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2. Estratégias argumentativas

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Português Instrumental II
Prof. Me. André Alselmi
Estratégias argumentativas
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Estratégias argumentativas
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Objetivos da argumentação
Provar a tese;
Demonstrar conhecimento do tema;
Comprovar capacidade de raciocínio lógico.
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Pressuposto
“Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever.”
Joaquim Mattoso Câmara Jr.
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Tipos de argumento
Argumento de autoridade;
Dados estatísticos;
Comparação ou analogia;
Exemplificação, fatos (gerais ou históricos);
Causa e consequência;
Refutação ou contra-argumentação;
Hipótese.
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Argumentação
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	Cristo despejado
Hélio Schwartsman
	O assunto é menor, mas tem elevado valor simbólico.
	Nesta semana, a Justiça gaúcha determinou a retirada dos crucifixos de todas as suas dependências. Como bom ateu, sou favorável à medida. Entendo, porém, que alguns cristãos se sintam frustrados. Vou tentar mostrar que a laicidade do Estado interessa mais a eles do que a mim.
Estratégias argumentativas
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 	Um dos argumentos mais populares entre os defensores da permanência da cruz é o de que a maioria da população é cristã. Bem, a maior parte dos brasileiros também é flamenguista ou corintiana. A ninguém, contudo, ocorreria ornar os tribunais com bandeiras e flâmulas desses clubes. Maiorias não bastam para definir a decoração de paredes públicas.
	De resto, nem todos os cristãos são entusiastas do crucifixo. Algumas denominações protestantes o consideram um caso acabado de idolatria, pecado cuja prática meus ancestrais judeus costumavam punir com o apedrejamento até a morte.
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	A vontade da maior parte dos cidadãos é, por certo, um elemento importante da democracia, mas não é absoluto nem incondicional. Um país só é democrático quando defende suas minorias da tirania das massas.
	E o direito de todos a espaços públicos livres de proselitismo religioso deveria ser autoevidente. Ao contrário do que muitos podem pensar, isso importa mais para o crente membro de grupo ou seita minoritários do que para ateus e agnósticos.
	
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	Nós que não acreditamos num ser superior ou que julgam essa uma questão indecidível, tendemos a considerar imagens religiosas como uma manifestação supersticiosa, uma excentricidade, no máximo. Já um judeu ou muçulmano praticantes podem ver na figura do Cristo crucificado um símbolo de opressão e morte. Não se pode dizer que não tenham razões históricas para pensar assim.
	Exceto para os apreciadores de teocracias de partido único, a laicidade do Estado é a melhor garantia da liberdade religiosa.
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Qualidades
Utilizar argumentos pertinentes;
Deter-se nas ideias principais;
Ordenar argumentos por relevância;
Fazer afirmações gerais, racionais, evitar “achismos”.
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Defeitos
Emprego de noções confusas: 
“O problema dos posseiros e a luta pela terra não têm sentido, pois perturbam a ordem estabelecida.”
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Defeitos
Noções de totalidade indeterminada: 
“Todos os políticos são iguais: só querem o poder para encher os próprios bolsos.”
Noções de totalidade indeterminada: 
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“Partindo do pressuposto de que, na escrita, o interlocutor está ausente e não pode fazer interrupções para obter esclarecimentos, o texto escrito deve ser o mais autônomo possível não só no que diz respeito à clareza e à quantidade de informações necessárias como, principalmente, no que toca aos procedimentos argumentativos.”
Platão & Fiorin
Estratégias argumentativas
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Argumentação
Razão;
Lógica (justificativa);
Argumento válido;
Inferência correta.
Pensamento religioso, 
Argumento infundado;
Crenças populares;
Achismos;
Ideias generalizadoras.
X
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Estratégias argumentativas
O ovo da discórdia
Hélio Schwartsman
 
