Buscar

LAUDA : Emissões de queimadas em Ecossistemas da América do Sul

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Faculdade de Ciência e Tecnologia – Área 1
Disciplina: Ciências do Ambiente
Professora: Claudia Ferreira
Alunos: Janilsa Maria; Luana Coelho; 
Lauda:
Emissões de queimadas em Ecossistemas da América do Sul
A queimada caracteriza-se pela queima da biomassa, por razões naturais ou humanas, onde traz como resultado primário a água e o dióxido de carbono, além de outras espécies químicas como monóxido de carbono, óxidos nitrosos, hidrocarbonetos e partículas de aerossóis. Os países em desenvolvimento são responsáveis pela maior parte das queimadas, consequentemente a maior parte das emissões produzidas. Na estação seca que atinge regiões da Amazônia e Brasil Central as queimadas provocam a emissão de carbono grafítico (black-carbon), que é a fuligem gerada na combustão. As emissões das queimadas interferem no equilíbrio climático e biogeoquímico, aumentando o efeito estufa através das emissões de metano na atmosfera, as emissões de metano são relativamente menores em relação às de CO2, mas a radioatividade do metano é muito maior, além da possibilidade de reintegração do CO2 ao meio ambiente (tal possibilidade pode ser afetada pelo desflorestamento). 
Como produto das emissões das queimadas, as partículas de aerossóis formam uma camada de fumaça sobre as regiões Norte e Centro Oeste do Brasil, a elevada temperatura no momento da queimada e o movimento das nuvens contribuem para lançar esses poluentes à troposfera, fazendo com que essas emissões sejam transportadas para regiões distantes da onde foram emitidos. Com isso, a repercussão das emissões não afeta apenas o local onde ocorreu a queimada, mas modifica toda a composição e propriedades físicas e químicas da atmosfera da América do Sul. Dessa forma ocorre o aquecimento da atmosfera, pois a quantidade de radiação absorvida pela superfície terrestre é menor, alterando o balanço radioativo.
Além das conseqüências diretas que as emissões de queimadas geram, o balanceamento da radiação e o ciclo hidrológico podem ser afetados indiretamente pelo aumento de partículas de aerossol que promovem alterações no espectro de gotas de nuvens, geradas com menor tamanho e em maior número. Maiores quantidades de gotas reflete mais radiação solar e tamanhos menores favorecem menos a produção de chuva. Por outro lado, a estabilização termodinâmica conseqüente da relação entre as partículas de aerossóis e a radiação solar impede a formação de nuvens. Todos esses fatores diretos e indiretos afetam não só o local onde são geradas as queimadas, mas abalam todo o ecossistema em escala mundial. O deslocamento das emissões das queimadas para regiões distantes de onde foram geradas modifica os ciclos biogeoquímicos e afetam a biota marinha através da redução da radiação solar na superfície dos oceanos.
Na queimada existe quatro estágios de progressão: ignição, chamas, brasas e extinção. A ignição depende do tipo da biomassa, umidade, temperatura, vento. As chamas caracterizam-se pela decomposição através das altas temperaturas rompendo moléculas que constituem a biomassa. O estágio de brasas é representado pela diminuição da temperatura necessária para manter as chamas, entrando numa etapa mais “fria”. A diminuição da temperatura no interior da chama reduz a produção de CO2, gerando uma grande quantidade de compostos com oxidação incompleta, como o CO, e fazendo desse estágio o responsável pela maior parte do material particulado gerado na queimada. Na extinção, vários fatores influenciam para que este estágio tenha sucesso, a diminuição da quantidade de biomassa, resfriamento radioativo, baixa disponibilidade de oxigênio, dentre outros fatores ambientais. A evolução dos estágios da queimada depende de vários elementos, um dos mais importantes trata-se da quantidade de água na biomassa, já que a energia para vaporizá-la vem da energia produzida pela queima, determinando a fase, de chamas ou de brasas, que será mais atuante no processo. O clima também influencia na quantidade de massa disponível para queima, além do tempo, a temperatura, umidade, vento, determinam as condições e o comportamento do fogo. As fases de brasas e chamas produzem os maiores números de compostos e materiais emitidos, respectivamente. O CO2 é o principal material emitido na fase de chamas, já o material particulado é emitido nas duas fases, sendo sua composição e tamanho relacionados ao estágio onde foram gerados.
Os principais compostos, gerados pelas queimadas no cerrado do Brasil central e na floresta amazônica brasileira, CO, NO, CO2, além de material particulado foram analisados, estimando fatores de emissão para cada um deles, ou seja, a quantidade de emissão do composto em função da quantidade de biomassa queimada, além de dividir a quantidade de biomasa consumida em cada estágio. Com isso, quase toda a biomassa é queimada durante o estágio de chamas no cerrado, já na floresta primária a partição é em torno de 50%. A pesar dessas análises, as estimativas de biomassa queimada não dão certeza, dificultando o cálculo da quantidade de material que é emitido na atmosfera. Através da tecnologia de sensoriamento remoto é possível monitorar eventos como detecção de foco de queimadas, acompanhando a variabilidade do número e extensão de focos e possibilitando a análise do movimento e extensão em grande escala da fumaça. Também existe o aperfeiçoamento de técnicas de sensoriamento remoto com o objetivo de observar e quantificar os efeitos dos produtos emitidos.
Os gases e partículas emitidos pelas queimadas possuem temperaturas superiores às da atmosfera, com isso têm a capacidade de pairar verticalmente para cima, chegando a alturas determinadas pela estabilidade termodinâmica e pela interação entre a fumaça e o ambiente. Na direção horizontal os materiais são transportados através do vento em direção ao fluxo da atmosfera. Ao chegar à troposfera os poluentes são transportados com mais eficácia para regiões distantes dos locais de emissão, fazendo com que o problema local se torne global.
Sabe-se que as emissões produzidas pelas queimadas atinge locais distante de onde foram geradas e soma-se à poluição advinda pela ocupação urbana e atividades industriais. Por isso é importante entender que as queimadas e suas emissões ocorrem numa escala muito maior que a local, emitindo grandes quantidades de poluentes na atmosfera e impactando no processo de mudanças climáticas do planeta.

Outros materiais