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jusbrasil.com.br
29 de Novembro de 2017
Aguardando Moderação
Este documento precisa ser analisado por um Administrador Jusbrasil para que se verifique se atende às
regras de publicação . Atualmente, apenas o autor e seus seguidores podem visualizá-lo. Caso seja
aprovado, o material será publicado para toda comunidade.
Breve análise sobre a Lei de Alienação Parental
ALIENAÇÃO PARENTAL
A lei da alienação parental teve inicio com o projeto de lei Nº 4.053/08, que de
autoria do Deputado Regis de Oliveira (PSC-SP). O projeto foi aprovado por
unanimidade na Câmara de Deputados Federal. No Senado tornou-se Projeto de
Lei Complementar Nº 20/2010, tendo como relator o Senador gaúcho Paulo Paim
(PT-RS), também sendo aprovado na íntegra na casa, encaminhado para a sanção
do Presidente da República.
Conforme destaca Tamara Dias Brockhausen (2010), esse tema não é um problema
novo para a sociedade, uma vez que seu surgimento se deu na década de 80,
entretanto, para o nosso ordenamento jurídico é sim, iniciado pelo Projeto de Lei –
PL n. 4.053/08, ao qual resultou na promulgação da Lei n. 12.318/2010 – Lei da
Alienação Parental.
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei no dia 26 de agosto de 2010,
com dois vetos aos Artigos 9º e 10º. Abaixo, parte da mensagem dos vetos:
Ouvido, o Ministério da Justiça manifestou-se pelo veto aos seguintes dispositivos
Art. 9º
Art. 9º As partes, por iniciativa própria ou sugestão do juiz, do Ministério Público
ou do Conselho Tutelar, poderão utilizar-se do procedimento da mediação para a
solução do litígio, antes ou no curso do processo judicial.
§ 1o O acordo que estabelecer a mediação indicará o prazo de eventual suspensão
do processo e o correspondente regime provisório para regular as questões
controvertidas, o qual não vinculará eventual decisão judicial superveniente.
PUBLICARPESQUISAR   
Precisa de Orientação Jurídica?
§ 2o O mediador será livremente escolhido pelas partes, mas o juízo competente, o
Ministério Público e o Conselho Tutelar formarão cadastros de mediadores
habilitados a examinar questões relacionadas à alienação parental.
§ 3o O termo que ajustar o procedimento de mediação ou o que dele resultar
deverá ser submetido ao exame do Ministério Público e à homologação judicial.
Razões do veto
O direito da criança e do adolescente à convivência familiar é indisponível, nos
termos do art. 227 da Constituição Federal, não cabendo sua apreciação por
mecanismos extrajudiciais de solução de conflitos.
Ademais, o dispositivo contraria a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que prevê
a aplicação do princípio da intervenção mínima, segundo o qual eventual medida
para a proteção da criança e do adolescente deve ser exercida exclusivamente pelas
autoridades e instituições cuja ação seja indispensável.
Art. 10
Art. 10. O art. 236 da Seção II do Capítulo I do Título VII da Lei no 8.069, de 13 de
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, passa a vigorar acrescido do
seguinte parágrafo único:
Art. 236. (...).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem apresenta relato falso ao agente
indicado no caput ou à autoridade policial cujo teor possa ensejar restrição à
convivência de criança ou adolescente com genitor. ’ “(NR)”
Razões do veto
O Estatuto da Criança e do Adolescente já contempla mecanismos de punição
suficientes para inibir os efeitos da alienação parental, como a inversão da guarda,
multa e até mesmo a suspensão da autoridade parental. Assim, não se mostra
necessária a inclusão de sanção de natureza penal, cujos efeitos poderão ser
prejudiciais à criança ou ao adolescente, detentores dos direitos que se pretende
assegurar com o projeto.
