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AULA 5 - APOSTILA TIPOS DE TRABALHOS ACADÊMICOS 2017

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Produção acadêmica: tipos de trabalhos científicos
Objetivos de aprendizagem
- Distinguir os tipos de resumo e conhecer os principais procedimentos para resumir.
- Conceituar e identificar a estrutura da resenha crítica.
- Identificar os tipos e a estrutura da ficha de leitura.
- Distinguir os tipos de paper.
- Conhecer a estrutura do projeto de pesquisa.
- Conhecer os tipos e a estrutura do artigo científico.
- Conceituar relatório técnico-científico e monografia.
- Trabalho em grupos de 3 ou 4 pessoas. Elaborar apresentação em ppt. 
Responder às questões: 
1) O que é? (definição) 
2) Para que serve? (qual o contexto que se aplica)
3) Qual o formato ou partes que compõem? (estrutura)
4) Como elaborar? (parte-se do que?)
5) Apresentar um modelo pronto para a classe. 
Seções de estudo
Seção 1 Resumo
Seção 2 Resenha crítica
Seção 3 Paper
Seção 4 Artigo científico
Seção 5 Projeto de pesquisa
Seção 6 Relatório técnico-científico
Seção 7 Monografia
Para início de estudo
Um trabalho acadêmico, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2005), consiste em um “documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador”.
Nesta unidade você conhecerá os principais tipos de trabalhos acadêmicos solicitados no cotidiano da vida universitária, bem como conceitos, tipos e principais procedimentos para resumir, para fazer fichamentos, papers, artigo científico, projeto de pesquisa, relatório técnico-científico e monografia.
— Após o estudo dessa unidade, realize as atividades de autoavaliação sugeridas no fi nal. Elas ajudarão você a estudar o conteúdo desta disciplina de maneira estruturada.
SEÇÃO 1 – Resumo
O resumo é a apresentação concisa das principais ideias de um texto. Resulta da capacidade analítica e compreensiva que o leitor adquire no momento em que faz sua leitura. Quanto mais se tem domínio e compreensão do texto, maior será a capacidade de síntese e de apresentação de forma breve.
Na apresentação do resumo, o aluno deve evitar a manifestação de opinião sobre o tema ou analisá-lo criticamente. O acréscimo da crítica no resumo caracteriza um outro tipo de trabalho, denominado resumo crítico ou resenha crítica.
No meio acadêmico, o desenvolvimento de um resumo é importante, por que permite “[...] em rápida leitura, recordar o essencial do que se estudou e [apresentar] a conclusão a que se chegou”. (GALLIANO, 1986, p. 89).
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003b), existem três tipos de resumos, que são: 
Resumo crítico: resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento. Também chamado de resenha.
Resumo indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a consulta ao original.
Resumo informativo: informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao original.
O resumo é útil para difundir as ideias contidas em obras de diversos tipos, como também, para favorecer ao leitor a possibilidade de escolha ou consulta do texto no original. Quais procedimentos devem ser seguidos na elaboração de um resumo?
Para elaborar um resumo, você deve seguir os seguintes procedimentos.
a) Leitura integral para adquirir uma visão de conjunto da unidade (capítulo). Alguns alunos preferem não fazer a leitura integral do texto achando que vão perder tempo e partem logo para a elaboração do resumo, mas, ao contrário do que se pensa, a leitura integral do capítulo permitirá uma visão ampla da estrutura do texto, possibilitando diferenciar o que é essencial e o que é secundário.
b) Delimitação das unidades de leitura do texto. Delimitar significa decompor as partes constitutivas do texto. Cada unidade de leitura possui um sentido completo e é composta por: ideia central ou diretriz, explicitação da ideia e conclusão. Você aprendeu em linguagem e produção textual que a função do parágrafo é apresentar uma ideia nova com uma totalidade de sentido, que devemos mudar de parágrafo quando mudamos a ideia no texto. Este procedimento fez com que por um período muito longo da história os autores escrevessem parágrafos longos.
Entretanto, hoje, os autores preferem escrever textos com parágrafos breves, curtos e, muitas vezes, um parágrafo não dá conta de apresentar o sentido completo da informação. Assim, é possível que encontremos textos onde os autores utilizam mais de um parágrafo para expor uma ideia. Por isso, é importante separar as unidades de leitura do texto, decompondo-o analiticamente, antes de iniciar o resumo.
c) Esquematização (na forma de tópicos) ou preparação das anotações da leitura. Consiste na estruturação gráfica e visual do texto com divisões e subdivisões. O esquema pode ser elaborado por meio de chaves, marcadores ou divisão numérica das ideias.
A esquematização do texto servirá de base para a redação do resumo.
d) Redação do resumo com frases breves e objetivas. Observe as sugestões apresentadas por Marconi e Lakatos (2003, p. 69), para a redação da ordem em que aparecem as ideias no texto:
a) consequências (quando se empregam palavras tais como: em consequência, por conseguinte, portanto, por isso, em decorrência disso etc.);
b) justaposição ou adição (identificada com expressões de tipo: e, da mesma forma, da mesma maneira etc.);
c) oposição (com a utilização das palavras: porém, entretanto, por outra parte, sem embargo etc.);
d) incorporação de novas ideias;
e) complementação do raciocínio;
f) repetição ou reforço de ideias ou argumentos;
g) justaposição de proposições (por intermédio de um exemplo, comprovação etc.);
h) digressão (desenvolvimento de ideias até certo ponto alheias ao tema central do trabalho).
