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FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL 
DO PLANALTO CENTRAL – FACIPLAC 
CURSO DE DIREITO 
 
 
Jimmy Willims de Oliveira Geraldo 
Matrícula: 0001635 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO: 
EXECUÇÃO FISCAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gama – DF 
2017 
 
 
Jimmy Willims de Oliveira Geraldo 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO: 
EXECUÇÃO FISCAL 
 
 
 
Trabalho acadêmico apresentado às 
Faculdades Integradas da União 
Educacional do Planalto Central – 
Faciplac, da disciplina Direito 
Tributário, da Professora Mariane 
Chinelato, do 10º Semestre Matutino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gama – DF 
2017 
 
 
RESUMO 
 
A Execução Fiscal é um procedimento especial em que a Fazenda 
Pública requer de contribuintes inadimplentes o crédito que lhe é devido, utilizando-se 
do Poder Judiciário, pois não lhe cabe responsabilizar o devedor. 
Assim, por meio do Poder Judiciário, a Fazenda Pública busca, junto ao 
patrimônio do executado, bens suficientes para o pagamento do crédito que está 
sendo cobrado por meio da execução fiscal. 
 
 
Palavras Chave – Execução Fiscal, Fazenda Pública, Poder Judiciário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O presente tratar sobre a matéria de direito tributário, delimitando 
o tema da execução fiscal no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
EXECUÇÃO FISCAL 
 
 
A Execução Fiscal é um procedimento especial em que a Fazenda 
Pública requer de contribuintes inadimplentes o crédito que lhe é devido, 
utilizando-se do Poder Judiciário, pois não lhe cabe responsabilizar o devedor. 
Assim, por meio do Poder Judiciário, a Fazenda Pública busca, junto ao 
patrimônio do executado, bens suficientes para o pagamento do crédito que está 
sendo cobrado por meio da execução fiscal. 
O processo de execução se baseia na existência de um título 
executivo extrajudicial, denominado de Certidão de Dívida Ativa (CDA), que 
servirá de fundamento para a cobrança da dívida que nela está representada, 
pois tal título goza de presunção de certeza e liquidez. 
Em regra, após 90 (noventa) do prazo de cobrança, se o débito for 
superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), é gerada uma petição inicial pela 
Procuradoria da Fazenda Nacional, a qual é encaminhada para o judiciário. O 
juiz determinará a citação do devedor, o qual terá um prazo de 05 (cinco) dias 
para pagar o débito ou nomear bens para garanti-lo, sob pena de que seu 
patrimônio venha a ser penhorado. 
No prazo de 05 (cinco) dias é permitido ao executado nomear bens 
à penhora, para garantir a execução, reservando-se a opção de aceite à Fazenda 
Pública. Passada essa fase, os bens serão avaliados, normalmente por 
intermédio de um Oficial de Justiça, e conferidos a um depositário, que terá o 
dever legal de guardar os bens. 
Não indicados os bens, podem ocorrer penhoras de créditos on-
line, a penhora de faturamento da empresa, a penhora de ações, de imóveis, de 
veículos, etc. Não pode ser penhorado o imóvel que serve de residência do 
indivíduo, por se tratar de um bem de família, nem aqueles bens que a lei 
considera impenhoráveis. 
11 
 
Caso deseje discutir o débito, o contribuinte pode, em paralelo, ajuizar outra ação 
denominada de embargos do devedor, desde que antes tenha havido penhora 
suficiente para garantir o valor do crédito que está sendo cobrado e discutido1. 
 
 
PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL - INICIAL, CITAÇÃO E 
PENHORA 
 
 
O procedimento da execução fiscal, por óbvio, inicia-se com a 
petição inicial. A sua forma é simples, devendo indicar tão somente 
(art. 6º da Lei de Execução Fiscal): (a) o juízo a que é dirigida (a Lei utiliza a 
frase"o Juiz a quem é dirigida", mas o jurisdicionado dirige sua pretensão ao 
órgão jurisdicional, não à pessoa do juiz); (b) o pedido; (c) o requerimento para 
a citação. O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os 
encargos legais, sendo a CDA parte integrante da inicial (art. 6º, §§ 1º, 2º e 4º). 
A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento na 
petição inicial (art. 6º, § 3º). 
O art. 39 da LEF isenta a Fazenda Pública de custas e 
emolumentos. Alguns defendem que tal disposição só se aplica à Justiça 
Federal, por força do art. 151, III, da CRFB, já que Lei da União não poderia 
conceder isenção em relação a tributos estaduais (é a posição de Leandro 
Paulsen - et alii. Direito Processual Tributário. 5ª ed. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2009. P. 444). Nesse sentido, a súmula nº 76 do TJRJ determina 
que o INSS deve pagar taxa judiciária quando atua na justiça estadual. Todavia, 
a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece a isenção de 
recolhimento de custas e emolumentos à Fazenda Pública federal, ainda que 
se trate de execução fiscal ajuizada na Justiça estadual: 
 