Essas Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar os dispositivos acima
mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos
Senhores Membros do Congresso Nacional. [1]
O artigo 9º da Lei 12.318/10 sofreu veto, pois afronta uma previsão legal, vez que
não cabe medidas extrajudiciais na resolução de conflitos familiares, além de tratar
de direitos indisponíveis da criança, como o direito a convivência familiar. No § 2º
do artigo vetado fica bem claro que o mediador seria um terceiro atuando para
solucionar o conflito, sob a supervisão do Ministério Público e o Poder Judiciário.Precisa de Orientação Jurídica?
O artigo 10º da nova lei sofreu veto para evitar conflitos de lei o Estatuto da
Criança e do Adolescente versa sobre as penalidades que podem ser usadas para
impedir os atos alienatórios, multas, advertências e até a inversão da guarda. O
Presidente da República não achou necessário outra lei que regulasse a mesma
matéria, principalmente a parte final deste artigo porque criminalizaria os atos
passando para a esfera penal podendo gerar até uma reclusão do alienador, coisa
que não seria visto com bons olhos pela criança ou adolescente.
Para Carlos Roberto Gonçalves:
Esta Lei tem como objetivo reforçar o direito da criança protegido
constitucionalmente, bem como assegurar o direito do art. 5º do Estatuto da
Criança e do Adolescente onde dispõe que nenhuma criança será objeto de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punindo
na forma descrita em lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais. Tem-se que esse ato da Alienação Parental, ou, como a doutrina
inicialmente chamou Síndrome da Alienação Parental – SAP é considerada como
uma desordem psíquica e que ganhou dimensões e reconhecimento por intermédio
do professor psiquiatra americano Dr. Richard Gardner, (GONÇALVES, 2012, p.
305).
A Lei tratou de prática de "ato de alienação parental”, o objetivo é constatar e punir
a pratica antes que ela se instaure e se torne uma síndrome. Ao ser trazida para o
campo legal, a alienação passa a ter um enfoque não só psicológico, mas também
jurídico.
O artigo 2º da referida lei define e exemplifica o ato, façamos uma breve análise de
seus incisos:
Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos
atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente
ou com auxílio de terceiros:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no
exercício da paternidade ou maternidade;
Levar a criança ou o adolescente a criar a imagem de uma pessoa de má conduta,
de um genitor ruim e desqualificado, que não possui capacidade de ser um bom pai
ou uma boa mãe.
II - dificultar o exercício da autoridade parental:
Precisa de Orientação Jurídica?
Em regra, a guarda será compartilhada, porém, há a possibilidade de guarda
unilateral, aliás, a nossa realidade ainda é de uma grande maioria de guardas
unilaterais. Porém, deve-se esclarecer que, apesar de não deter a guarda do menor,
o outro genitor terá direito e obrigações inerentes ao poder familiar, como com a
educação e os cuidados dos filhos, devendo participar de decisões e se
responsabilizando pela criação deles. O exemplo descrito no inciso segundo ocorre
quando o pai guardião desautoriza o que não possui a guarda.
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
Os filhos têm direito a convivência com ambos os pais, portanto, aquele que não
for seu guardião terá o direito de manter os laços afetivos e o contato constante
com a criança ou adolescente, sendo assim, não pode o pai guardião criar barreiras
que dificultem esse contato, como por exemplo, impedir ligações ou troca de
mensagens.
IV - dificultar o exercíciodo direito regulamentado de convivência
familiar;
Pelo direito de convivência com ambos os pais é que, na hipótese de guarda
unilateral, o outro genitor terá o direito de visitas, para manter contato constante
com o filho. O genitor guardião não poderá criar óbice a essas visitas, tentar
impedi-las ou dificulta-las. O pai alienador acaba transformando o momento que
deveria ser de fortalecimento de laços em tortura ao filho, que muitas vezes acaba
sentindo-se culpado pelo tempo que está passando com o outro.
Um exemplo de maneira de impedir as visitas é sempre agendar compromissos
inadiáveis e importantes para os mesmos dias em que a criança deveria estar com o
outro genitor.