Acompanhe, a seguir, exemplos de resumo indicativo e informativo, elaborados com base nos procedimentos citados nesta seção. Observe que as palavras grifadas indicam que o resumo indicativo está dentro do resumo informativo:
Exemplo: Resumo indicativo:
LUCKESI, Cipriano Carlos et al. O leitor no ato de estudar a palavra escrita. In:______. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1985. cap. 3, p. 136-143.
Estudar significa o ato de enfrentar a realidade. O enfrentamento da realidade pode ocorrer pelo contato direto ou indireto do sujeito que conhece com o objeto que é conhecido. As duas formas de estudar (direta ou indireta), podem ser classificadas como críticas ou acríticas. O leitor poderá ser sujeito ou objeto, dependendo da postura que assume frente ao texto.
Resumo informativo:
LUCKESI, Cipriano Carlos et al. O leitor no ato de estudar a palavra escrita. In:______. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1985. cap. 3, p. 136-143.
Estudar significa enfrentar a realidade para compreendê-la e elucidá-la. Este enfrentamento pode ocorrer, de um lado, pelo contato direto do sujeito com o objeto. Isso se dá quando o sujeito opera “com” e “sobre” a realidade. De outro lado, o enfrentamento pode ocorrer pelo contato indireto. Neste caso, o sujeito recebe o conhecimento por intermédio de outra pessoa ou por símbolos orais, mímicos, gráficos, etc. O ato de estudar diretamente crítico equivale à objetividade na elucidação. O ato de estudar indiretamente crítico equivale à descrição da realidade como ela é, sem magnetização pela comunicação em si. A atitude a-crítica corresponde à abdicação da capacidade de investigar, à alienação e à retenção mnemônica. O leitor que assume uma postura de objeto frente ao texto de leitura é verbalista, ou seja, a aprendizagem não se dá pela compreensão, mas pelareprodução intacta e mnemônica das informações. O leitor sujeito, por outro lado, compreende e não memoriza, avalia o que lê e tem uma atitude constante de questionamento.
Os resumos que precedem trabalhos científicos assumem características diferentes dos resumos de textos didáticos, são normatizados pela NBR 6028 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003) e devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do trabalho.
Quanto à extensão, os resumos científicos, conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003, p. 2) devem ter:
a) de 150 a 500 palavras para trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e relatórios técnicocientíficos;
b) de 100 a 250 palavras para artigos de periódicos;
c) de 50 a 100 palavras para indicações breves.
O resumo do artigo escrito por Guimarães e outros (2006), publicado pela Revista de Nutrição, indica, de forma clara a estrutura de um resumo que precede trabalhos científicos.
Fatores associados ao sobrepeso em escolares
Objetivo: Identificar variáveis associadas ao sobrepeso em escolares de Cuiabá, MT, Brasil. Métodos: Foi feito um estudo de caso-controle a partir de um inquérito antropométrico, aplicado em uma amostra aleatória de alunos da primeira série do ensino fundamental, com idades entre 6 e 11 anos. Foram incluídos, como casos, os 158 escolares que apresentaram sobrepeso (índice de massa muscular >P85) e, como controles, 316 crianças sorteadas entre as que apresentaram índice de massa muscular<P85. Informações socioeconômicas, do domicílio, da família e de atividade física dos escolares foram obtidas por meio de entrevistas. Foram tomadas medidas de peso e altura da criança e dos pais por antropometristas treinados. Os dados foram submetidos à análise de regressão logística múltipla hierarquizada. Resultados: O sobrepeso foi maior em escolares com renda familiar per capita >3 salários mínimos (OR= 3,75), que tinham mães de idade entre 25 e 29 anos (OR=1,74) e com nível mais alto de escolaridade (OR=1,91) e com história de apenas uma união conjugal (OR=2,53); também foi maior nos escolares, de sexo feminino (OR=2,15), que possuíam no máximo um irmão (OR=1,94), brincavam <10h por semana (OR=2,58), tinham mães e pais com índice de massa muscular >30 (OR= 7,27 e 2,65, respectivamente) e nasceram com peso >3500g (OR= 2,27). Conclusão: Os resultados apontam que variáveis de diferentes níveis hierárquicos se associam na configuração de contextos favoráveis ao aumento do sobrepeso em escolares e fornecem subsídios para o desenvolvimento de intervenções que considerem os grupos mais vulneráveis à presença de sobrepeso.
SEÇÃO 2 - Resenha crítica
A resenha crítica é uma modalidade de trabalho científico que consiste no desenvolvimento de uma síntese sobre uma obra, no sentido de expressar um juízo de valor acerca do assunto abordado. Corresponde à apreciação crítica de um texto com o objetivo de discussão das ideias nele contidas.
Segundo Oliveira Netto (2005, p. 73), a resenha pode ser definida como “a apresentação do conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliação crítica ou indicativa”. Este resumo deve apresentar as ideias da obra, a avaliação das informações e a forma como foram expostas, bem como a justificativa da avaliação desenvolvida no resumo.