 
1 Extraído de https://guiatributario.net/2011/06/03/o-que-e-execucao-fiscal/. Acessado em 29 de 
novembro de 2017. 
12 
 
 
"Ainda que se trate de execução fiscal promovida pela União perante a 
Justiça Estadual, subsiste a isenção referente às custas processuais e 
emolumentos." (REsp 1267201/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 03/11/2011, DJe 10/11/2011) 
"quanto às custas efetivamente estatais, goza a Fazenda Pública 
Federal de isenção, ainda que a execução fiscal tenha sido promovida 
perante a Justiça Estadual, devendo, apenas quando vencida, ressarcir 
as despesas que tiverem sido antecipadas pelo particular." (REsp 
1264787/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 01/09/2011, DJe 08/09/2011). 
 
 
INTIMAÇÕES 
 
 
O art. 25 da LEF cuida das intimações dos representantes da 
Fazenda Pública: 
 
 
Art. 25 - Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante 
judicial da Fazenda Pública será feita pessoalmente. 
Parágrafo Único - A intimação de que trata este artigo poderá ser feita 
mediante vista dos autos, com imediata remessa ao representante 
judicial da Fazenda Pública, pelo cartório ou secretaria. 
 
 
Em se tratando de execuções fiscais movidas por entes federais, 
outros dispositivos já asseguram a intimação pessoal. A intimação pessoal dos 
Procuradores da Fazenda Nacional é injunção derivada do art. 38 da Lei 
Complementar nº 73/93: "As intimações e notificações são feitas nas pessoas 
do Advogado da União ou do Procurador da Fazenda Nacional que oficie nos 
respectivos autos". O art. 6º da Lei 9.028/75 dispõe em sentido idêntico. O 
art. 17 da Lei nº 10.910/04 estendeu a prerrogativa aos Procuradores Federais 
e do Banco Central ("Nos processos em que atuem em razão das atribuições 
de seus cargos, os ocupantes dos cargos das carreiras de Procurador Federal 
13 
 
e de Procurador do Banco Central do Brasil serão intimados e notificados 
pessoalmente"). Sendo assim, o art. 25 da Lei n. 6830/80 é importante para os 
representantes das Fazendas estaduais e municipais, que, a princípio, não 
estariam abrangidos pelas normas supramencionadas, mas gozam da mesma 
prerrogativa em razão da Lei de Execução Fiscal. 
Nota-se que, enquanto o caput do art. 25 da LEF prevê a 
intimação pessoal, o seu parágrafo único permite que o ato intimatório seja 
realizado mediante vista dos autos. Logo se percebe, portanto, ser equivocado 
indentificar a intimação pessoal como aquela realizada mediante vista dos 
autos. A intimação pessoal, conforme já decidiu o STJ, pode ocorrer de váriasformas: 
 
(i) com a cientificação do intimado pelo próprio escrivão ou chefe de secretaria; 
(ii) mediante encaminhamento da ata da publicação dos acórdãos; 
(iii) com a entrega dos autos ao intimado ou a sua remessa à repartição a que 
pertence (AgRg no Ag 1424283/PA, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 14/02/2012, DJe 05/03/2012). Em idêntico prisma: 
"Por intimação pessoal há de se compreender a comunicação do ato 
processual que é procedida via mandado ou com a entrega dos autos, 
de modo direto, em cartório, à pessoa com capacidade processual para 
recebê-la. Mas isso não significa a obrigatoriedade da remessa dos 
autos, via postal, para que se dê por intimado o representante da 
Fazenda Pública." (REsp 509622/MG, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/06/2003, DJ 08/09/2003, p. 242) 
"O art. 25 e seu parágrafo único da LEF dispõem que: “Na execução 
fiscal, qualquer intimação do representante judicial da Fazenda Pública 
será feita pessoalmente. A intimação de que trata este artigo poderá 
ser feita mediante vista dos autos, com imediata remessa ao 
representante judicial da Fazenda Pública, pelo cartório ou secretaria”. 
A intimação da Fazenda Pública, no caso, deu-se na forma do caput 
do referido artigo, tendo sido recebida, pessoalmente, pela Chefe do 
Gabinete da Procuradoria-Geral do Município. Desnecessidade de 
intimação na pessoa do representante judicial, por não ter aquela 
ocorrido via remessa dos autos (hipótese do parágrafo único). 
Inexistência, pois, de nulidade do ato intimatório." (REsp 737.933/MG, 
Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
03/05/2005, DJ 13/06/2005, p. 211) 
14 
 
