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Estudo de caso sobre mediação

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
IRMA APARECIDA DE SOUZA 
ALINE RAFAELA SILVÉRIO DA SILVA 
ONI DE FREITAS GOMES 
PATRICIA APARECIDA TOMAZ DA SILVA KAWAKAMA 
RODRIGO APARECIDO BARBOSA PIRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGUNDA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DE 2017: 
Estudo de caso sobre mediação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 
2017 
i 
IRMA APARECIDA DE SOUZA 
ALINE RAFAELA SILVÉRIO DA SILVA 
ONI DE FREITAS GOMES 
PATRICIA APARECIDA TOMAZ DA SILVA KAWAKAMA 
RODRIGO APARECIDO BARBOSA PIRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGUNDA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DE 2017: 
Estudo de caso sobre mediação 
 
 
 
Trabalho da disciplina Atividades Práticas 
Supervisionadas (APS) do 8º semestre do Curso 
de Direito apresentado à Universidade Paulista 
– UNIP 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Fernando Peixoto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 
2017 
ii 
IRMA APARECIDA DE SOUZA 
ALINE RAFAELA SILVÉRIO DA SILVA 
ONI DE FREITAS GOMES 
PATRICIA APARECIDA TOMAZ DA SILVA KAWAKAMA 
RODRIGO APARECIDO BARBOSA PIRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGUNDA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DE 2017: 
Estudo de caso sobre mediação 
 
 
Trabalho da disciplina Atividades Práticas 
Supervisionadas (APS) do 8º semestre do Curso 
de Direito apresentado à Universidade Paulista 
– UNIP 
 
 
 
 
 
Aprovado em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
________________________________________________ ____ /_____ /_____ 
 Professor: Dr. Fernando Peixoto 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 
 
iii 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao Prof. Dr Fernando Peixoto, pelas orientações recebidas e pelo incentivo constante. 
 
 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho relata e analisa um caso hipotético da controvérsia de dois vizinhos com respeito 
ao uso de aparelhos sonoros em alto volume por um deles que, alega o segundo, estar seu 
sossego sendo perturbado. Neste caso hipotético as partes recorrem à mediação da controvérsia 
e a audiência de mediação foi dramatizada pelos integrantes do grupo os quais, a seguir, relatam 
a sua experiência com a dramatização. Um breve estudo sobre o estatuto legal da mediação é 
apresentado neste trabalho e a sua aplicação na situação fática, embora hipotética, avaliada 
neste trabalho. 
 
Palavras chave: Mediação. Extrajudicial. Direitos disponíveis. 
 
 
v 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 
 
1.1 
 
Contextualização da mediação e conciliação nos dias atuais ............................ 
 
6 
 
1.2 
 
Objetivo deste trabalho ......................................................................................... 
 
8 
 
1.3 
 
O problema proposto ............................................................................................. 
 
8 
 
1.4 
 
Método de abordagem .......................................................................................... 
 
9 
 
1.5 
 
Roteiro do texto ..................................................................................................... 9 
2 DIFERENÇAS ENTRE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO .............................. 11 
 
3 O CONFLITO E A DRAMATIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO 13 
 
4 A EXPERIÊNCIA DA DRAMATIZAÇÃO........................................................ 16 
 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 18 
 
 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 19 
 
6 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho é o relatório de Atividade Prática Supervisionada (APS) do 
segundo semestre de 2017 e o objeto de estudo é a mediação extrajudicial. Para a 
execução do trabalho foi proposto pela Coordenação da APS um caso hipotético da 
controvérsia de dois vizinhos com respeito ao uso de aparelhos sonoros em alto 
volume por um deles que, alega o segundo, estar seu sossego sendo perturbado. 
Neste caso hipotético as partes recorrem à mediação da controvérsia e a audiência 
de mediação foi dramatizada pelos integrantes do grupo os quais, a seguir, relatam a 
sua experiência com a dramatização (UNIP, 2017). Um breve estudo sobre o estatuto 
legal da mediação é apresentado neste trabalho e a sua aplicação na situação fática, 
embora hipotética, avaliada neste trabalho. 
 
