Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MICROBIOLOGIA Aula 9: Métodos de controle microbiano Microbiologia Conteúdo desta Aula AULA 9: Métodos de controle microbiano SUJIDADE X CONTAMINAÇÃO 1 ASSEPSIAS 2 PROCESSOS DE VALIDAÇÃO ASSÉPTICOS 3 INFECÇÕES HOSPITALARES 4 CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS 5 PRÓXIMOS PASSOS Sujidade x contaminação Microbiologia • Antes de falarmos de controle microbiano, é necessário identificar a diferença entre sujidade e contaminação. AULA 9: Métodos de controle microbiano • Nem tudo aquilo que está sujo, está contaminado e nem tudo aquilo que está limpo, está sem a presença de agentes patogênicos. Limpeza, degermação e descontaminação Microbiologia • Alguns termos técnicos são necessários para a compreensão das etapas de processamento de artigos hospitalares ou laboratoriais. AULA 9: Métodos de controle microbiano LIMPEZA DEGERMAÇÃO DESCONTAMINAÇÃO Redução ou eliminação de micro-organismos por escovação da pele com água e sabão (com ou sem antisséptico), imersão em solução ou uso de jatos-d’água. Redução ou eliminação de micro-organismos em artigos ou superfície, para assegurar a diminuição de riscos na manipulação durante a limpeza. Remoção de sujidade orgânica e inorgânica de artigos e superfícies, e redução da microbiota, através de água e detergentes, processos físicos ou térmicos. Assepsias • As assepsias são metodologias utilizadas para o controle, minimização ou eliminação da carga microbiana. • As assepsias são: esterilização, desinfecções e antissepsia. • A escolha da metodologia irá depender do tipo de material ou superfície, carga microbiana e do nível de criticidade do artigo. • Quando ao nível de criticidade, pode ser considerado como artigo crítico, semicrítico ou não crítico. AULA 9: Métodos de controle microbiano ANTI-SEPSIA Microbiologia Classificação dos artigos AULA 9: Métodos de controle microbiano CRÍTICO SEMI- CRÍTICO NÃO CRÍTICO ESTERILIZAÇÃO DESINFECÇÃO (NÍVEL MÉDIO OU ALTO ou ESTERILIZAÇÃO) LIMPEZA (ou DESINFECÇÃO DE NÍVEL BAIXO OU MÉDIO) Artigos que penetram a pele ou mucosa ou sistema vascular e dispositivos conectados a esses. Ex: instrumental Artigos que entram em contato com pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Ex: inaladores Artigos que entram em contato com pele íntegra. Ex: comadres ARTIGO Microbiologia Microbiologia • A esterilização consiste na eliminação de todas as formas microbianas, incluindo os endósporos bacterianos. • São realizadas no Centro de material e esterilização – CME: unidade funcional destinada ao processamento de produtos para saúde dos serviços de saúde (RDC 15, ANVISA). • A esterilização pode ser feita, principalmente, por processos físicos, como: - AUTOCLAVE – Calor úmido sob pressão. - FLAMBAGEM – Esterilização de metais, diretamente em chama. - RADIAÇÃO – Câmaras de radiação gama ou ultravioleta. - ÓXIDO DE ETILENO – Gás inodoro, sem cor, inflamável e explosivo, que interfere na síntese protéica do micro- organismo. AULA 9: Métodos de controle microbiano De acordo com o artigo 92 da RDC Nº 15, de 15 de março de 2012, não é permitido o uso de estufas para esterilização de produtos de saúde. • A RDC 31, de 4 de julho de 2011, regulamenta os “esterilizantes químicos” como desinfetantes de nível alto ou intermediário (médio) e estabelece a desinfecção por imersão. Esterilização Esterilização Microbiologia AULA 9: Métodos de controle microbiano http://www.mogiglass.com.br/shop/media/catalog/product/cache/ 1/thumbnail/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/a/u/autoclave- vertical-av50-plus_1.jpg AUTOCLAVE FLAMBAGEM RADIAÇÃO http://comoquevocepensa.blogspot.com.br/2010/06/3-d-clean.html Desinfecções Microbiologia • A capacidade diferenciada de eliminação de microrganismos nos procedimentos de desinfecção, faz com que possam ocorrer em forma alta, média ou baixa. AULA 9: Métodos de controle microbiano DESINFECÇÕES Nível alto Nível médio Nível baixo Equivale à esterilização, com a eliminação