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INTRODUÇÃO
A rubrica do Título IX da parte especial no nosso código Penal será tratado sobre as três seguintes infrações penais – Incitação ao Crime; - Apologia do Crime ou Criminoso; - Quadrinha ou Bando, crimes estes chamados de “Crimes Contra a Paz pública”.
Paz pública: Significa a necessária sensação de tranquilidade, de segurança, de paz, de confiança que a nossa sociedade deve ter. O direito que diz respeito esses crimes, busca impedir condutas que implementam segurança e medo na sociedade, ou seja, não basta o poder público garantir a incolumidade no ponto de vista objetivo, mas o sentimento coletivo de tranquilidade deve ser resguardado pelo direito. O legislador entende-se que deve criminalizar condutas consideradas atos preparatórios para outros delitos antecipando-se para punir comportamento que poderiam resultar outros crimes. Vale ressaltar que quando um dos crimes contra paz publica for praticado por motivação Política – social, o agente será penalizado pela lei de Segurança Nacional - Lei.7.170/83
Ao analisar esses crimes devemos tomar cuidado para não chegarmos em conclusões equivocadas. O código Penal, excepcionalmente, pune os chamados atos preparatórios, assim embora a primeira vista do código penal esteja aparentemente punindo um ato que bem poderia ser considerado preparatório, na verdade está punindo o agente que executou a conduta constante do núcleo do tipo. O fato em si poderia ser considerado como mera preparação. No entanto a infração Penal imputada ao agente, só será somente responsabilizado pelo fato se vier a praticar o comportamento previsto pelo tipo, ou seja, se vier verdadeiramente executa-lo. Portanto não existe punição aos atos preparatórios mais sim aos comportamentos que se amolda a proibição constante dos tipos penais.
INCITAÇÃO AO CRIME
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Incrimina-se a conduta de incitar, que significa induzir, reforçar, estimular ou provocar, publicamente, a prática de determinado crime. No crime ora analisado, o termo incitar é tomado em sentido amplo, não se limitando a ideia de reforçar, encorajar. Pela estrutura do tipo penal, o primeiro requisito para a existência do crime é que a incitação o corra publicamente, isto é, atinja um número indeterminado de pessoas em lugar público ou de acesso ao público.
O crime é de forma livre, admitindo quaisquer meios de execução, inclusive, por meio da internet como a incitação feita em uma sala de bate papo ou em sites de relacionamento como o Whatsapp ou facebook. Demais disso, como segundo requisito, a incitação deve referir-se à fato criminoso determinado. Na hipótese da incitação referir-se a fato genérico, o crime deixa de existir, como, por exemplo, a conduta de defender a legalização do aborto ou das drogas ilícitas. São exemplos do crime em questão o agente que incita a multe dão a descumprir ordem judicial de desocupação anunciada pelo oficial de justiça; que incita o povo a subtrair mercadorias de caminhão tombado etc. A incitação à prática de contravenção penal é indiferente penal. O tipo Penal ao mencionar a prática de crime, exclui a contravenção penal e a analogia in malam partem não é admitida no direito penal. A incitação ao suicídio não configura o delito do art. 286 do CP, haja vista que o suicídio em si não é crime. Contudo, se o agente induzir pessoa determinada ao suicídio e essa pessoa vir a se suicidar ou sofrer lesão corporal grave há o crime de participação em suicídio (art. 122 do CP). Da mesma forma, induzir pessoas indeterminadas à prostitui cão não caracteriza o crime de incitação ao crime, pois a prostituição em si não é crime.
 ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO
É o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de incitar, publicamente, a prática de crime. Inexiste a forma culposa, tampouco se exige elemento subjetivo do tipo específico. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consuma-se com a mera incitação, independentemente da prática futura do crime incitado. Trata-se de crime formal. Se uma das pessoas incitadas pratica o crime, o incitador responde pelo artigo 286 na condição de autos e pelo crime incitado como partícipe, em concurso formal. [1: Nesse sentido Guilherme d e Souza N Tucci (p. 937 CP Coo mentado, 7ª Ed). Ha quem só sente, porém, que o crime de incitação à o crime é absorvido pelo cor time que veio a ser praticada o por outrem.]
A tentativa somente é possível na forma escrita, já que a conduta comporta interrupção. Ex: uma pessoa faz vários panfletos para distribuir que dizem para pessoas roubarem bancos e antes de começar a entregar os panfletos, o policial confisca os panfletos e o impede – há tentativa.
 Na forma verbal, não é admitida a tentativa, pois o crime é unis subsistente.. 
AÇÃO PENAL 
O crime é infração penal de pequeno potencial ofensivo, eis que a pena máxima é inferior a 02 anos (art. 61 da Lei nº 9.099/95), assim, está sujeito ao procedimento sumaríssimo. A ação penal é pública incondicionada. 
APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO 
Art. 287 - Fazer, publica mente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime.
Pena - detença o, de três a seis meses, ou multa. 
3.1. Objeto jurídico É a paz pública. 
3.2. Sujeito ativo Qualquer pessoa (crime comum). 
3.3. Sujeito passivo É a coletividade (crime vago, de vítimas difusas)
3.4. NÚCLEO DO TIPO 
Incrimina-se a conduta de fazer apologia, que significa elogiar, exaltar, louvar, enaltecer ou fazer propaganda, publicamente, de fato criminoso ou autor de crime determinado. É preciso que atinja um número indeterminado de pessoas, assim como ocorre com a incitação de crime, pois deve ser feita publicamente.
A apologia a fatos contravencionais ou ao autor de contravenção penal estão excluídos do crime em questão, em razão da vedação da analogia in malam partem. A apologia de autor de crime deve referir-se, ainda que indiretamente, à prática do crime.