 
1.1 Contextualização da mediação nos dias atuais 
 
Costuma-se dizer que onde está o homem está o conflito, pois mesmo sozinho, 
tem seus conflitos interiores. Se um ser humano se aproxima de outro surge a 
possibilidade de conflito entre eles, o que muitas vezes acontece. Tal possibilidade 
acentua-se na sociedade contemporânea, pois, com o progresso pós-revolução 
industrial, os homens se aglomeraram em cidades, o que causou o aumento dos 
conflitos e, em consequência, a violência que deles nasce. Assim, o conflito é inerente 
ao ser humano, tanto como indivíduo quanto como ser social (MICHELON, 2017). 
Conflitos sem solução transformam-se num verdadeiro tormento para as 
pessoas, gerando desesperança, falta de autoestima e uma verdadeira desconfiança 
em tudo e em todos, inclusive nos profissionais do Direito e nas instituições 
democráticas, como é o caso do Poder Judiciário. 
O conflito em si não é o problema. O problema é a forma de lidar com o conflito. 
De uma perspectiva negativa, o conflito é entendido como um mal que deve em si 
mesmo. Mas o conflito pode ser encarado de forma positiva, como oportunidade de 
crescimento e aprendizado: oportunidade de progresso, função esta desempenhada 
pela mediação e conciliação (MICHELON, 2017). 
Os Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos são instrumentos de 
pacificação social, garantidos constitucionalmente, na medida em que permitem o 
7 
acesso à justiça, o qual é um direito fundamental consagrado na Constituição Federal, 
devendo ser aplicados a sua máxima efetividade no plano fático. Os métodos 
alternativos de resolução de conflitos, negociação, conciliação, mediação e 
arbitragem, são meios complementares à jurisdição e não disputam com a 
adjudicação (CONIMA, 2017). 
A conciliação e a mediação são instrumentos efetivos de pacificação social, 
solução e prevenção de litígios, e sua apropriada disciplina em programas já 
implementados no país tem reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de 
interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças. 
Em 2015, entrou em vigência a Lei de Mediação (Lei nº 13.140/2015), para 
dispor sobre a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e 
sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. 
A autocomposição consiste na solução direta entre os litigantes através de 
acordo firmado entre eles, isto é, o conflito é solucionado por ato das próprias partes, 
sem emprego de violência, sem a intervenção de um terceiro, mediante ajuste de 
vontades. 
O Parágrafo único do Art. 1º da Lei 13.140 de 26 de junho de 2015 estabelece 
que: “Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem 
poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a 
identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia”. 
Assim, a mediação é a composição do conflito com a participação de um 
terceiro, supra partes  o mediador  escolhido pelas partes, e que tem a função de 
ouvi-las, intermediar a negociação, subsidiar as partes de informação e formular 
sugestões de propostas conciliatórias, para decisão daspartes. As partes não são 
obrigadas a aceitar as propostas. O mediador nada decide, apenas interfere para 
aproximar as vontades divergentes dos litigantes. 
O mediador é um profissional qualificado que tenta fazer com que os próprios 
litigantes descubram as causas do problema e tentem removê-las. Trata-se de técnica 
para catalisar a autocomposição. 
Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou 
sobre direitos indisponíveis que admitam transação (Lei 13.140/2015, art. 3º). O 
consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser 
homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público (Lei 13.140/2015, art. 3º, 
§ 2º). 
8 
De acordo com o Art. 20 da Lei 13.140/2015, o procedimento de mediação será 
encerrado com a lavratura do seu termo final, quando for celebrado acordo entre as 
partes ou quando não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso, 
seja por declaração do mediador nesse sentido, seja por manifestação de qualquer 
das partes. 
O acordo celebrado pode ser total ou parcial. O documento de acordo constitui 
título executivo extrajudicial e, quando homologado judicialmente (no caso de direitos 
indisponíveis em que se admite negociação), constitui título executivo judicial (Lei 
13.140/2015, art. 20, §único). 
 No caso de descumprimento deste, o acordo pode ser executado perante o 
Poder Judiciário, através da propositura da ação executória, fundamentada no acordo 
escrito. 
 
 
1.2 Objetivo deste trabalho 
 
O objetivo geral do trabalho é um breve estudo da mediação e o objetivo 
específico do trabalho é avaliar os reflexos do procedimento de mediação num caso 
hipotético, pela dramatização da postura e decisões dos litigantes durante a audiência 
de conciliação. 
 
 
1.3 O problema proposto 
 
O problema apresentado em linguagem coloquial pela Coordenação da APS e 
que resultou no conflito de interesses a ser mediado é o seguinte (UNIP, 2017): 
 
Ginésio Solstício é morador de uma casa de fundos no Bairro Pedra Alta, 
em Itapepino, cidade do Estado do Rio de Janeiro. O morador da casa 
da frente, Sildácio Sepomeda é um senhor de 85 anos que vive sozinho, 
goza de muito boa saúde, porém tem perda auditiva significativa e, em 
consequência, ouve muito mal. 
O senhor Sildásio coloca todos os seus aparelhos eletrônicos em som 
muito alto, em especial durante o dia, quando ele liga o rádio e a TV ao 
mesmo tempo. O vizinho Ginésio é garçom de um bar muito famoso em 
Itapenino e trabalha diariamente no horário das 18 às 02 horas da 
manhã. Depois que o bar fecha, por volta de 01 hora da manhã, Ginésio 
tem que arrumar todas as mesas e cadeiras, ajudar a lavar o chão e a 
louça utilizada e ainda colocar refrigerantes e cervejas no freezer para 
9 
que estejam geladas no dia seguinte no almoço. É um trabalho bem 
desgastante fisicamente, por isso quando retorna para casa Ginésio 
quer tomar um banho, comer alguma coisa e dormir até o início da tarde. 
Mas, quem disse que ele consegue? Já às 06 horas da manhã o vizinho 
Sildásio liga o rádio, a TV e coloca no último volume em razão da sua 
deficiência auditiva. Ginésio adoraria mudar dali para outra casa, mas 
no momento não dispõe de condições financeiras e o aluguel está bem 
barato, o que é bastante conveniente para ele. Ele já tentou conversar 
com o vizinho, mas, todas as vezes, a conversa terminou em discussão. 
O vizinho Sildásio alega que só faz barulho durante o dia e que isso é 
permitido por lei. Cansado, Ginésio procurou o Grupo de Solução de 
Conflitos mantido pelo Fórum da cidade de Itapepino, para tentar obter 
uma solução por mediação ou por conciliação. 
 
 
1.4 Método de abordagem 
 
O método de abordagem também foi definido pela coordenação da APS e 
consiste nos seguintes passos (UNIP, 2017): 
 
1. Pesquisar as diferenças entre mediação e conciliação e escrever um 
texto de no mínimo 20 e no máximo 40 linhas sobre o conceito e a 
diferença entre os dois institutos jurídicos. 
2. Escolher se a melhor solução para o caso de Ginésio e Sildásio é por 
mediação ou conciliação. 
3. Organizar uma reunião de mediação ou conciliação, conforme a 
escolha acima, em que um integrante fará o papel de Ginésio, outro 
integrante do grupo fará o papel de Sildásio e, outro fará o papel de 
mediador ou conciliador. Os demais deverão observar e anotar os 
argumentos das partes em defesa de seus direitos, e as tentativas do 
conciliador/mediador em solucionar o problema. 
4. O Grupo deverá relatar a experiência da dramatização do problema 
em até 40 linhas. Se necessário, a experiência deverá ser repetida com 
troca de papéis entre os componentes do grupo, de forma que todos 
possam experimentar a situação. 
 
 
1.5 Roteiro deste trabalho 
 
O presente trabalho foi dividido em cinco seções principais, de acordo com a 
nomenclatura da ABNT. 
A primeira seção consistiu na apresentação do problema objeto de estudo, do 
objetivo do trabalho e do método de abordagem. 
Na segunda seção é feita uma breve discussão sobre as diferenças entre 
mediação e conciliação e a justificativa por se optar pela mediação para a resolução 
do conflito. 
Na terceira seção é narrada a dramatização da audiência de conciliação. 
10 
Na quarta seção é marrada e avaliada a experiência da dramatização. 
Por fim a quinta seção é apresentada a conclusão do texto desta monografia. 
 
11 
2 DIFERENÇAS ENTRE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO 
 
Conciliação e mediação, conforme apresentado na introdução do presente 
trabalho, são métodos alternativos da solução de conflitos, que apresentam algumas 
semelhanças, porém tem diferenças que definem as situações fáticas nas quais se 
aplicam, ou seja, no modo de atuação do terceiro imparcial e o tipo de conflito 
envolvido. 
Podemos dizer que esses dois métodos, são instrumentos efetivos de 
pacificação social, solução e prevenção de litígios, e sua apropriada disciplina em 
programas já implementados no país tem reduzido a excessiva judicialização dos 
conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças 
(COSTA, 2017). 
Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) são 
unidades do Poder Judiciário responsáveis pela realização das sessões de 
conciliação e mediação pré-processuais, que estejam a cargo de conciliadores e 
mediadores, bem como pelo atendimento e orientação ao cidadão. 
Os Princípios que regem a conciliação e mediação são: Independência; 
Imparcialidade; autonomia da vontade (inclusive quanto à definição de regras 
procedimentais); confidencialidade (a todas as informações produzidas no 
procedimento); oralidade; informalidade e decisão informada (COSTA, 2017). 
A conciliação e a mediação podem ser judiciais ou extrajudiciais e as partes 
podem estar assistidas por advogados ou defensores públicos, sendo que se uma 
estiver assistida, a outra necessariamente também o será. 
Ao distinguir a mediação da conciliação, pode-se dizer que a mediação é 
atividade privada, mesmo que processual e visa resolver abrangentemente o conflito 
entre as partes, enquanto a conciliação contenta-se em solucionar o litígio conforme 
as posições apresentadas pelos envolvidos (JUSBRASIL, 2017). 
A Mediação é uma forma de solução de conflitos na qual uma terceira pessoa, 
neutra e imparcial, facilita o diálogo entre as partes, para que elas construam, com 
autonomia e solidariedade, a melhor solução para o conflito. Em regra, é utilizada em 
conflitos multidimensionais ou complexos. A Mediação é um procedimento 
estruturado, não tem um prazo definido e pode terminar ou não em acordo, pois as 
partes têm autonomia para buscar soluções que compatibilizem seus interesses e 
necessidades. Aplica-se no caso dos controversos já terem um histórico de relação 
12 
social e, presumivelmente, continuarãoa ter após a resolução da controvérsia. 
Segundo Rech (2017): 
A mediação é técnica usada quando os sujeitos em conflito têm histórico de 
vínculo anterior e o canal de comunicação foi rompido. Comumente, são casos em 
que o conflito é incrementado por situações de cunho pessoal, marcadas por 
sentimentos como raiva, vingança e intolerância, infelizmente muito comuns em 
causas que envolvem o Direito de Família. A função do mediador é auxiliar os 
interessados a compreender o panorama de que são protagonistas, estimulando o 
restabelecimento do canal de comunicação, de modo a que eles possam encontrar, 
por si mesmos, soluções consensuais. 
A Conciliação é um método utilizado em conflitos mais simples, ou restritos, no 
qual o terceiro facilitador pode adotar uma posição mais ativa, porém neutra com 
relação ao conflito e imparcial. É um processo consensual breve, que busca uma 
efetiva harmonização social e a restauração, dentro dos limites possíveis, da relação 
social das partes. 
A técnica de resolução do conflito adotada foi a mediação pelo fato dos 
controversos serem vizinhos, muito próximos, que tinham relações de vizinhança 
antes do conflito de interesses e que, por força de suas residências próximas 
continuarão a manter tais relações de vizinhança, após a solução do conflito. 
 
13 
3 O CONFLITO E A DRAMATRIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO 
 
