropina = bloqueador muscarínico) 39 AÇÕES DA ESCOPOLAMINA Em doses terapêuticas é sedativa do sistema nervoso central, porém em doses fortes origina alucinação violenta e narcose. Sobre o sistema nervoso autônomo age como parassimpaticolítico, tendo as mesmas ações que o grupo da atropina/(-)-hiosciamina, porém com intensidade mais fraca. Usos: Adesivos transdérmicos de escopolamina (para enjôos de movimento) – Cyba-Geigy 40
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