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ATIVIDADE TRIBUTÁRIO MERCOSUL

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FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – FUPAC
 FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS DE UBÁ
10º PERÍODO
TRIBUTAÇÃO NO MERCOSUL
O QUE É O MERCOSUL
MERCOSUL é um bloco econômico composto por países da América do Sul, constituído através da assinatura do Tratado de Assunção, significando a abreviação de Mercado Comum do Sul. Tal bloco é formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.
O tratado tinha com o objetivo a integração desses Estados para a circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes.
OBJETIVO DO MERCOSUL
O MERCOSUL tem como objetivo, promover a integração econômica entre os países membros para que assim, possa fortalecer e ampliar as trocas comerciais, garantindo a livre circulação de bens, serviços e produtos entre os países membros e também garantir a TEC em negociações comerciais com Estados que não pertencem ao bloco econômico através de políticas macroeconômicas e setoriais nos Estados Partes e o compromisso de fortalecer a integração entre todos os membros efetivos da organização.
Atualmente, é regido pelo Protocolo de Ouro Preto que reconhece a personalidade jurídica de direito internacional, atribuindo-lhe a competência para negociar acordos com outros países e organismos internacionais, tendo como objetivo, não só o aumento do comércio, mas também o estímulo do intercâmbio com outros parceiros comerciais através de associação tais como a Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e o Equador, Guiana e Suriname e com essa associação, todos os países da América do Sul fazem parte do MERCOSUL. 
A TRIBUTAÇÃO
 