Para proceder a essa avaliação, é necessário recorrer ao posicionamento de outros autores da comunidade científica em relação às posturas defendidas pelo autor da obra criticada, estabelecendo uma espécie de comparação principalmente no que se refere ao enfoque, ao método de investigação e à forma de exposição das ideias.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003), por meio da NBR 6028, denomina a resenha de resumo crítico.
Normalmente, a resenha é desenvolvida por especialistas, pois exige, por parte do resenhista, conhecimento completo da obra, capacidade crítica e maturidade intelectual. Salvador (1979 apud MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 264) apresenta os seguintes requisitos básicos para a elaboração de uma resenha crítica:
a) conhecimento completo da obra;
b) competência na matéria;
c) capacidade de juízo de valor;
d) independência de juízo;
e) correção, clareza e poder de síntese;
f) fidelidade ao pensamento do autor. 
A apresentação da estrutura da resenha crítica pode variar de autor para autor. Em geral, dois elementos são essenciais: o resumo e a crítica. Dos diversos modelos encontrados na literatura de metodologia científica adotamos aqui o roteiro descrito por Marconi e Lakatos (2003, p. 264) apresentado a seguir.
a) Obra – apresentação dos dados de identificação da referência bibliográfica.
b) Credenciais da autoria – nacionalidade, formação acadêmica, outras obras escritas pelo autor.
c) Conclusões da autoria – síntese das principais conclusões da obra apresentada no final de cada capítulo ou no final da obra.
d) Digesto – resumo das principais ideias dos capítulos ou da obra como um todo;
e) Metodologia da autoria – descrição do tipo de método e das técnicas utilizadas pelo autor da obra.
f) Crítica do resenhista – julgamento da obra do ponto de vista da coerência e consistência na argumentação, originalidade, emprego adequado de métodos e técnicas, contribuição para o desenvolvimento da ciência e estilo empregado. É importante salientar que a crítica deve ser bem fundamentada e o resenhista deve confrontar as ideias da obra com ideias de outras obras e autores.
g) Indicação do resenhista – indicação da obra para qual público (estudantes, especialistas) e para qual curso ou área do conhecimento é destinado.
— Nessa seção você conheceu mais uma modalidade de trabalho científico: resenha crítica que em outras palavras, é uma síntese na qual você expressa um juízo de valor. A próxima seção convida você a estudar sobre o fichamento. Bom estudo!
SEÇÃO 3 – Paper
O paper é um trabalho científico que tem como objetivo principal analisar um tema/questão/problema por meio do desenvolvimento de um ponto de vista de quem o escreve.
O paper geralmente trata do particular ou da essência do problema.
Atenção: Se o autor apenas compilou informações sem fazer avaliações ou interpretações sobre elas, trata-se simplesmente de um relato e não de um paper. Assim, a composição de um paper decorre do estudo e do posicionamento de quem o escreve.
Segundo Heerdt e Leonel (2005, p. 141), neste tipo de trabalho “[...] as reflexões devem ser mesmo do autor do paper” caracterizando-o principalmente pela originalidade.
Conforme Roth (apud MEDEIROS, 1996, p. 186), para a composição do paper é necessário seguir cinco passos: “1) escolher o assunto; 2) reunir informações; 3) avaliar o material; 4) organizar as ideias; e 5) redigir o paper”.
Quanto à estrutura do paper, assim se organiza: folha de rosto; sinopse, introdução (objetivo e delimitação do tema); desenvolvimento; conclusão e referências.
Position paper
Segundo Heerdt e Leonel (2005, p. 143), o position paper consiste no desenvolvimento da:
... capacidade de reflexão e criatividade [do aluno] diante do que está escrito (livro, artigo, revista, jornal, etc.), diante do que é apresentado (palestra, congresso, seminário, curso, etc.) e também diante do que pode ser observado numa determinada realidade (empresa, projeto, entidade, viagem de estudos, etc.).
Sua composição decorre do posicionamento de quem o escreve, exigindo, também, revisão de literatura para conhecer e sistematizar o posicionamento de outros autores sobre o tema/questão/problema.
Para Heerdt e Leonel (2005, p. 144), a estrutura do position paper é assim organizada: capa; folha de rosto; sumário; introdução (objetivo, delimitação do tema, metodologia); revisão bibliográfica sobre o assunto (no mínimo dois outros autores); reflexão e posicionamento do autor sobre o assunto; conclusão; referências.
Paper – comunicação científica
É a informação concisa que se apresenta em congressos, simpósios, reuniões, academias, sociedadescientíficas, expostos em tempo reduzido. “Sua finalidade é fazer conhecida a descoberta e os resultados alcançados com a pesquisa, podendo por fim fazer parte de anais [ou revistas]”. (HEERDT; LEONEL, 2005, p. 142).
A comunicação não necessita de abrangência de aspectos analíticos, compondo-se, basicamente da introdução, do desenvolvimento e da conclusão.
SEÇÃO 4 - Artigo científico
Na vida acadêmica, são várias as atividades de pesquisa realizadas, tanto pelo corpo docente como pelo discente. Essas atividades resultam de trabalhos didáticos e científicos elaborados freqüentemente nas disciplinas, nos cursos ou em grupos de pesquisa.
As atividades que se caracterizam como trabalhos didáticos resultam da interação cultural, permitem que o conhecimento seja reconstruído, na medida em que se tem acesso ao mundo culturalmente instituído.