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes
sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e
alterações de endereço;
Todas as informações importantes que envolvam as crianças e os jovens devem ser
prestadas ao outro pai que não mora com ele e não possui sua guarda, como por
exemplo, um problema de saúde, questões que envolvam a escola, problemas
apresentados pelos filhos, discussões sobre temas importantes, festividades,
mudança de endereço e qualquer outra questão que deve ser tomada em conjunto
ou que ambos devem estar cientes e participar efetivamente, evitando dessa forma
que a criança sinta-se abandonada por um dos genitores.
Trata-se de uma espécie de alienação imprópria, isso porque, não há efetivamente
um ato de interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, mas
sim, uma omissão de informações sobre a vida da criança que impede a
continuidade de um vínculo de afinidade e afetividade que deve existir entre o
Precisa de Orientação Jurídica?
menor e seus pais. Se um dos pais não conhece o desempenho escolar, a situação
médica e o correto paradeiro da criança, certamente os laços parentais tendem a se
enfraquecer.
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste
ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a
criança ou adolescente;
Atribuir fatos inverídicos contra o outro ou contra seus parentes, como acusações
de agressão, chegando às falsas denúncias de maus tratos e de abuso sexual.
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a
dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor,
com familiares deste ou com avós.
O afastamento físico, através da mudança para uma cidade muito distantes é uma
das formas utilizadas para dificultar ou até impedir a convivência entre os filhos, o
genitor e seus parentes. Claro que o guardião pode mudar de domicilio, porém,
deve haver uma justificativa plausível e a comunicação deve ser imediata, deixando
ao outro genitor o endereço e garantindo que os intervalos livres da criança, como
férias, festividades e feriados, sejam compartilhados e se possíveis priorizados em
favor daquele genitor que passa a maior parte do ano, sem a presença do filho.
Trata-se de rol exemplificativo, sendo assim, pode ser considerado ato de alienação
parental qualquer que seja declarado por juiz ou constatado por perícia.
Na maioria das vezes o alienador é um genitor, ou avós, qualquer responsável pelo
menor (quem tem autoridade, guarda ou vigilância sobre a criança ou
adolescente). O genitor alienado, que é o Pai ou mãe contra quem o ataque é
direcionado e o menor envolvido, que seria a criança ou adolescente que tem sua
integridade psicológica atacada com o intuito de repudiar genitor. Podem fazer
parte ainda desse processo alienante, pessoas ligadas a relação parental.
Em geral as pessoas só associam o ato de alienação ao genitor guardião, mas o ato
pode ser instaurado também pelo genitor não guardião, que manipula a criança
nos momentos da visita, a fim de influenciá-la com o intuito muitas vezes de que
essa criança queira morar com ele, e assim, justificar a reversão judicial da guarda,
alegando negligência ou maus tratos nos cuidados com a criança, ou mesmo
acusações infundadas e inverídicas de agressão física entre outras.
De acordo com a lei, a alienação fere direito fundamental da criança ou do
adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas
relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a
criança ou o adolescente e o descumprimento dos deveres inerentes à autoridade
parental ou decorrentes de tutela ou guarda.
Precisa de Orientação Jurídica?
O pai guardião pode, se constatada a alienação, sofrer sanções graves, inclusive
com a inversão da guarda previamente estabelecida e a suspensão da autoridade
parental, como disposto no art. 6.
As consequências jurídicas, uma vez declarada pelo juiz a alienação parental, em
ação autônoma ou incidental, são advertência, inversão de guarda, restrições de
convivência ou convívio monitorado e até mesmo a suspensão do poder familiar
(artigo 6º). As provas da alienação parental, em geral, são feitas por perícia, mas
também por documentos e testemunhas.
Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 4.488/2016, em análise na
Câmara dos Deputados, que volta a inserir à Lei 12.318/2010 a tipificação e a
criminalização da alienação parental, que havia sido vetada pela Presidência da
República.
