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Antropologia Jurídica 25/02/11 Toda civilização é originária de mitos ou religiões, ou seja, as agregações populacionais que iniciam um povo são sempre motivadas, se não por mitos, por religiões. 2. Linguagem da cultura: Símbolos. Em toda civilização temos uma cosmovisão (visão de mundo) em 2 planos: Espiritual Símbolos Temporal O que permite que uma civilização continue com os seus valores originários de modo permanente? Pelos símbolos, que são o modo de perpetuar mitos e religiões. 3 Formas: Alegorias – Analogias descritas de forma racional representando um mundo sobrenatural, misterioso e desconhecido. Parábolas – Descrevem um mundo sobrenatural conhecido revelado através de uma linguagem racional e natural Misticismo – Uma forma simbólica de comunicação entre o mundo sobrenatural e os homens. Isto implica em exercícios espirituais, práticas e rituais, bem como cerimônias e sacrifícios. Antropologia jurídica 04/03/11 Símbolos – Linguagem da Cultura -Formação das sociedades Cultura – Valores comuns; experiência humana Cosmovisão Símbolos Símbolos são valores comuns e absolutos da experiência humana. Possuem uma hierarquia entre eles, ou seja, alguns são mais importantes que outros. Nessa hierarquia existem símbolos primários e símbolos secundários, sendo que, os primários trabalham sentido e finalidade de vida (qual a origem e qual o destino da minha vida?) e os secundários trabalham na dinâmica da vida e do mundo, são provisórios. Nas civilizações que mais duraram os símbolos primários eram fundamentos para os secundários. Os símbolos secundários são valores provisórios, suscetíveis às transformações ocorridas na história. Já os primários, são símbolos perpétuos, pois manifestam aquilo que é eterno. A intensidade da relação entre símbolos primários e secundários e a capacidade de uma sociedade se perpetuar são grandezas diretamente proporcionais. Os símbolos secundários só existem em função dos primários, pois o primeiro só existe como ferramenta do segundo. Religiões políticas, onde o Estado substitui a figura de Deus e o mesmo Estado tenta dominar não pela força e sim pelo convencimento. Antropologia Jurídica 11/03/11 Formação das sociedades - Símbolos - Sociedades cosmológicas e sociedades antropológicas: uma classificação centrada no aspecto básico – visão de mundo (cosmovisão). A primeira classificação implica em um olhar para a totalidade da sociedade, falando de TODOS vivos, mortos e que virão. Um olhar sobre a essência da sociedade. São chamadas cosmológicas sociedades que são encaradas dentro de uma ordem do ser, de um universo, de um cosmos, criado por deus ou deuses. Sociedades cosmológicas pressupõem que existe um mundo criado, como se o universo fosse uma criação. No universo existe uma disposição ordenada de tudo que segundo essa visão é criada por uma inteligência superior. Essas sociedades se originam quando a elas fazem um salto no ser. É quando ela procura uma identidade para o ser superior. “existe uma ordem e essa realidade não foi criada nem por mim nem por meus antepassados e sim por uma inteligência eterna”. Há um criador, uma inteligência e essa inteligência cria a ordem das coisas e o homem também, e é a mesma que permite que a inteligência humana compreenda as coisas. São sociedades que entendem que a ordem do ser é uma ordem criada e que a compreensão dessa ordem pelo homem nunca é completa, mas sempre parcial. Para tanto os homens realizam o salto no ser par entender a inteligência criadora do cosmos – deus ou deuses. Essa inteligência é criadora do Ser e dos homens. Sociedades antropológicas são sociedades que procuram encontrar o próprio fundamento na ordem material. Ex. Uma tribo indígena que não conhece fundamentos religiosos e se embasa em antepassados. Sociedades antropológicas são aquelas segundo o qual a cosmovisão originária é centrada no homem e não em um deus ou deuses, ex. sociedade materialista ocidental. - Sociedades abertas e sociedades fechadas: Político-social. Nasce da articulação entre três elementos: Instituições políticas; cultura; e valores. - Sociedades consensuais e sociedades conflituosas: Origem social Símbolos na formação social. Linguagem comum A linguagem dos símbolos – símbolos primários ou secundários – é uma forma de expressão que admite formas de representação da existência comum dos seres humanos. Portanto, a partir dos símbolos é que os aglomerados humanos se formam e se desenvolvem. Antropologia Jurídica 18/03/11 Formação das sociedades – Símbolos - Sociedades