Os trabalhos científicos, por sua vez, resultam do esforço de criação e elaboração de novos saberes, possuem uma natureza mais complexa e permitem que o conhecimento se renove.
Outra diferença significativa entre os dois tipos de trabalho é o tratamento que se dá ao objeto de estudo no processo de sua assimilação, compreensão e construção.
Os trabalhos didáticos e científicos, muitas vezes, pelo nível de excelência que apresentam, são merecedores de publicação. As instituições de ensino, de maneira geral, e os cursos que a elas pertencem, em particular, dispõem de revistas especializadas para a publicação desses trabalhos produzidos por alunos e professores na forma de artigo científico.
O artigo científico pode ser entendido como um trabalho completo em si mesmo, mas possui dimensão reduzida. Köche (1997, p. 149) afirma que “o artigo é a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão”.
Salvador (1977, p. 24) apresenta cinco razões para escrever artigos científicos. São elas:
a) Expor aspectos novos por nós descobertos, mediante o estudo e a pesquisa, a respeito de uma questão, ou de aspectos que julgamos terem sido tratados apenas superficialmente, ou soluções novas para questões conhecidas; b) expor de uma maneira nova uma questão já antiga; c) anunciar resultados de uma pesquisa, que será exposta futuramente em livro; d) desenvolver aspectos secundários de uma questão que não tiveram o devido tratamento em livro que foi editado ou que será editado; e) abordar assuntos controvertidos para os quais não houve tempo de preparar um livro.
O artigo é um meio de atualização de informações e, por isso, enquanto fonte de pesquisa, jamais pode ser ignorado por alunos e professores no processo de busca e aquisição de conhecimentos.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003), os artigos são classificados em dois tipos: original e revisão. O artigo original “parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais [...] (relatos de experiência de pesquisa, estudo de caso etc.)”. O artigo de revisão “parte de uma publicação que resume, analisa e discute informações já publicadas”.
O resumo do artigo escrito por Dalgalarrondo e outros (2004), publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, exemplifica um artigo original. Acompanhe a seguir.
Religião e uso de drogas por adolescentes
Introdução: Estudos internacionais e nacionais mostram que a religiosidade é um modulador importante no consumo de álcool e drogas entre estudantes adolescentes. Objetivos: verificar se diferentes variáveis da religiosidade influenciam o uso freqüente e/ou pesado de álcool e drogas entre estudantes de 1º e 2º graus. Métodos: Estudo transversal com uma técnica de amostragem do tipo intencional. Foi utilizado um questionário anônimo de autopreenchimento. A amostra foi constituída por 2.287 estudantes de escolas públicas periféricas e centrais e escolas particulares da cidade de Campinas, SP, entrevistados no ano de 1998. As drogas estudadas foram: álcool, tabaco, solventes, medicamentos, maconha, cocaína e ecstasy. As variáveis independentes incluídas na análise de regressão logística foram: filiação religiosa, freqüência de ida ao culto/missa por mês, considerar-se pessoa religiosa e educação religiosa na infância. Para identificar como as variáveis de religiosidade influenciam o uso de álcool e drogas utilizaram-se análises bivariadas e a análise de regressão logística para resposta dicotômica. Resultados: O uso pesado de pelo menos uma droga foi maior entre os estudantes que tiveram educação na infância sem religião. O uso no mês de cocaína e de “medicamentos para dar barato” foi maior nos estudantes que não tinham religião. O uso no mês de ecstasy e de “medicamentos para dar barato” foi maior nos estudantes que não tiveram educação religiosa na infância. Conclusões: Várias dimensões da religiosidade relacionam-se com o uso de drogas por adolescentes, com possível efeito inibidor. Particularmente interessante foi que uma maior educação religiosa na infância mostrou-se marcadamente importante em tal possível inibição. O resumo do artigo escrito por Pedroso e outros (2006) publicado pela Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, exemplifica um artigo de revisão. Leia o texto a seguir.
Expectativas de resultados frente ao uso de álcool, maconha e tabaco
Este artigo teve como objetivo realizar uma revisão teórica acerca do construto expectativas de resultados frente ao uso de álcool, maconha e tabaco. As expectativas de resultados são determinadas a partir do que as pessoas acreditam acerca dos efeitos de determinada droga, sendo uma variável importante no tratamento de dependentes químicos. Foram realizadas buscas de artigos publicados nas bases de dados MEDLINE, PsycINFO, ProQuest, Ovid, LILACS e Cork, usando os descritores belief, expectancy, expectation, drugs, psychoactive e effect. Os resultados demonstraram que as expectativas de resultados frente ao uso dessas substâncias podem surgir de fontes como: exposição a estímulos condicionados, dependência física, crenças pessoais e culturais e fatores situacionais e ambientais. Conclui-se que ainda há necessidade de novas pesquisas quanto às expectativas relacionadas às diferentes substâncias psicoativas e faixas etárias para uma melhor compreensão deste construto. 
Para a publicação de um artigo científico é necessário que se observem as recomendações estabelecidas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (2003), que estruturam, de maneira geral, os seguintes elementos: pré-textuais, textuais, pós-textuais. Os elementos pré-textuais apresentam, na página de abertura, as informações que identificam o artigo; os elementos textuais apresentam os resultados do estudo em três partes logicamente encadeadas: introdução, desenvolvimento e conclusão; e os elementos pós-textuais apresentam as informações que identificam o artigo, traduzidos para uma língua estrangeira, conforme indicação da própria revista, como também, as referências, apêndices e anexos.