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) expediu, em 25/4/2016, a
Recomendação 32/2016, estabelecendo uma importante política de combate à
alienação parental e atuação do Ministério Público brasileiro, de políticas e
diretrizes administrativas que fomentem o combate à alienação parental, que
compromete o direito à convivência familiar da criança, adolescente, pessoas com
deficiência e incapazes de exprimir a sua vontade. Mas essa bem intencionada
medida parece ter ficado só no papel. Não se tem notícia de comprometimento e
efetivação de programas de combate a essa prática tão danosa às crianças e aos
adolescentes. Precisamos saber o porquê dessas boas intenções ficarem só no
papel. Os pais que são vítimas de alienação parental devem cobrar do Ministério
Público uma ação mais efetiva de combate a essa violência.[2]
Para uma melhor identificação dos casos de alienação parental é necessária à
criação de Juizados ou Varas especializadas para os processos em que há alegação
de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Essas Varas devem centralizar
todas as demandas, cabendo também as ações de competência do Estatuto da
Criança e do Adolescente, bem como os processos envolvendo a jurisdição de
Família, como guarda, visitas, alimentos, entre outros. Mas é preciso qualificar os
servidores desta vara, além de dotar o espaço com equipes multidisciplinares.
Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em
qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo
terá tramitação prioritária e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério
Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade
psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência
com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.
Preconiza o artigo 699 do CPC:
Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou
a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar
acompanhado por especialista.
Precisa de Orientação Jurídica?
Sendo assim, quando o magistrado reconhecer a prática de abuso ou alienação
parental, deve contar com o apoio de um profissional para colher o depoimento do
menor, buscando sempre esclarecer os fatos sem causar maiores constrangimentos
aos envolvidos, priorizando o bem estar do menor e garantindo que seus interesses
sejam preservados.
Medidas aplicáveis
O Art. 4º da lei 12.318/2010 admite que o juiz declare indício de ato de alienação
parental, o que poderá fazer de ofício ou mediante provocação, em ação autônoma
ou incidentalmente.Art. 4o Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de
ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o
processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o
Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da
integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua
convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o
caso.
A declaração de indício de ato de alienação parental gerará tramitação prioritária
do feito, assim, o juiz determinará as medidas provisórias necessárias, após a oitiva
do Ministério Público, operando-se em cognição sumária, devendo haver a
demonstração do fumus boni iuris e do periculum in mora. Serão tomadas com
caráter de urgência as medidas necessárias à preservação da integridade
psicológica da criança ou do adolescente, para que se torne possível a
reaproximação do menor com seu genitor, aquele que sofrerá com a Alienação
Parental.
Segundo leciona Maria Berenice Dias:
Havendo indícios de sua prática, possível a instauração de procedimento
autônomo ou incidental, com tramitação prioritária (art. 4º), devendo o juiz adotar
as medidas necessárias à preservação da integridade psicológica do filho (5.º). Não
só um dos pais ou algum parente que se sinta vitima da alienação parental pode
intentar a ação. O juiz pode agir de ofício e o Ministério Público dispõe de
legitimidade para a demanda. (DIAS, 2015, p.548).
Dentre as medidas possíveis, destaca-se o parágrafo único do Art. 4º da Lei
supracitada:
Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou adolescente e ao genitor garantia
mínima de visitação assistida, ressalvados os casos em que há iminente risco de
prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado
por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das
visita.
Precisa de Orientação Jurídica?
Superada a situação de urgência, o juiz, se necessário, determinará perícia
psicológica ou biopsicossocial, conforme inteligência do Art. 5º:
Art. 5o Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação
autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou
biopsicossocial.
O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial (O
modelo biopsicossocial é um conceito amplo que visa estudar a causa ou o
progresso de doenças utilizando-se de fatores biológicos (genéticos, bioquímicos,
etc), fatores psicológicos (estado de humor, de personalidade, de comportamento,
etc) e fatores sociais (culturais, familiares, socioeconômicos, médicos, etc)[3],
conforme o caso, compreendendo, entrevista pessoal com as partes, exame de
documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação,
cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da
forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação
contra o genitor.