O comércio entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai é livre de impostos, desde 1º de janeiro de 1995, com exceção dos Produtos Sensíveis que são listados em comum acordo. Além disso, foi criada a TEC, ou seja, quando os países importarem de outros, que não pertencem ao MERCOSUL, o importador pagará um imposto de importação comum a todos. 
Devido a isso, permanecem três problemas limitantes para serem resolvidos quais sejam: a isonomia tributária entre os países, a moeda comum e o equilíbrio de déficit públicos dos países do MERCOSUL. Porém, há uma necessidade de restruturação e eliminação de impostos em cadeia que encarecem os produtos brasileiros exportados, inviabilizando a competitividade. Partindo dessa premissa, podemos apontar como exemplo, o fabricante de insumo agrícola que fatura e paga para um distribuidor 2,0 % (dois por cento) de COFINS, 0,65 % (zero vírgula sessenta e cinco por cento) de PIS, 0,96 % (zero vírgula noventa e seis) de Contribuição Social, além de IRPJ conforme o caso. Sendo assim, os três impostos fixos somam 3,65 % (três vírgula sessenta e cinco por cento) sobre o valor da mercadoria. O distribuidor, ao faturar o insumo para um revendedor, paga, novamente, os mesmos 3,65 % (três vírgula sessenta e cinco por cento) + IRPJ. Quando a loja de revenda fatura para o usuário final, o agricultor, outra vez é taxado no valor de 3,65 % (três vírgula sessenta e cinco por cento) + IRPJ e neste caso, quem pagou pelo imposto em cascata foi o agricultor. 
Além de equalizar os tributos, é necessário estabelecer uma política agrícola a médio e longo prazo, sem usar a agricultura brasileira como "moeda" de troca para beneficiar outros setores da economia.
A partir de 1º de janeiro de 2012, quem transportar mercadorias no bloco aduaneiro do MERCOSUL deve pagar uma única vez os tributos alfandegários, podendo circular livremente pelos países-membros. A 39ª reunião da Cúpula em San Juan na Argentina rendeu a assinatura do Código Aduaneiro Comum. Este código prevê o fim da bitributação da Tarifa TEC. Um acordo de distribuição da renda aduaneira entre os Países Membros do bloco abriu caminho para a adoção da medida, discutida exaustivamente por técnicos dos quatro países.
 	Os paraguaios, finalmente, aceitaram o fim da dupla cobrança e a reunião do MERCOSUL avançou também em outros dois pontos essenciais na união alfandegária e foi aprovado um código comum para os procedimentos das alfândegas, documento comum a ser adotado nos trâmites para cobrança de tarifas de importação e despacho de mercadorias. 
Contudo, as empresas usam brechas do MERCOSUL para não pagar imposto no Brasil. As indústrias se mudam para Argentina, Uruguai e Paraguai para importar insumos e exportar produtos para o Brasil sem pagar tarifas. Seu objetivo é vender no Brasil, mas transferir parte da produção aos vizinhos garantindo vantagens que tornam o produto mais competitivo que o fabricado localmente.
Ao se estabelecer na Argentina, no Uruguai ou no Paraguai, empresas brasileiras e multinacionais obtêm benefícios como importar insumos sem pagar tarifa de importação e isenção de Imposto de Renda. Além disso, aproveitam a guerra fiscal no Brasil e trazem o produto por portos que cobram menos ICMS. Também há reclamações contra Chile, Bolívia e México, nações com as quais o Brasil mantém acordos que permitem a movimentação de mercadorias sem taxas aduaneiras, sendo assim, o Estado apurou que o esquema se repete nos setores químico, automotivo, têxtil, siderúrgico e máquinas. 
Três brechas técnicas no MERCOSUL são as mais utilizadas. São regras de origem, drawback e ex-tarifários. Essas regras de origem determinam se um produto pode ser considerado fabricado no MERCOSUL. 
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), tecidos da China, Paquistão e Índia recebem uma costura no Paraguai e se tornam lençóis, entrando no Brasil sem tarifa de importação. Na confecção, a regra de origem é "frouxa" e diz que basta o produto mudar de nome para ser "made in Mercosul".
A segunda brecha é o drawback, que permite importar insumos sem tarifa desde que o produto final seja exportado. No MERCOSUL, o benefício vale mesmo que o destino seja outro país do bloco. Na União Europeia, só vale se o destino for extrazona.
A terceira brecha é falta de harmonização nas exceções à TEC. A Argentina possui mais de 600 concessões para importar insumos sem tarifa. É o caso do aço inox, que os fabricantes de máquinas trazem da Europa. 
Atualmente, a grande preocupação é em relação à Integralização do MERCOSUL, pautada nos aspectos tributários, sendo primordial buscar uma harmonização da legislação tributária para facilitar o projeto de integração.
É necessário eliminar, ou pelo menos, reduzir as divergências nas relações jurídicas tributárias que envolvem diversos ordenamentos jurídicos, uma vez que, o MERCOSUL não possui um ordenamento comunitário e também não há uma tributação comunitária. 
O Tratado de Assunção serviu de impulso para a formação de um mercado comum, seguido pelo Protocolo de Ouro Preto que instituiu um direito derivado, dispondo que os órgãos com capacidade decisória se manifestem mediante decisões, diretivas e resoluções.
O direito tributário passa a ser indispensável em um mecanismo de integração regional, visto que a tributação exerce muita interferência na economia. É fundamental que os impostos sejam harmonizados para caracterizar o espaço econômico comum; uma forma mais evoluída de integração pretendida pelo MERCOSUL. Já a Constituição brasileira, possui mais dificuldades em padronizar a deslocação tributária, pois existem impostos que incidem sobre esta área que são de competência estadual ou municipal. A união não pode legislar sobre normas de competência dos estados e municípios. Portanto, os tratados que envolverem impostos nas esferas estaduais e municipais não podem ser recepcionados pela Constituição Federal, gerando conflito de normas.
Temos esta integralização como um fenômeno irreversível, que impacta na ordem jurídica, econômica e social. Para que haja uma segurança jurídica é preciso que ocorra a harmonização da legislação dos países que compõem os blocos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAspectos Tributários do Mercosul. Disponível em: <https://zemoleza.com.br/trabalho-academico/humanas/direito/tributacao-no-mercosul-2/> Acesso em: 11 nov. 2017.
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DESCONHECIDO, Autor. Tributação no Mercosul. Revista Conjuntura Econômica, Rio de Janeiro, v. 51, n. 4, p. 20-27, abr. 1997. ISSN 0010-5945. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rce/article/view/37772/43133>. Acesso em: 04 Nov. 2017.
EMPRESAS usam brechas do Mercosul para não pagar imposto no Brasil. São Paulo: Estadão, 2011. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,empresas-usam-brechas-do-mercosul-para-nao-pagar-imposto-no-brasil,81000e>. Acesso em: 13 nov. 2017.
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O Mercosul Tributário e Tarifário. Disponível em: <http://artigoscheckpoint.thomsonreuters.com.br/a/30f4/o-mercosul-tributario-e-tarifario-helio-botelho-pinto-da-silva>. Acesso em: 04 Nov. 2017.
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SUELLEN TEODORICO XAVIER

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