Buscar

O que estudar para AV2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

- Alimentação contemporânea
Nas últimas três décadas, ocorreram importantes mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros: redução no consumo do arroz, feijão e farinha de trigo; maior consumo de carnes em geral, ovos, laticínios e açúcar; substituição da gordura animal por óleos vegetais, manteiga por margarina e aumento nos gastos com alimentos industrializados.
Alimentos congelados e pré-cozidos, drive-thru, fast-food, delivery, e self-service traduzem a importação do novo estilo do padrão alimentar brasileiro. A orientação e educação alimentar, através dos modernos meios de comunicação, aliadas à preservação dos bons hábitos alimentares e de salários compatíveis com o direito de alimentar, são fundamentais para se vencer a luta contra a má nutrição do brasileiro. 
- Globalização
É um conjunto de transformações, um fenômeno que criou pontos em comum, seja na vertente econômica, social, cultural e política, tornando o mundo interligado ou seja, uma aldeia global.Num mundo cada vez mais integrado pela informação e pela economia, é quase impossível que a cultura também não sofra os efeitos desta situação. O fenômeno da globalização e industrialização atua como fator determinante na modificação dos hábitos alimentares, gerando transformações no estilo de vida de, praticamente, toda a população mundial. 
 A alimentação de hoje é profundamente diferente dos nossos antepassados, que viviam em contato com a natureza, alimentando-se de tudo que ela lhes oferecia: animais abatidos, frutas, gramíneas,folhas, raízes etc.         
 Diante das transformações imprimidas pela urbanização e pela globalização, a alimentação passou e continua passando por mudanças que afetam a qualidade dos alimentos produzidos e industrializados. Desta forma, a pós-modernização embalada pela globalização, tem imposto novas formas de consumo alimentar, tem afetado o nosso paladar e os aportes nutritivos, trazendo novos padrões alimentares, novos costumes, hábitos e práticas alimentares.          
 Começam a desaparecer os rituais  que acompanham o ato de alimentar-se. A relação de afeto que, antes, permeava a refeição nas trocas familiares e entre amigos, hoje, cede lugar à alimentação cujo parceiro é o aparelho de televisão. 
- Crenças e tabus
Crença é sentimento de respeito, submissão, reverência, confiança e até medo em relação ao sobrenatural, ao desconhecido. NÃO SUPÕE COMPREENSÃO. As crenças religiosas implicam a existência de algo superior, sobre-humano; importantes pelo seu conteúdo EMOCIONAL e INTELECTUAL. A lenda difere da crença porque envolve uma narração escrita ou oral na qual os fatos históricos são deformados pela imaginação poética. 
Tabu é o elemento negativo da religião; Pode ser uma proibição ou um alerta; Consiste em um conjunto de normas, cada uma delas indicando um tipo de conduta, que, infringidas, levam o sobrenatural a punir o infrator; Os objetos, atos, modos ou palavras de proibição ou restrição legitimada por costume ou tradição de um grupo.
As funções do Tabu são Manter o espírito de temor no; sobrenatural; Unir os membros de um grupo social; Ser elemento básico de controle social. 
Os tabus alimentares, preconceitos, crenças e idolatrias, interferem e muito no caráter alimentar da pessoa, podendo ser responsável por maus hábitos alimentares, e as vezes até levar povos com menor nível de conhecimento cultural à desnutrição, afinal não existe nenhum embasamento científico que comprove estas informações. 
- Culinária baiana
A culinária baiana é a que mais percebemos as influências dos povos que formaram o que hoje entendemos como Brasil. Nessa culinária os elementos africanos, indígenas e portugueses foram fundidos, criando assim a famosa comida baiana. Do azeite de dendê até os doces, passando pela mandioca, a materialização desses elementos é o que podemos chamar de herança cultural gastronômica. Boa parte desta comida tem origem no candomblé. O beiju, muito comum no nordeste pode ser visto como um exemplo claro de herança alimentar das 3 civilizações que nos formaram: mandioca, açúcar e coco. Festas religiosas realizadas na Bahia normalmente são acompanhadas de muitos alimentos, principalmente quando se tratam de festas do culto afro-brasileiro; A comida da casa do senhor branco recebeu inúmeras influências das escravas negras que trabalhavam na época; A utilização de porcelanas, talheres e outros adereços na mesa baiana devem ser vistos como herança portuguesa. 
- Cultura e cultura alimentar
Pode ser entendida como um SISTEMA SIMBÓLICO – um conjunto de mecanismos: crenças, religião, planos, receitas, regras e instruções que fazem parte do comportamento humano. Nossos hábitos alimentares fazem parte de um sistema cultural repleto de símbolos, significados e classificações, de modo que nenhum alimento está livre das associações culturais.
Cultura alimentar é constituída pelos hábitos alimentares em que a tradição tem muita importância. As características visuais, como a cor, forma e aparência, afetam a aceitabilidade e as preferências alimentares, pois configuram aspectos do SIMBOLISMO ALIMENTAR.
