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TANACETUM

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INTRODUÇÃO
 A Migrânea (enxaqueca) é uma enfermidade neurológica, hereditária e crônica que segundo a OMS afeta 90% da população mundial e desse total 70% são mulheres. É classificada em sétimo pela OMS no ranking das doenças incapacitantes e é considera a sexta maior em causa de anos perdidos por incapacitação. O tratamento é feito através de vários medicamentos, às vezes em combinação e em outros casos isoladamente, buscando sempre o controle sintomático e a cessação das dores ou seu alívio nas crises agudas, sabe-se, porém, que em muitos casos quando não há boa resposta ao tratamento, é recomendado um tratamento profilático. Dentre as muitas opções disponíveis, têm-se os betabloqueadores, antidepressivos tricíclicos e antiepiléticos, mas devido os efeitos colaterais severos, surgiu à importância de se buscar novas alternativas para o tratamento profilático, que apresentasse melhor perfil de eficácia e segurança e uma dessas fontes de busca foram às plantas medicinais. A feverfew nome popular mais difundido da Tanacetum parthenium, também conhecida como Artemísia no Brasil é uma das mais usadas na profilaxia da migrânea. Em 1978 surgiu o primeiro relato do uso preventivo para enxaqueca, um paciente sofria de enxaqueca grave desde os 16 anos, mas somente aos 68 anos ela passou a tomar 3 folhas de feverfew por dia e após 10 meses, suas crises desapareceram. A partir desse evento, houve um despertamento para as pesquisas desta erva. Na investigação fitoquímica foram identificados em Tanacetum Parthenium os seguintes constituintes: lactonas sesquiterpênicas, flavonoides, glicosídeos e óleos essenciais; além destes, também se detectou a presença de melatonina, fitosterina e ácido tânico. Aceita-se que a ação farmacológica do Feverfew esteja relacionada ao Partenolídeo que corresponde a 85% da lactona sesquiterpênica presente no vegetal, devido a sua abundância, no entanto, ainda existem controvérsias quanto a este marcador, mas vale ressaltar que os sesqueterpenos exercem grande importância na defesa do vegetal contra patógenos e insetos, e além disso, a atividade biológica em humanos já foi comprovada por alguns estudos.
METODOLOGIA 
Com o objetivo de avaliar a eficácia da Tanacetum Parthenium na profilaxia da migrânea, foi realizada uma revisão da literatura na base de dados MEDLINE/PubMed (via National Library of Medicine). Foram utilizados os seguintes termos: Migraine and Tanacetum parthenium, Migraine Prevention. Do total de artigos encontrados foram selecionados os textos registrados nas produções dos últimos 05 anos no idioma inglês, que atendessem aos critérios de inclusão: ensaios clínicos observacionais, de intervenção e revisões sistemáticas, também realizou-se coleta destes documentos em revistas disponíveis online. 
RESULTADOS
Dentre o material encontrado, foi possível levantar dados de 6 ensaios randomizados, controlados com placebo, totalizando 561 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão.
A despeito de 5 dos 6 ensaios, apresentarem boa qualidade metodológica, nenhum deles foram claros quanto ao risco em relação a quantidade de pacientes.
No ERC mais recente, foi utilizado extrato de feverfew estável com dosagem pré-estabelecida, foi constatada uma redução da frequência das crises de enxaqueca em 0,6 ataques/mês em relação ao placebo. Para redução do impacto da enxaqueca e dos seus agravantes como náuseas e vômitos, a avaliação geral foi considerada satisfatória.
CONCLUSÃO
A enxaqueca é uma doença de crônica e incapacitante. Tanacetum Parthenium (Feverfew) é um medicamento herbal, usado para a prevenção de ataques de enxaqueca, no entanto, comunidade científica está dividida em relação aos resultados obtidos com a utilização de Tanacetum Parthenium para a profilaxia da enxaqueca. Foram observados os resultados de alguns ECR e em 3, ensaios relativamente pequenos, o feverfew foi superior ao placebo, porém, em um ensaio mais significativo, não houve evidência desse benefício em relação ao placebo. Em outros 2 ensaios, houve a redução 
na incidência das crises no grupo em que foi administrado o feverfew, mas em relação a duração, não houve melhoras.
Faz-se necessário, olhar para este vegetal com mais cautela, mas não ao ponto de ignorar a sua efetividade. Somente através de estudos mais amplos e mais detalhados, pode-se chegar a uma conclusão mais clara do seu uso.
BIBLIOGRAFIA
Barbara Wider, Max H Pittler and Edzard Ernst - Feverfew – Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD002286.pub3/abstract
Katedra i Zakład Farmakognozji – Studies on the antimigraine action of feverfew – Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25775817
Zakład Biologii Molekularnej Nowotworów – Molecular mechanisms of parthenolide’s action: old drug whit a new face – Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20354259
Anil Pareek, Manish Shutar, Garvendra S. Tathore and Vijay Bansal – Feverfew (Tanacetum Parthenium L.): A Sistematic review – Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3210009/
TANACETUM PARTHENIUM NA PROFILAXIA DA MIGRÂNEA: UM ESTUDO DE REVISÃO
Diogo Santos de Souza, Elisânia Souza de Oliveira Salvador, Jonatas Ataíde Santiago, Liliane Sacramento Ferreira.
I Mostra Científica Unime Salvador, Faculdade UNIME Paralela – Salvador – Ba, Brasil 
diogosantos_01@hotmail.com, elisania180688@yahoo.com.br, jonatasataide@hotmai.com, liliane_sacramento@hotmail.com
Estágio Supervisionado II: Farmácia Comunitária e Farmácia Clínica
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