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Cad. Unisuam Pesqui . Ext . | R io de Janeiro | v.4 | n .1 | p . 32-40 | jan./ jun.2014
CADERNOS
de Pesquisa e Extensão
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de Pesquisa e Extensão
GESTÃO DE MATERIAL EM UM ARMAZÉM E
SUA IMPORTÂNCIA PARA A EMPRESA
Juliana Carvalho de Faria
Aluna do Curso de Graduação em Logística do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro, Brasil
julicarvalho@yahoo.com.br
Leandro Soares
Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Professor do Curso de Logística do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro, Brasil
leandrosilva@unisuamdoc.com.br
RESUMO
É muito importante para a empresa que os seus gestores conheçam e usem da melhor forma 
possível seus estoques. É nele que estão todos os recursos fundamentais para formação de 
capital, seja matéria-prima ou produtos acabados, que são armazenados. Saber controlar a 
entrada e saída, baixando o máximo possível o número de avarias e perdas, ou seja, ter o estoque 
sobre controle significa baixar os custos e melhorar o tempo de gerenciamento e entrega dos 
pedidos, uma das características e funções essenciais de um profissional de logística.
Palavras-chave: Importância. Armazém. Capacitação. Profissional. Gestão de material.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância de um armazém para a empresa 
e como é necessário que ela tenha um profissional capacitado para controlar a movimentação 
e armazenagem dos seus produtos, pois é nesse armazém que todos os recursos fundamentais 
para formação de capital (insumos ou acabados) são armazenados, a fim de agilizar o lead time 
dos pedidos e assim melhorar o nível de serviço ao cliente. Sendo assim, iremos analisar o que 
representa a entrada de mercadorias, sua movimentação dentro do armazém e especificar seu 
controle de saída. Serão utilizadas bibliografias para fundamentar esta pesquisa.
2 DESENVOLVIMENTO
Pelo ponto de vista do moderno operador logístico, pode-se definir armazenagem como a 
gestão econômica necessária para manter estoques de mercadorias pertencentes a terceiros. Isso 
engloba todas as funções de localização, dimensionamento da área, arranjo físico, recuperação 
do estoque e configuração do armazém. 
É possível afirmar que o conceito de armazenagem tem início com a observação pelo 
homem da alternância entre períodos de fartura e de escassez e está relacionado à necessidade 
de abastecimento dos povos. A armazenagem foi estabelecida no exato momento em que o ser 
humano primitivo descobriu que podia guardar para o uso futuro os produtos excedentes às 
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suas necessidades atuais, ou ainda permutá-los com outros produtos dos quais não dispunha 
(escambo). Esta referência já existe desde o antigo testamento.
Disse José: Deus revelou ao Faraó o que vai fazer. As sete vacas belas são sete anos. E as 
sete vacas magras e feias, são sete anos. Vão chegar sete anos de grande abundância 
a todo território do Egito. Mas sete anos de fome surgirão a seguir, de modo que toda 
a abundância desaparecerá do Egito e a fome devastará o país. Que o faraó nomeie 
comissários para o país e lance o imposto de um quarto sobre as colheitas durante 
os sete anos de abundância. Que se acumule toda a alimentação desses anos férteis 
que se aproximam; que se armazene trigo nas mãos do Faraó, para abastecimento 
das cidades, mantendo-o como reserva. Essas provisões serão um recurso para o 
país durante os sete anos de fome que irão chegar, para que o país não pereça pela 
fome. A terra, durante os sete anos de fertilidade, produziu colheitas abundantes. 
Acumularam-se as provisões e abasteceram-se as cidades. José acumulou trigo como 
a areia do mar, em tão grande quantidade que o deixaram de medir. Terminados os 
sete anos de abundância, sobrevieram os sete anos de fome. Houve fome em todos os 
países, mas no Egito havia pão. (Gênesis)
A história da armazenagem confunde-se com a história do comércio entre os povos. 
