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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA UNESP - Campus de Bauru/SP FACULDADE DE ENGENHARIA Departamento de Engenharia Civil 2117 - ESTRUTURAS DE CONCRETO I FUNDAMENTOS DO CONCRETO ARMADO Prof. Dr. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS BASTOS (wwwp.feb.unesp.br/pbastos) 2 INTRODUÇÃO Principal norma brasileira para projeto de estruturas de Concreto Armado e Concreto Protendido: NBR 6118/2014 “Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento”. Aplica-se a estruturas com concretos normais, com massa específica seca maior que 2.000 kg/m3, não excedendo 2.800 kg/m3, do grupo I de resistência (C20 a C50), e do grupo II de resistência (C55 a C90), conforme a NBR 8953. 3 Outras normas importantes: - MC-90 - COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON (CEB) - Eurocode 2/2005 - EUROPEAN COMMITTEE STANDARDIZATION - ACI 318/11 - AMERICAN CONCRETE INSTITUTE 4 cimento, água, agregados miúdo e graúdo, aditivos e adições. Pasta = cimento + água COMPOSIÇÃO DO CONCRETO ARMADO 5 Argamassa = pasta + agregado miúdo Concreto simples = argamassa + agreg. graúdo 6 “elementos estruturais elaborados com concreto que não possui qualquer tipo de armadura ou que a possui em quantidade inferior ao mínimo exigido para o concreto armado.” “Elementos de concreto simples estrutural” 7 Primeiros materiais empregados nas construções: pedra natural, madeira e ferro. Pedra resistência à compressão e durabilidade muito elevadas. Madeira razoável resistência, mas durabilidade limitada. Ferro resistências elevadas, mas requer produtos protetores para apresentar durabilidade. 8 http://www.fmschmitt.com/travels/England/london/londonwall/towerhill.html Figura – Ruína de construção antiga em rocha. 9 http://www.flickr.com/photos/luisbravo/2282791148/sizes/o/in/photostream/ Figura – Construção antiga em rocha. 10 http://www.englishoakbuildings.com/2012/01/30/ medieval-harmondsworth-barn-bought-by-english- heritage/ Figura – Madeira em construções antigas. 11 http://www.dreamstime.com/stock-photography-medieval-houses- image3023122 Figura – Madeira em construções antigas. 12 http://www.dreamstime.com/royalty-free-stock-images- medieval-prison-image25605469 http://www.castlewales.com/caerphil.html Figura – Metal em construções antigas. 13 Concreto Armado = concreto simples + armadura 14 Concreto Armado Alia as qualidades da pedra (resistência à compressão e durabilidade) com as resistên- cias do aço, com as vantagens de poder assumir qualquer forma com rapidez e facilidade e proporcionar a necessária proteção do aço contra a corrosão. 15 CONCEITO DE CONCRETO ARMADO Alta resistência às tensões de compressão; Baixa resistência à tração (cerca de 10 % da resistência à compressão); Obrigatório juntar uma armadura (aço) ao concreto. CONCRETO ARMADO: o concreto absorve as tensões de compressão e as barras de aço, convenientemente dispostas, absorvem as tensões de tração. 16 Porém, é imprescindível a aderência entre os dois materiais: real solidariedade entre o concreto e o aço, para o trabalho conjunto, tal que: s = c 17 Concreto Armado = concreto simples + armadura + aderência 18 Figura – Vergalhão de aço inserido no concreto. Estudo com resina. http://dc362.4shared.com/doc/9SFT7m6h/preview.html 19 “aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre concreto e armadura, e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência”. “Armadura passiva”: “qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de protensão, isto é, que não seja previamente alongada”. “Elementos de Concreto Armado”: Uma viga de concreto simples (sem armadura) rompe bruscamente logo que aparece a primeira fissura, após a tensão de tração atuante igualar a resistência do concreto à tração. Entretanto, colocando-se uma armadura convenientemente posicionada na região das tensões de tração, eleva-se significativamente a capacidade de carga da viga. Figura 1 - Viga de Concreto Simples (a) e