Conheça os itens que compõem cada um dos elementos da estrutura de um artigo.
Elementos pré-textuais - são os seguintes:
a) título - contém o termo ou expressão que indica o conteúdo do artigo;
b) autoria - nome do autor ou autores, acompanhado de um breve currículo em nota de rodapé;
c) resumo - apresenta objetivos, metodologia, resultados e conclusões alcançadas. Deve ser elaborado de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003);
d) palavras-chave - termos indicativos do conteúdo do artigo.
Elementos textuais - são constituídos das seguintes partes:
a) introdução - apresenta o tema-questão-problema, justifica-o, expõe os objetivos e descreve a metodologia que foi adotada na realização da pesquisa;
b) desenvolvimento - apresenta fundamentação teórica e os resultados do estudo;
c) conclusão - analisa criticamente os resultados do estudo e abre perspectivas para novas investigações.
Elementos pós-textuais - são os seguintes:
a) título e subtítulo (se houver) - escritoem língua estrangeira;
b) resumo - o mesmo resumo que aparece como elemento pré-textual, porém escrito em língua estrangeira;
c) palavras-chave - escritas em língua estrangeira;
d) notas explicativas - citadas para evitar notas de rodapé;
e) referências - apresenta as obras que foram citadas no corpo do artigo conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002);
f) glossário - definição, em ordem alfabética, de termos que assumem significado específico no artigo;
g) apêndice - texto escrito pelo autor, que complementa as ideias contidas no desenvolvimento;
h) anexo - texto não escrito pelo autor, que fundamenta, comprova ou ilustra aspectos contidos no desenvolvimento.
É importante salientar que nem todas as revistas científicas seguem rigorosamente a ordem dos elementos apresentados nesta seção. Alguns itens podem variar de acordo com as necessidades e/ou exigência de cada conselho editorial. Independentemente disto, é importante que professores e alunos sintam-se motivados para publicar os resultados de suas atividades científicas ou didáticas.
SEÇÃO 5 - Projeto de pesquisa
Para Gil (2002, p. 19), projeto de pesquisa “[...] é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo de pesquisa”. Trata-se, portanto, do documento que nos permite planejar todas as ações inerentes à pesquisa.
Pesquisa não é pura coleta de dados, mas um conjunto de ações orientadas por metas e estratégias a serem atingidas na tentativa de buscar respostas para um determinado problema.
De modo geral, um projeto de pesquisa deve oferecer respostas às seguintes indagações:
	Pergunta
	Indicação
	O que pesquisar?
	Determinação do objeto da pesquisa por meio da apresentação, principalmente, do tema, delimitação do tema e da problematização.
	Com que base teórica pesquisar?
	Referencial teórico e/ou marco teórico e/ou revisão de literatura
	Por que pesquisar?
	Justificativa
	Que ações serão desenvolvidas na pesquisa?
	Objetivos
	Quem pesquisar?
	Sujeitos
	Onde pesquisar?
	Unidade ou local de observação e/ou coleta de dados
	Quando pesquisar?
	Cronograma
	Como pesquisar?
	Determinação dos métodos e técnicas
	Com quanto pesquisar?
	Orçamento
Modelos de roteiro
É comum encontrar na literatura de Metodologia Científica e da Pesquisa vários modelos de roteiro de projeto de pesquisa. 
O modelo apresentado a seguir não deve ser entendido como único e absoluto, ao contrário, deve ser entendido apenas como um roteiro que nos permite entender quais são as etapas que se sucedem na elaboração de um projeto.
Exemplo: 
1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
1.1 Tema
1.2 Delimitação do tema
1.3 Problematização
1.4 Justificativa
1.5 Objetivos
1.6 Definição dos conceitos operacionais
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO
3.1 Tipo de pesquisa
3.2 População/amostra
3.3 Instrumentos utilizados para a coleta de dados
3.4 Procedimentos utilizados para a coleta de dados
3.5 Tratamento dos dados
4 CRONOGRAMA
5 ORÇAMENTO
REFERÊNCIAS
De acordo com o modelo exemplificado, acompanhe, a seguir, o significado e as ações a serem desenvolvidas em cada uma dessas etapas do projeto de pesquisa.
Considerações sobre a delimitação do tema e formulação do problema
No primeiro capítulo, você deve apresentar as informações relacionadas ao objeto da pesquisa especificando o tema, a delimitação do tema, a problematização, a justificativa, os objetivos e os conceitos operacionais. Acompanhe a seguir.
Tema
Para escolher o tema da pesquisa, você deve levar em conta alguns fatores: a) interesse pelo assunto; b) qualificação intelectual; c) existência de bibliografia especializada; d) disponibilidade de um orientador que possa acompanhar a pesquisa; e) tempo disponível para a realização da coleta de dados; f) recursos financeiros, quando for o caso; g) disponibilidade de material necessário para a coleta de dados. A não observação de um ou mais fatores pode comprometer o curso da investigação e, em alguns casos, a pesquisa poderá sofrer solução de continuidade (ser interrompida).
A indicação do tema deve expressar, de modo geral, em dimensão abstrata, o assunto da pesquisa. Observe os exemplos em algumas áreas do conhecimento.