Como exceção à necessidade de intimação pessoal da Fazenda 
Pública (ou de concessão de vista dos autos), figura a sistemática de intimação 
nas causas que correm em comarcas do interior, onde não há sede das 
procuradorias, quando será possível a intimação postal. Isso porque a Medida 
Provisória nº 2.180-35/2001 dispõe, em seu art. 2º, que: 
 
 “O art. 6º da Lei no 9.028, de 12 de abril de 1995, passa a 
vigorar acrescido do seguinte § 2º, renumerando-se o atual parágrafo único 
para § 1o: § 2º - As intimações a serem concretizadas fora da sede do juízo 
serão feitas, necessariamente, na forma prevista no art. 237, inciso II, do 
Código de Processo Civil”. Neste sentido, já decidiu o STJ que: “A intimação 
por carta registrada feita ao procurador da Fazenda Nacional, fora da sede do 
Juízo, pode ser considerada como intimação pessoal, atendendo aos ditames 
do artigo 25 da Lei 6.830/80” (REsp nº 743867/MG, DJ de 20/03/2006). 
 
O Ministério Público não intervém na execução fiscal (súm. 189 do STJ). 
EFEITOS DO AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL 
 
O art. 615-A do CPC concede ao exequente a faculdade de, no 
ato da distribuição, obter certidão comprobatória do ajuizamento da execução 
para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro 
de outros bens sujeitos à penhora ou arresto. Caso efetue o registro, 
presumem-se, de forma absoluta, em fraude à execução a alienação ou 
oneração de bens efetuada após a averbação (art. 593). Essa faculdade é 
muito importante, em razão da Súmula nº 375 do STJ: 
 
 "O reconhecimento da fraude à execução depende do 
registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro 
adquirente". 
15 
 
Ocorre que o art. 185 do CTN estabelece termo inicial distinto para 
a situação jurídica de presunção de má-fé. Nos termos da lei: “Presume-se 
fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa”, salvo “na hipótese de terem sido 
reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da 
dívida inscrita”. Então, a alienação ou oneração de bens do devedor, mesmo 
antes da execução fiscal, é presumidamente fraudulenta, desde a inscrição em 
Dívida Ativa. Poderia, ainda assim, a Fazenda valer-se do art. 615-A? 
O STJ, na sistemática de recursos repetitivos (REsp 
1.141.990/PR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção), pacificou a orientação de 
que a fraude de execução do art. 185 do CTN encerra presunção absoluta, jure 
et de jure, ainda que o devedor não tenha ciência da inscrição, porque é uma 
garantia do crédito tributário. 
Assim, “a natureza jurídica tributária do crédito conduz a que a 
simples alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, pelo sujeito 
passivo por quantia inscrita em dívida ativa, sem a reserva de meios para 
quitação do débito, gera presunção absoluta (jure et de jure) de fraude à 
execução”. Além disso, segundo a Corte, o art. 185 do CTN “não condiciona a 
ocorrência de fraude a qualquer registro público”, sendo inaplicável aos créditos 
tributários a já referida súmula nº 375 do STJ. Portanto, em se tratando de 
dívida tributária, a Fazenda não tem interesse em se valer do art. 615-
A do CPC. 
Não se pode esquecer, todavia, que a execução fiscal pode ter 
por base dívida não tributária, caso em que não incide o art. 185 do CTN, e, 
portanto, há interesse da Fazenda em utilizar o mecanismo do art. 615-
A do CPC. Uma observação, para os estudos de execução civil em geral: 
curiosamente, nesse mesmo julgado (REsp 1.141.990), apesar do disposto no 
verbete da súmula nº 375, o STJ afirmou que a fraude de execução, em geral, 
tem caráter objetivo, dispensando o consilium fraudis. 
 