todas as formas microbianas, inclusive os endósporos. Ex: glutaraldeído Eliminação de todas as formas microbianas, sem ação esporocida. Ex: álcool 70% eliminação parcial de microrganismos. Ex: derivados de amoníaco. Derivados de cloro Microbiologia • O cloro é o elemento químico de número atômico 17 e encontrado na natureza sob a forma gasosa. É um oxidante, corrosivo, tóxico por inalação e contato e foto-degradável, logo só pode ser comercializado em embalagens âmbar. • Os principais derivados de cloro são o hipoclorito de sódio e a água sanitária, produzidos a partir da reação do cloro com hidróxido de sódio (soda cáustica). Cl Cloro 2 8 7 17 35,453 Solução de hipoclorito de sódio na proporção de 2,0 a 2,5% p/p de cloro. Comercializado na proporção de 10 a 13% p/p de cloro. ÁGUA SANITÁRIA HIPOCLORITO DE SÓDIO http://www.greenme.com.br/images/c onsumir/detergentes/aguasanitaria.jpg http://www.startquimica.com.br/public/upl oad/produto/hipoclorito_sodio_12.jpg Jamais manipule cloro puro, pois é corrosivo e extremamente tóxico por inalação e contato. Intoxicação por cloro: http://www.cdc.gov/vhf/ebola/pdf/chlorine-poisoning-portuguese.pdf Antissepsia Microbiologia • A antissepsia consiste na eliminação de micro-organismos sobre tecido vivo, como pele, mucosas, dente e pelos. • Os antissépticos não promovem ação esporocida. • Principais antissépticos: Álcool 70%; Clorexidina (solução alcóolica, aquosa e degermante); Iodóforos (solução aquosa e degermante); Triclosan. AULA 9: Métodos de controle microbiano http://wwww.phd.com.br/phd1/wp-content/uploads/2012/08/antiss.jpg Principais anti-sépticos Microbiologia . Baixo custo e fácil uso. . Requer secagem natural. . Não remove sujidade. . Não tem ação residual. . Não substitui a lavagem das mãos . Não pode ser usado em tecido exposto, nem em mucosas. Degermante: . Alto custo. . Requer fricção e contato por, no mínimo, 2 a 3 minutos. . Requer pia e fluxo de água contínuo. . Remove sujidade. . É inativado por compostos aniônicos . Tem ação residual. ÁLCOOL 70% CLOREXIDINA IODÓFORO TRICLOSAN 70% + 30% álcool água Gluconato de clorexidina Ipolivinilpirrolidona iodo (PVPI) Éter difenil policlorado (PBDE) . Custo médio . Requer tempo de ação. . Tem ação residual. . Alta probabilidade de causar hipersensibilidades. (alergias e dermatites de contato) . É inativado por matéria orgânica. . Presente em pastas de dente e desodorantes. Sabão (Soapex): . Requer fluxo de água contínuo. . Remove sujidade. . Tem ação residual. . Não tem ação fungicida. Líquido ou gel Degermante, aquosa, gel ou alcoólica Degermante ou solução Sabonete, creme dental e desodorante Processos de validação assépticos Microbiologia • As metodologias assépticas precisam, regularmente, passar por processos de validação. Um erro no procedimento ou equipamento pode comprometer a esterilidade do material e, dessa forma, comprometer o trabalho e/ou acarretar infecções. • Os principais processos de validação assépticos são: Uso de indicadores biológicos – culturas bacterianas submetidas à autoclavação ou radiações são colocadas em novos meios de cultura, onde deverá ocorrer ausência de crescimento. Fita termocrômica – fita crepe que apresenta mudança na coloração, quando submetida à temperatura ideal de autoclavação. Teste de Bowie-Dick – uso de cartelas ou discos que avaliam a esterilização em toda a extensão da autoclave. Sensores térmicos – distribuição geométrica de sensores térmicos no interior da autoclave. AULA 9: Métodos de controle microbiano Processos de validação assépticos Microbiologia AULA 9: Métodos de controle microbiano http://www.politape.com.br/arquivos/view.php/resize/1024x1024/4fd6302fe77a8.jpg https://esterilizacao.files.wordpress.com/2011/09/imagem1.png FITA TERMOCRÔMICA TESTE DE BOWIE-DICK Ar residual Superaquecimento Supersaturado Qualificado http://i01.i.aliimg.com/img/pb/998/311/616/616311998_993.jpg Infecção hospitalar x comunitária Microbiologia • As definições e critérios de diferenciação da infecção hospitalar