Exemplos: “Sigilo bancário”
“Ética na advocacia”
“Assédio moral”
“Avaliação da idade óssea”
“Traumatismo na dentição decídua”
“Gestão no esporte”
“Eutanásia”
“Criminalidade”
“Cidadania e movimentos sociais”
“Empreendedorismo”
“Empresa familiar”
Delimitação do tema
Delimitar é indicar a abrangência do estudo; é estabelecer os limites extensionais e conceituais do tema. Enquanto princípio de logicidade é importante salientar que quanto maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e, inversamente, quanto menor a extensão conceitual, maior a compreensão conceitual.
Em outras palavras, isto significa dizer que quando você escolhe um tema muito abrangente, corre-se o risco de se ter pouco domínio ou profundidade. Por isso, deve delimitá-lo em uma dimensão viável, não muito abrangente, para poder alcançar maior compreensão e domínio sobre as propriedades do assunto.
O enunciado da delimitação do tema, em alguns casos, deve incluir os seguintes elementos: a) variáveis principais, b) a população a ser estudada, c) o local e o período da pesquisa. No exemplo, “Reclamações contra advogados na OAB-SC, no período de 2004 a 2006”, a variável a ser estudada seria “Reclamações contra advogados”, a população seriam os advogados da OAB-SC, o local seria a própria OAB-SC e o período seria de 2004 a 2006.
Observe outros exemplos de temas delimitados em algumas áreas do conhecimento.
Traumatismo dentário em crianças de 0 a 5 anos vacinadas em 2007 em Tubarão, SC (GONÇALVES; QUARESMA, 2006).
Avaliação da idade óssea em crianças infectadas pelo HIV atendidas no setor de Infectologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) de Florianópolis, SC. (ZEFFERINO; JUNKES, 2006).
O perfil dos proprietários de empresas familiares da Região da Amurel.
Efeitos do tratamento fisioterapêutico em lesões, durante o treinamento físico, que acometem militares de um Batalhão de Infantaria do Sul do Brasil (TEODORO, 2006).
A efetividade do direito a educação em escolas de educação infantil da Rede municipal de ensino do Município de Tubarão, SC. (PIRES, 2006).
Cabe salientar que se a pesquisa for puramente bibliográfica devem-se destacar apenas as variáveis principais. Acompanhe alguns exemplos:
A responsabilidade civil dos pais pelo abandono moral dos filhos (NORY).
Progressão de regimes nos crimes hediondos (CAMPOS).
A legislação brasileira e a efetividade das sanções impostas aos transgressores do meio ambiente (SILVA).
Problematização
Delimitado o tema, o passo seguinte é a problematização. Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando, assim, que seja visualizada a especificidade do objeto no contexto de sua área temática.
Gil (2002, p. 57-58) aponta cinco “regras” para a adequada formulação do problema: a) o problema deve ser formulado como uma pergunta; b) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável; c) o problema deve ter clareza; d) o problema deve ser preciso; e) o problema deve apresentar referências empíricas.
As regras não são absolutamente rígidas e devem ser moldadas de acordo com a especificidade do problema. É importante, também, lembrar que cada orientador possui uma forma própria de problematizar as questões de pesquisa. 
O texto da problematização deve ser encerrado com as perguntas de pesquisa. É importante salientar que todo o processo de pesquisa será desenvolvido para que se encontrem respostas às perguntas que são formuladas nesta seção do projeto. Tome cuidado para não apresentar perguntas que estejamfora do alcance do tema delimitado.
Acompanhe o exemplo.
Exemplo: Qual a prevalência de traumatismo dentário em crianças de 0 a 5 anos vacinadas em 2007 em Tubarão, SC?
Qual o grau da extensão da lesão nos tecidos dentários?
Justificativa
A justificativa situa a importância do estudo e os porquês da realização da pesquisa. O texto da justificativa, em geral, deve apresentar os motivos que levaram à investigação do problema e endereçar a discussão à relevância teórica e prática, social e científica do assunto.
Objetivos
Os objetivos indicam as ações que serão desenvolvidas para a resolução do problema de pesquisa. O objetivo geral é apresentado na forma de um enunciado que reúne, ao mesmo tempo, todos os objetivos específicos.
Os objetivos específicos informam sobre as ações particulares que dizem respeito à análise teórica e aos meios técnicos da investigação do problema.
Os objetivos devem ser iniciados com o verbo no infinitivo. Ex. definir, identificar, selecionar, indicar, explicar, classificar, aplicar, avaliar, demonstrar, analisar, comparar, diferenciar, criticar, combinar, repetir, sumarizar, sintetizar, discutir, organizar, relacionar, julgar, determinar, reconhecer, dentre outros.
Os objetivos precisam ser relacionados com a parte teórica e prática da pesquisa. Na parte teórica, é importante explicitar claramente os objetivos de cada capítulo, permitindo ao pesquisador ter uma visão mais concreta do seu plano de estudo e, na parte prática, relacioná-los com o instrumento de coleta de dados (questionário, formulário, entrevista, dentre outros).
Hipótese (s)
Consiste em apresentar um ou mais enunciados sob forma de sentença declarativa e que resolve (em) provisoriamente o problema. A pesquisa tratará de buscar respostas que refutam ou corroboram as suposições que forem apresentadas.