Restando configurada a prática de qualquer conduta que dificulte a convivência da
criança ou adolescente com um de seus pais, o juiz poderá, cumulativamente ou
não, sem prejuízo de responsabilidade civil ou criminal, tomar uma das seguintes
condutas descritas no artigo 6º:
Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que
dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma
ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente
responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III - estipular multa ao alienador;
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII - declarar a suspensão da autoridade parental.
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou
obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de
levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião
das alternâncias dos períodos de convivência familiar.
Precisa de Orientação Jurídica?
Quanto ao inciso VII, é bem verdade que somente será possível a suspensão e
destituição familiar por intermédio de sentença judicial, pois deve ser respeitado o
direito do contraditório e ampla defesa, conforme art. 24 da Lei n. 8.069/90 e o
art. 5º, LV da Constituição Federal:
ECA - Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas
judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação
civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e
obrigações a que alude o art. 22.
CF- Art. 5. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
O procedimento judicial para a decretação da perda e suspensão do poder familiar
seguirá os tramites da normativa do artigo 155 Do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá
início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
Nos casos considerados graves, a justiça, depois de ouvir o Ministério Público,
poderá decretar liminarmente ou incidentalmente a suspensão ou a destituição ou
poder familiar, conforme art. 157 da referida lei:
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou
incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.
Quanto aos recursos processuais, da sentença que destituir ou suspender caberá
apelação, que será recebida apenas no efeito devolutivo (artigo 199-B Estatuto da
Criança e do Adolescente), tendo prioridade absoluta na tramitação (art. 199 do
referido dispositivo):
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de
apelação.
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder
familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito
devolutivo.Precisa de Orientação Jurídica?
Assim sendo, a suspensão e a destituição do poder familiar implicam em medida
coercitiva imposta para inibir o comportamento inadequado ou negligente
praticado pelo genitor, onde a suspensão é medida que pode ser revertida mais
facilmente e na destituição deverá ser provado que o motivo que ensejou foi
definitivamente exterminado (2017, Marta de Aguiar Coimbra).[4]
Para o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves (2012, p.307) a lei de alienação
parental (Lei 12.318/2010), tem mais um caráter educativo, com o intuito de
conscientizar os pais, pois o judiciário já tomava providências para proteger o
menor, quando detectado casos da aludida síndrome. Citou como exemplo um
julgado da 2º Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina[5],
conforme publicação de 9 de agosto de 2010, manteve suspenso o direito de visitas
a um pai que praticou alienação parental, decidindo que ele necessitava de
tratamento psicológico antes de voltar a visitar o filho. Apurou-se durante a
instrução processualque a mãe, ao buscar o filho na creche, teve a criança tirada
de seus braços de forma violenta, e, depois disso, ficou durante cinco anos sem
informações sobre o menor. Tempo em que o pai passou à criança conceitos
distorcidos sobre a mãe, buscando a exclusividade do seu afeto. Com auxilio de
programas de TV, a mãe localizou o menor. Ao recorrer ao judiciário obteve a sua
guarda provisória e teve conhecimento de que o pai mudava-se constantemente
para diversos países, com o intuito de não ser encontrado enquanto estava com a
criança.
[1] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Msg/VEP-513-
10.htm
[2] Pereira, Rodrigo da Cunha. Revista Consultor Jurídico, 25 de junho de 2017
- http://www.conjur.com.br/2017-jun-25/processo-familiar-alienação-parental-
inversao-relacao-sujeito-o....
[3] Fonte: Wikipédia
[4] Portal eletrônico http://ambito-jurídico.com.br.
[5] TJSC, 2º Câm. Dir. Civil, rel. Des. Nelson Schaeffer Martins. Disponível em:
HTTP://www.editoramagister.com. Acesso em 9-8-2010.
Disponível em: http://marinafelizatomonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/526274461/breve-analise-sobre-a-lei-de-alienacao-parental
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