Historicamente, aqueles que se dedicaram ao comércio obtiveram hegemonia entre os demais povos 
que lhes foram contemporâneos. Para isto tiveram obrigatoriamente que aprender a armazenar.
Os primeiros depósitos que se tem notícia foram construídos pelos egípcios, cerca de 3.000 
a.C, com o objetivo de armazenar os papiros e o trigo excedentes, produzidos no fértil Vale do Nilo, 
para posteriormente carregá-los em navios e trocá-los pelas preciosas madeiras do Líbano.
Na qualidade de seus discípulos, os fenícios aprenderam com os egípcios a arte náutica 
e durante mais de 2.000 anos estabeleceram inúmeras colônias ao longo do Mediterrâneo, 
dominando uma extensa rede de colônias, com base nos armazéns e entrepostos comerciais 
que implantavam.
Assim, ao longo de toda nossa história até os dias de hoje, a armazenagem vem se 
desenvolvendo e tomando vulto como ramo de conhecimento independente e complexo.
2.1 A importância da armazenagem
À medida que os blocos econômicos vão se consolidando, o mundo torna-se mais receptivo 
ao conceito de globalização da economia. Neste contexto de diversificados fluxos e tipos de 
mercadorias, são inúmeros os fatores que compõem o custo final das operações, devendo este 
ser necessariamente racionalizado para se obter preços competitivos, de modo a disputar o 
mercado global. A incessante busca pela redução de custos passou a ser parâmetro para obter 
competitividade em um cenário de um comércio nacional e internacional cada vez mais intenso. 
As operações de armazenagem não fogem a essa regra. Vêm adquirindo grande 
importância, não apenas como amortecedor destinado a equilibrar produção com demanda, 
sobretudo para garantir continuidade à cadeia de suprimentos, agregando valor na oferta 
de serviços diferenciados aos clientes, como por exemplo, a redução dos níveis de avarias, a 
obtenção de registros confiáveis, disponibilidade de acesso on-line, rastreamento via satélite, 
roteirização e outros serviços incorporados pelo desenvolvimento tecnológico.
Se pretendermos gerir operações de armazenagem de forma profissional e eficiente, o 
ponto de partida consiste em compreender as motivações, procedimentos e necessidades dos 
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clientes: como se dão os seus processos industriais, de que tipo de armazenagem necessitam 
e em que circunstâncias essa operação se entrelaça com os demais elementos da cadeia de 
transporte e distribuição física. A partir daí, constatamos o importante papel desempenhado 
pelos terminais de carga ao longo de todo o fluxo, não somente como portas de entrada e saída, 
mas também como centros de armazenagem, consolidação e distribuição de produtos. Portanto, 
não deve causar admiração que a eficiência da armazenagem exerça considerável influência 
sobre a quantidade de carga neles movimentada.
Pode-se definir a missão da armazenagem como o compromisso entre os custos e a melhor 
solução para as empresas. Na prática isto só é possível se tiver em conta todos os fatores que 
influenciam os custos de armazenagem, bem como a sua importância relativa (CASADEVANTE Y 
MÚJICA, 1974, p. 26).
De forma a ir ao encontro das necessidades das empresas, e uma vez que os materiais têm 
tempos mortos ao longo do processo, estes necessitamde uma “armazenagem racional e devem 
obedecer a algumas exigências” (CASADEVANTE Y MÚJICA, 1974, p. 22):
Quantidade: a suficiente para a produção planejada;
Qualidade: a recomendada ou pré-definida como conveniente no momento da sua 
utilização;
Oportunidade: a disponibilidade no local e momento desejado;
Preço: o mais econômico possível dentro dos parâmetros mencionados.
(CASADEVANTE Y MÚJICA, 1974, p. 23, grifo nosso).
2.2 Vantagens
A armazenagem, quando efetuada de uma forma racional, poderá trazer inúmeros 
benefícios, os quais se traduzem diretamente em reduções de custos. 
