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Nutrição Enteral x Fármacos Considerações sobre nutrição enteral (NE) • Quando se requer a administração de um medicamento por via oral em paciente com sonda de NE, alguns aspectos devem ser previamente avaliados, como: – possibilidade de substituição do medicamento (forma farmacêutica, via de administração ou fármaco alternativo), – efeitos da NE na absorção do medicamento, bem como o tipo de sonda e sua localização no trato gastrintestinal (TGI) – dependendo do sítio de absorção e ação do fármaco, a administração por via enteral pode ser inviável Administração de medicamentos na NE • Medicamentos não críticos, ou cuja interrupção por curto prazo não provoque dano significativo à saúde do paciente – Hipolipemiantes, hormônios de reposição – podem ser suspensos até que a via oral seja restabelecida. • Medicamentos criticamente necessários – buscar uma via alternativa para sua administração, diferente da empregada na NE • inalante, retal, transdérmica, sublingual, parenterais – medicamento não disponível em forma farmacêutica adequada • substituição deste por outro, terapeuticamente similar – se isso não for possível, avalia-se a viabilidade de administrá-lo pela mesma via da NE – para ambas as situações, é importante considerar o ajuste de dose Interações medicamentosas em NE O paciente em uso de terapia nutricional enteral e de múltiplos medicamentos pode apresentar três tipos de interações fármacos x nutrientes: • Interações físico-químicas: Formação de granulação, gel e separação dos componentes, quando há mistura de fármacos com formulação da dieta, gerando impedimento na absorção do medicamento ou do nutriente, além de ocorrerem alterações na consistência e/ou viscosidade da fórmula, obstruindo a sonda. • Interações fisiológicas: Irritação do TGI, que pode causar náuseas, vômitos, epigastralgia, diarreia. • Interações farmacocinéticas: Alteração na absorção, biodisponibilidade, distribuição, biotransformação/metabolismo das drogas e/ou nutrientes. Tipos de sonda Sonda nasogástrica Sonda nasoenteral Sonda orogástrica Sonda percutânea Se a administração de medicamentos por sonda enteral for a única viável, alguns cuidados devem ser tomados: • Consultar o profissional farmacêutico sobre a melhor fórmula farmacêutica de administração do medicamento, levando em consideração: – posição da sonda – possibilidades de ação irritante sobre a mucosa do trato gastrointestinal – probabilidade de obstrução da sonda, entre outros. • Conhecer as informações técnicas do medicamento antes de estabelecer sua forma de administração. Se a administração de medicamentos por sonda enteral for a única viável, alguns cuidados devem ser tomados: • A administração de um medicamento por sonda requer que este esteja em forma líquida. Preferencialmente, deve-se empregar uma formulação líquida já disponível. (Por que?) – Atenção: muitos medicamentos disponíveis na forma líquida são formulações para uso pediátrico (dosagem nem sempre corresponde à necessária aos pacientes adultos) • necessário o aumento da quantidade da dose – possibilidade de efeitos indesejáveis e intolerância da dieta enteral • Registrar a conduta farmacológica e dietoterápica – fundamentais para identificação, prevenção e efetivo tratamento das interações entre medicamentos e componentes da formulação enteral. Se a administração de medicamentos por sonda enteral for a única viável, alguns cuidados devem ser tomados: • Avaliar continuamente os registros junto à equipe multidisciplinar visando a otimização da conduta adotada e o aprendizado contínuo. • Fazer monitoramento contínuo dos efeitos farmacológicos desejados, do estado nutricional do paciente e de sinais de intolerância, que são fundamentais para identificar, evitar ou minimizar o impacto de interações entre fármacos e nutrientes. Técnicas necessárias para a administração de medicamentos por sonda enteral • Não administrar medicamentos diretamente na fórmula de nutrição enteral. • Realizar o protocolo de lavagem da sonda com 15 a 30mL de água antes e após a administração de qualquer fármaco. – Tal prática promove uma excelente forma de dissolução de medicamentos aumentando a capacidade de absorção do fármaco e minimizando as possibilidades de obstrução. Técnicas necessárias para a administração de medicamentos por sonda enteral • Verificar se o medicamento necessita de diluição antes da administração. Sobre a diluição de medicamentos para administração enteral, tais cuidados devem ser tomados: – Medicações irritantes ou com maior viscosidade devem ser diluídas em, no mínimo, 30mL de água antes de sua administração sendo seguida da administração de mais 30mL de água, objetivando minimizar agressões na mucosa gástrica ou enteral. Técnicas necessárias para a administração de medicamentos por sonda enteral – Algumas formas farmacêuticas precisam ser diluídas, por exemplo: • A administração de cápsulas gelatinosas deve ser precedida de sua abertura e seu conteúdo deve ser misturado com água. • Na administração de tabletes, a maioria pode ser feita após sua maceração e posterior diluição em aproximadamente 30mL de água. • Medicamentos hipertônicos (muito concentrados), na forma líquida ou na forma de cápsulas, devem ser diluídos em 10 a 15mL de água em temperatura ambiente, antes da sua administração. Técnicas necessárias para a administração de medicamentos por sonda enteral • Não realizar a associação de dois tipos ou mais de medicamentos no mesmo processo de diluição, evitando a ocorrência de interações entre os medicamentos. Cada medicamento deve ser administrado com intervalo de 30 minutos entre eles, sendo diluído separadamente. A sonda enteral deve ser lavada com água após cada administração. Cuidados que devem ser tomados se o medicamento for tomado separadamente da alimentação • Utilizar somente água para lavar a sonda enteral. Outras substâncias como sucos, refrigerantes a base de cola, podem representar um aumento significativo da osmolaridade final, bem como aumentar a probabilidade de obstrução. Cuidados que devem ser tomados se o medicamento for tomado separadamente da alimentação • Quando o medicamento for administrado no estado de jejum ou de estômago vazio, verificar o volume gástrico residual antes de sua administração. • Interromper a administração da dieta duas horas antes e após a administração de fármacos e reajustar a velocidade de administração da dieta enteral evitando perdas, exceto nos casos onde a presença de nutrientes favoreça ou potencialize a absorção do fármaco. • Caso seja necessário, reavaliar a mudança no sistema de administração da dieta enteral de contínua para intermitente. Cuidados que devem ser tomados se o medicamento for tomado juntamente com a alimentação • Sempre que possível, usar medicamentos na forma líquida, pois evita a necessidade de dissolução do medicamento na dieta. • Não realizar associação de fármacos e nutrientes de que se conhece o perfil de interação, principalmente quando esta leva ao aumento na probabilidade de obstrução da sonda ou diminuição significativa da biodisponibilidade de nutrientes ou de fármacos. Diferentes métodos de administração da NE
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