16 
 
CITAÇÃO 
 
Ao deferir a inicial, o juiz ordenará a citação do executado para, 
em 5 dias, pagar a dívida ou garantir a execução, sob pena de penhora 
(art. 8º da Lei nº 6.830/80). É sabido que, em regra, não é possível a citação 
pelo correio nos processos de execução (art. 222, d, CPC). Entretanto, na 
execução fiscal a regra é a citação pelo correio, com aviso de recepção. 
O executado será considerado citado: 
(i) na data de entrega da carta no seu endereço; 
(ii) se a data for omitida no AR, após 10 dias da entrega da carta à agência 
postal. 
Se o AR não retornar em 15 dias após entrega da carta à agência postal, será 
realizada a citação por Oficial de Justiça ou por edital. 
Apesar de não expresso no art. 8º, III, da LEF, o STJ entende que, 
por aplicação do art. 231 do CPC, apenas será possível a citação por edital se 
frustrados todos os outros meios, sob pena de nulidade. Nesse sentido, a 
súmula nº 414 do STJ: “A citação por edital na execução fiscal é cabível quando 
frustradas as demais modalidades”. 
Por outro lado, ao contrário das execuções em geral 
(art. 653 do CPC), o procedimento da execução fiscal não exige a prévia 
realização de arresto dos bens do executado (a chamada pré-penhora) para o 
deferimento da citação por edital. 
Aplica-se à execução fiscal o disposto na súmula nº 196 do STJ: 
“Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será 
nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos”. 
17 
 
PENHORA 
 
A Lei nº 6.830/80 é lei especial em relação ao CPC, a ela não se 
aplicando as modificações na parte de execução do Código. É que, com as 
alterações, o executado por título extrajudicial passou a ser citado para pagar 
a dívida em 3 dias, contando-se da juntada aos autos do mandado de citação 
o prazo de 15 dias para apresentar embargos, independente de penhora, 
depósito ou caução (arts. 652, 736 e 738, CPC). Com a reforma do CPC, 
passou a ser do credor o direito de indicar bens à penhora (art. 652, § 2º, CPC), 
direito esse que antes era do devedor. 
Na execução fiscal, todavia, ainda assiste ao executado o direito 
de nomearbens à penhora, observada a ordem do art. 11 da LEF (art. 9º, III, 
da LEF): 
 
Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem: 
I - dinheiro; 
II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham 
cotação em bolsa; 
III - pedras e metais preciosos; 
IV - imóveis; 
V - navios e aeronaves; 
VI - veículos; 
VII - móveis ou semoventes; e 
VIII - direitos e ações. 
Há, contudo, uma exceção. O art. 53 da Lei nº 8.212/91 prevê um regime 
especial para a execução fiscal ajuizada por entes federais, estabelecendo que 
o exequente tem o direito de indicar bens à penhora. Eis o teor da lei: 
 
 
Art. 53. Na execução judicial da dívida ativa da União, suas autarquias 
e fundações públicas, será facultado ao exeqüente indicar bens à 
penhora, a qual será efetivada concomitantemente com a citação inicial 
do devedor. 
18 
 
§ 1º Os bens penhorados nos termos deste artigo ficam desde logo 
indisponíveis. 
§ 2º Efetuado o pagamento integral da dívida executada, com seus 
acréscimos legais, no prazo de 2 (dois) dias úteis contados da citação, 
independentemente da juntada aos autos do respectivo mandado, 
poderá ser liberada a penhora, desde que não haja outra execução 
pendente. 
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se também às execuções já 
processadas. 
§ 4º Não sendo opostos embargos, no caso legal, ou sendo eles 
julgados improcedentes, os autos serão conclusos ao juiz do feito, para 
determinar o prosseguimento da execução. 
É possível a indisponibilidade online na execução fiscal (art. 655-
A do CPC), para possibilitar a posterior penhora de dinheiro. Tendo a penhora 
de dinheiro preferência relativa sobre as demais espécies de bens, não é 
necessário o prévio esgotamento da possibilidade de penhora de outros bens. 
Como o art. 11, VIII, da LEF utiliza a expressão “direitos e ações”, 
é possível a penhora de precatórios, emitidos contra a exequente ou outra 
pessoa de direito público, pois constituem um crédito. Porém, conforme a 
súmula nº 406 do STJ: “A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem 
penhorado por precatório”. Isso porque o precatório é um crédito, que 
representa uma expectativa de recebimento de um bem futuramente. Mais que 
isso, o STJ entende que a Fazenda Pública pode recusar tanto a substituição 
do bem penhorado por precatório quanto a própria indicação desse crédito 
como garantia. Não se equiparando o precatório a dinheiro ou fiança bancária, 
mas a direito de crédito, pode a Fazenda Pública recusar a substituição por 
quaisquer das causas previstas no art. 656 do CPC ou nos 
arts. 11 e 15 da LEF (AgRg no AREsp 66.122-PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves 
Lima, julgado em 4/10/2012). 
De acordo com o art. 186 do CTN e com o art. 30 da Lei 
nº 6.830/80, que têm redação idêntica, respondem pelo pagamento do crédito 
tributário os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, “excetuados unicamente os bens e rendas que a lei 
declare absolutamente impenhoráveis”. Por sua vez, o art. 649, I, 
do CPC afirma que os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, 
não sujeitos à execução, são absolutamente impenhoráveis. Tal dispositivo 
poderia conduzir à interpretação de que, por exemplo, os bens voluntariamente 
declarados como bens de família, nos termos dos artigos 1.711 e seguintes 
19 
 