O alimentar-se é um ato vital, sem o qual não há vida possível; mas, ao se alimentar, o homem atribui significados que vão além da utilização dos alimentos pelo organismo (Braga, 2004). A alimentação vem sendo analisada sob várias abordagens:
Econômica – relação entre a oferta e a demanda, o abastecimento, os preços dos alimentos, renda e acesso aos alimentos.
Nutricional – ênfase na composição dos alimentos, preocupação com a saúde e o bem estar.
Social – associada a alimentação e a organização social do consumo, os ritmos e estilos de vida.
Cultural – gostos, hábitos, tradições culinárias, preferências, ritos, tabus – ASPECTO SIMBÓLICO DA ALIMENTAÇÃO. 
- Texto 1: De herbívoro a carnívoro
- Planta civilização
“Plantas-civilização” – são civilizações que se resumem ao domínio de uma única planta. 
- Açúcar - Sal – Chá
SAL – indispensável para consumo humano – acompanha cereais e carnes – necessidade orgânica, condimento e conservante. Pode ser obtido pela evaporação da água do mar. 
Principais regiões produtoras: Nas costas dos litorais; Europa Central; Planaltos andinos (extração de superfícies salinas)
Seu comércio é um dos mais antigos – foi levado das regiões produtoras para as demais; serviu de “moeda” em muitas regiões. No Império Romano o sal servia para pagar os soldados --- gerando o termo atual “salário” - “Gabela” (monopólio do sal)
Mecanismos fiscais de extorsão: Como forma de controle político muitos governos criaram monopólios sobre o comércio do Sal.
O chá teve papel semelhante ao do café, como substância sóbria. São apregoados como desintoxicantes, propriedades que contrastavam com a cerveja e o gim. O chá chegou ao Japão em 729, a partir da China, num complexo ritual – a cerimônia do chá. No ocidente, contribuiu para a construção social, identificado às mulheres, em oposição ao café, de reputação masculina.
- Antropologia da alimentação
A antropologia da alimentação inclui os seguintes temas principais: simbolismo da alimentação – comidas sagradas, tabus religiosos envolvidos na alimentação, comidas e cultura popular, mitos alimentares; alimentação e processos de interação social - hábitos alimentares e classes sociais, dieta e modos de vida, transformações da alimentação e modernidade, alimentação e etnicidade; alimentação e saúde física - dieta e exercícios na alimentação moderna. A culinária possui significados e simbolismos diversos nas diferentes formas de cultura. A comida, transcende seu significado para algo além do que satisfazer-se biologicamente. O aprendizado dos modos à mesa, os hábitos atribuídos ao ato de comer são socializados desde a infância e podem ser modificados parcial ou completamente ao se chegar à vida adulta. A antropologia a partir do século passado se interessou pelo ato de comer, pois o comportamento relativo à comida demonstra manifestaçõesculturais e sociais e causam estranhamento entre os diferentes povos. 
- Perspectivismo e etnocentrismo
O etnocentrismo é um fenômeno universal. Os indivíduos vêem o mundo através de sua cultura e têm a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Etnocentrismo é um conceito antropológico, que ocorre quando um determinado individuo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro, julgando-se melhor ou pior, seja por causa de sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias. O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes ou imorais.
O perspectivismo defende que diferentes indivíduos percebem a realidade diferentemente. É importante enfatizar que o perspectivismo se diferencia do relativismo cultural  (é um método de se observar sistemas culturais, sem uma visão etnocêntrica da sociedade vigente, de uma forma justa, tendo uma visão inclusive de nossos defeitos e não condenando-os), assim como do universalismo (união dos povos, das culturas e dos costumes). No perspectivismo o antropólogo vê a imagem de seu povo a partir de como ele próprio interpreta a sua cultura. O nativo deixa de ser visto como objeto, como alguém que não pensa e reflete sobre suas ações, sobre sua cultura, e passa a ser um sujeito que também possui suas teorias, que possui conhecimento, sua perspectiva peculiar. 
Texto
De Herbívoros a Carnívoros - A Alimentação nos Primórdios da Pré-História
As imagens iniciais do filme "2001, Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick nos colocam diante de animais com os quais dificilmente nos identificaríamos. Se parecem muito mais com os gorilas atuais do que com os seres humanos. Provavelmente a intenção do cineasta fosse causar um certo desgosto, um desconforto e uma sensação de estranheza nos espectadores. Em determinados casos inclusive, gerar uma dúvida tão grande que levasse um grande número de pessoas a ignorar o fato de que aqueles animais pudessem ser verdadeiramente identificados como parentes do Homo Sapiens.
O que podemos observar, a princípio, é que esses hominídeos caminhavam apoiando-se sobre os quatro membros (braços e pernas), tinham o corpo coberto por uma pelugem considerável, possuíam um maxilar protuberante, tinham braços alongados e, aparentemente, eram herbívoros (se alimentavam de vegetais).