Dessa maneira, sua elaboração está ligada diretamente ao problema da pesquisa, funcionando como uma espécie de “aposta” do pesquisador de que a resposta a que o desenvolvimento da pesquisa levará será a mesma ou estará muito perto da resposta enunciada na hipótese. Para isso, o seu conteúdo deve ter conceitos claros, ser de natureza específica e não se basear em valores morais. (SANTAELLA, 2001).
Definição dos conceitos operacionais
Este item consiste em apresentar o significado que os termos do problema assumem na pesquisa. Através das definições, diz Köche (1997, p. 117), “é possível estabelecer os indicadores que podem ser utilizados para categorizar as variáveis”.
É importante salientar que não será possível estabelecer instrumentos e procedimentos para coleta de dados se os indicadores das variáveis não estiverem previamente definidos.
— Até aqui, você conheceu os itens que compõem a primeira parte do roteiro de pesquisa. Estude, a seguir, sobre o segundo elemento do roteiro: revisão bibliográfica.
Revisão bibliográfica
A revisão bibliográfica apresenta uma breve discussão teórica do problema, na perspectiva de fundamentá-lo nas teorias existentes. As ideias apresentadas no texto de revisão devem ser organicamente ligadas aos objetivos, às hipóteses, à definição conceitual e operacional das variáveis e a outros elementos do projeto.
A fundamentação teórica apresentada deve, ainda, servir de base para a análise e a interpretação dos dados coletados na fase de elaboração do relatório final. Os dados apresentados precisam, necessariamente, ser interpretados à luz das teorias existentes.
— Após definidos o tema, o problema da pesquisa e realizada a discussão teórica, o próximo passo é estruturar a pesquisa quanto aos instrumentos para a coleta de dados. Confira a seguir.
Delineamento da Pesquisa
O delineamento da pesquisa, segundo Gil (1995, p. 70), “refere-se ao planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla”, ou seja, neste momento, o investigador estabelece os meios técnicos da investigação, prevendo os instrumentos e os procedimentos utilizados para a coleta de dados.
A primeira atividade consiste na determinação e justificativa do tipo de pesquisa ou estudo. A determinação do tipo de estudo deve levar em conta três critérios de classificação: quanto ao nível (exploratória, descritiva ou explicativa), à abordagem (qualitativa, quantitativa) e ao procedimento utilizado na coleta de dados (bibliográfico, documental, experimental, estudo de caso, estudo de caso controle, levantamento, estudo de campo, dentre outros).
População/amostra
Neste item, você indica se a pesquisa vai abranger o universo populacional ou se apenas uma amostra dos indivíduos pesquisados. No caso de se optar por uma ou por outra, é necessário informar os procedimentos e/ou critérios adotados para a sua execução.
Neste item, você informa, também, as características gerais da população a ser investigada (cidade, município, bairro).
Instrumentos utilizados para coleta de dados
Este item consiste em indicar o tipo de instrumento utilizado para registro dos dados que serão coletados. No caso de questionários ou entrevistas, fichas de avaliação ou de registro documental, você deve apresentar o modelo em anexo ou em apêndice. O anexo deve ser utilizado quando você adotar um instrumento de coleta de dados proveniente da literatura, e o apêndice, quando você elaborou o próprio instrumento.
Procedimentos utilizados na coleta de dados
Informam-se as operações e/ou atividades desenvolvidas, a forma de aplicação dos instrumentos de coleta de dados.
Tratamento dos dados
Indicam-se os recursos que serão utilizados para a análise dos dados.
— Os itens a seguir, compõem a parte final do modelo de roteiro de pesquisa apresentado.
Cronograma
Neste item, você informa a previsão das atividades e, respectivamente, o período de execução.
Orçamento
Este é o item no qual você informa a previsão e o detalhamento de todos os recursos financeiros necessários para a realização da pesquisa.
Referências
Aqui você informa a relação dos documentos utilizados para a fundamentação do problema de pesquisa. 
SEÇÃO 6 - Relatório técnico-científico
O *relatório técnico-científico* é um documento que relata formalmente os resultados ou progressos obtidos em uma investigação. Descreve minuciosamente a situação de uma questão técnica ou científica.
Nota de canto de página para “relatório técnico-científico”: O relatório é capaz de apresentar, sistematicamente, informação suficiente para que se possam traçar conclusões e fazer recomendações à resolução de determinada situação-problema, caracterizando-se pela fidelidade, objetividade e exatidão de relato.
Segundo Rauen (2002, p. 235), o relatório é definido como uma “[...] comunicação por escrito dos resultados de uma pesquisa, no qual se podem identificar: os passos da pesquisa, a revisão bibliográfica, a análise/interpretação dos dados e as conclusões estabelecidas”.
Para Oliveira (2003, p. 101), o relatório constitui-se em uma “[...] descrição objetiva [e pormenorizada] de fatos, acontecimentos ou atividades, que incorpora uma análise metódica para a obtenção de conclusões que se constituam em parâmetros para a escolha de alternativas”.
Como você pode observar, o relatório é um tipo de trabalho que tem como finalidade descrever as etapas das investigações realizadas diretamente na realidade (“in loco”).
De acordo com Severino (2000, p. 174), o relatório técnico-científico “[...] visa pura e simplesmente historiar seu desenvolvimento, muito mais no sentido de apresentar os caminhos percorridos, de descrever as atividades realizadas e de apreciar os resultados – parciais ou finais – obtidos”.
