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ANALGÉSICOS E ANTITÉRMICOS Profª Gláucia Guimarães Amaral Analgésicos Medicamentos dotados de atividade predominantemente supressiva da dor Dividem-se 2 grandes grupos Narcóticos ou entorpecentes – representados pelos alcalóides do ópio (opiáceos) e produtos sintético similares Exercem ação analgésica intensa e causam geralmente sedação, sonolência e às vezes euforia Levam a dependência física Não narcóticos – são menos potentes, mas quase todos exibem atividade antitérmica e anti-inflamatória Ativação dos neurônios nociceptivos Narcóticos Ópio 24 alcalóides Há diferentes tipos de receptores, sendo μ, к, δ os principais Há também os receptores ε (afinidade apenas por peptídeos endógenos) e σ (não é um receptor verdadeiro) Classificação dos opioides Alcalóides do ópio Compostos semissintéticos Compostos sintéticos Antagonistas dos narcóticos Compostos de ação mista Narcóticos Mecanismo de Ação Atuam em células nervosas causando: Hiperpolarização; Inibição da deflagração do potencial de ação Inibição pré-sináptica da liberação de neurotransmissor Narcóticos Morfina Atua aumentando o limiar a dor Melhores vias de administração – SC e IM – oral não indicada (biotransformação) Efeito depressor do SNC no homem, macaco e cão Efeito excitatório em gato, cavalo, ruminantes Seu efeito mais importante é causar a analgesia sem perda da consciência Relacionado a quantidade/distribuição de receptores presentes no cérebro Narcóticos Morfina Possui efeito emético em algumas espécies (qdo utilizada como pré - medicação anestésica) Reduz ou abole o reflexo da tosse (doses utilizadas mais baixas) receptor desconhecido Pode causar midríase (excitação) ou miose (sedação, exceto macaco) Deprime a respiração Narcóticos Morfina Hipotermia (sedação) e hipertermia (excitação) Produz constipação Bradicardia e vasodilatação Pode liberar histamina , provocando urticária e prurido no local da aplicação ou efeitos sistêmicos como broncoconstrição e hipotensão Derivados da Morfina Codeína Efeito analgésico menor que da morfina Amplamente utilizado para deprimir o centro da tosse Efeito constipante pronunciado Utilizada associada a expectorantes principalmente em cães Derivados da Morfina Butorfanol Agonista/antagonista 4 a 7 vezes mais potente que a morfina Utilizado para dor aguda pós operatório (IV ou IM) Potente efeito antitussígeno (> codeína – 20x) Não deprime o centro respiratório e não libera histamina Cães e gatos – alivio da tosse não produtiva, medicação pré anestésica, antiemético Equinos – alívio de cólicas (lembrar da possibilidade de estimulação) Derivados da Morfina Buprenorfina (8-12h) Agonista/antagonista Alivia dores leves a moderadas de cirurgias abdominais, torácicas, ortopédicas, histerectomia IM, IV e SC antes do término da cirurgia Via oral inapropriada por perda do efeito 30 vezes mais eficiente que morfina Causa menor depressão respiratória quando comparado ao outros opióides e são poucos os relatos de vômito Emplastro ineficiente em cães e gatos Derivados da Morfina Etorfina 3000 a 4000 mais potente que a morfina, no entanto seu uso se restringe a imobilização de animais silvestres Diprenorfina Hidromorfona Efeito analgésico 6 a 7 vezes maior que morfina Estimula o centro do vômito em grau bem menor Produz pouca liberação de histamina Causa depressão respiratória Cães e gatos vem sendo utilizado por produzir sedação e analgesia Derivados da Morfina Metadona Sintético Efeito analgésico similar ao da morfina, mas duração maior do efeito Efeito sedativo menor que da morfina Cães – amplamente utilizada como medicação pré anestésica Possui menor efeito nauseante e de liberação da histamina Produz depressão respiratória e bradicardia Fentanila Sintético 80 a 100 vezes mais analgesia que a morfina, porém de duração muito curta (60 a 90 min) Veterinária utilizada para neuroleptoanalgesia Derivados da Morfina Carfentanila Potente derivado da fentanila 8000 a 10000 vezes mais potente que a morfina Seu uso se restringe a sedação e captura de animais de zoológico ou animais selvagens de grande porte Naltrexona Meperidina Analgesia 10 vezes menor que a morfina Menor atividade hipnótica, efeito constipante e ação sobre o centro da tosse Efeitos excitatórios menores que da morfina sendo assim, utilizados com frequência em gatos e equinos (cólica) Maior propensão a liberar histamina – não adm IV em peq animais Derivados