cosmológicas e sociedades antropológicas: uma classificação centrada no aspecto básico – visão de mundo (cosmovisão). A primeira classificação implica em um olhar para a totalidade da sociedade, falando de TODOS vivos, mortos e que virão. Um olhar sobre a essência da sociedade. São chamadas cosmológicas sociedades que são encaradas dentro de uma ordem do ser, de um universo, de um cosmos, criado por deus ou deuses. Sociedades cosmológicas pressupõem que existe um mundo criado, como se o universo fosse uma criação. No universo existe uma disposição ordenada de tudo que segundo essa visão é criada por uma inteligência superior. Essas sociedades se originam quando a elas fazem um salto no ser. É quando ela procura uma identidade para o ser superior. “existe uma ordem e essa realidade não foi criada nem por mim nem por meus antepassados e sim por uma inteligência eterna”. Há um criador, uma inteligência e essa inteligência cria a ordem das coisas e o homem também, e é a mesma que permite que a inteligência humana compreenda as coisas. São sociedades que entendem que a ordem do ser é uma ordem criada e que a compreensão dessa ordem pelo homem nunca é completa, mas sempre parcial. Para tanto os homens realizam o salto no ser par entender a inteligência criadora do cosmos – deus ou deuses. Essa inteligência é criadora do Ser e dos homens. Sociedades antropológicas são sociedades que procuram encontrar o próprio fundamento na ordem material. Ex. Uma tribo indígena que não conhece fundamentos religiosos e se embasa em antepassados. Sociedades antropológicas são aquelas segundo o qual a cosmovisão originária é centrada no homem e não em um deus ou deuses, ex. sociedade materialista ocidental. - Sociedades abertas e sociedades fechadas: Político-social. Nasce da articulação entre três elementos: Instituições políticas; cultura; e valores. Segundo essa classificação a formação de uma sociedade é percebida a partir da sua estruturação política, ou seja, o modelo de sociedade depende da ótica Estatal. Sociedade fechada é a que depende absoluta e totalmente do Estado. Cinco características definem um regime fechado: Os homens não possuem direitos nem liberdades. Os direitos são concessões estatais; Geralmente o partido político ou o grupo no poder se confundem com o Estado. Este se transforma em uma maquina burocrática a serviço do líder; Nesse tipo de sociedade a IDEOLOGIA do partido se transforma no valor predominante do Estado; O Estado-partido possui uma máquina policial e repressora voltada para a eliminação daqueles que não se enquadram no mundo ideal construído; O uso dos meios de comunicação de massas como estratégia de “lavagem cerebral”, ou seja, de convencimento de todos os indivíduos de que a ideologia é a verdade universal. Sociedades abertas são sociedades cujo sentido de ordem é desenvolvido de forma espontânea, isto é, os indivíduos interagem e constituem suas diversas relações com base na liberdade. Sete tipos: Liberdade econômica; liberdade científica; liberdade religiosa; liberdade moral; liberdade artística; liberdade política; liberdade jurídica. - Sociedades consensuais e sociedades conflituosas: Origem social Símbolos na formação social. Linguagem comum A linguagem dos símbolos – símbolos primários ou secundários – é uma forma de expressão que admite formas de representaçãoda existência comum dos seres humanos. Portanto, a partir dos símbolos é que os aglomerados humanos se formam e se desenvolvem. Assistir filme 1984 Antropologia jurídica 25/03/11 Formação das sociedades – Símbolos - Sociedades cosmológicas e sociedades antropológicas: Ver dia 18/03 - Sociedades abertas e sociedades fechadas: Ver dia 18/03 - Sociedades consensuais e sociedades conflituosas: Sociedades consensuais, a sociedade independente de um Estado garante seu consenso. O único exemplo na história são os Estados Unidos no período de 1776 (Independência) a 1787 (constituição). Quatro linhas protestantes: calvinista, luterana, presbiteriana e puritana (Elementos: Predestinação como fundamento teológico, predestinação é a convicção de que a salvação já está dada, independentemente do livre arbítrio; a ética puritana consiste no sujeito realizar de forma estrita o conteúdo da escritura sagrada; parábola dos talentos: o produto do trabalho como espelho da salvação; diferentemente da Inglaterra a sociedade é e sempre foi estratificada do ponto de vista social, a linha puritana americana tinha como base a igualdade de condições, tanto do ponto de vista da salvação quanto do civil e econômico). Antropologia jurídica 01/04/11 A Sociedade consensual Americana (1776 -1787) As primeiras instituições formadas nos condados das 13 colônias eram igrejas. Segundo a ética Puritana a igreja é a fonte da ordem moral. Inicialmente as relações políticas eram feitas na Igreja. A formação social se dava como famílias, bairros, aldeias, condados e colônias. Da Igreja nascem 3 funções que definem a organização da sociedade: Prefeituras, Vereadores, Magistrados. Nos EUA a organização social precedeu a organização política. 