Buscar

TRABALHO DIREITO TRIBUTÁRIO I

Prévia do material em texto

FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – FUPAC
 FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS DE UBÁ
ATIVIDADE EXTRACLASSE DIREITO TRIBUTÁRIO I 
9º PERÍODO
CONTRUBUIÇÃO SOCIAL
CONCEITO:
Contribuição social é um tributo, ou seja, forma de contribuição pecuniária compulsória/ obrigatória ao Estado, devido por todas as pessoas físicas e jurídicas do Estado brasileiro, com a finalidade de constituir um fundo para ser utilizado em benefício de toda a sociedade através da concessão de benefícios assistenciais, de caráter não contributivo. É de competência privativa da União, conforme dispõe o art. 149 da CF: “compete à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas”. 
ESPÉCIES:
São três as espécies de contribuição social abrangidas pela Constituição Federal:
Contribuição de intervenção no domínio econômico: Esta espécie de contribuição social caracteriza-se por ser instrumento de intervenção no domínio econômico, com objetivo único almejado pelo órgão estatal competente para esse fim, nos termos da lei;
Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas: Esta espécie caracteriza-se como de interesse de categoria profissional ou econômica quando destinada a propiciar a organização desta categoria, fornecendo recursos financeiros para a manutenção de entidade associativa. Referida contribuição não se trata de destinação de recursos arrecadados, mas, sim, de vinculação da própria entidade representativa da categoria profissional ou econômica com o contribuinte, nos termos dos artigos 8º, IV e 149 da Carta Magna. O sujeito ativo da relação tributária é a entidade.
Contribuições de Seguridade Social: A contribuição de Seguridade Social gera muitas dúvidas em razão da cobrança diferenciada, fundamentada na Lei 8112/91 e posteriores alterações e na Ementa Constitucional de nº 20. Ou seja, referida contribuição tem suas bases definidas na vigente constituição, no artigo 195, I, II, III e seu § 6º, e ainda os artigos 165, § 5º e 194, VII.
CONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEAR O SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP) - Art. 149-A, CF/88:
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. ““. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002). 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
Esta contribuição veio de uma Emenda Constitucional. A taxa de iluminação pública era considerada inconstitucional. Como os Municípios precisam de recursos para iluminação pública foi outorgada a competência para que os Municípios e o DF pudessem instituir uma contribuição para iluminação pública, podendo ser cobrada junto com a fatura de energia elétrica. Ela se legitima somente pela sua finalidade, ou seja, o fato gerador e base de cálculo, alíquotas e contribuintes são definidos pelo legislador.
Certamente, o tributo cobrado com base no art. 149-A da CF é um imposto com a denominação de contribuição. Antes, porém, de atacar as diferenças entre os impostos e as contribuições, passa-se a análise dos antecedentes da CIP, a qual detinha a denominação de taxa de iluminação pública.
Na década de oitenta, os municípios instituíram a Taxa de Iluminação Pública (TIP), para o custeio do referido serviço, na tentativa de gerar rendas para saldar as dívidas de iluminação pública com as concessionárias. Para tanto, a TIP foi criada pelos municípios com base no art. 145, II, da CF e no art. 77 do CTN.
Entretanto, as taxas são tributos que têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, utilizado pelo contribuinte ou posto a sua disposição. Salienta-se que o serviço de iluminação pública é utilizado por toda a sociedade.
A doutrina classifica o serviço de iluminação pública como aquele prestado pelo Estado indiscriminadamente, de forma geral e universal, portanto remunerável apenas por impostos. Dessa forma, o Supremo Tribunal Federal, em análise do feito, decidiu que “o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”, vindo, inclusive, a editar a Súmula n.º 670: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.”.
Então, os municípios, após perderem grande fatia de arrecadação, pressionaram o Poder Constituinte Derivado, para, através de Emenda Constitucional (EC n.º 39/2002), autorizar constitucionalmente a criação da contribuição para o custeio da iluminação pública dos municípios. Neste caso, somente houve a alteração da denominação de taxa de iluminação pública (TIP) para contribuição de iluminação pública (CIP), pois a natureza jurídica do serviço prestado continua afeta aos impostos.
Para melhor elucidar o estudo cumpre esclarecer que imposto, nos termos do art. 16 do CTN: “é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Basicamente, visa remunerar as despesas ordinárias do Estado, assim como os serviços utilizados por toda a sociedade.
Dessa maneira, não poderia, agora, o serviço de iluminação pública, ser custeado por uma contribuição, visto que, assim como nas taxas, a sua finalidade não é custear um serviço estatal indivisível e universal. As contribuições remuneram determinadas atividades destinadas à parte da sociedade, note-se, por exemplo, que as contribuições de custeio a previdência social visam amparar os segurados que cumpram os requisitos legais para o gozo do benefício previdenciário (auxílio-doença, aposentadoria, auxílio natalidade e etc.).
Pelo exposto, verifica-se que a contribuição de iluminação pública (CIP) está fadada a ser relegada do ordenamento jurídico pelo Supremo Tribunal Federal, assim como aconteceu com a TIP, pois contraria os conceitos básicos de direito tributário e administrativo. Portanto, reitera-se que a contribuição de iluminação pública, apesar da nova “roupagem”, é um imposto, pois a iluminação pública beneficia coletividade indiscriminadamente.
BIBLIOGRAFIA
Contribuições Sociais. Noções Iniciais. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/542/Contribuicoes-Sociais-Nocoes-Iniciais>. Acesso em: 15/04/2017.
Direito Tributário. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/173001/mod_resource/content/1/Direito_Tributario_Rossato_000028000000900011000_Aula3_Parte1_finalizado_ead.pdf>. Acesso em: 15/04/2017.
SUELLEN TEODORICO XAVIER

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes