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O Controle de Constitucionalidade em âmbito Estadual e Municipal .
 
 Trabalho apresentado no curso de Direito.
 Universidade Unigrario. 
 Disciplina Constitucional III
 Professor Marcelo Santos 
 
 
 
 Rio de janeiro
 2017
Sumário 
1 . Introdução ----------------------------------------------------------------------------------- 4
2 . Pressupostos essenciais ao controle de constitucionalidade --------------------- 4
3. Espécies de controle ------------------------------------------------------------------- 6
3.1. Ações cabíveis no âmbito estadual ------------------------------------------------ 7
4. O controle de constitucionalidade das normas municipais . ---------------------- 9
5. Controle abstrato de constitucionalidade da lei orgânica municipal e de leis ou atos normativos municipais em face da constituição . -------------------------------------- 9
6. Ação direta de inconstitucionalidade âmbito no estadual -------------------------- 9
6.1. Legitimidade --------------------------------------------------------------------------- 10
6.2. Competência --------------------------------------------------------------------------- 13
6.3. Objeto de controle -------------------------------------------------------------------- 13
6.4. Parâmetro/paradigma de controle (art. 125, §2º, CF) -------------------------- 14
6.5. Efeitos da decisão --------------------------------------------------------------------- 15
6.6. Estabilização da decisão do TJ ------------------------------------------------------ 15
7. Sistema difuso no âmbito estadual --------------------------------------------------- 16
 
8. Ação direta de inconstitucionalidade interventiva do Estado nos Municípios -- 16
9. Controle abstrato de constitucionalidade ou atos normativos municipais em face da lei orgânica municipal . ------------------------------------------------------------------- 18
10 . Bibliografia ------------------------------------------------------------------- 19
1. Introdução 
A CF/88 possui força normativa (Konrad Hesse). Ela é uma norma jurídica dotada de imperatividade reforçada (é super-imperativa). De acordo com a teoria da construção escalonada de Hans Kelsen, a CF se coloca no ápice da pirâmide normativa. Assim, é ela o fundamento de validade último das Constituições Estaduais.
Regras do controle abstrato de constitucionalidade prevista na CF:
Somente leis ou atos normativos estaduais ou municipais poderão ser objeto de controle.
Apesar de não fixar os legitimados, a CF vedou a atribuição de legitimidade apenas um único órgão.
 O órgão competente para o julgamento da ação pela via principal é apenas o TJ.
2. Pressupostos essenciais ao controle de constitucionalidade .
Antes de ingressarmos, no estudo do controle de constitucionalidade, devemos estabelecer qual é o terreno fértil e propício para que ele nasça e se desenvolva, ou seja, quais os pressupostos necessários para sua existência.
Na lição de Michel Temer, o Controle de Constitucionalidade pressupõe, necessariamente o reconhecimento da supremacia da Constituição, ou seja, a existência de um escalonamento normativo, onde o texto constitucional ocupa o ponto mais alto do sistema normativo e também  a existência de uma Constituição rígida, onde o poder constituinte originário estabelece um processo mais árduo de modificação constitucional (ou nenhum processo modificativo) que o processo de elaboração normativa inferior (TEMER, 2006, p. 44-45).
Para Pedro Lenza, é essencial ao controle de constitucionalidade a existência de uma Constituição Rígida (que conduz ao reconhecimento do princípio da supremacia constitucional) e a atribuição de competência a um órgão para resolver os problemas de constitucionalidade (LENZA, 2007, p. 149-150).
Já Alexandre de Moraes defende que a idéia de controle de constitucionalidade está ligada à supremacia da Constituição sobre todo o ordenamento jurídico e, também, à idéia de rigidez constitucional e a proteção dos direitos fundamentais, sendo este ultimo pressuposto apontado pelo autor como a primordial finalidade do controle de constitucionalidade (MORAES, 2005, p. 625).
Evidente que todos estes elementos são essenciais à existência do controle de constitucionalidade, contudo parece-nos que o mais essencial é o princípio da supremacia da constituição.
José Afonso da Silva explica tal principio da seguinte forma:“O principio da supremacia da constituição que, no dizer de Pinto Ferreira, ‘é reputado como pedra angular, em que assenta o edifício do moderno direito político’. Significa que a constituição se coloca no vértice do sistema jurídico do país, a que confere validade, e que todos os poderes estatais são legítimos na medida em que ela os reconheça  e na proporção por ela distribuídos. É, enfim, a lei suprema do Estado, pois é nela que se encontram a própria estruturação deste e a organização de seus órgãos; é nela que se acham as normas fundamentais de Estado, e só nisso se notará sua superioridade em relação às demais normas jurídicas”. (SILVA, 2001, p. 45)
Neste mesmo sentido destacamos a doutrina de Clèmerson Merlim Clève:
“(...) a compreensão da Constituição como Lei Fundamental implica não apenas o reconhecimento de sua supremacia na ordem jurídica, mas, igualmente, a existência de mecanismos suficientes para garantir juridicamente (eis um ponto importante) apontada qualidade. A supremacia diga-se logo, não exige apenas a compatibilidade formal do direito infraconstitucional com os comandos maiores definidos do modo de produção das normas jurídicas, mas também a observância de sua dimensão material. A Constituição, afinal, como quer Hesse, é uma ‘ordem fundamental, material e aberta de uma comunidade’. É uma ordem, eis que reside sua posição de supremacia. É ademais, ordem material porque além de normas, contém uma ordem de valores: o conteúdo do direito, que não pode ser desatendido pela regulação infraconstitucional.” (CLÈVE, 2000, p. 27)
Assim podemos verificar, que sem o reconhecimento da supremacia da Constituição sobre toda a ordem jurídica 
3. Espécies de controle
Existem, dentre várias classificações, duas espécies de controle de constitucionalidade quanto ao momento em que ele é feito: controle preventivo e controle repressivo. O objetivo do controle PREVENTIVO é evitar, impedir que a norma inacabada adentre no ordenamento jurídico. A norma, aqui, ainda não é aprovada, sendo, portanto, um projeto.
No Brasil, o controle preventivo se manifesta em três momentos:
a) Controle preventivo feito pelo legislativo: Art. 58, §2º " Existe CCJ nas Assembleias Legislativas . 
b) Controle preventivo feito pelo executivo: Art. 66, §1º " Existe o controle preventivo em da sede estadual, através de veto JURÍDICO do Governador. 
 Art. 66 - A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente República, que, aquiescendo, o sancionará.
 c) Controle preventivo feito pelo judiciário " Isso existe no TJ: parlamentar estadual ajuíza MS no TJ, em defesa do direito líquido e certo ao devido processo legislativo.
Obs .Normas a respeito do devido processo legislativo são normas de reprodução obrigatória em sede estadual. Assim, grave (questão cobrada): os Estados-membros não podem inovar em sede de processo legislativo.
Há, ainda, o controle REPRESSIVO, que visa retirar, expurgar a norma inconstitucional do ordenamento. Esse controle repressivo é jurisdicional como regra, através do sistemadifuso ou concentrado (misto). 
O sistema concentrado se divide em 5 ações:
Ação direta de inconstitucionalidade genérica 
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
Ação direta de inconstitucionalidade interventiva 
Ação declaratória de constitucionalidade 
Argüição de descumprimento de preceito fundamental.
3.1. Ações cabíveis no âmbito estadual
	
O art. 125, §2º, nos revela a existência do controle repressivo no âmbito estadual. O art. 125, CF, dessa forma, trata da chamada representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual.
 Art. 125, § 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
I. Representação de inconstitucionalidade
Pedro Lenza afirma entender ser possível qualquer dos meios de controle previsto na CF, respeitando o princípio da simetria. Assim, pode-se concluir que a representação de inconstitucionalidade é gênero, do qual retiramos as seguintes ações:
Ação direta de inconstitucionalidade genérica – É a única expressamente prevista na CF.
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão - Segundo o STF é legítima a previsão de ADO nas constituições estaduais (RE 148283).
Ação declaratória de constitucionalidade – Apesar de não haver jurisprudência sobre o tema (pois nenhuma Constituição Estadual prevê isso) ou doutrina, como a ADC tem a mesma natureza da ADI (é uma ADI de sinal trocado), sendo cabível a ação direta de inconstitucionalidade, seria cabível também a ADC. Isso já foi questão de prova!!
Existe uma busca pela equiparação entre a ADI e a ADC, a começar pela equiparação dos legitimados, o que ocorreu com a EC n.º 45. Além disso, as decisões são as mesmas, com mesmos efeitos, na medida em que se trata de ações dúplices, conforme dispõe o art. 24 da Lei 9.868/99 
 
 Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória.
II. ADPF
No que diz respeito à ADPF, não existe vedação para que as Constituições Estaduais criem a mesma no âmbito dos Estados-membros. Apesar disso, o cabimento de ADPF no âmbito estadual parece bastante difícil de ser admitido. Argumentos que impediriam:
 a) Constituição Estadual pode ter preceito fundamental? O conceito de preceito fundamental é fluido. Seria possível sustentar que somente a CF abriga preceitos fundamentais. 
b) O Estado não pode legislar sobre direito processual. Sendo assim, ele não teria competência para regulamentar a ADPF, previsto na Constituição Federal como norma de eficácia limitada.
Segundo entendimento do STF, a ADPF (no âmbito federal) só é possível desde que exista uma lei regulamento a sua instituição. Essa lei é a 9.882/99. Por conta disso, caso o Estado-membro trate da ADPF na sua Constituição, também será necessária uma lei para regular a ação. Pergunta-se: essa lei, que regulará a ADPF em sede estadual, é federal ou estadual? Somente poderá ser uma lei federal, na medida em que o Estado não pode legislar sobre processo, mas sim sobre procedimento. 
c) Caráter subsidiário da ADPF – Como a ADPF só cabe quando não existir outro meio eficaz para sanar a lesividade, a ADPF no âmbito estadual terminaria esvaziando a ADPF federal.
Controle repressivo no Estado membro – Poder Judiciário
ADI - Art. 125, §2º, CF (“representação de inconstitucionalidade”)
ADO - Art. 125, §2º, CF (“representação de inconstitucionalidade”)
ADC - Art. 125, §2º, CF (“representação de inconstitucionalidade”) # Isso porque existe uma tendência de equiparação da ADI com a ADC (são ações dúplices, com os mesmos legitimados).
ADI Interventiva - Art. 35, IV CF/88
ADPF – Pode existir no âmbito estadual, caso a Constituição do Estado preveja. Neste caso, é norma de eficácia limitada, sujeita aos regramentos da lei federal.
4. O controle de constitucionalidade das normas municipais .
 Como já foi dito o controle de constitucionalidade divide-se em preventivo ou repressivo. A nós caberá a analise somente do controle repressivo, tendo em vista que o controle preventivo não traz grandes indagações no âmbito municipal, já que o controle preventivo que existe em nível federal é seguido pela respectiva Casa Legislativa em âmbito estadual (Assembléia Legislativa), distrital (Câmara Legislativa) e municipal (Câmara de Vereadores), pois o processo legislativo previsto na Constituição Federal, constitui-se norma de repetição obrigatória, e deve ser compatíveis e constar necessariamente nas normas fundamentais de cada um dos entes da Federação.
Então assume importância o estudo do controle repressivo de normas municipais. Esta espécie de controle ainda se subdivide em controle abstrato e difuso.
5. Controle abstrato de constitucionalidade da lei orgânica municipal e de leis ou atos normativos municipais em face da constituição .
 “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;” (...)
Desta forma é possível perceber claramente que as Leis Orgânicas Municipais, não podem ter dispositivos normativos declarados inconstitucionais em controle abstrato, por ausência de previsão constitucional e interpretação neste sentido, restando, portanto apenas a via difusa de controle de constitucionalidade, que ocorrerá no STF somente através do Recurso Extraordinário, conforme dispõe o art. 102, inc. III da CF/88 e desde que presente o requisito de admissibilidade da repercussão geral (art. 103, § 3º da CF/88).
6. Ação direta de inconstitucionalidade âmbito no estadual 
A CF/88 dá a esta ação o nome de representação de inconstitucionalidade, termo genérico, como já vimos.
6.1. Legitimidade 
A Constituição Federal não diz quais são os legitimados em sede estadual. No entanto, ela nos dá notícia de uma regra: a CF/88 veda a existência de apenas um legitimado. Isso está no art. 125, §2º, último período:
 § 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
A doutrina apresenta, também, como limitação da legitimidade a vedação de abertura de legitimidade para qualquer cidadão (uma espécie de ação popular)
Por que a CF veda a legitimação a um único órgão?
 Isso ocorre porque a CRFB/88 inaugura a denominada democracia participativa. Ela se abre para a participação do cidadão na organização do Estado. Ex. dessa participação coletiva: mandado de segurança coletivo (não existia antes de 1988); mandado de injunção coletivo. O controle concentrado foi sistematizado por Kelsen em 1920, na Áustria. No Brasil, ele chegou em 1965, através da EC n. 16. De 1965 até 1988, somente o PGR detinha a legitimidade para as ações de controle de constitucionalidade. A partir da CF/88, vários legitimados surgem, à luz do ideal de democracia participativa. Em sendo o documento mais importante que temos, a CF deve ser democratizada, discutida por toda a sociedade. Em assim sendo, surge, com a lei 9.868/99 um movimento da sociedade aberta de intérpretes constitucionais (Peter Häberle) pautada no alargamento da legitimidade da ADI, na previsão do amicus curiae etc. Ao vedar a existência de um único legitimado no controle de constitucionalidade no âmbito dos Estados-membros, a CF democratizao mesmo.
A CF/88 não especificou quais são os legitimados. Os Estados podem adotar tanto um modelo de introversão quanto um modelo de extroversão. 
 Modelo Introversão # somente órgãos do Poder Público poderia ajuizar ADI no âmbito estadual. 
 Modelo extroversão # abrange entidades que não são dos Poderes Públicos. Segue o modelo de extroversão a CF/88 (que admite a legitimidade de entidades de classe, v.g.). 
Segundo Novelino, Pedro Lenza e o STF, os Estados não estão obrigados a seguir em simetria estrita o art. 103 do CF, justamente porque a intenção da Constituição Federal foi ampliar o rol de legitimados para a propositura da ADI.
 Para Pedro Taques, contudo, como se trata de manifestação do Poder Constituinte Derivado Decorrente, deve-se respeitar o parâmetro/paradigma, que é o art. 103 da CF.
 Art. 103 - Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Alterado pela EC-000.045-2004)
 I - o Presidente da República;
 II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Alterado pela EC- 000.045-2004) 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Alterado pela EC-000.045-2004) 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional
Para o STF, a previsão nas Constituições Estaduais de outros legitimados não abrigados pelo art. 103 são plenamente CONSTITUCIONAIS, em razão da autonomia organizativa do Estado membro.
 
 Exemplifica Lenza que o STF “entendeu constitucional o art. 162 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, com o seguinte teor: Art. 162 - A representação de inconstitucionalidade de leis ou de atos normativos estaduais ou municipais, em face desta Constituição, pode ser proposta pelo Governador do Estado, pela Mesa, por Comissão Permanente ou pelos membros da Assembléia Legislativa, pelo Procurador-Geral da Justiça, pelo Procurador-Geral do Estado, pelo Defensor Público Geral do Estado, por Prefeito Municipal, por Mesa de Câmara de Vereadores, pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, por partido político com representação na Assembléia Legislativa ou em Câmara de Vereadores, e por federação sindical ou entidade de classe de âmbito estadual”. STF, ADI 558-9 M
Assim, algumas Constituições dão legitimidade às seguintes autoridades: 
 Procurador-Geral do Estado;
 Defensor Público Geral do Estado; 
 Deputado Estadual. 
Embora o STF entenda constitucional a ampliação do rol de legitimados em relação à Constituição Federal, não há decisões quanto à restrição. A CF somente veda a legitimação de um único órgão, então eu entendo que é possível. Pedro Lenza não deu opinião.
Para a doutrina:
 a) O Governador, obrigatoriamente, deve constar como um dos legitimados no controle de constitucionalidade no âmbito estadual. As CEs obrigatoriamente devem dar legitimidade ao mesmo, em razão da existência de freios e contrapesos do poder. Caso a CE não inclua o Governador, ela será inconstitucional.
b) Também obrigatoriamente a mesa da assembléia legislativa deve ter legitimidade para ajuizar a representação de inconstitucionalidade em sede estadual. Isso em razão defesa das minorias parlamentares.
 Ex: um Estado que tenha 8 Deputados Federais terá, no mínimo, 24 Deputados Estaduais. Digamos que o Governador detenha 20 DEs. Estes 20 aprovam o projeto de lei, que é sancionado pelo Governador. Estes 4 podem, através da mesa, levar ao Poder Judiciário a discussão a respeito da constitucionalidade da lei
c) A mesa da Câmara Municipal é a autoridade simétrica à Mesa da Assembléia Legislativa, prevista no art. 103, IV. Além dela, também o Prefeito Municipal deve, obrigatoriamente, constar como legitimado em controle de constitucionalidade em sede estadual, simétrico ao Governador de Estado (art. 103, IV).
d) A autoridade simétrica ao Procurador Geral da República (art. 103, VI) é o Procurador Geral de Justiça, legitimado obrigatório. Uma Constituição Estadual que não ofertasse legitimidade ao PGJ para ajuizar ADI em sede estadual seria inconstitucional (questão recentemente cobrada em concurso do MP).
6.2. Competência
Segundo o STF, a Constituição Estadual só pode atribuir competência ao TJ, não podendo atribuir competência ao STF (como tentaram algumas Constituições): ADI 717 e a ADI 1669.
Assim, cabe exclusivamente ao Pleno ou Órgão Especial do TJ conhecer e julgar a representação de inconstitucionalidade, por maioria absoluta de votos (art. 97, CF).
 Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
EXCEÇÃO: É possível órgãos fracionários (turma/câmara/cessão) reconhecerem a inconstitucionalidade na hipótese prevista no art. 481, parágrafo único do CPC:
 Art. 481 - Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. 
 Parágrafo único - Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do PLENÁRIO do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
6.3. Objeto de controle
Pode ser objeto de controle de constitucionalidade em sede de Estados-membros lei ou ato normativo estadual ou municipal.
 No caso de controle abstrato, o efeito erga omnes é automático. Assim, já se pronunciou o STF no sentido de que é inconstitucional a norma da CE que prevê a necessidade de participação do legislativo para que a execução da lei seja suspensa, pois essa previsão, na CF, é para o controle difuso.
 As leis federais só poderão ser objeto de controle perante o STF.
 Exemplo de crise federativa: A Constituição do Estado de São Paulo dispunha que o órgão especial do TJ é composto metade pelos membros mais antigos do tribunal; metade por eleição, enquanto a LOMAN (LC 35/75), lei complementar federal, dispunha que os órgãos especiais são compostos exclusivamente pelos membros mais antigos dos tribunais. Havia constitucionalidade? A questão foi para o STF, que decidiu que a Constituição Estadual de São Paulo é inconstitucional em face da Constituição Federal, por ter tratado de competência da União. Logo, há, aqui, crise federativa e não crise de constitucionalidade (obs: veja que, posteriormente, a EC nº45 deu razão ao Estado de SP).
Ademais, o STF não pode analisar lei municipal em face da Constituição Estadual, embora possa analisá-la em sede de ADPF em face da Constituição Federal e, excepcionalmente, no caso de RE contra decisão de ADI no TJ sobre a constitucionalidade de normas da CE de reprodução obrigatória da CF.
6.4. Parâmetro/paradigma de controle (art. 125, §2º, CF)
Em sede estadual, o parâmetro (ou paradigma) de controle só pode ser a Constituição Estadual4 . Lei orgânica municipal também não pode servir de parâmetro de controle de constitucionalidade. 
O STF não pode analisar lei municipal em face da Constituição Estadual, embora possa analisá-la em sede de ADPF em face da Constituição Federal.
 Mudança de jurisprudência
 As constituições estaduais abrigam normas com as seguintes características especiais:
 a) Normas de observância obrigatória – Normas da CF que obrigatoriamente devem ser observadas pela Constituição Estadual. Nesses casos, a CE não tem liberdade, devendo seguir o modelo da CF. 
 EXEMPLOS: requisitos para criação da CPI, normas relativasà organização e funcionamento do TCU, princípios básicos do processo legislativo federal.
 
b) Normas de mera repetição – Normas que a Constituição Estadual copia da CF por vontade do legislador, sem que haja obrigatoriedade nessa reprodução. Essa norma que simplesmente reproduz o que está na CF serve de parâmetro para o controle de constitucionalidade estadual?
 c) Normas remissivas – A Constituição Estadual não escreve o conteúdo da norma, apenas fazendo uma remissão à norma existente na Constituição Federal.
 Exemplo: “No âmbito do Estado do Piauí observam-se os direitos e garantias individuais previstos na CF”. 
Atualmente, o STF admite que qualquer norma prevista em Constituição Estadual, sem exceção, sirva de parâmetro para o controle de constitucionalidade no âmbito estadual, ainda que seja de reprodução obrigatória, de mera repetição ou remissiva.
 Contudo, quando a norma for de reprodução obrigatória, da decisão do TJ caberá RE ao STF, cuja decisão terá efeitos erga omnes, ex tunc e vinculante.
6.5. Efeitos da decisão
Os efeitos da decisão do controle concentrado em sede estadual são:
 Erga omnes; 
 Vinculante; 
 Ex tunc
É possível a modulação ou manipulação dos efeitos da decisão, nos termos da Lei 9.868/99.
 O traço que diferencia o sistema concentrado do difuso diz respeito, justamente aos efeitos da decisão. Não se exige a participação legislativa.
6.6. Estabilização da decisão do TJ
Uma das características do pacto federativo é que as decisões do TJ devem se estabilizar dentro do próprio território do Estado. Logo, somente excepcionalmente caberá recurso extraordinário das decisões do TJ, em sede de controle concentrado de constitucionalidade : quando a norma da CE parâmetro for de reprodução obrigatória da CF ou norma central federal.
O RE não inaugura uma nova ação, sendo, pois, continuidade da mesma relação jurídica processual. No caso em tratativa, ele não desafia uma decisão do controle difuso, mas sim concentrado. Consequentemente, a decisão do STF, em sede deste RE, terá os efeitos do controle concentrado (será erga omnes, ex tunc e vinculante, podendo o STF, naturalmente, modular os efeitos da decisão). Atente: neste caso, não se exige do Senado qualquer participação (não se aplicando o art. 52, X, CF).
7. Sistema difuso no âmbito estadual
a) Legitimidade – Qualquer pessoa física ou jurídica é parte legítima para alegar a inconstitucionalidade.
 b) Competência – Qualquer juiz, tribunal, diante de um caso concreto, pode reconhecer a inconstitucionalidade (inclusive de ofício). Nos tribunais, como cediço, exige-se maioria absoluta (cláusula do full bench).
	
 c) Objeto de controle – Lei ou ato normativo estadual ou municipal. 
d) Parâmetro/paradigma de controle – É a Constituição Estadual.
 e) Efeitos da decisão – No sistema difuso, os efeitos da decisão são: inter partes e ex tunc.
8. Ação direta de inconstitucionalidade interventiva do Estado nos Municípios
Algumas observações são importantes:
A regra é a não-intervenção da União nos Estados e dos Estados nos Municípios (não existe hierarquia entre as pessoas jurídicas com capacidade política, eis que uma das características da federação é a divisão constitucional da competência). 