Armado (b). COMPRESSÃOCONCRETO TRAÇÃO FISSURAS ARMADURA 21 Idéia básica: aplicar tensões prévias de compressão nas regiões da peça que serão tracionadas pela ação do carregamento externo aplicado. Objetivo: diminuir ou anular as tensões de tração. São diversos os sistemas de protensão. CONCEITO DE CONCRETO PROTENDIDO 22 “aqueles nos quais parte das armaduras é previamente alongada por equipamentos especiais de protensão, com a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os deslocamentos da estrutura, bem como propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta resistência no estado-limite último (ELU).” “Elementos de concreto protendido”: “Armadura ativa (de protensão)”: “armadura constituída por barras, fios isolados ou cordoalhas, destinada à produção de forças de protensão, isto é, na qual se aplica um pré-alongamento inicial.” 23 O aço de protensão é fixado numa das extremidades da pista de protensão, e na outra extremidade um cilindro hidráulico estira (traciona) o aço, nele aplicando uma tensão de tração pouco menor que a tensão correspondente ao limite elástico. Em seguida, o concreto é lançado na fôrma, envolve e adere ao aço de protensão. Após o endurecimento e decorrido o tempo necessário para o concreto Sistema de pré-tensão: 24 adquirir resistência, o aço de protensão é solto (relaxado) das ancoragens e, como o aço tende elasticamente a voltar à deformação inicial (nula), ele aplica uma força (de protensão) que comprime o concreto de parte ou de toda a seção transversal da peça. Esse processo de aplicação da protensão é geralmente utilizado na produção intensiva de grandes quantidades de peças, geralmente em pistas de protensão. Sistema de pré-tensão: 25 cilindro hidráulico ("macaco") armadura de protensão fôrma da peça pista de protensão bloco de reação ancoragem passiva Figura – Aplicação de protensão com pré-tensão. 26 Na pós-tensão primeiramente é fabricada a peça de concreto, contendo dutos (bainhas) ao longo do comprimento da peça, para serem posteriormente preenchidos com o aço de protensão, de uma extremidade a outra da peça. Quando o concreto apresenta a resistência suficiente, o aço de protensão, fixado numa das extremidades da peça, é estirado (tracionado) pelo cilindro hidráulico na outra extremidade, Sistema de pós-tensão: 27 com o cilindro apoiando-se na própria peça. Esta operação provoca a aplicação de uma força que comprime o concreto de parte ou de toda a seção transversal na peça. Terminada a operação de estiramento, o próprio cilindro hidráulico fixa o aço na extremidade da peça. Posteriormente a bainha pode ser preenchida com nata de cimento para criar aderência entre o aço e o concreto da peça. Sistema de pós-tensão: 28 Figura – Aplicação de protensão com pós-tensão. a) Peça concretada duto vazado Ap Ap b) Estiramento da armadura de protenção c) Armadura ancorada e dutospreenchidos com nata de cimento 29 Figura 15 - Sistema de protensão pós-tensão (Dywidag, 2000). 30 FISSURAÇÃO NO CONCRETO ARMADO - A armadura tracionada pode alongar-se até 10 ‰ (10 ‰ = 1 % = 10 mm/m). O concreto, aderente à armadura, fissura sob tal alongamento. Armadura longitudinal dez fissuras com abertura de 1 mm + 1 m = 10 ‰ Diagrama de deformações sd,máx Estribo 31 - Eliminar completamente as fissuras seria antieconômico, pois teria-se que aplicar tensões de tração muito baixas na peça e na armadura. As fissuras devem ser limitadas a aberturas aceitáveis ( 0,3 mm) em função do ambiente, e que não prejudiquem a estética e a durabilidade. - Dispor barras de diâmetros pequenos e distribuídas (fissuras capilares, não levando ao perigo de corrosão ao aço). - Retração também origina fissuras. Fazer cuidadosa cura nos primeiros dez dias de idade do concreto e utilizar armadura suplementar (armadura de pele) quando necessário. 32 Figura – Fissuras em uma viga após ensaio experimental em laboratório. 