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Exemplo 1: Numa pesquisa sobre homofobia, a maioria dos professores não relata como prática homofóbica as “brincadeiras” entre alunos, onde alguns comportamentos como meninos usarem brincos são ridicularizados. A desconsideração dessas brincadeiras como práticas homofóbicas, mais do que revelar uma tolerância e naturalização desses comportamentos, indício de sua aceitação social, ao contrário, pode indicar a “invisibilidade” ou mesmo a “negação” da problemática. Exemplo 2: Numa pesquisa sobre violência contra criança e adolescentes, na análise de dados estatísticos evidenciamos maior frequência de violência física entre as crianças mais pobres. Essa evidencia poderia ser interpretada como um indício de uma correlação entre violência e pobreza. Mas uma análise mais cuidadosa da realidade e o cruzamento desses dados com os de outras pesquisas demonstram que crianças pobres, quando agredidas a ponto de necessitarem de cuidados médicos, inevitavelmente vão ser levadas a serviços públicos de saúde onde o registro da ocorrência da violência é uma obrigatoriedade. Já as crianças que tem origem em famílias mais favorecidas vão ser assistidas por médicos particulares que, muitas vezes, omitem a informação dos órgãos oficiais, o que gera uma distorção dos dados frente a realidade.
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