O Sr. Sildácio idoso com problemas de audição, sempre dorme por volta das 
vinte horas, enquanto o Sr. Genésio um jovem de aproximadamente 22 anos começa 
a trabalhar às 23 horas em um restaurante famoso na cidade, onde exerce função de 
garçom, função que exige atenção, educação, agilidade e uma aparência saudável. 
Diante de todas essas necessidades do Sr. Genésio para exercer o seu cargo 
de garçom, necessário era para o jovem ter nas suas horas de folga um sono tranquilo 
e reparador, para que, na noite seguinte poder trabalhar tranquilamente e com saúde. 
O Sr. Genésio começa a dormir por volta das três horas da madrugada logo após 
chegar em casa tomar um banho alimentar-se e então desfrutar do tão esperado 
descanso. 
Porém o Sr. Sildácio, que goza de boa saúde e dorme bem a noite toda, acorda 
por volta das seis horas da manhã, liga o seu televisor, o rádio e, também, costuma 
fazer bastante baralho para preparar seu dejejum. Entretanto, o Sr. Sildácio apesar 
de gozar de uma saúde invejável possui uma deficiência auditiva grave, o que o motiva 
colocar todos os seus eletroeletrônicos no volume máximo, causando grande 
transtorno ao Sr. Genésio que mora nos fundos da casa em que o Sr. Sildácio mora. 
Diante de tal desconforto o Sr. Genésio tentou por várias vezes convencer o 
Sr. Sildácio a mudar seu horário de ligar os aparelhos eletrônicos ou diminuir o volume 
e, até mesmo, esperar para começar suas atividades domesticas um pouco mais 
tarde. Mas nenhum pedido do Sr. Genésio foi atendido, foi então que Genésio resolveu 
pedir ajuda à justiça para resolver tal conflito pois já estava completamente sem 
esperança, além de querer preservar seu emprego ele não tinha condições de se 
mudar para outro local, pois o aluguel que pagava naquele pequeno recinto era o 
único que cabia em seu orçamento. 
O Sr. Genésio foi encaminhado para o Centro Judiciário de Solução de 
Conflitos e Cidadania (Cejusc). 
O Sr. Sildácio foi convidado a comparecer juntamente com Sr. Genésio em 
reunião de mediação, o que o fez de boa-fé, entendendo que não estava cometendo 
nenhum ato lesivo ao seu vizinho. 
Na audiência de mediação, Sr. Genésio e Sr. Sildácio entraram e se sentaram 
em volta da mesa redonda, o que significa que vão discutir o assunto de maneira 
igualitária; a mediadora, Aline, presente na mesa como terceira, se apresentou, 
14 
confirmou os nomes das partes, indagou como as partes gostariam de ser chamadas, 
perguntou-lhes se já haviam participado de uma audiência de mediação, e diante da 
negativa, explicou-lhes o funcionamento e o papel de cada um. 
A mediadora esclareceu que estava ali para ajudar a resolver o problema deles, 
que era imparcial e que tudo o que diriam ali seria confidencial, que cada um teria sua 
vez de falar e que para não serem interrompidos teriam um papel para anotar o que 
gostaria de falar para a outra parte, quando terminasse de falar. Disse também que 
não era juíza e não estava lá para julgar, mas sim para ajudar as partes a chegarem 
em um acordo e estabelecer o diálogo, e que esse acordo seria firmado em um termo 
em que as partes assinariam. 
Após a abertura da audiência de mediação, as partes apresentaram suas 
versões do fato. 
Primeiramente Genésio tomou a palavra, e disse que trabalhava a noite e 
descansava durante o dia, mas que infelizmente isso era impossível devido seu 
vizinho da frente, Sildácio, colocar seus aparelhos eletrônicos em som muito alto 
durante o dia e que já tentaram conversar, mas não chegaram em nenhum acordo. 
Sildácio em sua vez disse que tem problemas de surdez e já ultrapassa os 80 
anos, e que não poderia mudar sua rotina, pois tinha que tomar sua vitamina, assistir 
o jornal da manhã, fazer sua caminhada matinal e tomar seus remédios, e que ele 
achava muito estranho um rapaz jovem dormir o dia todo. 
Genésio explicou-lhe que trabalha como garçom, explicou-lhe suas atividades 
e o porquê descansava durante o dia. 
A mediadora perguntou a Sildácio o que ele tinha para propor para resolver a 
adversidade com Genésio. 
Sildácio disse que seu aparelho de surdez estava quebrado e que precisava 
dele, e que ele não tinha o dinheiro para o conserto, pois custava R$ 250,00 e 
perguntou se Genésio poderia colaborar financeiramente com o conserto. 
Genésio por sua vez, explicou-lhe que poderia contribuir com R$100,00 reais e 
nada além disso, pois não ganhava muito, Sildácio disse que estava bom, e que iria 
pedir ajuda de sua filha para completar o restante. 
Diante disso, Genésio se comprometeu em dar R$100,00 reais até o fim do 
mês para ajudar no conserto do aparelho de surdez, e Sildácio se comprometeu em 
abaixar o volume de seus eletrodomésticos assim que receber seu aparelho. 
15 
Com a mediação foi possível que ambas as partes dialogassem de forma 
pacifica e respeitosa, em que inclusive o Sr. Sildácio compreendeu que Genésio 
trabalhava a noite, e Genésio viu o sério problema de surdez de Sildácio. 
Ao final, apertaram as mãos e fizeram um termo em que assinaram, ficando 
acordado que: 
“Aberta a audiência, foi celebrado acordo entre as partes nos seguintes termos: 
1º Genésio se responsabiliza que após o dia 20 deste mês vai dar o valor de 
R$100,00 reais para ajudar no conserto do aparelho de surdez de Sildácio. 
2º Sildácio se compromete que assim que receber o aparelho de surdez em 
abaixar o volume de todos os seus eletroeletrônicos durante o dia.” 
No caso apresentado as próprias partes apresentaram a solução e resolveram 
o conflito. 
 