Se nos detivermos mais atentamente às imagens apresentadas e aos hábitos auferidos entre os hominídeos que desfilam pela tela, perceberemos que, pelo fato de se locomoverem apoiados nos membros dianteiros e traseiros, passavam a ter uma visão de mundo reduzida e limitada, concentrando sua atenção aos caminhos por onde circulavam e, especificamente, ao solo e ao que estava no chão ou próximo a ele.
A dieta de base herbívora passa então a ser entendida como uma repercussão das limitações impostas pela locomoção desses hominídeos; junte-se a isso o fato desses seres viverem num período onde os outros animais eram consideravelmente mais fortes e robustos que eles e, passamos a compreender a predileção de nossos antepassados, nos primórdios de sua existência pela alimentação herbívora.
Há registros escritos por estudiosos (antropólogos, paleontólogos) que adicionam animais rasteiros (pequenos roedores), insetos e moluscos a dieta humana nessa fase inicial de nossa existência. Vale ressaltar, que não se tratavam, esses alimentos (roedores, insetos, moluscos), de recursos consumidos com regularidade, diferentemente das diversas espécies de raízes, folhas, gramíneas, frutas e leguminosas coletadas regularmente.
Há, no entanto, um momento específico do filme, onde surge um totem (na forma de uma pedra escura, totalmente lisa, projetando-se do solo em direção ao céu), metaforicamente utilizado para representar a transição dos hominídeos de seu estado animalesco para uma situação na qual podemos distinguir o uso de ferramentas (ossos, paus, pedras).
A modificação mais expressiva é a alteração na locomoção dos hominídeos, que deixam de ser quadrúpedes e se tornam bípedes, passando a andar apoiados apenas nas pernas. Essa alteração libera as mãos permitindo que elas possam manusear os elementos disponibilizados pela natureza com maior regularidade, apropriando-se de noções a respeito do mesmo (peso, tamanho, resistência), verificando utilizações possíveis, adaptando a suas necessidades e constituindo, dessa maneira, suas primeiras ferramentas.
A alteração na locomoção promove, também, uma alteração sensível quanto ao alcance da visão desses hominídeos. Os horizontes da humanidade se expandem consideravelmente. Os olhos dos homens, antes voltados para o restrito espaço do solo que os circundavam, desloca-se para áreas amplas, abertas, por onde trafegam outros seres, semelhantes ou diferenciados em relação a ele. Sua compreensão de mundo se amplia, lenta e gradualmente, em passos constantes e seguros.
Essas alterações implicam novidades no cotidiano e nas relações entre os hominídeos e o mundo que os cerca. Os ciclos de fome não desaparecem por completo, o que obriga os homens pré-históricos a continuar procurando alimentos em todos os espaços pelos quais circula, inclusive no chão. Não há o abandono do rastreamento no solo, por raízes, animais rasteiros, insetos ou folhas e frutos. O que ocorre é um remanejamento de funções, sendo que o trabalho de coleta passa a ser atribuição das mulheres, cabendo aos homens a caça e a pesca.
É fundamental que possamos perceber que esses acontecimentos se desenvolveram ao longo de milhares de anos e que, cada nova alteração nos hábitos dos homens pré-históricos se consolidam apenas depois da repetição dessas práticas ao longo de algumas gerações. Igualmente importante torna-se a percepção de que os acontecimentos, conjuntamente, forjaram o surgimento de comunidades cada vez mais organizadas e desenvolvidas.
A carne, por exemplo, a princípio era consumida crua. Era natural que, com o passar do tempo, tendo o homem descoberto as alterações promovidas pelo fogo nas carnes (ficavam mais macias, apresentavam um sabor mais agradável, tornavam-se mais fáceis de serem rasgadas pela dentição durante a mastigação) e, tendo se apropriado das técnicas que permitiam a produção do fogo, se regularizassem ações de cozimento.
Mas os homens pré-históricos descobriram as propriedades do fogo sobre os alimentos (mais especificamente as carnes), antes de propriamente dominarem o fogo? 
Sim, de acordo com pesquisas divulgadas nos mais recentes trabalhos de História da Alimentação, os hominídeos daquele período teriam descoberto essas reações promovidas pelo fogo em relação aos alimentos ao encontrarem carcaças de animais mortos durante incêndios nas florestas e terem se alimentado desses restos. Outra explicação relacionada ao fato apresenta os alimentos sendo cozidos em regiões que apresentavam águas quentes (fontes termais ou gêiseres).
Outras incorporações importantes que acompanharam a transição de uma alimentação herbívora para uma carnívora referem-se a revolução agrícola (que acabou com o nomadismo), a domesticação de animais, a produção e utilização de utensílios cerâmicos, de pedras lapidáveis ou mesmo de madeira para realizar o cozimento, o surgimento dos fornos para a produção de pães e assados e o surgimento de vilas, aldeias e cidades. Estávamos cruzando os limites entre a Pré-História e a História...

Outros materiais