Redução de risco de acidente e consequente aumento da segurança; satisfação e 
aumento da motivação dos trabalhadores;
Incremento na produção e maior utilização da tecnologia; melhor aproveitamento 
do espaço; redução dos custos de movimentações bem como das existências; 
facilidade na fiscalização do processo e consequente diminuição de erros; redução 
de perdas e inutilidades; versatilidade perante novas condições. (CASADEVANTE Y 
MÚJICA, 1974, p. 28).
2.3 O equilíbrio da armazenagem
A armazenagem é uma conveniência econômica, em vez de uma necessidade, no sistema 
logístico. As mercadorias podem ser colocadas em pontos de demanda, sem a necessidade de 
instalações de armazenagem (e estoques). No entanto, o efeito pode ser a programação péssima 
da produção, o serviço péssimo ao usuário e o uso ineficiente dos serviços de transporte, o 
que contribui para as perdas de rendimentos ou para o aumento de despesas. Os modelos de 
consumo sazonal ou incerto, as variações nos níveis de produção, as flutuações e incertezas no 
preço das mercadorias, junto com o alto custo de resposta instantânea às condições econômicas 
incertas, são as razões básicas de um sistema de armazenagem.
A necessidade de um sistema de armazenagem pode ser resumida em três linhas, segundo 
Moura (2008, p. 7): 
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a) considerações sobre o serviço ao usuário; 
b) considerações sobre o produto; e 
c) proteção contra expectativas futuras.
2.4 Fatores que afetam a armazenagem
Esta seção aborda os fatores que afetam a armazenagem. 
2.4.1 O material
É considerado o objetivo da armazenagem. Verificar sua utilização, consumo, embalagem 
e condições físico-químicas, que são determinantes das soluções que serão adotadas.
2.4.2 A espera
É a causa da armazenagem; consome tempo e é aplicável em diversos aspectos do material.
2.4.3 O estoque
É a quantidade e a localização física do material.
2.4.4 O fluxo
É a combinação de rotas, frequências e informações.
2.4.5 A unitização
É a combinação dos meios de proteção e serviço à movimentação e espera dos materiais.
2.4.6 O espaço
É a condição necessária para estocagem, movimentação, distribuição e realização de 
serviços complementares.
2.4.7 O pessoal
É o fator executante das diversas tarefas do processo de armazenagem.
2.4.8 A evolução
É o conjunto de variáveis que afetam, em termos futuros, as soluções adotadas. Isso 
implica em um projeto flexível de forma a adaptar-se às possíveis mudanças de situação.
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2.5 Custos
Na armazenagem os custos envolvidos são geralmente fixos e indiretos, percebendo-se 
desde logo a dificuldade da gestão das operações e principalmente o impacto dos custos. Por 
outro lado, a alta parcela dos custos fixos na armazenagem potencia a que os custos sejam 
proporcionais à capacidade existente no armazém, isto é, independentemente de este estar 
vazio ou cheio, os custos continuarão os mesmos, uma vez que o espaço, os trabalhadores, os 
equipamentos e outros investimentos continuam a existir. Na análise de custos “deve-se começar 
pela identificação dos itens responsáveis, que podem ser equipamentos, aluguéis de armazém e 
outros, e prosseguir com o cálculo dos mesmos” (DIAS, 2005, p. 191).
2.6 Princípios básicos da armazenagem 
Geralmente são usados princípios e regras pelos engenheiros nos projetos de sistemas. 
(MOURA, 2008, p. 11-12). E os de armazenagem não são exceções.
2.6.1 Princípio da integração das operações
A melhor armazenagem é a que está totalmente integrada com os meios e as necessidades 
da empresa, funcionando como um todo.
2.6.2 Princípio do estoque econômico
A melhor armazenagem é a que se obtém quando a frequência de estoque e sua reposição 
originam custos mínimos.