 O Distrito Federal é uma pessoa jurídica com capacidade política, porém menos autonomia (maiores limites). Ex: a) os Estados-membros podem se dividir em Municípios (art. 18. §4º); o DF não pode (art. 32). b) os Estados-membros possuem MP próprio; o MP do DF está vinculado ao MPU. c) o DF não organiza sua Polícia, Judiciário e Defensoria Pública, que são mantidas pela União. 
A União NUNCA pode intervir nos Municípios dos Estados. Só pode intervir, excepcionalmente, nos Municípios localizados em seus territórios. 
 Existem 4 exceções que justificam a intervenção dos Estados em seus Municípios:
 a) Determinação direta do Poder Executivo estadual;
 b) Solicitação do Poder Legislativo estadual; 
c) Requisição direta do Poder Judiciário estadual.
d) Requisição do Poder Judiciário Estadual depois de julgar procedente a representação interventiva (art. 35, IV).
No art. 35, IV, CF, existem 4 motivos para que haja a intervenção: 
a) Observância dos princípios indicados na Constituição Estadual
 b) Prover a execução de lei 
c) Prover ordem judicial
 d) Prover decisão judicial
Só os dois primeiros motivos possibilitam o ajuizamento da ADI interventiva do Estado nos Municípios (representação interventiva). Os dois últimos motivos ensejam direito de petição (qualquer cidadão pode manejar).
 Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino; III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Ficha da ADI interventiva:
 a) Legitimidade – Só o Procurador-Geral de Justiça (art. 129, IV) tem legitimidade para ajuizar ADI interventiva dos Estados nos Municípios. 
b) Competência – É do TJ.
 c) Objeto de controle – São eles: 
d) Efeitos da decisão – O TJ julga procedente a ação ajuizada pelo PGJ e requisita ao Governador a intervenção. O Governador está obrigado/vinculado a expedir o Decreto, que pode trilhar um de dois caminhos possíveis: ! Suspende os atos que ensejaram a intervenção, se isto bastar (isso significa que não necessariamente será nomeado interventor ao Município. A questão, aqui, é discricionária). ! Se isto não bastar, nomeia interventor
Observância dos princípios indicados na Constituição Estadual; 
 Execução de lei federal, estadual ou municipal;
9. Controle abstrato de constitucionalidade ou atos normativos municipais em face da lei orgânica municipal .
 O controle de constitucionalidade em abstrato de normas municipais tendo como parâmetro de constitucionalidade a Lei Orgânica de um determinado município é impossível, já que não existe previsão constitucional.
Ademais vale lembrar que alguns autores sequer consideram o poder dos municípios de auto-organizar através de Leis Orgânicas uma manifestação do Poder Constituinte Derivado Decorrente, como Luiz Alberto David Araújo & Vidal Serrano Nunes Junior, que consideram as leis orgânicas como produtos “da mera elaboração legislativa da Câmara de Vereadores” (ARAUJO; NUNES JUNIOR, 2006, p. 299.).
Destacamos o posicionamento do STF sobre o tema:
Recurso Extraordinário. 2. Controle concentrado de constitucionalidade de lei municipal em face da Lei Orgânica do Município. Inexistência de previsão constitucional. 3. Recurso não conhecido. (STF – Recurso Extraordinário - RE n. 175.087/SP - Relator(a):  Min. Néri da Silveira – Julgamento em  19/03/2002 – Órgão Julgador:  Segunda Turma - DJ 17-05-2002 PP-00073)
Em resumo, tendo como parâmetro de constitucionalidade a Lei Orgânica Municipal não existe possibilidade de controle de concentrado de constitucionalidade, até porque não existe um órgão para exercer este controle .
Bibliografia 
- http://direitoconstitucional.blog.br/controle-de-constitucionalidade-no-ambito-dos-estados/
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6648
https://blog.ebeji.com.br/lei-municipal-e-o-seu-controle-de-constitucionalidade/
www.gilmarmendes.org.br/index.php?...controle...controle-de-constitucionalidade.

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