1ª convecção da Filadélfia – Reunião dos primeiros delegados das colônias. Dessa reunião, nasce a proposta de estabelecer uma união política entre elas, mas com a possibilidade de cada colônia poder sair quando assim o entender. Eis a confederação. Esses delegados decidiram que pensariam e escreveriam artigos sobre qual o melhor sistema político econômico e social mais adequado para essa fundação. Com o passar dos anos esses artigos foram compilados e formaram um documento chamado de “Federalist papers” (Artigos federalistas). Esses artigos deram base para que na segunda convenção da Filadélfia realizada em 1787 surgisse a constituição dos EUA, retratando de forma sucinta o conteúdo dos artigos. Sociedades conflituosas: O poder político é responsável pelo consenso, pois as sociedades não conseguem por si mesma fazer o consenso, dessa maneira o consenso e a ordem deverão ser promovidos pelo poder político, por meio de uma burocracia que resolva os conflitos existentes na sociedade primitiva, ex. Brasil. 4 características definem uma sociedade fraca sob ponto de vista social e que é naturalmente dependente do Estado: 1ª – carência nos laços de relações sociais: Forte individualismo Antropologia jurídica 08/04/11 Sociedades conflituosas: O poder político é responsável pelo consenso, pois as sociedades não conseguem por si mesma fazer o consenso, dessa maneira o consenso e a ordem deverão ser promovidos pelo poder político, por meio de uma burocracia que resolva os conflitos existentes na sociedade primitiva, ex. Brasil. 4 características definem uma sociedade fraca sob ponto de vista social e que é naturalmente dependente do Estado: 1ª. – Carência nos laços de relações sociais: Forte individualismo; A sociedade de engenho no Brasil é decorrência do antigo sistema de doação por parte do Estado português para os primeiros donatários. Com a expansão do engenho as primeiras populações do Brasil foram estimuladas ao individualismo e autossuficiência. 2ª. – Patrimonialismo burocrático (Expressão de Raimundo Faoro): No Brasil a confusão entre patrimônio público e privado é uma herança do patrimonialismo burocrático, isto é, a oficialização desta confusão. Ao longo da história as nossas instituições se moldaram conforme este modelo. 3ª. – Não há um Brasil, mas “Brasis”: A diversidade étnica e cultural no Brasil é revelada no longo e vasto território nacional. 4ª. – No Brasil a carência de instituições políticas para regular os conflitos e garantir o consenso torna o povo brasileiro carente de um sentimento de integração e unidade. A alienação do povo Brasileiro em razão da ausência de instituições políticas no Brasil faz com que um órgão entre num lugar e estabeleça um consenso artificial; Trata-se da mídia e dos meios de comunicação de massas que criam modelos padronizados para que o povo alienado se torne conformista. Boris Casói mais Lula, procure no you tube Antropologia Jurídica 29/04/11 A era dos descobrimentos e a questão dos índios (Séc. XV). Quais são as instituições participantes da questão dos descobrimentos da América? - Coroa espanhola (Aproximadamente - 1460) - Coroa Portuguesa (Aproximadamente – 1500) - Igreja Católica *Existem na ciência política dois tipos de representação: Representação Espiritual; e Representação Política. No séc. XV eram o papa e Carlos Magno. Com os descobrimentos da américa a política implantada pela coroa espanhola no primeiro momento foi uma política de guerra contra os índios para a conquista das terras do novo mundo. 