2.6.3 Princípio do fluxo de materiais
Estabelecer uma sequência operacional e um layout das instalações para minimizar o 
fluxo de materiais.
2.6.4 Princípio da distância mínima
Este é um caso particular do princípio anterior, quando ocorrem frequências iguais de 
materiais.
2.6.5 Princípio de carga completa
Utilizar, da melhor maneira, o equipamento de movimentação, planejando racionalmente 
as cargas, visando utilizar a sua capacidade máxima. Esta capacidade pode ser definida por 
limitações de peso ou volume do material. O custo da movimentação com um equipamento é 
praticamente o mesmo com qualquer carga. Quanto mais completa for a carga, menores serão 
os custos unitários.
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2.6.6 Princípio da ocupação do espaço
A armazenagem é ótima quando utiliza, de modo efetivo, todo o espaço disponível na 
superfície e na altura. Todo o espaço custa e sua utilização efetiva reduz os custos unitários, além 
de permitir armazenagem de mais material pelo mesmo custo total do armazém. 
2.6.7 Princípio da satisfação e da segurança
Em igualdade com as condições anteriores, será sempre mais efetiva a armazenagem que 
traga mais satisfação e segurança para o pessoal.
2.6.8 Princípio da flexibilidade
A armazenagem deve ter flexibilidade para que possa sofrer mudanças e adaptar-se à 
evolução das necessidades com custos menores.
2.7 Função dos armazéns 
Com referência à função, os armazéns podem ser divididos em: primários, de produtos 
acabados e intermediários. (MOURA, 2008, p. 14)
Quanto aos primários, temos aqueles com a finalidade, de acordo com a empresa, de 
estocar materiais para a linha de produção, sendo divididos em almoxarifados de materiais de 
uso comum e de matérias-primas e embalagens.
Dentro da problemática das plantas industriais, as características mais importantes, quanto 
ao funcionamento, dos almoxarifados de materiais de uso comum são: grande diversidade 
de materiais, escasso volume do material existente, consumo aleatório, prazos de entrega 
irregulares, rotação de estoques, escassez de mão-de-obra não qualificada, por não existir 
volume de trabalho que exija grandes esforços físicos – e alta percentagem de mão-de-obra 
qualificada – visto que há necessidade de uma certa especialização para o setor de recebimento 
de materiais, disposição de espaços, despachos e confecção de etiquetas, entre outros.
Ainda dentro dos armazéns primários, temos os de matérias-primas e embalagens, que 
apresentam como características importantes para seu funcionamento escassa diversificação 
de produtos, grandes volumes de matérias-primas, consumos regulares, prazos regulares 
e programados e abundância de mão-de-obra não qualificada,utilizada na descarga e na 
armazenagem, ainda que a existência de equipamentos de movimentação possa diminuí-la. Por 
outro lado, os operadores de empilhadeiras, ou equipamentos similares, devem ser considerados 
como mão-de-obra qualificada.
O armazém de produtos acabados, como o próprio nome diz, é destinado à guarda dos 
produtos saídos da linha de produção, que são estocados para atender à demanda.
Paralelamente a estes dois tipos de armazéns, podem existir os intermediários, ou de 
produtos semiacabados, que não podem ser comercializados diretamente, constituindo-se em 
um passo intermediário na linha de produção.
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2.8 Relação com outras áreas da empresa 
A gestão do armazém deve ser considerada como uma parte vital no contexto geral do 
funcionamento da empresa. Por esta razão, a função da armazenagem não deve ser considerada 
em rígido isolamento, mas sim ser estudada de modo que possa combinar e coordenar-se 
facilmente com a atividade de todos os demais setores da empresa, tanto do ponto de vista 
organizacional como de procedimento.
Uma importante relação é a que existe entre a função de armazenagem e a financeira. Não 
é difícil ver a relação, direta ou indireta, existente entre os problemas do nível de estoques de 
materiais, a consequente dimensão e organização dos armazéns e os problemas de investimento 
e disponibilidade de capital.