 
16 
4 A EXPERIÊNCIA DA DRAMATIZAÇÃO 
 
A Mediação é um Processo não-adversarial e voluntário de resolução de 
controvérsias por intermédio do qual duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, 
buscam obter uma solução consensual que possibilite preservar o relacionamento 
entre elas. Para isso, recorrem a um terceiro facilitador, o Mediador-especialista 
imparcial, competente, diligente, com credibilidade e comprometido com o sigilo; que 
estimule, viabilize a comunicação e auxilie na busca da identificação dos reais 
interesses envolvidos. 
O Mediador, através de uma série de procedimentos e de técnicas próprias, 
identifica os interesses das partes e constrói com elas, sem caráter vinculativo, opções 
de solução, visando ao consenso e/ou à realização do acordo. 
A Mediação envolve aspectos emocionais, relacionais, negociais, legais, 
sociológicos, entre outros. Assim, quando necessário, para atender às peculiaridades 
de cada caso,também poderão participar do Processo profissionais especializados 
nos diversos aspectos que envolvam a controvérsia, permitindo uma solução 
interdisciplinar por meio da complementaridade do conhecimento. 
O êxito na mediação judicial ou extrajudicial, depende de alguns fatores 
essenciais, sendo o principal deles a capacidade do profissional que atua como 
mediador. 
As características de um bom mediador são: auxiliar os interessados a 
compreender as questões e os interesses em conflito; auxiliar no restabelecimento da 
comunicação entre os envolvidos; auxiliar as partes a identificarem soluções 
consensuais benéficas para todos. 
Foi realizado uma reunião de mediação entre o Sr. Sildácio e Sr Genésio para 
que juntos pudessem encontrar uma solução para seus conflitos, que hora estava 
causando grande desconforto para ambas as partes. A reunião de mediação, 
conduzida pela mediadora Sra. Aline. Diante um do outro a Sra. Aline explicou-lhes 
como seria conduzida aquela reunião, onde os dois Sildácio e Genésio, cidadãos de 
bem, mas que até o exato momento não conseguiam entender as necessidades um 
do outro. Foi que surgiu a tão esperada mediação para que um idoso e um jovem 
pudessem entender as suas diferenças e com grande naturalidade conduzida pela 
sabedoria da Sra. Aline. 
17 
Foi então que o Sr. Sildácio compreendeu que aquele jovem que estava ali 
diante dele precisava ter o seu tempo para descansar. Por outro lado, o Sr. Genésio 
ficou sabendo da deficiência auditiva de que padecia aquele idoso. Foi resolvido o 
problema de conserto do aparelho auditivo de Sildácio com a colaboração financeira 
de Genésio, em comum acordo de vontades e, com isso, foi feita a promessa de 
diminuição do barulho para que Genésio pudesse dormir e ter suas energias 
renovadas para o trabalho. 
Foi uma experiência única onde duas pessoas de gerações diferentes não só 
chegaram a uma solução para seus conflitos quando, auxiliado por um terceiro 
imparcial, puderam entender a necessidade um do outro, ou seja: eram pessoas que 
precisam somente de um auxílio para que eles mesmos pudessem ver que havia uma 
solução para os seus problemas. 
Portanto, foi diante da mesa redonda, ali, um olhando para o outro com seres 
humanos passivos de cometerem erros, tiveram a oportunidade de encontrarem 
juntos uma solução para seus conflitos. As pessoas que dramatizaram este fato 
puderam sentir o que a mediação pode fazer, trazer a paz e o bom relacionamento 
entre pessoas. 
 