do Código Civil, não se sujeitariam à execução fiscal (com a atenção devida 
para não confundir com a impenhorabilidade do único imóvel familiar de que 
trata a Lei nº 8.009/90). Entretanto, o art. 186 do CTN deve ser interpretado no 
sentido de que, para fins de execução fiscal, apenas se consideram 
impenhoráveis aqueles bens cuja impenhorabilidade decorre direta e 
exclusivamente da lei, independentemente de ato de vontade. Portanto, o 
art. 649, I, do CPC não é oponível na execução fiscal, seja crédito tributário ou 
não tributário. É a posição de Leandro Paulsen e Luciano Amaro. 
Se o valor dos bens penhorados for insuficiente para quitar o 
débito, a Fazenda pode requerer o reforço da penhora. O juiz não pode 
determinar o reforço ou substituição da penhora de ofício (art. 15, II, da LEF e 
art. 685, II, do CPC). O executado, em qualquer fase do processo, pode 
requerer a substituição da penhora por depósito em dinheiro ou fiança bancária, 
sendo a Fazenda obrigada a acatar (esse, inclusive, é o fundamento da súmula 
nº 406 do STJ, não sendo a Fazenda obrigada a aceitar a substituição por 
precatório, mas apenas por depósito em dinheiro ou fiança bancária – art. 15, I, 
da LEF). Se o requerimento de substituição não versar sobre oferecimento de 
dinheiro ou fiança bancária, será sempre necessária a anuência da Fazenda 
Pública (AgRg no AREsp 12.394-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado 
em 4/10/2012). Por sua vez, também em qualquer fase do processo, a Fazenda 
Pública pode pleitear a substituição dos bens penhorados por outros, 
independentemente da ordem do art. 11, bem como o reforço da penhora 
insuficiente. Para a substituição, a Fazenda deverá demonstrar a ineficácia da 
penhora, nos termos do art. 656, II a VII, do CPC. 
Vale lembrar que, diante da inércia da Fazenda em promover os 
atos que lhe cabem na execução (ex: promover a realização da penhora, indicar 
outros bens), o juiz, desde que haja requerimento do executado (súm. 240 do 
STJ), pode extinguir o processo por abandono, com fulcro no art. 267, III e § 
1º, do CPC. Há precedente do STJ permitindo a extinção da execução fiscal 
por abandono de ofício, no caso de ela não ter sido embargada (REsp 297.291, 
rel. Min. Sálvio Teixeira). 
Realizada a penhora, o executado deve ser intimado por 
publicação no órgão oficial de imprensa (art. 12 da LEF). Se, na citação feita 
pelo correio, o aviso de recepção não contiver a assinatura do próprio 
20 
 
executado, ou de seu representante legal, a intimação da penhora deve ser 
feita pessoalmente ao executado2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Extraído de https://brunobodart.jusbrasil.com.br/artigos/121942658/procedimento-da-execucao-
fiscal-inicial-citacao-e-penhora. Acessado em 29 de novembro de 2017. 
21 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Com o presente trabalho de Execução Fiscal, conclui-se que por 
mais que todo o procedimento seja investido, caberá ao executado a defesa no 
âmbito de exceção de pré-executividade, modalidade de defesa bastante usada 
pelos advogados. 
No entanto, esta modalidade de defesa do executado só é cabível 
para discutir questões de ordem pública, que podem ser conhecidas de ofício 
pelo magistrado e desde que não demandem dilação probatória. 
Por exemplo, questões envolvendo as condições da ação ou, 
também, relacionadas ao reconhecimento da prescrição e da decadência 
podem ser discutidas em sede de exceção de pré-executividade, desde, repita-
se, que não necessitem de dilação probatória, conforme entendimento dos 
tribunais superiores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
Guia Tributário, disponível em: 
https://guiatributario.net/2011/06/03/o-que-e-execucao-fiscal/, acessado em 29 
de novembro de 2017 ás 19:00; 
 
Jus Brasil, disponível em 
https://brunobodart.jusbrasil.com.br/artigos/121942658/procedimento-da-
execucao-fiscal-inicial-citacao-e-penhora, acessado em 29 de novembro de 
2017 ás 19:02.

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