As funções contábeis e administrativas incidem diretamente na vida dos armazéns. A 
função contábil participa do controle dos estoques, recolhendo dados fundamentais para a 
elaboração da contabilidade e dos balanços, e para a sua interpretação, com a finalidade de 
controlar o desenvolvimento da empresa. A função administrativa desenvolve suas relações com 
os armazéns quando organiza as atividades destes com a finalidade de que possam cumprir suas 
tarefas, respeitando as normas vigentes tanto em nível de empresa como em nível nacional.
A função técnica está relacionada com a de armazenagem na medida em que estuda a 
organização física e os critérios de funcionamento dos armazéns. Podemos indicar, concretamente, 
os problemas de sistematização dos transportes internos, de estudo e disposição das estanterias, 
de outras instalações similares etc.
Por tudo isso, deduz-se claramente o conteúdo e a importância das relações entre 
a armazenagem e as funções de produção e vendas. Sob um ponto de vista geral, pode-se 
dizer que a armazenagem deve ser entendida, em nível funcional, como uma das funções 
básicas no âmbito da planificação da empresa, vista como desenvolvimento de previsões 
operacionais. Também podemos examinar as relações, diretas e indiretas, existentes entre 
o armazém e o resto dos ciclos de atividades da empresa. Podemos sintetizar assim os 
principais aspectos onde é possível descobrir, no âmbito de uma política empresarial única, 
a existência de relações diretas ou indiretas entre a armazenagem e as demais unidades da 
empresa: (MOURA, 2008, p. 16)
a) organização das compras, com determinação racional do ciclo de fornecimento;
b) identificação e aplicação dos lotes mais econômicos, para o fornecimento e a expedição; e
c) escolha das técnicas de rotatividade das mercadorias, para resolver possíveis problemas 
de obsolescência, eliminando sobras.
2.9 A importância do profissional qualificado na empresa
O atual cenário econômico faz com que as empresas tenham, cada vez mais, a necessidade 
de criar novos meios de reduzir custos, pois esta é, na maioria das vezes, a única forma de 
enfrentar a concorrência e se manter no mercado. 
A crise econômica vem trazendo mudanças gigantescas na forma de as organizações 
administrarem seus recursos, tendo em vista a necessidade de cortes significativos para 
conseguirem se manter vivas no mercado. 
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Neste contexto, fica cada vez mais evidente a importância do profissional responsável pela 
administração financeira e logística da empresa, sendo de grande importância a gestão eficiente 
de recursos, de forma a dinamizar o processo e evitar que a organização passe por turbulências, 
facilitando sua solidificação na nova economia. É por meio de um bom entendimento 
administrativo, do conhecimento na área financeira e nos conceitos básicos relacionados ao 
controle de custos que a empresa poderá obter bons resultados financeiros.
A administração do controle de estoque deve minimizar o capital total investido em 
estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente, uma vez que o custo financeiro também 
se eleva. Uma empresa não poderá trabalhar sem estoque, pois sua função amortecedora entre 
vários estágios de produção vai até a venda final do produto. Por meio do controle do estoque, o 
profissional qualificado pode controlar os desperdícios, desvios, bem como apurar o demasiado 
investimento, o qual também prejudica o capital de giro.
Os objetivos dos departamentos de compras, de produção, de vendas e financeiro deverão 
ser conciliados pela administração de controle de estoques, sem prejudicar a operacionalidade 
da empresa. A responsabilidade da divisão de estoques já é antiga; os materiais caem sobre o 
almoxarife, que zela pelas reposições necessárias.
Na administração moderna, a responsabilidade dos estoques fica sob uma única pessoa, 
o profissional de logística. Os departamentos tradicionais ficam livres desta responsabilidade e 
podem dedicar-se à sua função primária. 