e da infecção comunitária seguem a Portaria nº 2.616/98 do Ministério da Saúde. AULA 9: Métodos de controle microbiano http://3.bp.blogspot.com/- iRQAmbKOlrE/UEirCIADF4I/AAAAAAAABL8/Co31KGmZZFA/s1600/303515_307532556003091_1552537888_n.jpg Critérios Diagnósticos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde – Neonatologia / ANVISA http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/a1a48200443f494ab438b64e461d9186/Modulo+3+- +Neonatologia.pdf?MOD=AJPERES Critérios Diagnósticos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde / ANVISA http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/fb486e004025bf44a2e4f2dc5a12ff52/Modulo_2_Criterios_Diagn osticos_IRA_Saude.pdf?MOD=AJPERES • A portaria nº 2.616 também estabelece as diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares. • O controle da infecção hospitalar é realizado pela Comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH), presente nas unidades hospitalares. • O CCIH estabelece o Programa de controle de infecção hospitalar (PCIH), com Ações de controle de infecção hospitalar (ACIH). Infecção hospitalar x comunitária Microbiologia AULA 9: Métodos de controle microbiano Infecção adquirida anteriormente à internação, podendo ser constatada ou estar em período de incubação na admissão hospitalar, desde que não haja histórico recente de internação. Infecção em recém-natos por bolsa rota superior a 24 horas e infecções transplacentárias. INFECÇÃO COMUNITÁRIA INFECÇÃO HOSPITALAR Infecção adquirida após a internação, que se manifeste durante ou após a alta hospitalar ou até 72 horas após procedimentos invasivos. Critérios são estabelecidos quanto à avaliação do período de incubação, localização da infecção, agente etiológico, procedimentos realizados etc. Infecção em recém-natos por bolsa rota superior a 24 horas. Critérios Diagnósticos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde – Neonatologia / ANVISA http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/a1a48200443f494ab438b64e461d9186/Modulo+3+- +Neonatologia.pdf?MOD=AJPERES Critérios Diagnósticos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde / ANVISA http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/fb486e004025bf44a2e4f2dc5a12ff52/Modulo_2_Criterios_Diagn osticos_IRA_Saude.pdf?MOD=AJPERES Conservação de alimentos Microbiologia • A microbiologia também está presente na manipulação, armazenamento e no consumo de alimentos. Por esse motivo, métodos de controle ou eliminação de microrganismos podem ser utilizados para a conservação de alimentos. • As principais metodologias são: RESFRIAMENTO – altera a temperatura ótima do metabolismo de fungos e bactérias. PASTEURIZAÇÃO – alto aquecimento, seguido de resfriamento brusco. SALGA – uso de sal para desidratar o alimento, geralmente, carnes e peixes. DEFUMAÇÃO – exposição do alimento à fumaça da queima de madeira, desidratando e formando casca externa, isolante à contaminações. DESIDRATAÇÃO – técnicas que desidratam alimentos, diminuindo o risco de contaminações e crescimento microbiano. EMBALAGEM À VÁCUO – a retirada do ar impede o crescimento de bactérias aeróbias, mas não impede as anaeróbias. AULA 9: Métodos de controle microbiano Conservação de alimentos Microbiologia AULA 9: Métodos de controle microbiano http://3.bp.blogspot.com/- AXjZ7aeJ9vY/TcQrFre9mrI/AAAAAAAAAA8/PDtVXBtRwMk/s1600/2DEFUMA DAS.jpg https://curiosidadealeatoria.files.wordpress.com/2013/02/pasteurizacao.jpg http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/574774/mn/1269304277.jpg https://grupiv.files.wordpress.com/2010/01/bacalhau-s.png http://robertazanatta.com.br/wp-content/uploads/2014/08/311.jpg http://2.bp.blogspot.com/- 0JSGFHAGYu8/VLVSmigLdlI/AAAAAAAACMk/UU7kCrwkMd8/s1600/vacuum-1.jpg RESFRIAMENTO PASTEURIZAÇÃO SALGA EMBALAGEM À VÁCUO DEFUMAÇÃO DESIDRATAÇÃO Assuntos da próxima aula: 1. Histórico dos antibióticos; 2. Propriedades dos antibióticos; 3. Bactericida x bacteriostático; 4. Principais grupos de antimicrobianos.
Compartilhar