da Morfina Oximorfona Semissintético Potência analgésica 10 a 15 vezes maior que morfina Não causa liberação da histamina Medicamento seguro para gatos (USA) Alto custo Pentazocina Síntético Agonista/antagonista Metade da analgesia da morfina Não causa depressão respiratória Causa pequena sedação Principal indicação é pós operatório e cólica em equinos (diminui motilidade gastrointestinal) Derivados da Morfina Tramadol Similar em muitos aspectos a meperidina Causa maior analgesia por ter efeitos relativos a captação da NO e liberação da serotonina Dores leves a moderadas Pode ser associado com segurança a outros analgésicos como AINE Alfa 2 agonistas Analgésico e relaxante muscular Serotonina Sensibilidade para dor 7r/14s Antagonistas narcóticos Naloxona Se liga fortemente a todos os receptores opióides Não possui efeito, somente desloca, competitivamente, o agonista É o medicamento de escolha para antagonizar efeitos do hipoanalgésicos Uso mais comum para reverter efeitos sedativos, depressão respiratória e excitação Duração do efeito curta (1h) Nalmefene – vantagem por ter efeito maior (4h) Antagonistas narcóticos Naltrexona Atua em todos os receptores Mais efetivo para bloquear efeitos euforizantes Nalorfina Agonista parcial, antagonizando o efeito da morfina Atua como antagonista na presença do agonista Principal uso é combater a depressão respiratória Levalorfano Efeitos semelhantes aos da nalorfina, assim somente antagoniza na presença do agonista Não narcóticos Denominados analgésicos e antitérmicos (AA) Salicilatos: derivados do ácido salicílico O ácido salicílico exerce ação ceratolítica, sendo muito irritante a para a pele e mucosa, levando a destruição das células epiteliais ação esta aproveitada para tratamento de verrugas, calos e micoses Os sais e esteres do ácido salicílico são inócuos para a pele íntegra, mas no estômago o ácido pode ser liberado em sua forma livre, irritando a mucosa Em tratamentos prolongados pode causar gastrite, úlceras pépticas ou duodenais essa probabilidade é diminuída quando a ingestão do salicilatos é feita junto ao alimento ou quando o estômago contiver alimento Não narcóticos Ação analgésica Atua sobre dores de pequena intensidade e originárias de estruturas superficiais, tegumentar, como cefaléia, dor de dente, mialgia Ativos em dor de origem inflamatória Agem aumentando olimiar talâmico para a transmissão da sensibilidade dolorosa a córtex sensitiva Efeito anti bradicinina Bradicinina não atua só diretamente, mas também indiretamente acelerar a produção de prostaglandinas (PGE), que estão envolvidas na reação inflamatória e na mediação a dor (baixa o limiar de excitabilidade das terminações nervosas) Vantagem: não causam vício e podem ser administrado por via oral Não narcóticos Ação antitémica O organismo responde ao frio produzindo calor (TERMOGÊNESE) aumentando o metabolismo, tremores musculares, vasoconstrição periférica Frente ao calor (TERMÓLISE) vasodilatação periférica, sudorese Os AA atuam sobre a termólise e não sobre a termogênese Não narcóticos Ação antitémica Os AA baixam a temperatura corporal, quando houver febre Em indivíduos normais, estas sustâncias não alteram a temperatura corporal A homeotermia depende de um equilíbrio delicado entre a produção e a perda de calor. O hipotálamo anterior é o responsável por este equilíbrio Na febre esse equilíbrio não é rompido, mas o termostato hipotalâmico é regulado para um nível mais elevado, devido a toxinas (pirógenos) liberadas pelo processo infeccioso sobre o hipotálamo Para o retorno da temperatura mecanismos de perda de calor serão acionados (vasodilatação e sudorese) Mecanismo gerador da febre Pirógeno exógeno Leucócitos fagocíticos (polimormo e mononucleares, macrófagos, etc) Pirógeno endógeno (caminha pela circulação até o SNC) Liberação de PGE no hipotálamo Mecanismos conservador de calor (piloereção, calafrios, vasoconstrição perférica, etc) Febre Não narcóticos Ação anti-inflamatória A bradicinina e as PGEs medeiam a vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar que caracterizam o processo inflamatório Os AAs bloqueiam a formação de PGEs mediada pela bradicinina Os salicilatos e outros AAs também inibem a síntese de PGs, por inibição das cicloxigenases Os AAs suprimem várias reações antígeno-anticorpo que podem estar envolvidas na gênese do processo inflamatório Obrigada!!
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