	O aborto é moralmente justificável? Esqueça essa pergunta. Não chegaremos tão cedo a um consenso. Proponho então analisar a questão sob outro ângulo: mulheres que abortam voluntariamente merecem ir para a cadeia?
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	Se você respondeu afirmativamente, prepare-se para as consequências. Estima-se que ocorra no Brasil 1 milhão de abortos induzidos por ano (utilizo aqui o número calculado por Mario Francisco Giani Monteiro e Leila Adesse para 2005, o mais recente estudo que encontrei). Para encarcerar toda essa mulherada, como exige a lei, o país precisaria construir, a cada dia, a bagatela de 5,5 presídios femininos (unidades de 500 vagas).
	A conta é conservadora porque não considera os médicos, enfermeiras e comadres que mereceriam ser presos na qualidade de cúmplices. Seria também necessário edificar um bom número de orfanatos, para abrigar as crianças que ficariam desassistidas, enquanto suas mães cumprem pena. 
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Também teríamos de criar brigadas médico-policiais especializadas em identificar e processar as criminosas e quem as tenha ajudado.
	Imagino que, exceto por empreiteiros de olho nos lucrativos contratos, ninguém deseja uma realidade dessas para o Brasil. E manter uma lei que manda pôr na cadeia pessoas que não queremos ver numa penitenciária é uma boa definição de hipocrisia. Fez muito bem, portanto, o Conselho Federal de Medicina ao dar apoio à proposta de liberalizar a legislação. Médicos, mais do que qualquer outra categoria, devem abster-se de fazer juízos morais sobre o comportamento de seus pacientes.
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	Independentemente do que se pense sobre o aborto, isso não é matéria para o direito penal. Na verdade, espanta-me a pouca fé dos religiosos que defendem leis duras. Se Deus existe, é onisciente e acha mesmo que interromper a gravidez é um pecado horrível, saberá punir na outra vida quem o cometeu, dispensando-nos de fazê-lo aqui na Terra.
 
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Estratégias argumentativas
	Aqui é bandido: Plínio Marcos. Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô te dá um alô! Te liga aí: Aids é uma praga que rói até os mais fortes, e rói devagarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença. Quem pegá essa praga está ralado de verde e amarelo, de primeiro ao quinto, e sem vaselina. Num tem dotô que dê jeito, nem reza brava, nem choro, nem vela, nem ai, Jesus. Pegou Aids, foi pro brejo! Agora sente o aroma da perpétua: Aids pega pelo esperma e pelo sangue, entendeu? pelo esperma e pelo sangue! (Pausa)
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	Eu num tô te dando esse alô pra te assombrá, então se toca! Não é porque tu ta na tranca que virou anjo. Muito pelo contrário, cana dura deixa o cara ruim! Mas é preciso que cada um se cuide, ninguém pode valê pra ninguém nesse negócio de aids. Então, já viu: transá, só de acordo com o parceiro, e de camisinha! ( Pausa)
	Agora, tu aí que é metido a esculachá os outros, metido a ganhá o companheiro na força bruta, na congesta! Pára com isso, tu vai acabá empesteado! Aids num toma conhecimento de macheza, pega pra lá, pega pra cá, pega em home, pega em bicha, pega em mulhé, pega em roçadeira! Pra essa peste num tem bom! Quem mulhé, pega em roçadeira! 
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	Pra essa peste num tem bom! Quem bobeia fica premiado. E fica um tempão sem sabê. Daí, o mais malandro, no dia da visita, recebe mamão com açúcar da família e manda para casa o Aids! E num é isto que tu qué, né, vago mestre? Então te cuida. Sexo, só com camisinha.(Pausa)
	Quem descobre que pegô a doença se sente no prejuízo e quer ir à forra, passando pros outros. ( Pausa) sexo só com camisinha! Num tem escolha, transá, só com camisinha.
	Quanto a tu, mais chegado ao pico, eu to sabendo que ninguém corta o vício só por ordem da chefia. Mas escuta bem, vago mestre, num qué nem sabê que, às vezes, a seringa vem até com um pingo de sangue, e tu mete ela direto em ti. 
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	Às vezes, ela aparece que vem limpona, e vem com a praga. E tu, na afobação, mete ela direto na veia. Aí tu dança. Tu, que se diz mais tu, mas que diz que num pode agüentá a tranca sem pico, se cuida. Quem gosta de tu é tu mesmo. (Pausa) E a farinha que tu cheira, e a erva que tu barrufa enfraquece o corpo e deixa tu chué da cabeça e dos peitos. E aí tu fica moleza pro
Aids! Mas o pico é o canal direto pra essa praga que está aí. Então, malandro, se cobre. Quem gosta de tu é tu mesmo. A saúde é como a liberdade. Agente dá valor pra ela quando já era!
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Argumentação
https://www.youtube.com/watch?v=4P2QXsvxa6Y
https://www.youtube.com/watch?v=1HY8EXuOM68
https://www.youtube.com/watch?v=UB3TvnYlIuw
https://www.youtube.com/watch?v=E7a88Irf4ZQ
https://www.youtube.com/watch?v=AQboBfpMwPI&list=PL83389C0C40D50DAC
https://www.youtube.com/watch?v=cxIPEq3no7o
https://www.youtube.com/watch?v=cwTEt1VyhcI
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REFERÊNCIAS
ÖCHE, V.; BOFF, O. M. B.; MARINELLO, A. F. Leitura e produção textual: gêneros textuais do argumentar e do expor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. 
FIORIN, J. L.; PLATÃO, F. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2004.

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