 O controle de estoque tem também o objetivo de planejar, controlar e replanejar o 
material armazenado na empresa. 
3 LOCUS DA PESQUISA
A Comdip Comercial Distribuidora de Peças Ltda. é uma empresa com 19 anos de atuação 
no ramo de distribuição de autopeças no mercado nacional, sendo considerada uma das 
principais no ramo no estado do Rio de Janeiro, por pesquisa realizada pelo Jornal Brasil Peças.
A empresa possui hoje matriz no Rio de Janeiro e filiais nos estados de São Paulo, Minas 
Gerais, Bahia e Espírito Santo, todas interligadas simultaneamente, distribuídas nas bases acima.
Entre seus principais fornecedores estão: Magneti Marelli, TRW, Bosch, Metal Leve, Varga, 
Spicer, Nakata, Monroe Axios, Valeo, Mann Filter, Philips, NGK, Spaal, Suporte Rei, Siemens VDO, 
Continental, WIX Filters, Schadek, ZFSachs, Wabco, Vetore, Dyna, Driveway, Fag, Ina, Fras-le, 
Fremax, Grazzimetal, entre outros.
Seu armazém tem aproximadamente 5.000 m², altura aproximada de 7 m, 6 esteiras, 
cada uma com leitor de código de barras, 3 paleteiras e uma média de 35 funcionários entre os 
setores de recebimento, endereçamento, separação, conferência e expedição.
No caso da Comdip, que emite centenas de notas fiscais por dia, é importantíssimo ter um 
estoque completo para garantir um bom nível de serviço ao cliente. As autopeças exigem que 
seus pedidos sejam atendidos com eficiência e rapidez para que também possam atender seus 
clientes. Ter o produto sempre que necessário e entregá-lo no prazo fazem com que a empresa 
se mantenha forte no mercado. 
Muitos teóricos previram a extinção da armazenagem, devido à evolução do Just-in-
time, resposta rápida, entrega direta na loja e distribuição em fluxo contínuo. Uma série de 
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pessoas desinformadas imaginou um mundo sem estoques, operações de Kitting, atacadistas, 
distribuidores e centros de distribuição.
De volta à realidade. Podemos assegurar que os armazéns continuarão a desempenhar 
um importante papel na cadeia de abastecimento, tal como vinha sendo, desde que Veneza 
tornou-se o hub do comércio internacional. As forças de mercado que visam à melhoria contínua, 
asseguram que a armazenagem continuará sendo uma função dinâmica. Tendo isto em mente, 
as 20 tendências que levarão nossa indústria adiante incluem: Foco ao cliente, consolidação, 
fluxo contínuo, serviços de valor agregado, tecnologias de informação, redução de tempo e de 
espaço, planejamento e distribuição, armazenagens, logística reversa, cadeia de suprimentos.
4 CONCLUSÃO
Hoje um estoque bem organizado e otimizado por um profissional qualificado, seja qual for 
a principal fonte de “renda e lucro de uma empresa”, evitando compras desnecessárias, além de 
desperdício de matérias-primas ou acabados, melhora o nível de serviço oferecido aos clientes 
com tempos menores de lead time, incentivam economias na produção, agem como proteção 
contra aumento de preços, protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de 
ressuprimento e servem também como segurança contra contingências, como greves, incêndios 
e inundações, por exemplo, de modo que a empresa possa garantir o fornecimento normal de 
seus materiais e serviços nessas ocasiões sem ser afetada.
REFERÊNCIAS
CASADEVANTE Y MÚJICA, José Luis Fernández. A armazenagem na prática. Lisboa: Editorial 
Pórtico, 1974.
DIAS, João Carlos Quaresma. Logística global e macrologística. Lisboa: Edições Sílabo, 2005.
MOURA, Reinaldo Aparecido. Armazenagem: do recebimento à expedição em almoxarifados. 
5. ed. São Paulo: IMAM, 2008.

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