 
18 
5 CONCLUSÃO 
 
A mediação transcende à solução da controvérsia, dispondo-se a transformar 
um contexto adversarial em colaborativo. É um processo confidencial e voluntário, 
onde a responsabilidade das decisões cabe às partes envolvidas. Difere da 
negociação, da conciliação e da arbitragem, constituindo-se em uma alternativa ao 
litígio e, também, um meio para resolvê-lo (Silva, 2008). 
A opção pela Mediação prestigia o poder dispositivo das partes, possibilita a 
celeridade na resolução das controvérsias e reduz os custos. Os procedimentos são 
confidenciais e a responsabilidade das decisões cabe às partes envolvidas. A 
Mediação possui características próprias que a diferenciam de outras formas de 
Resolução de controvérsias, possibilitando inclusive estabelecer, a priori, a futura 
adoção da arbitragem (SALES, 2009). 
O compromisso com as pessoas envolvidas na controvérsia, a importância do 
instituto para a sociedade e a seriedade imprescindível ao seu exercício pela figura 
do mediador. 
Ante todo o exposto, conclui-se que a mediação extrajudicial é a melhor solução 
para os conflitos entre as partes, seja pela sua celeridade, seja pelo seu custo 
operacional, porém é imprescindível que o mediador possua conhecimento e 
capacidade técnica de excelência, preferencialmente por meio de curso credenciado, 
devidamente certificado pelo respectivo Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional 
Federal. 
Por fim, caso a mediação judicial tenha sido alcançada, será essa reduzida a 
termo, constando todas as obrigações e responsabilidades de cada parte, tendo esse 
documento força de título judicial. Se o acordo ocorrer através da mediação 
extrajudicial, o termo será assinado entre as partes e por 2 (duas) testemunhas 
indicadas por essas, no qual também constará todas as obrigações e 
responsabilidades de cada parte, porém terá força extrajudicial. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ADVOCACIA LISSA RECH. Conciliação e mediação no Novo CPC. Disponível em 
https://juridicocerto.com/p/advocacia-lissa-rec/artigos/conciliacao-e-mediacao-no-
novo-cpc-2221 . Acesso em 23/11/2017. 
 
COSTA, Alexandre Araújo. Cartografia dos métodos de composição de conflitos. 
Capitulo III - Entre mediação e conciliação. Disponível em 
http://www.arcos.org.br/artigos/cartografia-dos-metodos-de-composicao-de-
conflitos/iii-entre-mediacao-e-conciliacao. Acesso em 23/11/2017. 
 
CONIMA. Regulamento Modelo Mediação do Conselho Nacional das Instituições de 
Mediação e Arbitragem, 
Disponível em http://www.conima.org.br/regula_modmed. Acesso em 23/11/2017. 
 
JUSBRASIL. Mediação, conciliação e arbitragem. Qual a diferença entre elas? 
Disponível em https://salomaoviana.jusbrasil.com.br/artigos/159810633/mediacao-
conciliacao-e-arbitragem-qual-a-diferenca-entre-elas . Acesso em 23/11/2017. 
 
MICHELON, Regina Maria Coelho. A contribuição do mediador na ação 
comunicativa: estabelecendo o diálogo do aprendizado. Disponível em: 
http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10867. 
Acesso em: 23/11/2017. 
 
SALES, Lília Maia de Morais. Justiça e mediação de conflitos. Belo Horizonte: Del 
Rey 2009. 
 
SILVA, João Roberto da. Arbitragem. 2.ed. São Paulo: Malheiros, 2008. 
 
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA. ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – 
2/2017 – ATIVIDADE DO 8º SEMESTRE. Comunicado sem data, 2017.

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