33 BREVE HISTÓRICO DO CONCRETO ARMADO - Cal hidráulica e cimento pozolânico (vulcânico) aplicados como aglomerante pelos romanos. - Primeira associação de um metal à argamassa de pozolana na época dos romanos. Figura – Panteão romano. 34 Figura – Coliseu romano. 35 - O cimento Portland foi descoberto na Inglaterra em 1824. - Em Paris (1770), associou-se ferro com pedra para formar vigas como as modernas, com barras longitudinais na tração e barras transversais ao cortante. - O cimento armado surgiu na França (1849) - barco de Lambot. Construído com telas de fios finos de ferro preenchidas com argamassa (sem sucesso comercial). - 1861, francês Mounier fabricou vasos de argamassa de cimento com armadura de arame, reservatórios e ponte (vão = 16,5 m). 36 - 1850, americano Hyatt fez ensaios e vislumbrou a verdadeira função da armadura no trabalho conjunto com o concreto. - Hennebique (França) foi o primeiro após Hyatt a compreender a função das armaduras no concreto. “Percebeu a necessidade de dispor outras armaduras além da armadura reta de tração. Imaginou armaduras dobradas, prolongadas em diagonal e ancoradas na zona de compressão. Foi o primeiro a colocar estribos com a finalidade de absorver tensões oriundas da força cortante e o criador das vigas T, levando em conta a colaboração da laje como mesa de compressão”. 37 - Os alemães estabeleceram a teoria mais completa do novo material, baseada em experiências e ensaios. “O verdadeiro desenvolvimento do concreto armado no mundo iniciou-se com Gustavo Adolpho Wayss”. - A primeira teoria realista (consistente) sobre o dimensionamento das peças de concreto armado surgiu em 1902, por E. Mörsch, engenheiro alemão, professor da Universidade de Stuttgart (Alemanha). Suas teorias resultaram de ensaios experimentais, dando origem às primeiras normas para o projeto de estruturas em concreto armado. 38 NO BRASIL Rio de Janeiro: - Construção de galerias de água em cimento armado - 47 m e 74 m de comprimento (1901). Construídas casas e sobrados no (1904). - Construída a ponte na Rua Senador Feijó, com vão de 5,4 m (1909). Construção de uma ponte com 9 m de vão, com projeto e cálculo de François Hennebique (1908). 39 São Paulo: - Construída em Socorro uma ponte de concreto armado com 28 m de comprimento, na Av. Pereira Rebouças sobre o Ribeirão dos Machados (1910 - existe ainda hoje em ótimo estado de conservação). http://martaiansen.blogspot.com.br/2010/04/primeira-ponte-de- concreto-armado-no.html 40 São Paulo: - Primeiro edifício (1907/1908 - um dos mais antigos do Brasil em “cimento armado”), com três pavimentos. - A partir de 1924 os cálculos estruturais passaram a serem feitos no Brasil, com destaque para o engenheiro Emílio Baumgart. 41 - Marquise do Jockey Clube do Rio de Janeiro, com balanço de 22,4 m (recorde mundial em 1926); Recordes do Brasil no Século Passado Figura – Marquise do Jockey Club do Rio de Janeiro. 42 - Ponte Presidente Feliciano Sodré em Cabo Frio, em 1926, com arco de 67 m de vão (recorde na América do Sul); Figura – Ponte em Cabo Frio. 43 - Edifício “A Noite” no Rio de Janeiro em 1928, com 22 pavimentos, o mais alto do mundo em concreto armado, com 102,8 m de altura, projeto de Emílio Baumgart; Figura – Edifício A Noite em construção e em uso. Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire (Copacabana Palace). 44 Figura – Edifício A Noite. Hoje é sede do INPI. 45 - Edifício Martinelli (São Paulo - 1925), com 106,5 m de altura (30 pavimentos – recorde mundial); Figura – Edifício Martinelli em S.Paulo. 46 - Elevador Lacerda (Salvador - 1930), com altura total de 73 m; - Ponte Emílio Baumgart – “dos Arcos” (Indaial/SC, 1926), com 175 m de comprimento e 6 m de largura. Figura – Ponte Emílio Baumgart. http://www.indaial.com.br/saudosa-indaial/2013/8/15/19251926-a-histria-da-ponte-emlio-baumgart-dos-arcos 47 Figura – Inauguração da Ponte Emílio Baumgart em 1926. Figura – Ponte Emílio Baumgart em teste de carga. http://www.indaial.com.br/saudosa-indaial/2013/8/15/19251926-a-histria-da-ponte-emlio-baumgart-dos-arcos
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