O relatório técnico-científico geralmente é desenvolvido na fase dos estágios supervisionados em diversos cursos.
SEÇÃO 7 – Monografia
Você sabe de onde surgiu a palavra monografia?
Etimologicamente, essa palavra vem do prefixo grego mono (de onde derivam as palavras monge, mosteiro, monossílabo, monolítico, etc.) e do prefixo latino solus (solteiro,solitário, solitude), que significa um só, e da palavra graphein, que significa escrever. (BITTAR, 2003, p. 1).
Com base na etimologia da palavra, você pode perceber que monografia resulta de um trabalho intelectual baseado em apenas um assunto.
Conforme Bebber e Martinello (1996, p. 71), a monografia é “um estudo realizado com profundidade e seguindo métodos científicos de pesquisa e de apresentação de um assunto em todos os seus detalhes, como contributo à ciência respectiva”.
Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 235), a monografia apresenta as seguintes características:
a) trabalho escrito, sistemático e completo;
b) tema específico ou particular de uma ciência ou parte dela;
c) estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários aspectos e ângulos do caso;
d) tratamento extenso em profundidade, mas não em alcance (nesse caso, é limitado);
e) metodologia específica;
f) contribuição importante, original e pessoal para a ciência.
Este tipo de trabalho científico abrange dois sentidos: o stritu, que se identifica com a tese e a dissertação dos cursos de doutorado e mestrado, respectivamente, e o latu, que se relaciona àquelas monografias desenvolvidas nos cursos de graduação, principalmente nas licenciaturas.
Ambos os sentidos não dispensam a rigorosa metodologia na pesquisa de um tema específico, a partir de um só problema, qualificando-as como de natureza científica, pois, do contrário, não passarão de um simples estudo.
SÍNTESE DESTE CAPÍTULO
Nesta unidade, você estudou os vários tipos de trabalhos científicos que podem ser desenvolvidos na universidade: resumo, resenha crítica, fichamento, paper, artigo científico, relatório técnico-científico e monografia.
O resumo é a apresentação concisa das principais ideias de um texto. Resulta da capacidade analítica e compreensiva que o leitor adquire no momento em que faz sua leitura. Quanto mais se tem domínio e compreensão do texto, maior será a capacidade de síntese e de apresentação de forma breve. Existem, basicamente, dois tipos de resumos: o indicativo e o informativo.
A resenha crítica consiste no desenvolvimento de uma síntese sobre uma obra, no sentido de expressar um juízo de valor acerca do assunto abordado. Corresponde à apreciação crítica de um texto com o objetivo de discussão das ideias nele contidas. Para desenvolver essa avaliação, é necessário que o resenhista recorra ao posicionamento de outros autores da comunidade científica.
O paper tem como objetivo principal analisar um tema/questão/problema, por meio do desenvolvimento de um ponto de vista de quem o escreve. O paper, geralmente, trata do particular ou da essência do problema. Assim, a composição de um paper decorre do estudo e do posicionamento de quem o escreve.
O position paper é o posicionamento sobre um tema ou assunto acompanhado de uma breve revisão de literatura para conhecer, também, o posicionamento de outros autores. O paper, comunicação científica é a informação concisa que se apresenta em congressos, simpósios, reuniões, academias, sociedades científicas, exposta em tempo reduzido.
O artigo científico pode ser entendido como um trabalho completo em si mesmo, mas possui dimensão reduzida. Trata-se de um meio de atualização de informações e por isso, enquanto fonte de pesquisa, jamais pode ser ignorado por alunos e professores no processo de busca e aquisição de conhecimentos. Existem dois tipos de artigos: o original e o de revisão.
O relatório técnico-científico é um documento que relata formalmente os resultados ou progressos obtidos em uma investigação. Descreve minuciosamente a situação de uma questão técnica ou científica. Trata-se de um tipo de trabalho que tem como finalidade descrever as etapas das investigações realizadas diretamente na realidade (in loco). É capaz de apresentar, sistematicamente, informação suficiente para que se possam traçar conclusões e fazer recomendações à resolução de determinada situação-problema, caracterizando-se pela fidelidade, objetividade e exatidão de relato.
A monografia se define como um trabalho intelectual concentrado sobre um único assunto, decorrente de um estudo que é realizado com profundidade e seguindo métodos científicos de pesquisa. Este tipo de trabalho pode assumir dois sentidos: o strictu e o latu.
DICA:
REGISTRE TUDO O QUE VOCÊ LEU EM FICHAS DE LEITURA, QUANDO VC PRECISAR CONSULTAR O QUE JÁ LEU, TERÁ COMO SE LEMBRAR E USAR O MATERIAL.
A ficha de leitura é um instrumento adequado para reter as informações resultantes de uma leitura. É o registro em algum suporte físico. Achar que a memória vai dar conta de armazenar tudo é um grande engano. Na memória, infelizmente, não se pode confiar. A ficha pode ser realizada com diferentes fins: a) como instrumento de coleta de dados na realização de uma pesquisa bibliográfica; b) como trabalho acadêmico em disciplinas de graduação e pós-graduação; c) como preparação de textos na apresentação oral de trabalhos em sala de aula; e, d) como um instrumento auxiliar na leitura e registro das ideias de um texto.