Como exemplo sujeito que vai publicamente em uma manifestação e fala: “queria aqui hoje elogiar o policial X que participou daquela chacina e matou 10 pessoas, pois bandido bom é bandido morto”.
 É preciso que haja sentença penal transitada em julgado em relação ao fato criminoso ou autor de crime para que se configure o crime do artigo 287 do CP, segundo doutrina majoritária.[2: Guilherme Nucci – p. 938; Delmanto]
A diferença entre incitação criminosa e apologia ao crime e que na incitação ao crime, a instigação é explícita e direta. Na apologia de crime ou criminoso, a incitação é implícita e indireta, recaindo sobre fato criminoso ou autor de crime. Como regra, a incitação voltas e para fatos futuros e a apologia para fatos pretéritos.
 ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO 
É o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou autor de crime. 
 CONSUMAÇÃO
Trata-se de crime formal. Consuma-se com a apologia, independentemente de pessoas virem a repetir o fato criminoso exaltado. Caso isso ocorra, o agente poderá também eventualmente, responder como participe do crime concretizado. Admite-se tentativa, desde que a apologia não seja oral, ou seja, na forma escrita, já que a conduta comporta interrupção. Na forma verbal, não é admitida a tentativa, pois o crime é unissubsistente. 
 AÇÃO PENAL 
O crime é infração penal de pequeno potencial ofensivo, eis que a pena máxima é inferior a 02 anos (art. 61 da Lei nº 9.099/95), assim, está sujeito ao procedimento sumaríssimo. A ação penal é pública incondicionada
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
Este crime se chamava formação de quadrilha ou bando, mas passou a se chamar associação criminosa.
Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes
Pena - reclusão, de um a três anos 
Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado. 
4.1. OBJETO JURÍDICO 
O bem tutelado é a paz pública. O legislador resolveupor bem antecipar o jus puniendi, erigindo a condição de crime mero ato preparatório para a prática de outros crimes. 
 4.2. SUJEITO ATIVO 
O crime de quadrilha pode ser por atiçado por qualquer pessoa (crime comum). É imprescindível, contudo, a presença de, no mínimo, 04 (quatro) pessoas, o que faz com que o crime e seja plurissubjetivo ou de concurso necessário de condutas paralelas. Contam-se nesse número os inimputáveis, desconhecidos ou até mesmo os agentes policiais infiltrados (a infiltração policial somente é admitido a na Lei de Drogas – Lei nº 11.343/06 e na Lei do Crime Organizado – Lei nº 9.034/95).
4.3. SUJEITO PASSIVO 
É a coletividade (crime vago, de vítimas difusas.)
4.4. NÚCLEO DO TIPO 
Incrimina-se a conduta de associar-se, que significa reunir, juntar, unir-se para a prática de crimes. É imprescindível que a associação seja estável quanto ao tempo e sólida quanto à estrutura. Por outro lado, é dispensável que os agentes se conheçam ou que haja hierarquia, bastando um mínimo de estrutura. No caso de elevado grau de estrutura da quadrilha configura-se a associação criminosa ou organização criminosa disciplinado pela Lei nº 9.034/95, a qual prevê a figura do flagrante retardado e da infiltração policial. Dessa forma, três são os requisitos do crime de quadrilha: 1ª) Pluralidade de pessoas – mínimo de quatro; 2ª) Associação estável e permanente; 3ª) Finalidade de cometer crimes.
 ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO 
É o dolo, acrescido da finalidade especial do cometimento de crimes. Na hipótese dos agentes se associarem para a prática de um único crime a quadrilha resta descaracterizada. Da mesma forma, s e a finalidade da quadrilha for para o cometimento de contravenções penais. Caso a finalidade seja a prática de crimes hediondos ou equiparados (salvo tráfico de dor gás), incide o art. 8º da Lei 8. 072/90, cuja pena de reclusão é de 03 a 06 anos. Por fim, se a finalidade for a prática de tráfico de drogas, incide o crime de associação criminosa (art. 35 da Lei nº 11.343/06, cuja pena de reclusão é de 03 a 10 anos), que exige, no mínimo, duas pessoas. 
4.6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consuma-se com a mera associação estável. O crime é formal. Se eventualmente os crimes visados ocorrerem, os agentes responderão pela quadrilha e pelos crimes praticados em concurso material, ou seja ainda que os integrantes venha a retirar-se posteriormente da quadrilha, tendo retirada interferindo no número mínimo exigido para concretizar o crime, já se reputa consumado o delito.
A tentativa é incabível, pois conforme anota Desmanto 
“(...) o núcleo associarem-se não permite fracionamento: ou as pessoas se associaram efetivamente para a prática de crimes, e o crime está consumado; ou não o fizeram, não passando a conduta de mera intenção ou mesmo de atos preparatórios de outros crimes.”[3: P. 832, CP comentado, Saraiva]
4.7. CAUSA DE AUMENTO DE PENA
 A pena é aplicada em dobro se a quadrilha é armada, seja arma própria ou imprópria.
CONCLUSÃO
A objetividade jurídica é a paz pública, isto é, o sentimento de segurança de toda a coletividade/sociedade. A lei visa proteger este sentimento de segurança e tranquilidade. Esses crimes são atos preparatórios de outros crimes.
Para caracterizar crime tentado é preciso que haja início de execução pelo agente, mas não haja consumação por circunstâncias alheias a sua vontade. Salvo disposição em contrário. Os atos preparatórios não são puníveis. Por exemplo, num crime de homicídio. A ideia de cometer o crime é a cogitação, a compra de veneno, por exemplo, para cometer o crime, e considerado um ato preparatório, que não pode ser punível. Em alguns casos, o legislador, em ato excepcional, define atos preparatórios como crime.

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