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Currículo e a Prática Docente De maneira geral, pode-se afirmar que currículo é a seleção cultural de determinados conhecimentos e práticas de ensino-aprendizagem, que produzidos em contexto histórico determinados, procuram garantir aos educandos o direito, a riqueza de conhecimentos e de cultura produzidos socialmente. Currículo é todo planejamento, é a organização de uma instituição voltada para um bom desempenho no trabalho, é projeto, no qual se elabora as propostas a ser trabalhado, o currículo escolar deve ser elaborado com a participação de todos os docentes, pois este será usado como instrumento no seu campo de trabalho para um bom desempenho na prática docente, de acordo com a realidade do aluno. O currículo, na sua elaboração, é algo que precisa ser sempre repensado e muito bem planejado, procurando abranger sua cultura e buscar adaptá-lo a realidade do aluno envolvendo no conhecimento do novo, como os avanços tecnológicos, contemplando a todos de uma forma ampla e clara sem exclusão, como nos mostra o filósofo Luis Althusser (1983). Sobre as duas visões materializadas na escola: Uma visão de mundo que estava destinada às crianças das classes burguesas e a outra que se destinava às crianças provenientes de classes sociais subordinadas. Isso se explica com o abandono precoce das escolas por parte das crianças das classes desprivilegiadas. Em contraposição da permanência e dos níveis mais altos de ensino pelas crianças das classes dominantes, neste período as crianças aprendiam atitudes e valores próprios de sua classe, enquanto as crianças das classes subalternas aprendiam a subserviência e a obediência. Duas realidades totalmente diferentes, onde uma buscava seus próprios interesses e a outra continuava descriminada, não havendo nenhum trabalho de inclusão por parte da escola. Para o autor “a escola pregava uma falsa ideologia”, um exemplo claro de equívoco, uma ideologia que buscava privilegiar as classes dominantes. Por tanto é preciso conhecer bem o currículo para não trabalhá-lo de forma equivocada, como nos mostra a história de um aluno que a professora via como desinteressado, sem êxito algum, não gostava de desenhar e não correspondia no seu aprendizado, sugerindo o mesmo a repetir de ano, no entanto esse aluno tinha sua própria história, ele desenhava estradas nas calçadas para brincar com seus carrinhos, fazia lindos desenhos de mares, rios e barcos. Para esse aluno faltou à busca do conhecimento, da realidade do mesmo, faltou à prática do currículo, quando elaborado pensando na cultura e vivência do dia-a-dia desse aluno. O currículo não pode ser visto como um conjunto neutro de conhecimento, nem usado de forma isolada totalmente equivocada, mais sim como ação que possa ir além dos muros da escola, afinal escola e sociedade andam juntas. Como nos diz Freire: “é preciso saber o que ensinar e o que significa conhecer”. O que Paulo Freire especialmente destaca é a participação dos educandos nas várias etapas da construção do currículo, logo a escolha dos conteúdos se dá num processo dialógico entre educanados e educadores. MARIA LUCIA DO ROSÁRIO SANTOS JOSINETE SANTOS DE JESUS
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