1492 – Importante discussão dentro da igreja católica sobre a humanidade dos Índios na cidade de Valladollid na Espanha com confrontos entre Bartolome de Las Casas e Juan Gines de Sepulveda. Qual a interpretação correta da passagem da obra de Aristóteles (A política) que afirma que “o ser humano é um animal político e racional”? Qual a natureza dos índios em decorrência disso? Para a visão Aristotélica o homem distingue-se do animal irracional por dois atributos: 1- Razão; 2- Capacidade de organizar-se para uma finalidade comum. Posição de Sepulveda – Somente são animais racionais os fiéis católicos do velho mundo já que os demais não vivem na civilização e sim na barbárie. Portanto, somente no velho mundo existem animais políticos. Posição De Las Casas – A interpretação correta da obra de Aristóteles não pressupõe fidelidade ao Papa, mas sim a capacidade de alguém usar da razão para organizar-se social e politicamente. Quanto à humanidade: Posição de Sepulveda – Os Índios não são políticos nem racionais. São selvagens. Logo, é legítima e justa a guerra contra eles. Posição de Las Casas – Os Índios da América possuem capacidade de organização social e política. São animais racionais. Logo, a guerra contra eles é uma agressão injusta. Deve, assim, a coroa respeitar suas terras legítimas. Por outro lado, deve a igreja enviar missionários para evangeliza-los na “santa religião”, sem, contudo, obriga-los a conversão. Las Casas X Sepúlveda Ig. Católica Corôa E. P. Bula Alexandrina Durante os sec. XV e XVI s descobrimentos da América foram marcados por diferença de posições; de um lado a posição das coroas Espanhola e Portuguesa com relação ao tratamento adequado para os índios, tratamento este baseado na teoria de Sepúlveda (violência e dominação). Por outro lado a posição da Igreja Católica radicada na tese de Las Casas para quem os índios são seres humanos e merecem respeito tanto na sua natureza quanto nas suas poses. Tal posicionamento foi chancelado por meio da Bula Alexandrina ( Papa Alexandre IV). Universidade de Salamanca – Universidade de Coimbra – formação dos missionários jesuítas Faculdade de Medicina Faculdade de Teologia Faculdade de Filosofia Faculdade de Leis e Cânones Os missionários que estudaram em Salamanca e Coimbra adquiriam a formação acadêmica para uma boa educação no sentido de levar adiante a tarefa da conversão dos índios. Francisco de Vitória = O Estado deve prestar obediência a Igreja e ao povo, pois sua origem e divina e popular ao mesmo tempo. Logo a política da coroa espanhola nas Américas deve ser uma política de paz. Com Francisco de Vitória e posteriormente com seus discípulos (Domingode Soto, Bartolome Medina, Domingos Bañez, Juan de Mariana, Melchior Cano, Francisco Suarez) formaram a denominada Escola de Salamanca também apelidada de escola da paz. Defendiam estes autores que a Coroa espanhola deveria prestar obediência aos ensinamentos da Igreja de modo que a política de empreendimento sobre os índios na América deveria ser de paz. Isto porque os índios enquanto seres humanos eram dotados de direitos naturais e natos e, portanto dignos para ter a vida a liberdade e a propriedade garantidas pela coroa. Antropologia Jurídica 13/05/11 Elemento antropológico comum da cultura = Vitimização e Elo Sacrificial Em todas as civilizações e sociedades que existiram na história existem alguns elementos comuns que permeiam suas correspondentes existências. Existem elementos de ordem filosófica, sociológica, política, jurídica, moral, econômica e científica que são semelhantes em todos os agrupamentos humanos. No que diz respeito ao aspecto antropológico comum todas as sociedades humanas possuem noção vitimizatória. Os agrupamentos humanos de um modo geral possuem fatores iniciais de estabilização baseados no comportamentalismo e no conformismo, ou seja, em um conjunto de hábitos e costumes normalizados e esperados por todos. Na medida em que um ou alguns indivíduos se diferenciam dos demais gera no interior da sociedade um clima de mistério, em que ninguém consegue prever as ações, palavras e reações do(s) Indivíduo(s) diferenciado(s). A partir disso, toma conta do ambiente social, um clima de desconfiança que, por sua vez, pode acarretar a admiração, o ódio ou a decorrência de um pelo outro. Antropologia Jurídica 20/05/11 Em todas as sociedades existe uma estabilização social que define a ordem e a continuidade do agrupamento. Não obstante, um ou alguns indivíduos diferenciam-se dos demais ao ponto de despertar admiração, ódio ou as duas coisas. A partir de então surge a necessidade de minimizar os efeitos da vitimização a partir de um conjunto de iniciativas que vão desde a cultura até o direito. Formas de amenizar dos esse fator Cultura de massas – Estabilidade da sociedade conseguida a partir da aderência dos grupos humanos a um conjunto de símbolos artificialmente criados para “normalizar” comportamentos. (Ex. Moda, “tribos”) Direito Penal – Conjunto de normas jurídicas voltadas para a prevenção e a repressão dos efeitos sociais oriundos da vitimização.
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